Híbrido escrita por Rayssa P


Capítulo 7
Capítulo 7




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–Então o garoto só é lobisomem?-Adam perguntou frustrado, foi um pequeno erro que ele cometeu, mas aquilo era a morte para ele.

–Era. -Alexander corrigiu o que assustou Adam.

–Você o matou?

–Não... Eu acho. Apenas o transformei, agora ele é um híbrido.

Adam arregalou os olhos.

–Senhor Hauser você cometeu um erro grave!

–Como assim?

–Reze para o garoto não resistir e morrer.

–Se não...?

–Ele será mais poderoso que o senhor e provavelmente será usado como arma por Cassandra para te eliminar.

–Mais forte do que eu? Ele é só um moleque.

–O ser mais poderoso é quem nós menos esperamos.

–Ele é só um garoto certo? Já deve estar morto agora. -Beth sentiu o peso na consciência que o pai deveria sentir.

Cassandra olhava o filho desacordado na cama aos prantos, ele tinha cara de morto, mas ela não sabia se ele realmente tinha morrido ou apenas estava se transformando:

–Cassandra, ele acordou?-Cauê perguntou, ele enterneceu quando viu a esposa chorar.

–Não... -Ela passou a mão no rosto do filho.

–Até quando vamos esperar?

–Eu não vou desistir dele tão cedo.

Ele abriu os olhos lentamente, ouviu a porta de o seu quarto fechar, levantou com dificuldade, passou as mãos nos cabelos, ficou na frente do espelho e passou a mão no pescoço, ergueu a cabeça para ver o ferimento:

–Que se dane, estou morrendo de fome.

Cassandra roía as unhas, Cauê a observava enquanto tomava um café:

–Desgraçado. -Cassandra começou a falar sozinha. -Se meu filho morrer vai ter volta.

–Amor, você está falando comigo?

–Ah... Não, não, Cauê...

–Gente?

Cassandra levantou como se estivesse numa maratona e foi abraçar Will, que olhou o pai com um olhar de "o que aconteceu?"

–Você está bem?

–Sim, mas...

–Você está com fome?-Não era a sua intensão, mas o tom de Cassandra intimidou Will, que mesmo assim assentiu.

–Vem com a mamãe.

–Brook. -Beth apareceu na porta do quarto de Brook, que organizava sua coleção de batons.

–Sim?

–Você acha que o garoto que o papai transformou morreu?

–Sei lá, mas se morreu não me fará falta.

–Como vocês conseguem pensar desse jeito? Vocês não pensam na pessoa que ele era?

–Tem razão, vai que ele era o maior gatinho?-Brook fingiu arrependimento com uma cara de "oh!", Beth revirou os olhos e foi embora, Brook riu.

Will sempre teve a curiosidade de saber o que tinha no porão de sua casa, seu acesso era sempre restrito, só seus pais entravam lá, mas aquela era a sua grande chance:

–O que aconteceu comigo, mãe?-Ele perguntou enquanto descia as escadas do porão com a mãe.

Cassandra pediu para Will sentar-se numa poltrona do lado de uma estante, ele obedeceu:

–Filho, a mamãe tem um passado muito obscuro, o fruto desse passado é um homem muito perigoso chamado Alexander Hauser, eu cometi muitos erros, destruí o que ele tinha de mais precioso duas vezes... Se um dia você encontrar esse homem tudo o que ele disser sobre mim é verdade. Você entendeu?

Will assentiu.

Cassandra tirou de uma geladeira (sim, uma geladeira moderna no meio de móveis antigos) sangue, mas não sangue humano, mas sim de vampiro, ela deu ao filho, que estranhou:

–Não me olhe assim, beba.

–O que aconteceu comigo, mãe? Explique-me.

–Você não é mais somente lobisomem, é vampiro também, eu só lhe peço que faça o bem e que não deixe o poder subir a cabeça. -Ela beijou a bochecha dele. -Agora beba, não quero que mate alguém.

Will fez drama, mas bebeu, sentia-se muito melhor depois, mas continuava com cara de morto:

–Mas e essa minha cara? Não vai mudar?-Ele perguntou enquanto se olhava no espelho.

–Não, mas não se preocupe você continua um gato.

–Por que você nunca me deixou vir aqui?

–Não queria que você se envolvesse no meu mundo, no meu passado.

–Por que você fez todo àquele mal?

–Sua avó tinha morrido, todos suspeitavam de mim, ninguém me dava uma chance, talvez eu não fosse tão boazinha também.

–Depois o malcriado sou eu.

–O meu Will está de volta!

Will riu e abraçou a mãe.

Era um novo dia, Alexander não matou Cassandra, mas sentia uma felicidade imensa em saber que matou o filho dela, bem, era o que imaginava e desejava que acontecesse com o garoto.

Brook observava a irmã se arrumar, sua paciência se esgotava rápido como a do pai:

–Geralmente quem demora é eu, Beth.

Beth virou e sorriu para a irmã, ela escolhia algo para colocar nos cabelos, acabou os deixando soltos:

–Vamos?-Ela jogou os longos cabelos para trás e sorriu.

–Você acha que vai ao shopping, né?-Brook disse com deboche, Beth riu, ela revirou os olhos.

–Nossa, eu nem precisei te acordar. -Cassandra disse enquanto Will escovava os dentes, mesmo não vendo o seu reflexo.

–É, nem eu estou acreditando... -Will cuspiu. -Eu estou com mais disposição... É estranho, o Will lobisomem quer se matar nesse momento.

–Por favor, não me fale em morte.

–E aí meninas? Prontas?-Eleanor perguntou, ela olhou para as filhas através do retrovisor interno, Beth sorriu, Brook mostrou a língua tipo a Miley Cyrus e voltou a olhar a paisagem.

–Mãe, você tem a carteira de motorista?-Beth perguntou.

–Nossa, precisa ter isso mesmo para dirigir, que saco!

–Então você não tem?!

–Não, mas o importante é que eu sei dirigir, certo?

–Will. -Cassandra olhou o filho através do retrovisor, mas lembrou-se que isso não ia ser mais possível e olhou para cima irritada.

"Por que eu não sou vampira?!"

–Falou comigo?-Will tirou os fones de ouvido.

–Sim... Em hipótese nenhuma vá ao banheiro, ok?

–Por quê?

–Você não aparece no espelho, às pessoas vão se assustar.

–E se eu quiser fazer xixi?

–Faça nas calças.

Will olhou a mãe estranho e saiu do carro com a mochila pendurada apenas por uma alça nas costas.

Colocou a touca e a ajeitou na cabeça com a mão. O sinal tocou, parecia que ele ia morrer de desgosto.

Beth sentou-se na primeira carteira, Brook atrás:

–Será que os professores são legais?-Ela perguntou a irmã animada.

–Legais não sei, só sei que se pelo menos um for gato estudar vai valer a pena.

Brook fingia que se interessava em ouvir a irmã, até que viu alguém familiar e arregalou os olhos surpresa:

–O que foi Brook?-Beth olhou para frente.

Ela só viu um garoto, olhou para a irmã e sorriu maliciosamente:

–Achou bonito?-Ela perguntou, Brook olhou para trás.

Will sentou-se e quando olhou para frente... Viu Brook, a garota daquele dia, eles se fitaram até que ela olhou para frente:

–Will. –Kevin, seu amigo que se sentava do seu lado o chamou.

–Fala.

–Viu que gata aquela garota?

–A de cabelos pretos? Sem sal.

–Pelo visto curtiu mais a irmã dela.

–Irmã?

E o professor Albert chegou com livros na mão, pelo visto seria um assunto chato e cansativo, como todas as suas aulas, mas antes de tudo, ele fez questão de conhecer as alunas novas, era sempre assim, ele não perdia a esperança de ter um “queridinho”.

Beth levantou e começou a apagar a lousa.

Quando a garota terminou, Will conseguiu ver o rosto dela e enrubesceu.

Iria ser difícil se acostumar com os novos dons, seria preciso responsabilidade e juízo da parte dele... Enfim, nada melhor do que zoar Tom para esquecer-se um pouco de seus problemas:

–Oi bebê!-Will disse depois que Tom fechou seu armário, ser chamado de bebê pela mãe era mais um motivo para ser zoado.

–Estava tão bom quando você não estava aqui!

–Eu não podia deixar o bebê sozinho nessa escola cheia de caras malvados!

Tom revirou os olhos.

–Bom pelo menos não está zoando meu peso.

–Eu decidi parar cara.

–Tá falando sério?

–Claro... –Will sorriu para o garoto. –Nós somos todos iguais, não é verdade?

–Sim. –Tom sorriu.

–Menos você que é baleia.

Uma porta de armário se fechou, Will olhou além de Tom, que contava até dez, era Beth, cujo nome ele descobriu prestando atenção na aula do Albert, que virou bajulador dela.

Ela o olhou com reprovação, balançou a cabeça e foi embora, ele não queria perder a chance, foi atrás dela, deixando Tom falando sozinho:

–Ei!-Ele pegou no braço dela, ela olhou para ele e se soltou.

–O que você quer, hein?

–Falar com você.

–Vai me zoar igual fez com aquele pobre garoto?

–Quem, o Tom? É brincadeira, Beth!

–Para você é Elisabeth, agora suma!

Ela apertou o passo.

Will na saída andava tranquilo pela rua, Cassandra sempre o levava para a escola, mas ele preferia voltar sozinho.

Até que foi surpreendido por Brook, ele a olhou com desdém e continuou a andar, ela começou a andar de costas tentando acompanhá-lo:

–Quanto tempo Edward!

–Resolveu me perseguir?

–Não, eu nem queria ir para a escola e a propósito, aquele Albert é um bundão!

Will riu.

–Como sua irmã consegue ser tão linda, mas tão chata?

–Ah, sim, ela me contou sobre você.

–E o que ela disse sobre mim?

–Bem... –Brook olhou para trás. –Ela te acha um cretino desalmado.

–Por quê? Só por causa do Tom?!

–Ela sente pena das pessoas... E das baleias também.

Will olhou Brook e os dois deram risada.

Brook virou para frente, os dois pararam:

–Te vejo amanhã?-Brook Perguntou, Will assentiu, para a sua surpresa, ela lhe deu um beijo na bochecha e foi embora.


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