Naruto e Sakura correram pelo corredor estreito, com o lobisomem logo atrás deles. A besta rosnava e batia suas garras nas paredes, rasgando-as como se fossem feitas de papel.

– Balance Dragon’s Wood Barrage! – o loiro rodopiou e bateu as mãos. De cada centímetro cúbico de seus braços, pequenas farpas rapidamente dispararam antes de crescerem e se multiplicarem.

– Rrrrr... – rosnou a fera. Algumas farpas penetravam em sua pele dura, enquanto outras ricocheteavam. Uma o atingiu no olho, mas ele se regenerou quase imediatamente.

– Life Dragon’s Roar!

Naruto saltou para o teto um segundo a tempo de se esquivar do ataque de Sakura. O rugido passou reto e atingiu o lobisomem ainda no corredor, lançando-o para trás. A porta atrás do monstro quebrou e ele colidiu com a parede no fim, abrindo um buraco.

– Sakura! – Naruto gritou.

Ele caiu girando e dobrou os joelhos, tocando as mãos no piso de madeira. O monstro já se levantava quando uma nova onda de farpas – muito maiores, em maior quantidade e mais rápidas que antes – disparou.

Sakura parecia ter entendido. Saltou por cima de Naruto e tocou as mãos, emitindo uma pulsação de poder mágico esbranquiçado. Quase imediatamente, pequenos espinhos verdes se formaram nas farpas.

– Rrrrr... – o lobisomem rosnou novamente. – Áuuuuuu! – antes que os ataques o atingissem, seu uivo criou uma onda de choque que os repeliu para os lados. As paredes da casa tremeram, e ele pareceu ficar maior.

– Merda. Sakura, aqui tem pouco espaço, vai ser complicado.

– Ganhe tempo, eu vou dar um jeito nisso.

Naruto assentiu com a cabeça, e a garota desferiu um soco na parede, abrindo um buraco.

– Já volto. – disse ela, saltando para fora da mansão.

Ele virou-se a tempo de ver o lobisomem vindo na direção dele, tão rápido que parecia apenas um vulto. As paredes e o chão racharam. Naruto saltou para trás e girou no ar, por pouco evitando ser partido em dois por uma das imensas garras da besta.

– Balance Dragon’s Wood Pillar! – ele bateu uma das mãos no chão para se equilibrar, enquanto com a outra apontava para o lobisomem. Da própria pele um longo pilar de madeira disparou com tanta força que poderia equivaler a um trem, mas Arwell – o doutor transformado – conseguiu rolar para o lado a tempo de se esquivar.

– Eu estava esperando uma chance de usar isso. – endireitando-se, Naruto elevou uma das mãos e apanhou a espada em suas costas. – Agora, vamos lutar. – ele sorriu.

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– Isso é tudo? – o vampiro provocou-os, batendo as mãos sobre seu terno negro elegante. – Vocês sujaram o meu terno. Ele não foi barato, sabiam?

– Não vai precisar se preocupar com isso daqui a alguns segundos! – disse Édolon, um dos membros da organização chamada Mão Prateada.

Eles correram um contra o outro, mas ficou claro que Samael – o vampiro – levava muita vantagem nessa luta. Ele se esquivou facilmente dos ataques e trocou golpes com Édolon. O cetro negro e a espada prateada colidiram várias vezes antes de eles recuarem simultaneamente.

Num borrão vermelho, Erza apareceu do lado do vampiro e desferiu vários cortes contra ele, mas Samael era muito rápido. Ele facilmente evitou cada um dos ataques e interceptou alguns com seu cetro antes de girar e chutar a mão da garota, fazendo-a soltar a espada.

Ele sorriu e bateu o cetro contra ela, mas Édolon rapidamente avançou e interceptou o golpe com sua espada. O exterminador levou o joelho contra o estômago de Samael, que facilmente agarrou-o com uma das mãos e passou uma rasteira no membro da Mão Prateada, derrubando-o.

Um crepitar chegou tarde demais aos ouvidos do vampiro, quando Sasuke finalmente surgiu, lançando-o longe com um chute no rosto.

O Uchiha seguiu Samael, atacando-o tão rápido que o vampiro parecia estar fazendo algum esforço para acompanhá-lo. Sasuke girou e desferiu um corte, mas Samael recuou antes de chutar a mão do Dragon Slayer, que já estava esperando por isso e interceptou o chute com o braço livre.

– Chaos Dragon’s...

– Night Walk.

– Roar! – Sasuke gritou.

Uma grande onda de eletricidade vermelha pulou para for a da boca do Dragon Slayer. Um segundo antes do ataque atingi-lo, porém, o vampiro desapareceu numa nuvem negra.

– Merda, como diabos...

– Black Arts... – os três olharam, mas não conseguiram achar de onde a voz vinha. A terra tremeu e os poucos moradores que tinha saído após o ataque começaram a correr para suas casas novamente. – Underworld Calling.

A terra tremeu novamente, e o vento pareceu ficar pesado. O solo rachou rapidamente em diversos pontos, por onde alguma coisa começou a sair. Pessoas. Corpos mortos se erguiam do chão, cambaleando e gemendo alguns murmúrios incompreensíveis. Os olhos desfocados e cabeças moles. Com o ranger de dentes, esqueletos ergueram-se do chão. Em vultos e vários assobios – Uuuuh! – fantasmas apareceram.

– Necromancia... – Sasuke murmurou.

– Eu vou vomitar... – Erza tapou a boca e o nariz com uma das mãos.

– Samael, desgraçado! Saia e lute como um homem! – gritou Édolon.

O vampiro riu antes de, numa nuvem de fumaça, reaparecer. Ele estava entre sua horda de mortos-vivos, com um sorriso estampado no rosto branco como papel, deixando suas presas expostas. Repentinamente, parecia ter se tornado noite apenas dentro e ao redor dos limites da vila.

– Quer saber por que eu escolhi aqui? – perguntou o vampiro. – Sabe, como uma casa. Como uma vila.

– Não queremos saber de nada, desgraçado.

– Esse local era uma colônia vampírica alguns anos antes de eu criar a vila. Eu sempre fui um necromante. Os poderes de um necromante sempre ficam mais fortes em locais em que há morte e sofrimento, e aqui... – Samael suspirou, sorrindo. – Já morreram tantas pessoas. Ao longo dos anos, eu fiz uma troca com aqueles idiotas da Arwell. Dei-lhes a mansão, em troca eles matariam as pessoas. Fiquei tão forte que, mesmo exposto ao Sol, eu estou realmente mais forte do que normalmente. E agora, no escuro... vocês não têm chance.

No momento em que ele terminou de falar, um corte surgiu em seu tórax e ele foi atirado longe. Sasuke apareceu atrás dele mesmo antes do vampiro cair, girando e chutando-o para longe novamente.

O corte já fechava. Édolon e Erza tentaram atacar, mas foram barrados pelos mortos vivos. Samael bateu a mão no solo, girando e se pondo em pé novamente. O corte já havia se fechado graças à regeneração vampírica, e ele estava sorrindo.

– Vocês dois, cuidem dos mortos-vivos! – Sasuke gritou. – Vou dar um jeito nesse paspalho.

– Quanta arrogância. Aqui será seu túmulo. – o vampiro moveu a mão, e seu cetro negro apareceu. – Aqui, eu sou um deus.

– Estou acostumado a lutar com oponentes muito mais fortes que você. – respondeu Sasuke, sorrindo. – Vou esmagá-lo.

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Naruto girou uma e outra vez, esquivando e interceptando ataques. Numa ocasião, chutou o queixo do lobisomem, mas era como chutar uma geladeira. Noutra, o monstro havia lhe atingido com as costas das mãos, arremessando-o contra a parede com tanta força que ele teve a impressão de que um caminhão a 100 km/h o tinha acertado.

Ele rolou para o lado, evitando um golpe de garra, e usou sua espada para golpear as pernas do lobisomem, mas o monstro saltou.

– Rrrrr...

O lobo humanoide rosnou e caiu, pronto para abocanhá-lo, mas nesse momento Naruto ergueu a espada e canalizou magia; foi num instante, a lâmina cresceu quase oito metros, atingindo o lobisomem – embora não o suficiente para perfurar sua pele – e o arremessando contra o teto novamente, onde abriu um buraco.

– Shannaro!

Com um estrondo, o corpo do lobisomem caiu novamente dentro da mansão. Naruto levantou-se rapidamente e saltou por um dos buracos criados na parede.

KABOOOM!

No momento em que o monstro atingiu o piso, ele atravessou o solo e caiu no que deveria ser o porão da mansão. A onda de choque abalou toda a grande casa de madeira, fazendo-a estremecer e desmoronar sobre o pobre Dr. Arwell.

– Consegui! – Sakura gritou, saltando para perto do loiro, que tinha se agarrado a uma árvore para evitar ser lançado longe – o que foi quase inútil, como por pouco a árvore não havia sido arrancada do solo. – Desculpe, Naruto. Eu precisava de tempo para concentrar chakra, e quando o vi saindo pelo teto, era o momento certo.

– Tudo bem. Acabou. – disse ele, levantando-se. – Bom trabalho.

– Obrigada.

No momento em que eles estavam prontos para irem embora, os escombros começaram a tremer.

– O quê?!

– Áuuuu! – com um uivo, alguns escombros voaram longe. Arwell, ainda transformado, saiu debaixo. Ele estava visivelmente ferido, muito mais do que sua regeneração podia lidar, mas ainda continuava em pé.

– Ele é resistente demais... – murmurou Naruto.

– Sim, mas agora estamos em campo aberto.

– Vamos acabar com ele.

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Sasuke estava começando a cansar daquilo. A cada golpe que trocavam, a cada movimento que era defendido, ele ficava irritado. Essa irritação era o que motivava sua magia a continuar queimando – a Chaos Magic respondia diretamente à fúria do usuário. Quanto mais raiva, mais poder.

Pelo canto dos olhos, ele viu Erza e Édolon de costas um para o outro e lançando mortos-vivos para todo lado numa excelente combinação de suas habilidades como espadachins.

– Melhor ficar focado, Dragon Slayer. – disse o vampiro, sorrindo. – Ou não terá graça matá-lo.

Sasuke saltou para evitar um chute que iria derrubá-lo, e cortou na altura do peito de Samael, que aparou o golpe com seu cetro.

– Desgraçado, vou acabar com você! – gritou o Uchiha. Faíscas vermelhas rapidamente crepitaram ao redor dele, e num segundo ele desapareceu.

O vampiro arregalou os olhos, talvez surpreso demais para reagir, menos de um segundo antes de ser lançado de um lado para o outro. Ele quicava no chão de direita para esquerda, de cima para baixo, mas Sasuke era rápido demais para ele conseguir acompanhá-lo.

– O que era toda aquela baboseira sobre ser um deus? – zombou Sasuke.

– Não me subestime, você não é o único que tem algumas cartas na manga. Takeover.

Asas negras de morcego surgiram em suas costas. Ele ficou mais alto e sua pele ficou um pouco mais escura. Riscos negros surgiram, como se fossem lágrimas escorrendo dos olhos.

– Prepare-se para enfrentar sua morte.

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– Life Dragon’s Roar! – um feixe de luz branca disparou contra o lobisomem, lançando-o para trás.

No próximo segundo, Naruto apareceu atrás do monstro e desferiu um chute em suas costas. Ainda no ar, o lobisomem se viu sendo arremessado contra Sakura.

– Rrrr...

Girando rapidamente, a fera moveu as garras e tentou dilacerar a garota, porém Sakura facilmente se esquivou dos ataques. Saltando por cima de um golpe, ela desferiu um chute contra o queixo do lobo, fazendo-o ser lançado para cima.

– Balance Dragon’s Wood... – Naruto tomou fôlego.

Percebendo isso, Sakura rapidamente fez o mesmo, embora soubesse que ali – num lugar com tanta morte – sua magia de vida era muito mais fraca que o comum.

– Life Dragon’s...

– ROAR! – eles gritaram quase em uníssono. Da boca do loiro, um turbilhão de vento e imensos pedaços de madeira voaram com tanta força que poderiam derrubar um castelo como se fosse feito de papel. Um feixe branco de energia misturou-se à madeira e os ataques se uniram – Unison Raid.

– Não foi tão difícil em um campo aberto, como eu falei.

Eles se endireitaram. Embora o uso contínuo de magia os tivesse feito suar um pouco, fora isso pareciam completamente bem. Um segundo depois, o corpo de Arwell – já de volta ao normal – caiu no chão.

– Vamos voltar. Sasuke deve ter encontrado algo já que não voltou até agora.

Sakura assentiu com a cabeça.

– Eu odeio essa casa... só... vamos sair daqui logo. – ela suspirou, balançando a cabeça.

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– Como... você... consegue... – após apenas alguns minutos de batalha, Samael já arfava. Ele se dobrou antes de endireitar o corpo e avançar contra Sasuke.

O Uchiha facilmente esquivou-se de cada um dos ataques do vampiro. Com sua espada, interceptou o golpe do cetro. Com a mão livre, agarrou um chute e desferiu uma joelhada contra o estômago do vampiro necromante, lançando-o a dois metros de distância.

A esse ponto, Erza e Édolon terminavam de derrubar os últimos mortos-vivos e já se reuniam novamente com o Dragon Slayer. A ruiva havia mudado para usar uma armadura de cor negra.

– Não parece tão forte agora. – disse ela.

– Sou eu que sou muito forte para ele. – murmurou Sasuke, mas num tom alto o bastante para ser ouvido.

Erza estava prestes a falar algo, mas Édolon rapidamente se moveu e interceptou um golpe do vampiro.

– Não baixem a guarda no meio da luta, esse desgraçado matou mais de 120 membros da nossa organização.

– Vocês não entenderam? Eu sou... invencível!

Samael girou e chutou Édolon, lançando-o contra uma árvore.

Erza avançou e golpeou o monstro, que se esquivou e a chutou na altura do rosto, mas ela conseguiu se abaixar e passar uma rasteira no vampiro.

– Night Walk.

Ele sumiu numa névoa negra a reapareceu atrás da garota, pronto para chutá-la, mas nesse momento Sasuke apareceu e o jogou longe com uma onda de eletricidade vermelha.

– Chaos Dragon’s Lightning Bolt!

– Nightmare Sonar.

Uma névoa escura brotou do chão, mas não era névoa – eram morcegos. Eles rapidamente envolveram a área, emitindo sons agudos.

Sasuke e Erza taparam os ouvidos, deixando suas armas caírem no chão, mas foi quase inútil contra aquele som estridente.

– Agh...

– ­Life Dragon’s Wave!

Energia branca rapidamente cobriu o local, fazendo os morcegos se dissolverem em névoa escura. Estacas de madeira vieram do meio e atingiram o vampiro, literalmente atravessando algumas partes de seu corpo que, porém, logo se regeneravam com ainda mais eficiência e velocidade que o lobisomem Arwell fazia.

– Bem a tempo. – Naruto apareceu perto de Édolon, sorrindo. Com um toque, o membro da Mão Prateada sentiu uma onda imensa de poder mágico entrando em seu corpo, removendo o cansaço da luta com os mortos-vivos. – Isso deve ajudar.

– Não fique se exibindo, imbecil. Foi apenas sorte. – Sasuke resmungou.

– Vocês estão bem? – Sakura caminhou até Sasuke e Erza.

Eles assentiram com a cabeça.

– Bem... – ela sorriu, voltando o olhar para o vampiro. – Agora você está morto.

Samael rapidamente olhou para as cinco pessoas, e logo sabia que não teria qualquer chance de enfrentar a todos eles. Ele estava prestes a fugir, quando ouviu um som crepitante atrás de si.

– Chaos Dragon’s Thundefall!

Antes que ele pudesse reagir, um imenso raio vermelho caiu do céu, tão rápido que parecia ter simplesmente aparecido ao redor do vampiro.

– N-Nã...

– Morcegos não matam dragões.

Sasuke embainhou novamente a espada, que ele havia recuperado um microssegundo antes de ter se movido para trás de Samael. O corpo do vampiro a essa altura já era menos que uma pilha de cinzas.

– Agora acabou.

– Não se gabe, você só pegou ele de surpresa. – disse Naruto.

– O quê? Eu poderia ter matado ele em menos de um milésimo, só queria lutar um pouco mais. – o Uchiha respondeu, irritado.

– Eu vi muito bem quando ele acabou com você.

– Se continuar falando, sou eu quem vai acabar com você.

– Ei, por que não paramos de discutir? – Sakura suspirou.

– Dessa vez eu deixo passar. – Naruto cruzou os braços.

– Sorte sua. – Sasuke murmurou.

Édolon suspirou e caminhou até o local em que o corpo do vampiro havia desaparecido.

– Finalmente acabou... – ele olhou na direção de Sasuke, Sakura e Naruto. – Obrigado pela ajuda. Gastamos mais de dois séculos caçando esse desgraçado.

– Pelo menos agora podemos descansar um pouco, esse dia foi muito estranho. – disse Erza. Ela caminhou até eles. A armadura negra havia sumido, substituída por uma armadura comum de aço que cobria toda a parte superior do corpo.

– Que surpresa, você quer descansar. – murmurou Sasuke.

– E-Ei, não é minha culpa se eu tive que lutar com um grupo inteiro e depois com um exército de mortos-vivos, seu...

– Depois de ter passado os últimos dias descansando.

– Ora, seu... – ela parou abruptamente e olhou para os lados. – Para onde eles foram?

Sasuke olhou, irritado, vendo que Naruto, Sakura e até Édolon haviam desaparecido.

– Aqueles... eles nos deixaram aqui!

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Fronteira entre Caelum e Fiore – Navio,

Embora fosse de dia, estava escuro. Nuvens de chuva cobriam o céu, bloqueando os raios de luz. O vento soprava forte, e as ondas faziam a embarcação balançar de um lado para o outro.

O casco de madeira rangia. Gritos e gemidos vinham do convés, os tripulantes trabalhavam pesadamente para manter o curso. Pingos grossos já começavam a cair rapidamente, fazendo barulho como as gotas de água batiam em conjunto e sem cessar sobre a madeira.

– Kayla. – no interior do navio, uma voz sussurrou suavemente.

Sem resposta.

– Kayla. – a voz chamou novamente, um pouco mais alto.

– Só mais um minuto, Nessie... – murmurou outra pessoa, com uma voz sonolenta.

– Você precisa acordar. Estamos quase chegando.

A outra pessoa suspirou e levantou-se. Com a fraca luz do local, era possível ver um tufo de cabelo azul claro, que por alguma razão lembrava o mar num dia calmo.

– Uaah... – ela bocejou. – Que horas são? – murmurou, esfregando os olhos.

– Quase seis da tarde. – respondeu Nessie, acendendo uma vela.

Com a luz, era mais fácil identificar as duas pessoas: uma delas era uma garota de, no máximo, quatorze ou quinze anos, com cabelo azul claro e olhos verdes. Sua pele era naturalmente bronzeada e suave, e simplesmente olhar para ela transmitia uma sensação pacífica, como observar o mar num dia calmo. Até o cheiro dela lembrava o mar, pois tinha cheiro de água salgada. O cabelo chegava à metade das costas e era ondulado, o que lembrava vagamente pequenas ondas quebrando perto da beira de uma praia.

– S-Seis? Eu dormi tanto assim? – ela bocejou novamente.

– Você sempre dorme. – respondeu Nessie.

Mas Nessie não era uma pessoa: era um gato! Com pelo azul escuro e olhos castanhos, Nessie usava uma espécie de toga verde.

– E-Ei, – Kayla corou. – Eu não tenho culpa, estar no mar faz eu me sentir assim.

– Tanto faz. Nós vamos chegar a Fiore em cerca de uma hora, o que quer dizer que precisamos sair cerca de quinze minutos antes disso, ou vão nos descobrir.

– Hai. – a garota sorriu. – Eu aposto que vamos achar meu pai aqui.