Um desastre de paixão escrita por Mais um romance por favor


Capítulo 7
Capitulo 7




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Aula de biologia microscópica. Era só pra conhecermos o laboratório e saber como usar o microscópio. Como na aula de biologia meu parceiro de bancada era o Rush. O professor pediu para olharmos um pro outro e analisarmos. Olhei pra ele. Ele sorria maliciosamente como quem sabia o que eu pensava, os olhos azuis dele me causavam vergonha por sua cor vibrante me olhando. Ele subia os olhos no meu corpo, e me causava arrepios. O professor chega a nossa bancada e pergunta:

– Após analisarem, escolham uma parte não explicita do corpo do seu companheiro e estudem microscopicamente.

– Damas primeiro. Qual a parte escolhida senhorita Mandox?

Olhei pra ele, analisando-o. Os olhos dele me intrigavam, mas não queria algo tão obvio.

– Cabelo. – disse por fim. Rush me olhou surpreso, mas sorriu.

– Ótimo retire um fio e analise. Rush, qual parte escolhe?

– Olhos- ele disse sem pensar. Encarando-me com os azuis radiantes.

– Bom nesse caso sua companheira terá que ceder uma lagrima. – disse o professor e se retirou. Rush me encarava com um meio sorriso, ele estava gostando da situação. Antes de ele pensar em qualquer gracinha ergui a mãe e puxei um fio de cabelo, saiu mais de um em meus dedos e eu coloquei na lamina de analise.

– Ai, isso não doeu, mas foi cruel. – disse ele sorrido e passando a mão na cabeça. – E ai como te faço chorar?

– Não vai me fazer chorar, não sou nenhum pouco sensível e não vou chorar se você me der um fora. – falei com sarcasmo e um sorriso provocativo. Provocar ele era minha única tática pra escapar de parecer uma boba.

– Ótimo não sou bom em drama, prefiro humor.- ele falou e eu fiz cara de confusa.

–Não entendi a piada.

– Não? Você já vai entender- ele falou e se levantou de onde tava chegando perto, bem perto. Fiquei sem jeito, não queria ele perto de mim, mas estava assustada demais pra me mexer. Então ele levantou a mão e colocou na minha cintura, meu coração foi a mil. Porque que eu não conseguia me afastar? De repente ele começou a me fazer cosegas, pelo canto dos olhos via a sala olhando pra nós eu gritando para Rush, e ele continua até eu gargalhar e escorrer uma lagrima na mesma hora ele parou e pegou a lamina e colheu a lagrima.

– Esta toda sala olhando pra gente- sussurrei pra ele. Ele sorriu

–Shows de humor sempre reúnem plateia maior que drama. Mas particularmente eu sou um ótimo ator. – disse fazendo referencia a sala, eu abaixei a cabeça e quis me esconder. – Ótimo pessoal o espetáculo acabou autógrafos no fim da aula. - ele disse alto e todos riram, mas eu o puxei em direção a bancada.

– Para de chamar atenção. Pelo menos enquanto estiver comigo, não seja tão publico. – disse brava, pessoas convencidas me irritavam, mas pessoa publica convencidas me estressavam em nível Maximo.

Ele não disse nada. Apenas se virou em direção à bancada colocou a lamina no microscópio e analisou, depois empurrou o microscópio pra mim e eu analisei e fiz anotações. Troquei a lamina e repeti o gesto. Ele estava serio, será que peguei pesado? Seja como for essa sou eu, se quiser ser meu amigo ele tem que pelo menos me conhecer.

A aula acabou e ele saiu da sala sem fazer qualquer gesto á mim. Sai e a Mary me esperava do lado de fora.

– Nosso o que você fez? O Rush saiu soltando fogo pela orelha. Já to sabendo de hoje à noite o Travis me contou. Mas seja lá o que tiver feito que Deus te ajude a ser um bom encontro.

– Não fiz nada, só falei a verdade. E não é um encontro Mary. É um jantar de amigos. Mas sinceramente agora eu já não sei mais se quero ser amiga de um idiota que nem ele.

– Ok. Vejo nuvens negras sobre o casal. Mudando o rumo. Meu ENCONTRO hoje com o Travis tem que ser perfeito. Estou apaixonada por ele amiga, ele é romântico, lindo, fofo ele é perfeito. E o melhor é que ele também gosta de mim.

– Que lindo amiga, fico feliz por você. Me da uma carona, estou exausta só quero chegar à minha casa e desmaiar. – disse fechando os olhos.

– Claro, vim dirigindo hoje. Você vai ter a rara chance de me ver dirigindo. – ela disse balançando a chaves na mão. – Vamos lá sortuda.

Definitivamente a Mary foi feita pra ter motoristas. Eu cheguei em casa com náuseas de tanto que ela engasgou o carro, fora a idosa que ela quase atropelou. Lembrete: Nunca mais sair com Mary dirigindo para minha segurança e das pessoas da rua também.

– Ta com fome filha? – minha mãe gritou quando bati a porta.

– Não, já comi na escola- menti. A única coisa que eu queria era dormir.

Deitei e apaguei.

Parei pra abastecer, eu estava andando de moto a horas. Não parava de pensar naqueles olhos em fúria me dizendo aquelas palavras. Quem ela pensava que era pra falar comigo daquele jeito? Ela era só mais uma esquisita, que era minha parceira de biologia. Tinha aqueles olhos, o cabelo macio, lábios vermelhos, expressão angelical. Ah, a quem eu queria enganar? Ela era linda, uma garota linda e diferente de todas as outras, ela não se derretia ao olhar pra mim, implicava comigo com mesma facilidade que respirava. Ela era um conjunto de tudo o que eu sonhei em uma mulher um dia, o problema era que ela não me queria. Eu teria que conquista-la, confesso que pensar nisso me interessou, conquista sempre foi um dos meus dons.

Só tinha um problema, eu não tinha a mínima ideia de por onde começar. Hoje eu tinha um jantar com ele, e quase estraguei tudo na aula com meu superego. Eu sou um idiota. Tiro o celular do bolso ligo pro Travis e mando-o conseguir o telefone da Abby, em dois minutos recebo um sms com o numero. Mando uma mensagem.

“Desculpe-me por hoje mais cedo. Fui um idiota. Fala que não desistiu no nosso jantar? Por favor. Beijo Rush”.

Liguei a Harley e fui pra casa. Travis estava confuso com as gravatas. Ele era muito engraçado, acho que por isso que a gente é irmão. Ele faz coisas que nunca faria. Eu fui pro banho, vesti minha camiseta favorita e sai. Meu celular vibra.

“Desculpas aceitas. Moro em Westland, nº 40. Não se atrase. Abby”.

Faltava meia hora para horário combinado, e eu não tinha ideia de onde íamos. Mas precisava de algo que a fizesse ficar menos na defesa. Algo sem pessoas, só nós dois.

Em trinta minutos ele estaria na porta da minha casa, e eu não tinha ideia do que vestir. Eu estava nervosa, não queria parecer uma menina, mas também não queria ser uma mulher sensual. Queria encontrar a roupa que falasse quem eu era. Provei meu guarda roupa inteiro, acabei com uma saia preta e uma camisa com detalhes verdes. Coloquei a única sandália de salto que tinha, era baixo e preto e deu o toque final. Alguém bate a porta.

– Quando é que você ia me contar que você tem um encontro com o bonitão lá em baixo? – minha mãe fala surpresa ao abrir a porta.

– Ah mãe, desculpa. To bem? – falo sorrindo, e olhando no espelho.

– Está linda, filha. Agora desce que ele ta esperando.

Desci as escadas e ele estava em pé me esperando na sala. Sorriu ao me ver, os olhos dele estavam realçados com a camiseta preta da Hurley.

– Você está linda, mais linda. Vamos?- ele diz e se despede de minha mãe. Saímos e vejo uma moto preta parada na calçada.

– Vamos de moto?

– Não é qualquer moto é uma Harley, anjo. E sim vamos de moto, algum problema? – ele pergunta e logo completa sem me deixar responder. -Não tenha medo é só segurar em mim.

– Não seja bobo, não tenho medo, só me pegou de surpresa estou de saia.

– Fique bem junto a mim e nada aparecerá. – ele disse com um sorriso de quem gostava da ideia, eu acenei com a cabeça e subimos na moto.

– Espera você me chamou de anjo?- perguntei, mas ele ligou o motor e saiu. Segurei forte, ele não tinha medo de faróis ou velocidade. Ele era louco.

Chegamos ao deck, onde ficavam os barcos e lanchas. Estávamos longe da cidade mal conseguia ver luzes que não fossem a das estrelas.

– Anjo, com licença, mas a partir de agora é surpresa então peço pra você segurar em mim porque vendarei seus olhos. – ele falou colocando uma faixa em meus olhos. Segurei em seu ombro e andamos. – Cuidado com o degrau e feche os olhos. – ele tirou a venda, mas permaneci de olhos fechados. Ele me soltou e ouvi um estalo, então ele disse:

– Surpresa! Pode abrir os olhos. – Abri os olhos. Estava em uma lancha, estava toda iluminada com uma mesa e duas cadeiras, sob um céu repleto de estrelas. Era lindo, tudo estava perfeito. Eu estava surpresa, ele tinha superado todas as minhas expectativas, que eram bem baixas confesso.

– Isso tá parecendo um encontro- falei provocando-o.

– Para anjo. Falei que não faria nenhuma gracinha, vou cumprir com minha palavra. Não é um encontro, é apenas um jantar com uma amiga. Se você assim quiser. – ele diz me olhando com aqueles olhos sedutores, ele queria que eu mudasse de ideia.

– Isso, um jantar de amigos. Então o que temos pro jantar? – falei tentando mudar o assunto.

– Comida mexicana, especialidade do chefe. Pra hoje temos tacos. Acertei?- Diz ele trazendo a bandeja, o cheiro estava ótimo.

– Acertou em cheio, adoro tacos. O cheiro está ótimo, depois das panquecas vamos ver se já pode casar. – disse entusiasmada pegando e servindo-me.

– Descobri que a senhorita não bebe, então trouxe um drink sem álcool. – ele me disse, e eu ri.

– Não é que não bebo, só não faço isso sempre. – disse sorrindo e ele mostra surpresa.

Nosso papo é agradável, a comida estava ótima, e ele manteve a conversa onde eu me sentia confortável. Mas eu estava curiosa, ele era popular, um garanhão assumido pegador de todas. Mas aqui a sós ele era apenas um garoto, que conversava olhando em meus olhos. Cresceu longe do pai pop star, mas sem trauma.

– Qual é seu maior sonho?- perguntei

– Beijar você- respondeu ele serio com os olhos azuis penetrantes.

– Não teve graça. – falei seria. Ele tinha me surpreendido. Senti meu rosto queimar.

– Não, mas você ficou vermelha. – ele riu enfim. – Desculpe, mas não resisti à piada.

– Você não trabalha, não faz nada da vida? Seu pai vai te sustentar o resto da vida?- questionei-o eu queria saber quem ele era, e queria mudar de assunto.

– Ow não ofende! Assim eu fico parecendo um filhinho de papai. Não sei qual é o meu maior sonho, talvez casar.

– Casar?Você? Conta outra. Se não quer conta seu sonho, me conta qual a maior loucura que você já fez?

– Pular no mar gelado da Antártida.

– Nossa serio, um tanto insano.

– Mas e você qual sua maior loucura, porque você tem cara de que nunca nem saiu de casa. – falou ele com um ar provocativo.

– Ah agora eu não me lembro, mas não sou tão mocinha igual você pensa- falei , querendo parecer madura e descolada. Ele riu.

– Então vamos jogar um jogo. Você fala uma afirmativa e eu digo se é verdade ou mentira e logo depois você responde se é ou não. Eu começo. - Ele sorriu me dando arrepios. – Eu nunca fui gótico. E ai verdade ou mentira?- ele perguntou com um sorriso provocante torcendo pra eu errar.

– Mentira!

– Começou bem mocinha- Quando tinha 10 anos fiquei mais próximo do meu pai, então comecei a ver meu lado mais roqueiro só que eu exagerei então comecei a andar todo de preto e visitar cemitérios. Uma fase sinistra da minha vida. Sua vez agora.

– Eu nunca fui a um show de rock.

– Ah meu Deus, só pode ser mentira, por favor.

– Verdade, verdadeira senhor punk. Conviva com isso agora. – sorri provocando-o. - Minha mãe nunca deixou ir a um show de rock. Dizia que lá não era lugar pra mim e que só tinha drogado e aproveitadores. Em parte ela estava certa, porque hoje vendo um roqueiro de perto, ele tem cara e aproveitador mesmo. – conclui minha provocação com um sorriso. Ele me olhou e riu.

– Não sou aproveitador, anjo. Se eu fosse você não estaria aqui. Eu te garanto. – ele me olhou com aqueles olhos, rasgando meu sarcasmo. Ele tava acabando comigo eu precisa inverter isso.

– Eu nunca bebi tequila. - ele disse

– Mentira!

– Errou mocinha. Verdade. Meu pai disse que era bebida de mulher então nunca bebi. – ele disse. De onde estava avistei uma garrafa de tequila no bar.

– Você ainda acha que é bebida de mulher?

– Não, mas nunca quis tomar também. – ele disse não entendendo a pergunta.

– Vamos ver do que você é capaz então.

Levantei fui até o bar e peguei a garrafa de tequila e servi duas doses.

– Experimente!- disse, ele me olhou e depois fitou o copo. Depois de um breve sorriso ele pegou o copo e virou de uma vez. Desceu um copo e fez uma careta ao engolir.

– Mulheres são fortes, pai. – ele disse

– Sim muito, agora que já fizemos uma breve inauguração da noite. Vamos jogar pra valer. Vale qualquer afirmação, só que se a pessoa errar toma uma dose.

– Aceito. – ele disse servindo outra dose em seu copo. – Está na sua vez.

– Eu tenho, 17 anos e dei meu primeiro beijo com 16.

–Beijo de língua?- ele perguntou me estudando

– Verdade ou mentira, Rush? Responda. Tá com medo?- disse empurrando a dose em sua direção.

– Verdade!

– Ah eu vou te embebedar hoje, querido. Você não sabe nada sobre mulheres. É mentira. Eu te disse que não era tão santinha igual você imagina.

– Eu sabia que tinha que ter escutado o conselho da minha mãe sobre mulheres serem perigosas. - Ele tomou a dose, e sorriu. – Minha vez. Quero fazer faculdade de biologia. - ele disse serio.

Eu gargalhei.

– Nunca. É mentira. – eu disse com convicção.

– Anjo, você não me conhece. É verdade.

– Como vou saber que é mesmo? Você esta me enganado.

– Duvida? Vamos fazer uma aposta então, se eu te provar que eu quero fazer faculdade de biologia você sai uma semana comigo pra onde eu quiser, e como eu quiser. – ele diz me desafiando com olhos.

Ele tava ficando louco. Que tipo de aposta era aquela? Mas agora eu não podia voltar atrás, eu não queria parecer medrosa pra ele, não depois de tudo isso.

– Aceito, mas se eu ganhar você passa uma semana sem beber uma gota de álcool e sem pegar ninguém.

– Nossa você ta me surpreendendo, anjo. Aposta aceita. – ele disse me fitando com olhos azuis provocativos. – Se prepare porque sua próxima semana você ira me ver todos os dias.

– Primeiro você tem que provar que é apaixonada por biologia. E eu sou bem difícil de convencer. – falei lançando um olhar ameaçador. Eu não podia perder essa aposta.


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