Faz alguns minutos que Luke e eu estamos nos beijando, intensamente, no canto do bar. As coisas esquentam, logo sinto um toque quente em minha pele as mãos dele estão nas minhas costas, ele beija meu pescoço me fazendo arrepiar.

– Opa! – eu digo tirando a mão dele das minhas costas. – Vamos com calma! Ele para e coloca as mãos pra trás e me olha, estamos suados e com ele afastado sinto que o cheiro dele está em mim.

– Tudo bem, linda. Desculpa.

Eu sorrio e puxo-o pra pista de dança que toca uma musica animada, eu começo a dançar e logo ele me acompanha. Um tempo depois ele me puxa para o bar alegando que precisamos nos hidratar.

– Duas águas, por favor. – ele pede ao bar man, que as entregas em cima do balcão. Sentamos e no momento ele me olha incessantemente enquanto eu bebo a garrafa toda de uma só vez.

– O que foi? Porque tá me olhando?

– Nada, só estou aproveitando enquanto eu não acordo desse sonho. – eu sorrio, ele é romântico mesmo depois de eu ter acabado com nossa pegação.

–Sonho? Você ainda acha que está sonhando? – eu me levanto e vou até ele e o beijo, mas ao mesmo tempo o belisco.

–Aíí! – ele grita. – Ok, você me convenceu, não é um sonho e eu estou bem acordado com o braço doendo. Nós rimos. Ele olha no relógio e se assusta. – Hora de te levar pra casa!

Alguns minutos e paramos na frente da minha casa, as luzes da sala estavam acesas. Ele me olha e pega minha mão, seus olhos estão vividamente verdes e a um sorriso tímido.

– Essa noite foi perfeita, apesar de estarmos bêbados.

– Eu não estava bêbada, só um pouco feliz. – ele me olha sorrindo.

– Isso significa que?

– Luke, Luke, tão ingênuo!.. Significa que eu sabia exatamente o que estava fazendo. – sorriu e ele ri. – Ao contrario do que você tava pensando, você não me embebedou e se aproveitou disso. Eu sei me cuidar mocinho. – falo passando os dedos pela sua face.

– Ufa, esse crime estou absolvido! Mas..- ele me puxa me roubando um beijo, e me deixando sem fôlego. – Ainda posso roubar beijos e ser um fora da lei.

Nós rimos. E de repente a porta da minha casa se abre e minha mãe sai com um cara um pouco mais alto que ela, de cabelos grisalhos e sapatos de bico fino. Eles conversam e ri então ele parece se despedir e então a surpresa, eles se beijam. Minha mãe namorando? Que parte eu perdi dessa historia? Pelo menos explica as taças no dia que cheguei de manhã e aquele comportamento estranho.

–Hora perfeita. –eu digo olhando entusiasmada pra Luke.

–Do que?

–De dar o flagrante na minha mãe. Tem coisa mais legal do que ver ela sem graça? Não. – saio do carro e ao bater a porta minha mãe olha e imediatamente fica corada.

–Filha?

–Oi mamãe.

– Há quanto tempo esta ai?

– Tempo suficiente pra querer conhecer o seu novo amigo. – me viro pra cara ao seu lado, que me olha sem graça. – Prazer, Abby. - estendo a mão e ele me cumprimenta.

–Está minha filha. – aponta pra mim. – Filha este é o senhor Phillips, nosso vizinho.

– Ah nosso vizinho, isso explica porque nunca vejo carros. – eles me olhando como se tivessem sido pego roubando algo. – Relaxa pessoal não estou julgando vocês. Não me olhem assim.

– Gostaria que não tivesse sido assim, filha. – minha mãe diz com uma voz baixa.

– Tudo bem mãe, eu não tenho te dado tempo ultimamente mesmo. A culpa é minha. – me viro e Luke me olha encostado no carro e eu faço sinal pra ele vir. - Este é Luke. – falo ao apontar pra ele. – Luke, esta é minha mãe e seu amigo colorido Sr. Phillips.

– Prazer em conhecê-los. – diz Luke rindo.

–Ele também é meu amigo colorido. - falo dando a mão pra Luke. – Pronto agora estamos todos iguais e vocês podem parar de se sentirem como anormais. Somos todos jovens com direito de ir e vir com quem quisermos. Agora que estamos todos apresentados, vou me despedir de Luke e deixar vocês a sós. – termino e vou em direção ao carro.

Luke ri sem parar balançando a cabeça incrédulo.

– Você está muito alegre, as tequilas te fizeram bem.

–Você está falando do que eu acabei de falar? Falei algo errado?

–Não. Sim. Bom, não sei!

– Indeciso você. Acho que você tem que pensar sobre isso, já eu estou bem pra discernir isso.

–Pensar? Não. Eu quero ser seu amigo colorido, alias mais que isso, mas só achei que você quisesse um tempo depois de hoje.

– Tempo? Não. Já pensei muito sobre minha vida, e cheguei à conclusão que pensando ou não nós tomamos as atitudes certas que possivelmente podem dar em consequências erradas, mas não foi o tempo que pensei antes que determina isso. Então agora vou viver a vida com tudo que ela tem pra me oferecer. E ela me ofereceu você, com seus lindos olhos verdes e corpo sedutor. Então vamos aproveitar!

Ele me olha analisando e processando tudo que acabei de dizer.

– Olhos verdes e corpo sedutor? – ele se aproxima deixando poucos centímetros entre nós. Não respondo, apenas sorrio maliciosamente. E ele me beija, me girando e encostando-me no carro. –Amigo colorido? Acho que posso conviver com esse titulo, por enquanto.

–Por enquanto.. Eu digo boa noite.

– Boa noite princesa. Até amanhã. – ele me beija na testa, e na boca.

E se afasta me deixando sair. Ando até a porta e minha mãe ainda está na porta. Passo por eles dando boa noite ao Sr. Phillips. Chego ao quarto e meu celular apita.

“Melhor noite da minha vida, princesa”.