O Amor Nunca Morre escrita por No Name


Capítulo 5
Bêbada Pela Primeira Vez




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A indesejável sexta havia chegado. Durante a semana toda eu e Sebastian apenas trocamos sorriso e um "oi" ali e outro aqui. Não tivemos nenhuma conversa de verdade. Eu gostava dessa distancia, e ainda, teríamos duas longas horas para contarmos o que quiser um para o outro. E como eu tinha imaginado, fui obrigada a revelar tudo, nos máximo de detalhes, para Anna e Maia. Aquelas duas estavam mais animadas do que eu, e elas nem iam.

Sai do colégio e fui direto para casa. Tomei um longo banho, ao som alto da minha música. Depois, com a tolha em volta do corpo, escolhi minha roupa. Um shorte jeans branco com manchas azul marinho, tudo em grande estilo. Uma blusa folgada com várias decotes, nas costas. Deixe meus cabelos ficarem natural, por tanto, encaracolados. Não coloquei muita maquiagem. Estava pronta.

Desci as escadas e não havia ninguém. Meus pais tinham viajado e pretendiam voltar apenas domingo a noite. Então, estava sozinha, de novo. Eles nunca foram muito companheiros, pelo menos, sempre deixavam uma empregada para cuidar de mim. E quando era menor, Sebastian me fazia companhia parte do tempo, o que tirava minha tristeza e solidão.

Ah, a mãe de Sebastian, um amor de pessoa. E seu pai também. Sempre atentos, cuidadosos e por perto. Queria que meus pais fossem mais como o dele.

A campainha tocou e dou um pulo. Ainda são quatro e meia, estava cedo para ele ter chegado. Vou em direção a porta e parece que minha teoria estava errada. Lá estava, com um lindo penteado que deixavam seu cabelos loiros maravilhoso. Uma calça jeans despojada e um blusa escura. O que destacava mais seus olhos azuis.

–Oi! Pensei que era ás cinco- disse surpresa.

–Maus. Eu só queria conhecer sua nova casa- ele diz com seu maravilhoso sorriso.

–Claro, entre- dou passagem para ele.

Seus olhos se arregalam ao olhar a casa. Não era nada comum. Tinha jardim de inverno, sala moderna e era muito grande. Era muito diferente da minha antiga.

–Nossa! É diferente.

–Eu sei, meu pai... bom você sabe.

E ele sabia. Entendia exatamente como meu pai era e sempre me ajudou. Fazia companhia e cuidava de mim. Ele reparou na minha expressão triste e me mandou seu sorriso encantador.

–Vamos, quero conhecer seu quarto- ele me puxou pela mão e levei-o até meu quarto.

Não era tão exagerado em decoração, diferente do resto da casa. Podemos dizer que tinha um poluição visual com todos os livros, CDs e pilha de filmes. Uma grande TV e uma cama maior que o normal. A parede era pintada com um azul cinzento e um luz fraca saia da janela. Olhei para seus olhos, esperando aprovação.

–Então,...?

–Diferente, mas gostei.

–Que bom.

Ele caminhou ate a platileira onde tinha as fotos. Tinha duas com ele, quando éramos pequenos. Uma delas foi tirada no dia em que nos conhecemos. Foi muito legal aquele dia. Ele a pegou e deu um suspiro. Caminhei para mais perto dele e disse:

–Por que você foi embora?

–Tinha que ir.

–Mas nem visitar?

–Só iria trazer mais saudades para nós.

–Senti muito sua falta.

–Eu também- ele esboçou um sorriso triste no rosto- Lembra desse dia?

"É claro!" Concordei com a cabeça.

–Queria muito voltar para ele. Foi um dos dias mais importantes da minha vida- Sebastian falou.

Aquelas palavras me chocaram. Entraram no interior de meu corpo e o abalaram. Estava tremendo e muito corada e acho que ele havia percebido. Estávamos a centímetros, com mais um passo nossos lábios se encostavam. Tive que estragar o clima.

–Já esta na hora de nós irmos- eu sussurrei.

–Você tem razão- ele se afastou bruscamente e demonstrou um olhar triste.

Descemos as escadas e fomos até a entrada. Dei uma ultima olhada na casa antes e trancar a porta. Ele já ia na frente e caminhava atras. O ambiente estava escuro, então não reconhecia o seu carro. Mas quanto mais perto chegava, reparei na bela pintura preta e no modelo caro, moderno e bonito. Deve ter custado uma fortuna.

Como eu, Sebastian não era um coitadinho. Seu pai tinha grande sucesso nos negócios. Pelo menos ele não se gabava para todos. Carinhosamente ele abriu a porta de passageiro para eu poder me acomodar no banco. Tinha cheiro de carro novo e banco com uma textura de couro macio. Colocando a chave e a girando, fez com que o automovel ligasse, com grande facilidade manejou o volante e já estávamos fora da fachada de minha casa.

Ficamos um bom tempo em silêncio, apenas ouvindo o rádio. Quando ele finalmente tocou num assunto:

–Então Isa, planos para o futuro?

–Fazer alguma faculdade relacionada com literatura, se meu pai deixar- esboço uma expressão triste no rosto- Mas e você? O que planeja?

–Negócios talvez. Não estou com pressa.

Então o silêncios retorna.

–Você esta saindo com Raphael?- ele parece incomodado e nervoso ao fazer a pergunta.

Fiquei um tempo pensando. De onde teria saído essa pergunta? Eu e Raphael nunca tínhamos ficado ou nada. Gostava dele, só.

–Por quê a pergunta?

Ele espera para responder.

–Nada. Apenas curiosidade.- olhei bem para ele prestando atenção em cada palavra.

–Nunca namorei Raphael- disse com frieza e retornei meus olhos para a estrada.

Fiquei pensando no porque daquela pergunta. Apenas curiosidade. Isso não sova muito convincente. Raphael praticamente nunca fala comigo no colégio ou em nada. Gostava dele pelo fato de ser charmoso e encantador. Nas poucas vezes que trocavámos palavras meu coração se derretia em amores, mas a um bom tempo não me sentia mais assim.

–Isa?- disse ele me tirando dos meus pensamentos.

–Eu, desculpa.

–Me assustou, parecia que estava... sei lá.

–Estava pensando.

–Em algo bom?

–Nada em especial.

E continuamos o caminho em silêncio até chegarmos a festa. A casa do lago de Raphael era sensacional. Uma cabana de madeira e um lindo lago, que refletia o reflexo da lua brilhante. Vários carros estacionados e pessoas conversando, bebendo, bêbadas e se pegando em todos os lugares. Eu e Sebastian caminhamos um do lado do outro, até a porta, que se encontrava aberta. A música alta entrava em meus ouvidos.

Logo de vista, avistei Raphael, com cabelos um pouco desalinhados, o que deixavam mais sexy. Ele caminhou até nosso encontro. Comprimento Sebastian com um aperto de mãos e depois se virou para mim.

–Isa, bonita como sempre- ele disse com um sorriso espantado no rosto.

Nem sabia que ele reparava em mim e ao dizer parecia mais sóbrio. Ele esticou os braços segurando aos meus, me encaminhado mais para dentro da cabana.

–Obrigada- falei um pouco insegura.

–Vem, quer alguma caoisa- ele falou docemente.

–Não, acho que estou bem.

Olhei para trás para me certificar que Sebastian nos acompanhava. Estava errada. Ele nos olhava com uma expressão triste e de raiva. Nem queria imaginar no que pensava. Retornei meu olhar para Raphael e confirmei que ele estava bêbado. Não apenas pelo odor de álcool, mas o modo como agia, pareciam fora de si. Sendo gentil, falando comigo e com um sorriso alegre no rosto. Isso não era coisa dele, provavelmente foi o efeito da bebida. Então com medo que algo mais pertubador e peculiar acontecesse, me soltei dele e caminhei na direção do garoto dos olhos azuis e cabelos loiros.

Queria ir perto de Sebastian, com ele me sentia segura e confiava-o com minha vida. Mas ele não era mais de ser encontrado. "Meu Deus!" Estou numa festa com pessoas bêbadas, desconhecidas, se agarrando e provavelmente se drogando!

Fui até a cozinha e reparei que ele não se encontrava lá. Voltei para a sala de estar e o vi. Não da maneira com queria. Sebastian, agarrado com um loira, se dando beijos, encostados na parede. Uma dor desconhecida atingiu meu coração. Não aguentava olhar para aquilo.

Passei reto por eles e percebi que ele reparou em minha presenças. No mesmo momento se afastou da loira e foi atrás de mim. Eu voltava para cozinha e ia em direção a geladeira.

–Isa, me desculpa eu não queria...- ele falava com voz aflita.

Abri a geladeira e vi várias garrafas com bebidas alcoólicas, de cerveja a ponche. Peguei a garrafa mais próxima, provavelmente vodika, e abri com força e raiva. Ele me olhava sem reação. Um quente percorreu minha garganta quando tomei um pouco da bebida. Nunca havia ficado bêbad, e no máximo tomado um pouco do vinho de meu pai. Quando terminei o gole estava pronta para falar:

–Você não me deve explicações, não sou sua namorada, certo?- dei outro gole.

–Certo- ele disse firme e com irritação.

Sai da cozinha e fui em direção onde a música tocava mais alto. Deixei a garrafa de lado depois do quinto gole. Fui em direção a pista de dança e balancei meu corpo sensualmente. Sebastian observava de longe. Queria mais que olhasse, para saber que sou livre. Vários garotos me observavam e contando Raphael. Todos com a bocas abertas de espanto e desejo.

Um deles se aproximou mais de mim, nem sabia quem era. Minha cabeça latejava de dor, o que me dava mais motivos para agir daquela maneira. Deixei que se aproximasse. Caminha mais para o canto e ele me seguiu. Quando percebi estava contra parede e ele me beijava com força e intensidade e eu deixa. Não sei o que se passava na minha cabeça naquele momento.

Quando minha consciência voltou eu o empurrei com toda força que me havia restado.

–O que foi?- o garoto questionou surpreso.

–Aconteceu que estou enlouquecendo- deisse e me afastei dele.

Meus olhos deram uma rápida passada pelo quarto. Finalmente encontrou os de Sebastian que estavam arregalados. Caminhei bruscamente até seu encontro.

–Posso pegar as chaves? Quero ficar no carro- estendi uma das minhas mãos, esperando que me entregasse o que havia pedido.

Sem responder, ainda surpreso, tirou as chaves do bolço da calça e me entregou. Sai daquela lugar o mais rápido que pude. Abri o carro e me joguei no banco de passageiro. Senti lágrimas surgirem no meu rosto. Não sei muito bem o motivo de suas existências. Talvez o efeito do álcool em minhas veias. Mas apenas sabia que não conseguia conte-las.

Chorava em silêncio quando finalmente alguém bate no vidro do carro. Eu abro e me encontro com os olhos azuis e cabelos loiros. O garoto em que eu beijará pela primeira vez e ele estava mais lindo do que nunca.

–Olha me desculpa...

–Abre a porta.

Fiz o que ele me mandou. O primeiro em pulso que teve foi me abraçar. Um sensação gostosa me subiu e me senti segura naquele momento.

–Isa, por que você fez aquilo?

–Não sei muito bem- disse entre soluços- Estava com raiva.

–De mim?

–Não só de você, mas dos meus pais.

–Quer ir para casa?

–Ultimo lugar onde quero estar.

–Pelo menos vamos voltar para cidade- ele me ajudou a sentar novamente no banco.

–Vamos- limpei as lágrimas que molharam meu rosto- Será que podemos ir para sua casa? Sua mãe se importariá?

–Claro, mas ela não esta na cidade, nem meu pai. São só eu e meus primos- ele entrou no banco do motorista, quando eu terminava de por o sinto de segurança.

Fiquei com medo de ficar sozinha na casa de Sebastian, mas sabia perfeitamente que ele não faria nada comigo. Então a sensação logo saiu de meu corpo.

Voltamos em silencio. Eu acabei adormecendo no banco. Quando finalmente chegamos, eu ainda cochilava. Ele se levantou e foi ao outro lado do carro, abriu a porta e fez um carinho gentil no rosto. Mesmo com sono percebi o que ocorria, dei uma estremecida e lentamente abri os olhos. Me levantei com sua ajuda e caminhamos até a porta.

Estava muito bêbada para perceber qualquer detalhe da casa de Sebastian. Não andava em linha reta e logo ele percebeu. Minhas pernas ficaram bambas e, se não fosse por seu agil movimento, eu teria caído no chão. Ele me segurou pelas pernas e assim entramos na casa.

O lugar estava com as luzes ligadas e com algumas pessoas conversando. A cada passo que Sebastian dava comigo em seus braços, ouvia as vozes mais altas. Até uma, mesmo em meu estado, consegui ouvir claramente.

–Aquela gata da loja? O que aconteceu com ela?- era um som muito familiarizado.

–Algumas garrafas de vodika- respondeu Sebastian- E vocês, o que fazem aqui com todas essas bebidas?

–Curtindo a noite de sexta- disse outra voz, também conhecida.

–Esta bem. Eu vou leva-la para cima. Só arrumem tudo depois.

Sebastian caminhou com firmeza até o andar superior. Ele era forte o suficiente, mas pelo fato de não ser tão pesada também ajudava. Entrou num dos quartos, me depositou na cama e deu- me uma ultima olhada antes de sair do quarto. Foi então que o efeito da bebida me subiu por completo e desmaiei naquela mesma posição.


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