O abismo sem Fim escrita por Magnumcannon


Capítulo 10
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/509204/chapter/10

Encontramos um lugar bem curioso no nosso caminho para o extremo “norte” da cidade: Uma espécie de torre, com três andares e uma grande estátua, feita daquele metal estranho, de Malphas, em sua forma humanoide.

Nós a vasculhamos, mas não achamos muitas coisas interessantes, a não ser um pequeno livro contendo palavras estranhas. Elas não pareciam com nenhuma outra língua, e eram compostas do mesmo alfabeto que eu havia encontrado na estátua da mansão.

“Azanius Ignamium”- Li em voz alta um trecho do livro.

Será isso a linguagem deles? -Perguntou Mary.

Tenho quase toda certeza que sim. -Respondi.

Guardei o livro, pois eu o achei interessante e não pesava muita, portanto não faria diferença alguma em minha mochila. Depois disso saímos da torre, notando mais construções que aparentavam terem sido criadas para adorar Malphas. Começamos a entrar em um lugar onde havia apenas esse tipo de estrutura. Tenho uma má impressão sobre isso...

Eu não havia visto nenhum Caninus, Tribal ou qualquer outra criatura pelo caminho. Talvez seja aqui onde o visitante reside? Ou será que é aqui onde os Krazumen vivem? Existiam essas duas possibilidades, que ambas pareciam plausíveis para mim e para Mary. Eu também percebi que Serene estava bem agitada desde que entramos nesse lugar. Pensei em dar meia volta, mas sabia que nós precisaríamos conseguir informação de onde estávamos, e que talvez nós não a consigamos de outro sobrevivente...

Estávamos cansados, portanto decidimos voltar para onde não tinha tantas dessas estruturas, mas ainda perto delas. Entramos em um prédio, fomos para o quarto andar e achamos um bom lugar para dormir, onde passamos algumas horas recarregando nossas energias para enfrentar seja o que for.

Acordei faminto no meio da noite, e resolvi comer algo. Peguei um pacote de biscoitos, no qual havia encontrado no shopping. Estávamos cheios de comida. Comecei a pensar no que Umberg havia dito, até que me lembrei de algo totalmente contraditório.

Se nós somos os únicos humanos, o que aquele corpo humano estava fazendo no açougue? E por que aquela onda de desaparecimentos havia levado tantas pessoas? Talvez eles estivessem planejando fazer outras coisas com aquelas pessoas. Talvez elas tenham sido cobaias para criar outras aberrações...

E aparentemente o governo Russo não sabe de nada dessa invocação de Vazachor, ou pelo menos aparentava não saber. Talvez aquelas histórias fossem apenas mentiras, e o que eu estou enfrentando agora é algo totalmente sério e sem dúvidas, surreal, fugindo de todos os padrões lógicos que fomos ensinados com a nossa existência terrena. Nós não estamos sozinhos...

Uma onda de pensamentos e teorias que aparentavam fazer total sentido apareceu em minha mente. A realidade é algo irreal, e a irrealidade é apenas até onde o limite da mente humana vai. Tinha certeza que iria encontrar mais respostas pela frente, acalmei-me então. Continuei comendo, mas fui interrompido por Mary, que acabara de acordar, aparentemente pelo mesmo motivo que eu.

Pode me dar uma? –Disse ela, pedindo uma bolacha.

Claro! –Respondi.

Eu não notei muito no fato dela ter acordado, ainda estava perplexo com todas essas teorias que não fariam o menor sentido contadas fora desse abismo. Ela voltou a dormir depois de se satisfazer com a comida, e eu continuei pensando. Fiquei até o amanhecer assim, quando ela e Serene acordaram e seguimos em frente.

Fomos para aquele local onde havia as estranhas construções. Havia uma imensa, feita de tijolos negros. Ela tinha uns sete andares, sem contar o último, que era uma grande doma de vidro, na qual também havia uma estatúa de Malphas grande o suficiente para ser vista de baixo.

Resolvemos entrar, afinal, não temos o que perder, precisamos achar a saída desse lugar a qualquer custo.

Os corredores eram vastos e cheios de salas, cada uma contendo as suas mais variadas funções, como quartos, cozinhas, altares de adoração à Malphas, banheiros e até mesmo salas de tortura.

O ambiente era bem esquisito, com suas paredes pintadas de sangue e seu cheiro nauseante. Mary e Serene também não estavam gostando nada disso. Mary estava com sua Katana na mão, e na outra estava a PSTL-49KW. Eu estava alerta, com Lavanda em minha mão direita e a lanterna em minha mão esquerda.

Não tendo sucesso nenhum de achar algo no primeiro andar, acabamos indo para o segundo. Ele já era bem mais interessante que o primeiro, sendo uma zona totalmente aberta, com apenas uma sala. A escada estava em seu canto esquerdo superior, com duas estátuas de uma estranha criatura que com certeza não era Malphas. O resto da sala era sem janelas, apenas barris e latas (Que também eram feitos daquele metal negro) cheios de objetos estranhos. Eu resolvi pegar um daqueles objetos aleatoriamente por curiosidade. Agarrei uma espécie de cubo. Era feito do mesmo metal que praticamente todos os objetos criados pelos Krazuamen eram feitos. Ele era bem leve, de tamanho pequeno. Havia um botão circular nele, no qual tive a curiosidade de apertar. Ao realizar tal ato senti uma forte corrente magnética percorrendo meu corpo.

Você está bem, Zach?!– Perguntou Mary, quando viu o salto que eu havia dado pelo choque.

Sim... estou bem. Nada de importante aqui. Vamos continuar nossa exploração, por favor...

Ela pareceu preocupada com minha resposta e respondeu-me em um tom baixo:

Ok...

Eu estava me sentido estranho. Senti-me agitado e forte. Resolvi guardar o objeto em minha mochila, talvez eu ache um bom uso para ele. Fomos em direção à escada, mas não deixamos de notar as curiosas estátuas que lá estavam presentes. Ambas eram da mesma criatura: Uma criatura reptiliana assumindo o corpo de um feroz tiranossauro Rex. Seu corpo aparentava ser normal para um dinossauro, mas sua cabeça era o que realmente chamava a minha atenção: Não havia cabeça. A criatura não tinha olhos ou nariz, era apenas uma grande boca circular cheia de dentes pontudos que estava presente. Em baixo estava escrito naquele alfabeto: “Projeto 541, o grande aniquilador”.

Eu não sei qual seria o propósito dessas construções Krazuianas, desde que Umberg havia falado que eles moravam em cavernas. Sim...tudo faz sentido agora. Estou dentro de uma cidade Krazuiana! A escassez de luz solar, as estruturas, as aberrações, tudo fazia sentido!

Talvez o governo russo de fato não tivesse nada a ver com os desparecimentos. Talvez o perigo seja muito maior do que uma aniquilação global...

Esquecendo isso, subimos para o terceiro andar, que seguia o mesmo design do primeiro. Achei muito parecido... parecido até demais.

Resolvi não explorá-lo e seguir direto para o próximo andar, que era o quarto. Subimos lá e a surpresa: Era o mesmo design do segundo andar! Cada centímetro era exatamente igual!

Que tipo de pessoa ou coisa constrói um prédio de sete andares, fazendo apenas dois tipos de andar? –Perguntei para Mary, mas eu não ouvi sua resposta.

Virei-me e para minha surpresa Mary não estava lá, nem Serene. Fiquei espantado e tentei voltar para o andar anterior... mas não havia escada! Ela havia desaparecido! Desesperei-me. Isso deve ser obra dos Krazuamen, com toda a certeza. Talvez eles estejam fazendo a mesma coisa com as duas...

Eu não tive outra escolha a não ser prosseguir para o próximo andar. Ele seguia o mesmo design do primeiro e do terceiro, mas havia algo que diferenciava ele: Existiam certas partes onde minha lanterna não iluminava, assim como aquele canto da mansão. Era uma total escuridão nesses cantos, portanto evitei andar perto deles. Finalmente achei a escada e subi para o sexto andar, que presumi que seguiria o mesmo design do segundo e do quarto.

Eu estava certo. Ele tinha um grande buraco em seu centro dessa vez. Eu não me lembrava de ter visto nenhum buraco no teto enquanto estava no quarto andar, além disso, as escadas não eram muito longas, portanto era impossível fisicamente haver um buraco como aquele lá.

Segui cuidadosamente pelos cantos da sala, tendo muito cuidado para não cair no buraco. Finalmente consegui chegar à escada. Notei que as estátuas estavam diferentes. O dinossauro estava engolindo uma espécie de pássaro... acho que era uma coruja. Em sua descrição dizia:

“Aqui jaz sua preciosa Serene”.

Eu percebi que o lugar queria me assustar. Mesmo tomando um leve susto quando li o nome “Serene”, eu estava disposto em seguir em frente. Eu pretendia chegar ao fundo disso, mesmo que o próprio local se revele hostil contra mim. Fui para o próximo andar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O abismo sem Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.