O Sol se despedia do local se pondo no horizonte, dando um tom laranja-avermelhado ao ambiente repleto de árvores e galhos cheios de vida; Konohagure era realmente um ótimo lugar em relação a natureza.

A ninja médica se movia com habilidade por entre os galhos, utilizando um pouco mais de chakra que o normal para aumentar sua velocidade. Ela queria ser rápida. Queria vê-lo rapidamente.

Depois de um tempo (que mais lhe pareceu uma eternidade) ela chegou ao lugar de sempre. A campina deles. Escondida pelas grandes árvores ao redor, o local assimétrico ainda se mostrava um pouco iluminado pelo Sol poente. A grama convidativamente macia estava um pouco maior comparada com a última vez que havia ido por lá e algumas flores-do-mato se espalhavam de maneira irregular. Mas de que importava a beleza do local sendo que o mais importante de tudo não era a paisagem? Era muito mais bonito que tudo aquilo.

Ele se encontrava sentado em um canto, os longos cabelos dourados se mexendo conforme a vontade do vento. Estava sem seu típico traje naquele dia e um sorriso de canto marcava o seu rosto impecavelmente esculpido pelas mãos de Deus. Os olhos azuis traziam a iluminação que faltava ao local e os braços meio abertos chamavam Sakura para o aconchego deles.

A rosada correu até o parceiro o mais rápido que conseguiu e se arremessou nos braços definidos e fortes de Deidara. Sentira tanta falta dele! Do cheiro dele, da voz, do corpo, dos olhos, dos carinhos… De absolutamente tudo. Quem ligava que os dois eram inimigos aos olhos do bem e do mal? A atração era mútua e o sentimento se manifestou mais fortemente do que ambos permitiam; por que tentar contradize-lo?

Não importava como haviam descoberto o ímã entre os dois. Estavam apaixonados e nada poderia impedir ambos de se amarem. Nem mesmo a maior das guerras, o maior abismo entre o bem e o mal e as pessoas de poder maior que o de ambos que iriam ser contra. Se mantivessem segredo, tudo acabaria bem uma hora ou outra.

Era sempre assim; de duas em duas semanas Deidara e Sakura conseguiam arrumar uma brecha para fugir para o refúgio que possuíam. Lá eles se amavam, sentiam os prazeres carnais e psicológicos, expunham seus medos e inseguranças que ninguém além dos dois jamais imaginariam que tivessem. Eram absolutamente tudo um para o outro. O ar que respiravam, a força que os mantinham de pé, o apoio mental que estabilizavam suas sanidades, o motivo para continuarem seguindo a cada dia.

E ao clarear do dia, sempre tinham que se despedir. Nenhum dos dois gostava de demonstrar, mas sabiam muito bem o que ocorria pelo simples olhar: o medo de não haver um reencontro, a insegurança de alguém descobrir, o pânico de os caminhos que tomaram para si mesmos os afastarem cada vez mais. Se abraçavam com uma força ainda maior do que a de quando se encontravam e tinham aquela sensação espiritual maravilhosa e terrível ao mesmo tempo.

Sakura nunca sonhou com Deidara com um protetor de testa de Konoha enquanto andava pelas ruas ao seu lado. Ele jamais desejou que sua amada fosse obrigada a vestir todos os dias o manto preto de nuvens vermelhas. Ambos amavam o que faziam, mas nunca quiseram a vida que tinham um para o outro. Eram felizes daquela forma, mesmo que jamais tomassem rumos semelhantes.

Tinham milhares de medos e temores, mas todos se desfaziam naquela campina. A campina onde Sakura se tornava somente de Deidara, onde gemidos e palavras ecoavam por todo o local mas não podiam ser ouvidos por ninguém, onde pessoas que deveriam se odiar ao máximo possível juntavam seus sentimentos e transformavam eles em um só.

A campina onde pretendiam retornar a cada duas semanas pelo resto de suas vidas.