Poetisa obscura escrita por LuaSol


Capítulo 4
Gota d'agua


Notas iniciais do capítulo

Essa também não é minha, mas achei extraordinária e resolvi posta aqui



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Nesta tarde observei uma gota d’água
Ela estava agarrada ao cano
Insistia em permanecer alí,
pendurada sem forças para cair
e juntar-se às demais que formam uma poça

Será que ela quer mas não consegue?
Lhe falta alguma energia?
Ou será que ela se agarra com todas as forças,
para que não caia,
e se perca na multidão de seus pares
Perderia sua identidade
Deixaria de ser única
Teria por final escoar em direção ao desconhecido...

Ela se sente só?
Ou se sente livre?
É bem provável que as outras que formam a poça,
estejam chamando por ela
Será que estão reprovando sua conduta,
dizendo que ela tem uma atitude egoísta?
Ou estariam com inveja de sua liberdade?
Pode ser também que nem estão chamando por ela
Foi uma renegada
Uma excluída

Talvez ela aguarda pelo vento,
para que a leve à outro lugar
Talvez ela tema o vento,
que vem para retirá-la de onde quer ficar
Uma coisa é certa...no momento ela é única!
Ou será que são muitas?
Várias gotinhas agarrando-se umas às outras,
num movimento de rebeldia

O tempo passou
A poça abaixo secou
Estaria ela arrependida por não ter juntado-se as demais?
Ou ela sente-se enfim vitoriosa?
Percebe que está esvaindo-se no ar,
Está menor, mais leve
Há algo maior do que ela,
que não a permite que fique alí
Seria uma condenação pela sua atitude?
Ou seria uma recompensa por sua bravura?

Observei então que seu destino era subir
Esvair-se no incerto
O destino da gota d'água,
era transcender,
e ser extraordinária...


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