Jogos da Virtualidade escrita por GMarques


Capítulo 11
Os monitores.




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D'outro lado da porta está o corredor, e agora, do lado em que estamos outro corredor. É meio incompreensível a lógica deste lugar. Joana e eu ponhamo-nos a caminhar, sem um destino, como uma fuga, mas não é uma. Sabemos que este lugar não tem saída, e mesmo que conseguíssemos achar alguma, para onde ir-nos-íamos?

–Joana? Para onde viemos parar? -Eu pergunto, depois de um tempo andando.

–Eu não sei, mas vamos achar o tal do tradutor. -Joana parece não se preocupar com a situação.

–Então é melhor apressarmos os passos. Não acha? -Dou a sugestão.

–Acho. -Ela diz, colocando-se ligeiramente a minha frente.

–Só não me deixe para trás. -Brinco.

Depois de um breve silêncio e de uma grande caminhada ao longo do corredor que parecia não ter fim, avisto uma porta a nossa esquerda.

–Uma porta! Finalmente. -Falo com felicidade.

–Vamos entrar nessa mesmo, já que parece que até a próxima porta demorará horas. -Ela fala muito estressada, talvez da caminhada.

–Então está bem. Vamos tentar abri-la. -Falo me direcionando ao monitor ao lado da porta.

–Tente digitar três, nove... -Ela é interrompida com o abrir quase que milagroso da porta. -Mas, como!? -Ela se pergunta. -O que você fez para abrir? -Ela diz indignada.

–Eu não fiz nada, simplesmente... Abriu. -Digo. -Você acha que devemos entrar?

–Temos outra opção? -Ela diz se enfiando adentro da porta. -Vamos. -Ela me chama.

–Só acho que isso está muito suspeito. -Digo, pondo-me a entrar.

O lado de dentro é uma sala não tão grande, mas também não tão pequena. Ela está cheia de monitores, que não me dão boas memórias, acoplados na parede de... Eu não sei exatamente se isso é ferro. Esta sala faz eu me lembrar da sala de computação lá da escola, não que seja idêntica, mas os computadores me auxiliam à memória.

–ótimo! Só um monte de lixo! -Joana fala num tom alto e muito revoltada.

–Não! Não é lixo... Esses monitores devem ter alguma função. -Tento ajudar.

–Sem botões? São só telas numa parede Marcael. Somente telas. -Ela fala sem esperanças. -O que vamos fazer? Assistir a programação?! -Ela zomba.

–Talvez... Você me deu uma ideia. -Eu penso comigo mesmo, se uma tela qualquer, um monitor, foi feito para transmitir imagens, então por que várias monitores estariam fixados a uma parede sem algum propósito. Se alguém os colocou aí, eles tem uma função. E vamos descobrir o que é. -Deve ter uma função. Não é à toa que isso está aí... -Justifico.

–Então. Pra que esses monitores Marcael? -Joana pergunta.

–É o que vamos descobrir. -Falo. -Vamos procurar por um botão, ou algo assim.

–Então 'tá certo. -Ela diz e sai a procura de algo pela sala.

Eu faço o mesmo. Começo a procurar entre as frestas dos monitores e a parede, eles não pegam a parede do chão ao teto, mas sim o centro delas, fazendo um segmento de uma faixa na sala. Após vasculhar cada fresta que há nessa sala, percebo que nelas não haverá absolutamente nenhum botão ou qualquer coisa que nos ajude, então começo a procurar uma parede falsa donde haja algo que seja útil. Quando já estou perdendo qualquer esperança de encontrar um botão, ouço Joana me chamar;

–Ei, Marcaé. -Ela fala moderadamente baixo

–Marcaé? É Marcael, com todas as letras. -Digo. Meu nome já não é muito comum, e ainda inventam coisa...

–É mais fácil falar assim. -Ela explica. -Venha logo. -Ela está agachada num canto da sala.

–O que é? E por que você está agachada?

–Veja você mesmo. -Ela me chama com uma cara de convencida.

Eu me aproximo e ela bate ligeiramente numa parte da parede que soa de modo oco. É uma parede falsa!

–É falso! Tenta abrir! -Digo.

–Já tentei. -Ela conta a façanha. -Mas, não consegui, precisamos quebrar. Talvez haja algo importante lá dentro...

–Que seja. Como quebraremos? -Pergunto. -É que, tipo... Não temos nada. Nenhuma ferramenta...

–Temos a mão. -Ela fala indiretamente olhando para mim.

–Você quer que eu arrebente minha mão nisso? Pergunto.

–Você que é o homem daqui. -Ela fala. -E além do mais, Marcaé... Pode ser nossa única saída.

–Não deveríamos ter saído daquela sala...

–Ah! Para de frescura. Você não vai perder sua mão.

–E se eu perder? -Chantageio.

–Vamos logo! -Ela perde a paciência.

–Está bem. -Concordo com a solução de ela.

Me ponho a frente da parede falsa, preparo os punhos, respiro o mais profundamente que consigo e por final esmurro a parede com toda a força que tenho. Se doeu? Doeu. Doeu muito. E o máximo que a parede reagiu ao impacto, foi um pequeno aprofundamento.

–Vamos logo Marcaé. Não foi tão doloroso assim. Falta pouco.

–Minha vontade é de jogar você dum abismo. -Falo, calando-a.

Preparo minha mão para mais uma profunda pancada, respiro mais fundo ainda do que da última vez e...! A parede ganha um buraco não tão grande, mas de um tamanho suficiente bom para que o resto possa ser arrancado.

–Pelo menos descobrimos uma coisa. -Ela fala.

–O que? Pergunto.

–Essa parte não é feita de ferro, se fosse, você estaria sem suas mãos. -Ela fala enquanto aumenta o tamanho do buraco feito por mim na parede.

Tudo que o buraco esconde em seu interior é um botão, de cor azul. Nada de mais.

–Você aperta. -Falo.

–Está bem. -Ela enfia sua mão no buraco e aperta o botão que se encontrava ali. No mesmo momento, os monitores se acenderam, revelando o seu conteúdo... O mapa e a visão privilegiada de todas as salas de Virtualidade X


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Notas finais do capítulo

Perdão por eu ficar mais de um mês sem postar um novo capítulo, mas eu estava completamente desmotivado para isso.