Jogos da Virtualidade escrita por GMarques
Notas iniciais do capítulo
Espero que estejam gostando...
Eu ajudo Joana a subir numa cadeira de ferro, quem sabe aço inox, e logo depois eu subo numa ao lado para assim conseguirmos chamar a atenção deles...
–Acho que pode tentar agora. -Digo para Joana, nenhum integrante do grupo notou eu subindo.
–Sabe... -Ela fala com desanimo. -Não vai adiantar muito conseguir falar só com um ou dois, se teremos o resto do grupo. Sabe o que eu acho? -Ela fala e me lança uma pergunta.
–Não. O que você acha? -Pergunto.
–Acho que não vai adiantar muito. Precisamos falar com todos! Sabe falar a língua universal?
Em geral, todos devem saber a língua universal, como seu próprio nome obviamente diz, ela é usada em todo os países. Foi estabelecida quando os jogos começaram, para que os selecionados soubessem se comunicar dentro da arena. A ideia de uma língua universal foi falha, até porque nem todos conseguem aprendê-la, e começaram a utilizá-la mas como um meio econômico no mundo. Algumas crianças mortas nunca foram tão importantes assim para o governo, a menos que nenhum filho de algum líder entre nele. Ensinam-na na escola, mas, minha mãe me botou para aprendê-la desde que meu irmão morreu nos jogos, por medo de eu ser selecionado creio, ela estava certa.
–Eu posso tentar, nunca prestei tanta atenção nas aulas. -Digo sem ânimo. -Mas, talvez nem todos falem a língua...
–Pode tentar ao menos? -Ela fala.
–Está bem... -Digo
–Então vai! Fale algo. -Ela me impulsiona.
–Alghei d'vous pharleeis le lêngge uiniversalle? -Pergunto em tom alto e claro. Sem a resposta de ninguém, não sei se eu que fui ignorado ou eles quem não falam. -Viu? Não adianta.
–Precisamos de um tradutor. As suas programações pré-jogo lhe contaram sobre os três itens? -Ela me pergunta.
–Sim, me contaram. -Eu falo. -Mas, onde vamos conseguir achar um? -Pergunto.
–Aqui não tem nenhum pelo visto. -Ela fala sendo sarcástica.
–Eu percebi isso. -Respondo-lhe.
–Parece que vamos ter que dar um jeito de sair daqui. -Ela fala. -Mas... Como?
–Nem eu sei. As Shisus sempre dão um comando na porta. -Falo.
–As o quê?! -Ela pergunta com uma cara de profunda dúvida.
–...Shisus, as minhas conselheiras... -Explico de modo que ela entenda. -Naquela telinha do lado dela. -Digo apontando para um pequeno monitor acoplado na parede ao lado da porta.
–Mas, você lembra a combinação? -Ela pergunta.
–Não muito, mas posso tentar quebrar o sistema. -Falo. -E mais, como vamos passar sem que esse povo nos note?
–Bem, se eles não perceberam quando você entrou na sala, subimos na cadeira, você tentou chamar a atenção deles... -Ela fala e dá uma pequena pausa para respirar, e assim continua... -Não notaram nós saindo...
–Tem certeza? Essa povo pode estar alegre, ou não, conversando, mas não sabemos do que estão falando. Quando nos verem tentando quebrar o sistema vão ficar loucos para sair, quem sabe. -Eu falo.
–Então, é só não deixar que eles consigam. -Ela fala com um olhar encantador.
–Então vamos lá.
A julgar que tivemos uma longa conversa em cima de cadeiras, a altura, mesmo que pouca, me faz lembrar dos sonhos que tive da menina e o abismo. Então, ajudo Joana a descer e logo depois desço também. Vamos a porta e lá olhamos ficamos parados olhando para o pequeno monitor. Até que Joana finalmente quebra o silêncio e diz:
–E agora?
–E agora o quê?! -Eu falo sem tirar o olho do monitor, monitores me deixam louco, me lembram como vim parar aqui.
–Tenta o código ou quebra logo esse sistema! -Ela fala sem paciência.
–Acalme-se! Vou tentar me lembrar do código que As Shisus usam. -Digo enquanto penso no código. O monitor pede quatro dígitos numéricos. Tento me lembrar o movimento em que uma d'As Shisus fazem para desbloquear a porta. -4523 -Digo enquanto digito.
A tela do pequeno monitor fica vermelha e diz algo numa língua que desconheço. Acho que não é essa a combinação...
–Não é essa a combinação. -Joana diz como se eu não tivesse percebido. -Deixa eu tentar.
–Está bem. -Olho bem para ela. -Tente. -Sou sarcástico.
Dou espaço a ela e ela se posiciona na frente do monitor, estou de braços cruzados, ela me acha conseguir fazê-lo, então, só observarei ironicamente.
Ela começa a digitar e quando termina um som de bip acontece, então eu falo:
–Não é essa a com... -Paro de falar ao ver a luz verde no monitor. E fico admirado.
–O que você ia dizer? -Ela fala com uma cara de 'tome'.
–M-mas, como!? -Estou sem palavras.
–Eu digitei o número que está inscrito debaixo do monitor. -Ela diz e depois fala com sarcasmo... -Deve ser mais observador, Marcael.
Admito que não tinha visto número algum ali, mas algo me cheira mal, isso está fácil de mais. Por que alguém deixaria a senha debaixo do monitor?!
–Abre logo essa porta antes que percebam. -Falo para Joana.
–Já estou abrindo. -Ela aperta a tela do monitor e a porta se abre rapidamente. -Vamos! Rápido! -Ela diz.
Eu e ela passa para o lado do corredor cromado, como sempre vazio, os outros integrantes percebem nossa fuga com atraso, e antes que possam tentar fugir, Joana dá os comandos para fechar a porta pelo pequeno monitor do lado do corredor.
–E agora? -Ela fala.
–Vamos procurar este tradutor. -Eu falo enquanto vamos andando pelo corredor.
Enquanto estamos indo para qualquer lugar que nos ajude, começamos a ouvir paços.
–Meu deus! De onde estão vindo estes passos!? -Joana se desespera.
–Não sei! Este corredor confunde os sons! -Estou em desespero, olho para o lado e vejo uma porta qualquer. -Abre essa porta!
–Está bom! -Ela começa a dar os comandos. Mas a senha não é a mesma, e nem tem outra inscrição como a outra porta. -Não abre!
–Me de licença. -Digo empurrando-a para o lado de modo não muito grotesco. Eu começo a forçar para fora o monitor, para tentar arrancá-lo. -Me ajude! -Joana começa a me ajudar a forçar o monitor.
–Vamos Marcael, está quase! -Ela fala desesperada.
Os passos estão ficando mais altos.
–Pare. -Eu falo para ela, e ela para. -No três, você me ajuda com toda a força que tiver.
–Está bem.
Posicionamos nossas mãos no monitor. E então eu começo a falar:
–Um. -Que isso dê certo. -Dois. -Se não der morremos. -Três! Puxe Joana! Puxe! -Começamos a puxar com toda a força que temos e então, nós dois caímos chão.
No chão, eu olho para ela e ela olha para mim. Então eu mostro o monitor arrancado em minhas mãos e ambos começamos a rir profundamente.
–Marcael. -Ela está rindo.
–O que? -Eu também estou rindo muito.
–Os passos! -Ela para de rir imediatamente.
Nós nos levantamos e basta um toque na porta para ela se abrir. Joana dá os comandos do lado de dentro e a fecha.
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