Lá estava ela, andando pelos corredores do castelo em mais um dia normal e pacífico na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Seu nome? Megan. Era uma garota baixinha de 18 anos, magra e extremamente pálida, com cabelos castanhos na altura dos ombros e olhos cor de chocolate.
Pertencia a Grifinória, embora muitos achassem que era inteligente demais para não ser da Corvinal. Bom, o chapéu seletor lhe disse: Tem uma inteligência admirável, mas a coragem e a bravura dentro de você ultrapassa qualquer outra qualidade. Sua morada é a Grifinória!
Ela riu ao se lembrar disso, parecia a tanto tempo atrás. Estava em seu último ano. Ano passado, Voldemort tomou o poder e quase destruiu o mundo bruxo. Se não fosse pelo Trio de Ouro (Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger, seus melhores amigos), nada seria pacífico hoje.
Apesar da batalha ter sido benéfica para o lado do bem, ela perdeu muitos amigos, e principalmente: Seu grande amor.
Andrew foi morto por Bellatrix Lestrange enquanto tentava defênde-la da mesma. Não era para ela estar lá, mas queria participar da guerra. Fugiu e seu namorado foi atrás, resultando na tragédia. Isso a corroía por dentro. E se ele não tivesse se sacrificado por sua vida? E se ela não tivesse fugido do esconderijo?
Provavelmente estariam felizes. Que saudade sentia dele! Mas precisava seguir em frente, por mais difícil que fosse, sabia que ele queria que ela fosse feliz. Por mais que tentasse sair com outros garotos, ninguém parecia entender sua dor. Cada dia era um dia de luta.
Esses pensamentos rondavam a sua cabeça quando escutou uma voz masculina chamando o seu nome.
– Megan !- se virou e deu de cara com Harry, abraçado a Gina.
– Oi Harry, Gina.- cumprimentou.
– A Minerva me pediu pra te avisar que quer falar com você na sala dela imediatamente.
A menina gelou. O que poderia ter feito? Tudo bem, apesar de inteligente ela adorava fazer coisas perigosas, adorava a adrenalina correndo em suas veias. Vira e mexe fazia algo como pular de torres e até mesmo manobras radicais com a vassoura durante o jogo de Quadribol. Era artilheira juntamente com Gina e Katie Bell.
– Ok, eu tô indo pra lá então. Sabe o que pode ser? - perguntou.
– Não faço a menor ideia.- Gina respondeu.- Você não voou por entre o Salgueiro lutador de novo, não foi?
Megan riu.
– Não, não essa semana. Mas seja lá o que for é melhor enfrentar de uma vez. Vou indo gente.- ela disse.
– Tchau Meg.- Harry a chamou pelo apelido.
Eles acenaram a cabeça e saíram abraçados. Harry e Gina eram perfeitos um pro outro, assim como Rony e Hermione. Casais lindos e felizes. Isso causou uma pontada de dor em Megan. Queria que seu namorado estivesse ali, para abraçá-la também. Suspirou e foi em direção ao escritório de Minerva. O que seria dessa vez?
...
– Sente-se.- Minerva ordenou.
Megan fez o que a senhora pediu e esperou. Sabia que logo logo ia começar a bronca. Geralmente ia pra lá só pra isso, para ouvir que seus atos não eram compatíveis com sua inteligência. Nem sempre ela queria ser certinha, gostava de aventuras. Por mais que fosse esperta, não ia deixar de ser imprudente, nem que fosse só um pouquinho. O segredo era saber se arriscar com inteligência.
– Megan, eu tenho algo muito importante para te falar. Você é uma Semideusa.
– O quê?- a garota exclamou.- Como assim? Eu sou filha de um Deus com um mortal? Como Hércules ou Perceu, aqueles caras dos contos trouxas?
– Exatamente. Deuses são reais e eu sempre soube disso, foi a primeira vez em nossa escola que temos uma semideusa. Eu comecei a reparar quando você se metia em encrencas com monstros. Desde então eu fiz uma magia que os impedia de te perseguir. Quando percebi que estava certa, contatei o Senhor D, diretor do Acampamento Meio-Sangue, e...
– Espera. Senhor D? Acampamento Meio-Sangue? O que é isso?
– O Deus do Vinho toma conta do Acampamento onde os filhos dos deuses ficam. Onde eles aprendem a se defender e a lutar. Não tinha necessidade de te mandar pra lá pois aqui em Hogwarts você aprenderia magia.
– Pera, eles deixam um bêbado tomar conta de um bando de adolescentes?
Um barulho de trovão em plena primavera ocorreu.
– Cuidado Megan. Os Deuses escutam tudo.
– Isso...Isso é informação demais.- disse, confusa.
Minerva esperou. Megan estava atordoada. Era filha de uma Deusa com o seu pai. Por isso que ele nunca contou histórias da sua mãe, apenas dizia que era a mulher mais bonita e inteligente que já conhecera. Que Deusa seria? Ela não sabia nada sobre eles.
– Você sabe quem é minha mãe?
– Não, Megan. Eu não sei. Eu apenas desconfio.
Os olhos da menina brilharam.
– Quem? Quem é a minha mãe?
Minerva a fitou, e decidiu que precisava lhe dizer algo mais importante que isso. Ela descobriria sozinha.
– Isso é melhor deixar você descobrir. Tenho algo mais importante para falar.
Megan franziu a testa.
– O quê?
– Os Titãs, que fazem parte do mundo dos Semideuses, se juntaram com os Comensais da Morte e pretendem dominar tudo.
– Pelas barbas de Merlin!- exclamou.
– Exatamente.
– Mas o que eu posso fazer para ajudar?
– Como você é uma bruxa semideusa, seus poderes são muito elevados. No Acampamento Meio-Sangue, existe uma garota que é igual a você. Ela foi para a mesma missão que irei mandá-la agora.
– Missão?
– Sim. Existe uma cidade chamada Nova Chicago, uma experiência que o governo criou após várias guerras naquela região. É dividida por 5 facções: Abnegação que rejeita o egoísmo, Franqueza que rejeita a mentira, Erudição que rejeita a burrice, Amizade que rejeita a brutalidade, e Audácia que rejeita a covardia.
– Deixa eu adivinhar: Você precisa que eu vá para essa tal cidade ver se consigo aliados para a nossa causa?
Minerva deu um meio sorriso.
– Fico feliz que você entenda rapidamente as coisas.
A garota sorriu de volta. Estava um pouco apreensiva com uma missão de tanta responsabilidade mas sabia que daria conta. A adrenalina começou a correr em suas veias lentamente.
– Você deve partir hoje.- disse a diretora.- Quanto mais rápido melhor. Temos muito pouco tempo até que o exército dos Titãs e dos Comensais venham nos atacar. Provavelmente aqui será o primeiro lugar, devido ao fato de que foi aqui que Harry derrotou Você-sabe-quem.
De repente, algo lhe ocorreu.
– Professora. Por que eu? Por que não o Harry que foi escolhido para isso? Quer dizer, ele o derrotou. Sempre foi o mais corajoso, o verdadeiro herói. Por que justo eu?
Minerva a olhou fixamente.
– Você é uma Bruxa semideusa. É muito raro de se achar. Harry é conhecido em todo mundo, não seria prudente mandá-lo para uma missão dessas. Além disso, Ele concorda que está na hora de mais alguém além dele e de seus amigos salvarem o mundo. Está na hora da nova geração. Não se preocupe, ele vai me ajudar aqui no castelo com a Armada de Dumbledore. Você é perfeita para a missão.
Megan sentiu o peso que Harry deve ter sentido durante tantos anos. Toda a responsabilidade do mundo em suas costas. Tentaria fazer o melhor possível.
– Ok. Recapitulando: ir para Nova Chicago, me infiltrar em uma das facções, encontrar a menina semideusa bruxa para me ajudar e também lhe ensinar mágica, conseguir aliados, retornar a Hogwarts e salvar o mundo?
– Isso. Você entendeu bem.
– Tem alguma chave de portal?- perguntou.
– Não. Você irá por pó de Flu que é o método mais rápido. Em Nova Chicago o sistema de aparatação é proibido. Eu já avisei para a Cidade que você está indo pra lá se aprimorar e estudar, apenas com o intuito de pesquisa. Lá dentro que vcs iram convencer as pessoas a lutar por nós.
– Tudo bem.- Megan concordou.- Posso arrumar minhas coisas?
Minerva conjurou a mochila da menina em dois segundos.
– Tomei a liberdade de mandar fazerem isso antes da nossa conversa. Aqui tem tudo o que você precisa. Tome sua varinha.
Era uma bela varinha. Vinte e nove centímetros, feita de carvalho com pena de hipogrifo. Sua aparência clara e o cabo discreto dava um toque delicado e feroz. Muito resistente e se encaixava perfeitamente na mão de sua dona.
– Infelizmente não posso usar magia fora de Hogwarts.- ela lembrou.
– O ministério lhe concedeu esse direito, tudo em função da missão. Só tome cuidado para não usá-la em momentos inapropriados e com pessoas erradas. E agora, troque seu uniforme de Hogwarts por suas roupas normais. Vc precisará se disfarçar.
Megan foi para o banheiro da sala da diretora e trocou a roupa. Aproveitando que não estava frio, colocou uma leggin preta, uma blusa regata vermelha com detalhes dourados (sempre remetendo a sua casa) e suas velhas e pequenas botas marrons. Estava pronta para a aventura que se seguiria.
Quando saiu, deu de cara com quem menos queria naquele momento: Draco Malfoy.
– O que ele está fazendo aqui?- perguntou já com raiva.
– Ninguém te contou não, baixinha? Eu vou te acompanhar nessa missão.
– Não me chame assim! Só os meus amigos podem. Espera, você disse... É O QUÊ?- gritou indignada.
– Acalme-se Megan!- Minerva exclamou.- Você precisa de um acompanhante e ele tem que mostrar ao Ministério da Magia que realmente mudou de lado. É a oportunidade perfeita.
– Mas...-ela tentou porém a mais velha foi firme.
– Sem mas, Megan. Vocês precisaram cooperar entre si se quiserem ter êxito.
Os dois concordaram e logo depois o loiro estendeu a mão.
– Olha, eu sei de tudo que aconteceu no passado, da rivalidade das casas, de tudo isso. Mas eu preciso ir com você nesse raio de missão. Que tal uma trégua?
A garota o olhou desconfiada mas apertou sua mão, pouco a vontade.
– Ok. Mas eu ainda não confio em você!- deixou claro.
Minerva pigarreou e disse:
– Está na hora. Lembrem-se do plano. Boa sorte!
Os dois pegaram suas coisas e a lareira acendeu.
– Nova Chicago!- disseram, jogando o pó de Flu.
E desapareceram nas chamas verdes.