P.O.V Breu das Trevas

Não fiquei muito tempo naquele castelo. Só assustei aquele casalzinho e saí, pois era muita perda de tempo. Tenho coisas melhores para fazer, como acabar com o final feliz de todos, e restar apenas o meu!

Estou em meu glorioso covil sentado em uma cadeita de madeira junto com Gothel, esperando aquela lesma de nome Hans aparecer. Nem consigo acreditar que a aspirante a rainha incluiu aquele lesado no nosso plano. Se ela planeja algo com ele, espero que também tenha planejado o Plano B.

–Então...- Decidi começar uma conversa com Gothel. -...Como foi lá? Em Arendelle?

–Está bem escuro lá!- Respondeu sorrindo maliciosamente. Adoro esse sorriso... Digo, NÃO!

–Oh! Gothel...- Fui até minha mesa e peguei duas taças vazias e uma garrafa de vinho. -...Lembro que não era assim...- Entreguei uma taça e a enchi com vinho. -...Você era diferente!- Enchi minha taça e coloquei a garrafa ao lado da minha cadeira, e sentei.

–Você sabe que eu tenho meus motivos para estar aqui, assim como você, meu caro Breu...- Tomou um gole de seu vinho. -...Você está aqui para vingar sua derrota, e eu quero apenas minha Flor de volta.

–A sua Flor de volta?...- Ri, e tomei um gole com meu vinho. -...Depois de tudo o que você fez com Rapunzel, ou melhor, com a mãe dela, você acha que terá sua Flor de volta?

–Acho incrível como ainda pensa nisso.

–E eu acho incrível como você odeia aquela mulher, assim como a irmã dela!

Ela riu de mim. Deve estar achando muita graça de mim.

–É muito engraçado como você adora me lembrar de coisas irritantes. E também de me trazer vinho, sendo que eu posso fazer isto!- Ela fez a taça desaparecer de sua mão, formando uma pequena nuvem roxa, e reaparecer na mesa onde estava.

Eu ri.

–Estou vendo que possui sua magia.

–Eu aprendi com um bom professor.

–E quem seria esse professor? -Arqueei uma sobrancelha.

–Você sabe quem!- Ela também arqueou uma sobrancelha, me desafiando.

Eu ri disso.

–Rumpelstiltskin, o Senhor das Trevas!

–Tinha que ser alguém mais poderoso que você, meu caro Breu!- Ela não muda nunca!

–Há duvidas nisso! Caso você não saiba, eu sou imortal!- Disse num tom orgulhoso, para que ela se lembre quem é mais poderoso.

–Ele também é!

–Mas eu vim do futuro, e eu sei o que acontecerá!

–E ele prevê o futuro, então também sabe!

–Mas o futuro que ele prevê é incerto, e pode mudar!

–E você estando aqui também é incerto para você!

Agh! Não adianta discutir com ela. Sempre ganha! Me sobrou fazer outra coisa...

–E você ainda está pensando em destruir a rainha de Corona, Amélia?

–Saiba que esse nunca foi o motivo inicial de ter sequestrado Rapunzel. Foi pelos cabelos mágicos.

–Que se me lembre bem, foi por um motivo de ter uma segunda chance de...

–Olha, não comente!- Me cortou, mas claro que não deixarei assim.

–Mas o que você fez com Amélia e com a podre Idun*? Aquela pequena que não parava de chorar naquele dia?

Gothel estava com um olhar distante.

–Eu fiz um péssimo acordo com ele.

–Você devia ter me escutado quando...

–Ah! Agora esquece...- Se levantou da cadeira, balançando sua nuca cheia de cachos para esquecer de tudo. -...Não vamos lembrar meu passado, e sim focar no nosso futuro.

Me levantei, me aproximei dela e coloquei minha mão no ombro dela. Eu devo estar muito acolhedor hoje, pois não me lembro de ser assim (Autora: E nem eu!).

–Relaxe, minha cara Gothel! Você terá sua Flor de volta. Eu prometo!

Gothel riu novamente de mim.

–Confiar em você? É o mesmo que acreditar que magia só traz coisas boas. Como sabe...

–"Toda magia tem um preço"...- Continuei com a fala dela. -...E você mereceu pagar daquela forma.

Gothel mostrou séria raiva. Eu tenho que parar de irritar, mas é difícil. É muito divertido a cara de irritada dela!

–Ele me enganou! Disse que melhoraria tudo, mas criou um grande buraco em meu coração.

–Mas em vez de desistir da magia, você continuou com ela.

–E não pude me conter! E você sabe muito bem: Magia é poder! E um poder difícil de abandonar.

–Mas...

–Olha, para!...- Me cortou de vez, e desta vez, fiquei quieto. -...Eu sei o que está tentando fazer, Breu! Está tentando me atingir usando meu medo, só para que fique mais forte.

Sorri. Até que enfim percebeu!

–Eu vivo do medo das pessoas!

–Mas não do meu medo...- Ela estava seriamente brava. -...Sabe que se fizer isto, terá respostas. Ou não se lembra que a sua namoradinha fez de tudo para...

–Ok! Já chega!- Pus a mão na boca dela, e ela me olhava maliciosamente.

Retirei minha mão na boca dela, que continha um sorriso.

–Da próxima vez, pense antes de querer usar meu medo contra mim. Também posso usar seu medo contra você!

Bufei, e enfim o príncipe almofadinha, de nome Hans, apareceu. Podemos continuar com o nosso plano!

...

P.O.V Merida

Enfim voltamos para a oficina do Papai Noel, ou Norte. Todos os outros que não entraram, encararam o lugar com um olhar de encanto. Soluço e eu rimos da forma que eles encararam.

–Sejam Bem-Vindos, guardiões!- Norte disse, apresentando o lugar para nós, mesmo que eu já tenha visto.

–Norte, por que essa insistência de nos chamar de guardiões?...- A menina baixinha, de olhos de fogo, perguntou. -...Não parece que ninguém está morto!

–Como disse, guardiões da Lua são especiais, ainda vivos!

–E o que são guardiões da Lua?

–Primeiro as apresentações, depois eu explico!

Ele e aquele mesmo grupo de guardiões de qualquer coisa se puseram a frente de nós.

–Olá, meus queridos irmãos...- Começou o "pastor". -...O meu nome é Jack Frost, Guardião da Neve e da Diversão...- Fez uma reverência. Só falta se exibir como fez antes! Porém, deu uma certa olhada na Rainha do Drama e do Gelo, ao meu lado, e ela estava vermelha. -...Ao meu lado esquerdo...

–AH! JÁ CHEGA!!...- Gritei, e todos olharam para mim. Eu não queria aquele teatrinho do Frost, então irei fazer do jeito mais fácil. -...Aquela é a Fada do Dente...- Apontei para a Fada. -...Aquele é o Coelho da Páscoa... - Apontei para o canguru mutante. -...Aquele é o Sandman...- Apontei para o amarelinho. -...E aquele é o Papai Noel...- Apontei para o Norte. -...Pronto, Jack! Não precisa se fazer de idiota na frente de todos!!

Todos estavam de olhos arregalados para mim. Está bem, eu exagerei! Mas quando mais tempo fico aqui, menos eu fico com a minha família, e não sei onde eles estão.

–Papai Noel?...- Elsa enfim disse algo. -...Marina, você disse que ele se chama Norte!

–O nome dele é Norte! São Nicolau do Norte, mas todos conhecem como Papai Noel!

Elsa pareceu compreensiva depois. Às vezes ela parece com a minha mãe, sempre querendo respostas para perguntas tão simples. Talvez toda rainha seja assim. Mas espero que não fique como elas.

Voltei a olhar para aquele grupo de guardiões, e vi que Jack não estava feliz.

–Por que fez isso, ruiva!?...- Ele quer que eu responda? Esperava que soubesse. -...Eu acho que todos entenderiam minha explicação. Não é, rainha Elsa?- Sorriu para ela.

Ela encarou vermelha, mas não se deixou abalar.

–Eu acho que a explicação dela foi bem simples e específica. Já o seu, não entendi até agora o que você é!

Nossa! A cara do Jack estava vermelha de raiva, e eu me esforçando para não rir.

–EU sou Jack Frost, Guardião da Neve de da Diversão.

Elsa riu.

–É bem divertido quando fica vermelho de raiva.

Todos riram, até o Perna-De-Peixe e José, menos Jack. Essa Elsa tem mais poder de fala do que eu imaginava.

–Está muito engraçadinha, rainha Elsa!- Jack comentou, ainda vermelho.

–O senhor não imagina, guardião Jack Frost!- Estava sorrindo de deboche para ele.

Eu vi que todos encaravam os dois com sorrisos, afinal foi engraçado ver o Senhor Invernal ficar de uma cor diferente do branco dele.

–Bom...- Norte falou para todos. -...Agora que já nos conhece, é a hora de conhecer vocês.

–Muito bem...- Disse uma menina ao lado do rapaz desmaiado, graças ao Sandman. -...Eu sou...

–Princesa Anna do reino de Arendelle!- Norte a cortou, e a menina ficou surpresa.

–Sabe quem eu sou?

–Ele é o Papai Noel...- Eu disse. -...Ele sabe de todos nós, assim como esses outros "guardiões".

Anna abriu a boca para falar algo, mas Norte continuou.

–Sim, e essa menina é a Princesa Merida do clã DunBroch...- Apontou para mim, e sorri orgulhosa. -...Ele é Soluço do vale de Berk, e seu dragão Banguela...- Apontou para Soluço, que estava acariciando o Banguela, e o mesmo sorriu feito bobo. -...Essa é a Princesa Rapunzel do reino de Corona...- Aponto para a menina, que aparentava ter minha idade, mas tinha um enorme cabelo loiro. Não sei porquê, mas ouvi aquela menina baixinha de olhos de fogo sussurrar "Corona!". -... Essa é a Marina Pássaro, que agora é princesa de Arendelle, e irmã de Anna...- Apontou para a menina baixinha de olhos de fogo, que sorriu alegremente. Dentre todos nós, parece que é a mais nova. -... E essa, como muitos sabem, é a Rainha Elsa de Arendelle, irmã de Anna e Marina...- Apontou para a Elsa, que assentiu com a cabeça, um pouco assustada.

–A Rainha do Drama e do Grito!- Jack zombou, e começou a rir, mas logo parou, pois ninguém estava rindo dele.

Elsa olhou para ele e lançou um olhor frio, e ele respondeu com o mesmo olhar. É o que dá ter poderes de gelo e olhos do mesmo jeito!

–Espere...- Disse Anna. -...E eles?- Apontou para o amigo da Rapunzel e do Soluço.

–Deixe que eu me apresente...- O amigo de Rapunzel disse. Outro exibido! -...Eu sou Flynn Rider!

–José!- Rapunzel disse um nome.

–Ah! Está bem! Meu nome é...- Ele tentou encontrar as palavras, como se não soubesse o próprio nome dele.

–O nome dele é José Bezerra!

–Rapunzel!

Todos rimos disso. Foi engraçado ver Rider (ou José) nervoso com a Rapunzel.

–Bom...- Disse a menina de olhos de fogo, de nome Marina. -...Muito prazer, José Bode!

–É José Bezerra!- Agora ele diz o nome dele!

–Pois bem, Jasé Cabra!

–Olha quem diz, Marina Pássaro!

–Acontece que eu sou descendente do Pássaro de Fogo...- O QUÊ!?

–O QUÊ!?

–Pessoal!...- Norte chamou todos, e o fitamos. -...Precisamos de ajuda, e não queremos briga entre os guardiões e... Ah! Aquele é Perna-De-Peixe e seu dragão Batatão...- Apontou para o amigo gorducho do Soluço, que tremia de medo ao lado do seu dragão. -...E precisamos nos concentrar em salvar o nosso mundo!

–O que devemos fazer primeiro, Norte?- A menina "descendente do Pássaro de Fogo" seja quem for, perguntou.

–Bom, eu não pensei ni...

–Norte!...- O Coelhão chamou, interrompendo. -...Veja o globo!

–O que houve?

Coelhão sorriu, e eu estranhei isso.

–Ainda há esperança!

Norte correu na frente, e nós seguimos. Fomos até aquela sala onde tinha um globo gigante que tinha luzes. Pelo que me lembrava, todas as luzes do globo se apagaram. Mas quando vimos, ainda tinha um ponto brilhante do globo.

–Uma criança...- Norte disse, encantado. -...Uma criança que acredita!

Norte esticou um belo sorriso e olhou para nós.

–Vamos, meus guardiões, para a primeira missão de vocês!

Fiquei confusa, e olhei para todos os novos "guardiões", que estavam do mesmo jeito que eu.

–Mas Kristoff ainda está dormindo...- Anna disse. -...E não arrumaram aquele colar!

–Me perdoe, Anna...- Disse Fada, surgindo de uma outra sala. Nem vi que tinha saído. Devia estar procurando o tal colar. -...Mas não achamos o colar especial para nos ver. Nesse caso, não poderá vir conosco.

–O QUÊ!?...- Anna berrou. -...EU NÃO VOU A LUGAR NENHUM SEM O MEU KRISTOFF!!

–Desculpe, mas não...

–Desculpe...- Perna-De-Peixe interrompeu. -...Mas eu estou com um pouco de medo dessa situação, mas se querem o colar para ele, eu entrego, se funcionar do mesmo jeito.

–Na verdade, funciona, depois de alguns segundo assim que retirar. Você poderá nos ver em alguns segundos depois de tirar, e depois nunca mais verá.

–Tudo bem!

–Mas Perna-De-Peixe...- Soluço interveio, se pondo ao lado do amigo. -...Você não virá?

–Essa situação é muito complicada. Acho que não seria bom...- Disse retirando o colar e entregando para a Fada. -...Ficarão melhor sem mim.

Soluço não estava feliz, e fiquei um pouco triste.

–Espero vê-lo depois, amigo!

–Eu também!

Norte entregou um globo, disse como funciona, e assim, experimentou, partindo para o lugar que escolheu, junto com seu dragão.

–Bom, toma...- Disse Fada entregando o colar para a Anna, que colocou em Kristoff. -...Ele acordará mais tarde, e aí você explica tudo.

Anna assentiu.

–Bem, guardiões...- Disse Norte. -...É hora de partir!

Então todos nós nos preparamos no trenó. Exceto eu, que preferi ir de dragão com Soluço, e partimos até o lugar onde aquela luz estava indicando... Espero encontrar minha família logo!