Open Your Eyes escrita por Mandy


Capítulo 43
Love Me Like You Do


Notas iniciais do capítulo

Fading in, fading out
On the edge of paradise
Every inch of your skin is a holy grail I've got to find
Only you can set my heart on fire, on fire
Yeah, I'll let you set the pace
Cause I'm not thinking straight
My head spinning around I can't see clear no more
What are you waiting for?
(entendedores entenderão por que essa musica no final)



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“M-mãe? -Perguntei olhando para ela que chorava ao meu lado, eu estava no momento sentada num carro estranho e chovia muito. Todos a minha volta estavam tristes. -O que é isso?

–Querida.. eu sei que dói, ele se foi.. -Minha mãe dizia entre as lágrimas, o carro por fim parou e todos nós saímos do mesmo, percebi então que não era um carro comum, mas sim um funerário.

Rosie estava abraçada com John que parecia abatido, todos estavam com roupas pretas e escuras... Olhei em volta e por fim, consegui identificar. Estávamos num cemitério...

John soltou a irmã e foi junto de vários homens até a parte de trás do carro, onde tiraram um caixão totalmente branco, levantaram o mesmo e saíram andando por baixo das gotas de chuva ate onde estavam posicionadas várias cadeiras. Segui com minha mãe no mesmo guarda-chuva até as primeiras cadeiras e um pastor tirou a bíblia do bolso, começando a falar palavras da mesma.

Mas quem morreu...

–... Sabemos que nosso irmão se foi mais cedo que o previsto, que o acidente de carro que atrapalhou sua vida na terra agora deixará marcas nas vidas de seus familiares mas ele está agora com Deus num lugar melhor... -O pastor dizia, mas eu não conseguia prestar mais atenção, quem estava naquele caixão....

Após as palavras do pastor serem ditas, John se levantou e um funcionário abriu a tampa do caixão, meu primo por fim deixou algo no seu interior, me levantei em seguida ignorando o fato da chuva e fui até o mesmo, eu precisava saber quem era...

Me aproximei do caixão e quando olhei para baixo, vi o rosto branco e adormecido de Noah, naquele segundo coloquei as mãos nos olhos para não ver mais aquilo e comecei a gritar.”

–NOAH ! -Me levantei na hora e em seguida comecei a chorar sem perceber. Minhas mãos tremiam, eu estava soando , respirei fundo e passei a mão no rosto tentando não tremer muito. -Calma Alexia... foi só um pesadelo... Passou... -Sussurrei para mim mesma e em seguida me senti enjoada e corri para o banheiro. Me ajoelhei no chão e coloquei tudo o que me embrulhava para fora mas levei um susto quando abri os olhos e passei a mão na boca. -M-mas... O que... -Disse para mim mesma quando ví o sangue espalhado pela minha mão e minha blusa.

–Le? Lexieeee??? -Ouvi John chamando na porta, olhei para o lado e respirei fundo.

–Oi John, tudo bem? Eu vou entrar no banho... -Disse esperando que isso o fizesse ir embora.

–Ah isso é ótimo, hoje você vai comigo pro hospital ! Temos que refazer uns exames, a Rosie não vai conosco porque o amigo ela Oliver vai vim para o Canadá hoje e ela vai buscar ele no aeroporto. Tome o banho e depois do café nós vamos , tudo ok? -John disse parecendo tranquilo na porta.

–Tudo bem, até depois. -Respondi e percebi que ele não disse mais nada, voltei meu olhos para o sangue que estava alí e comecei a pegar um pouco de papel higiênico para limpar.

☽ ☾● ◯

–Gostou do filme? -perguntou Zoe para Noah que não parava de mexer no celular. -Alooo?

–Oi, han? -Disse ele soltando o celular no colo e vendo que o filme na TV havia acabado. -Ai desculpa Zoe...

–Tudo bem, você nem contou o que foi fazer ontem a noite, falou com alguma menina? Eu não aprovo ! -Zoe começou a fazer várias perguntas para o irmão que riu.

–Encontrei uma garota sim, e falando nela... Que tal eu ir na casa dela ? -Disse Noah, provocando.

–PARA NOAH ! -Zoe disse tacando um travesseiro em Noah que riu e em seguida a garota saiu do quarto deixando Noah mexendo no celular novamente.

–Não é má ideia mesmo... -Disse Noah para si mesmo enquanto se levantava e ia pegar um casaco em seu guarda-roupa. Em seguida o mesmo desceu as escadas e sem avisar para ninguém, saiu da casa dos pais e foi em direção à casa de Lena.

Chegando na casa da garota, Noah bateu levemente na porta e após poucos segundos, a mulher da noite passada abriu a porta e sorriu para ele.

–Oi, meu nome é Noah, a Lena está? -Perguntou Noah para a mulher morena.

–Esta sim, você é amigo dela? -Disse a mulher que mostrava o caminho para Noah. Toda a casa dela possuía espaços iguais entre quase tudo, no propósito de ajudar agarota cega à se locomover pela casa, pensou Noah.

–Somente um colega, eu só queria conversar com alguém que não fosse minha irmã ! -Respondeu Noah fazendo a senhora rir.

–Entendo como é, o quarto dela é o último do corredor. -Disse ela apontando para a porta branca, Noah assentiu e foi até a mesma, batendo antes de abrir.

–Mãe? -Disse Lena enquanto olhava para a frente.

–Na verdade não . -Respondeu Noah rindo de leve.

–Eu lembro da sua voz... Noah ? -Perguntou a garota enquanto deixava o livro de lado e aos poucos ia até a beira da cama.

–Não precisa vim até aqui. -Disse Noah que se aproximou dela e se sentou ao seu lado. -Como a senhorita está?

–Bem, nada de diferente ! Mas, posso perguntar o que você está fazendo aqui? -Disse a garota sorrindo enquanto colocava a mão na perna de Noah para identificar sua localização.

–Só queria conversar. -Respondeu ele que puxou o livro que estava atrás dos dois e colocou em seu colo. -Qual é o título ?

–Sussurro. -Disse Lena enquanto passava a mão por pontinhos mais finos que estavam na parte central de cima do livro. -É de uma saga. E tenho um amigo que faz livros em braille, ele digitou os quarto pra mim nesse livro, grande não é mesmo?

–Bem grande, sempre achei interessante a forma que vocês conseguem ler isso tão rápido ! -Noah começou a rir junto dela.

–Da mesma forma que você consegue lembrar qual o desenho da letra A, eu consigo lembrar que esses dois pontos aqui, são o desenho da letra B. -Disse Lena apontando para um ponto em relevo no livro.

–Um dia eu vou pedir pra Le me ensinar... -Sussurrou para si mesmo Noah, quando olhou para a frente novamente percebeu que estava sendo observado.

–Você gosta muito dela, então, porque está aqui? -Disse a garota enquanto passava a mão no livro, fazendo assim Noah perceber que ela não estava olhando para ele, estava somente imaginando alguma cena em sua frente, por isso o sorriso.

–Ah, de verdade, eu não sei mais porque eu estou aqui. -Sorriu Noah olhando para a frete e fechando os olhos. -Quer fazer algo? Sei lá, acho que ficar ai lendo é legal, mas tem outras coisas a serem feitas não é?

–Tanto faz, me conta mais como é essa garota enquanto eu me troco. -Lena se levantou e foi dando passos perfeitos até a porta de seu guarda-roupa.

–Quer ajuda? -Perguntou ele se sentindo meio mal naquela situação.

–Não, eu estou acostumada. -Ela riu e abriu a porta.

☽ ☾● ◯

Peguei a blusa que eu havia tirado e comecei a tentar lavar na pia, a água saia em tons de marrom e descia pelo ralo.

–Calma Alexia.. -Disse olhando para minhas mãos que tremiam ainda de leve. -Você vai o médico hoje, vai ficar tudo bem. -Suspirei e voltei a arrumar as coisas que eu havia sujado pelo banheiro.

Uma hora depois mais ou menos, John bateu na minha porta e eu disse que ele poderia entrar, por sorte ele somente disse para eu descer com ele que já estava atrasado.

–Tudo bem? -Perguntou John ao entrar no carro e me olhar.

–Sim, eu to bem. -Sorri de leve para ele e virei o rosto rapidamente para a janela.

–Eu vou te deixar com a médica e você faz tudo o que ela pedir ok? -Comecei a rir no momento que ouvi isso.

–John, eu já disse que não sou mais uma criança ! -Respondi ele que suspirou.

–Eu ainda sinto que você é uma bebezinha ! -Ele riu e percebi que já estávamos no meio do caminho, John estava atrasado mesmo, ele nunca havia corrido tanto assim com o carro, pensei.

–Tive um pesadelo horrível essa noite. -Disse para ele, eu tenho certeza que o John não iria rir desse pesadelo bobo que eu tive.

–E como foi? -Perguntou ele como eu esperava.

–Bem, nós estávamos um cemitério enterrando o Noah. -Disse rápido demais, John olhou para a frente com uma expressão assustada quando terminei.

–Ah... uau Lexie. -Foram as únicas coisas que ele disse antes de estacionar o carro já no hospital. -Então, você entrega essa ficha aqui na recepção que eles vão te levar até a sala de espera, eu estou atrasado me desculpe não vou poder ir contigo.

–Tudo bem John, bom trabalho. -Ele sorriu e em seguida foi correndo até a entrada de funcionários, fui até a porta principal que se abriu e fui até onde John disse. -Bom dia.

–Bom dia. -Entreguei os papéis para a moça da recepção e fui levada até uma sala diretamente, uma enfermeira entrou atrás de mim sorrindo .

–Oi Alexia, bem vinda de volta, é muito bom colocar você aqui acordada . -A senhora que não aparenta passar dos seus quarenta anos disse equanto ligava as luzes do local, olhei para a frente e ví uma grande máquina branca. -Bem, isso é uma ressonância magnética, você vai ficar uma hora ali.. desculpa ! -Olhei para ela que tinha um senso de humor estranho para uma pessoa que tratava todos os dias de pessoas com estado terminal.

–Tudo bem. -Respondi para ela que me trouxe um tipo de avental aberto as costas, eu me lembrava disso, eu usava um desse quando acordei...

Acordei.... eu lembro de quando eu acordei, tinha alguém do meu lado... Noah estava do meu lado mas eu não fiquei feliz de vê-lo... Mas por que?

–Alexia? Ei ? -Ouvi a voz da enfermeira me fazendo olhar para a frente e me assustar. -Tudo bem?

–Uhum.. Desculpe. -Peguei o avental azul e fui até uma salinha ao lado onde o vesti.

–Então, tem um botão do seu lado esquerdo, se você se sentir agoniada ou algo do tipo, aperte ele ok? Não precisa se preocupar, aperte ! -Assenti e me deitei na maca que mais parecia uma tabua de tão fria, a enfermeira se afastou, em seguida a maca se levantou um pouco e em menos de dez segundos, eu estava dentro de um tipo de cabine toda branca e gelada. -TUDO BEM AI? -Ouvi a enfermeira dizer e respondi:

–SIM. -Após isso eu não ouvi mais nada, somente o barulho que a máquina fazia, fechei os olhos e tentei relaxar, o que era impossível alí.

☽ ☾● ◯

–OLIVER ! -Rosie disse correndo até o garoto que puxava suas malas com dificuldade.

–Oi Rose. -Disse timidamente o garoto para ela que o abraçou na hora.

–Como foi a viagem? Quer ajuda? -Rosie não esperou a resposta do garoto e puxou uma das malas. -Nossa, que peso.

–Desculpe o peso, os móveis chegarão somente amanhã mas, a metade das roupas eu tive que trazer.

–O que? Como assim móveis? - Oliver riu e saiu puxando a mala ao lado de Rosie.

–Um mais um, é dois. -Respondeu ele rindo e Rosie parou do nada.

–Você está brincando? -Ele riu e abracou ela levemente com um dos braços.

–Não. -Respondeu Oliver abracando Rosie que deu uns pulinhos de leve. -Eu amo você.

–Que? -Rosie soltou o garoto a hora e olhou para o mesmo.

–Eu amo você, não quero ficar longe. -Oliver disse para ela. -Vem, você tem que me ajudar a escolher uma casa boa.

–Ta brincando comigo né? -Rosie disse pegando na mão que o garoto havia esticado em sua direção e sorriu. -Tem uma vendendo a minha rua. -Ela riu.

☽ ☾● ◯

–Ok, você volta aqui em três dias para ver o resultado da ressonância... Alexia? Você esta bem? -Olhei para a médica outra vez me sentindo meio zonza e sorri.

–Por que todo mundo está me perguntando isso hoje! -Disse quase rindo mas, ela não fez o mesmo. -Desculpe.

–Não foi nada, é que você parece meio abatida . -A médica se levantou e chamou outra que veio até o outro lado da maca e me fez olhar para cima.

–tem tido alguma fala de memória? -Minha médica convencional perguntou.

–Não, mas as vezes tenho umas visões de coisas que aconteceram antes. -Respondi enquanto a médica oftalmologista examinava um dos meus olhos com uma luz estranha e azul.

–Tem tido algum apagão? -Dessa vez, a outra médica perguntou enquanto me examinava.

–Não desde que eu tome um certo comprimido eu não tenho nenhuma falha. -Sorri ao dizer aquilo.

–Você já sabe que corre riscos de voltar a ficar cega futuramente, não sabe? -Disse a oftalmologista que foi cutucada pela minha médica que riu.

–Mas, se tudo correr bem, só depois dos seus 50 anos ! -Disse ela rindo, eu sabia que era mentira aquilo, eu poderia sim um dia ter um apagão e do nada, não voltar mais a ver. -bem, temos algo mais importante para ser tratado. -A outra médica parou de me examinar e em seguida eu me sentei na maca.

–Você sabe que o que o Doutor John fez é algo nunca acontecido antes né? -A oftalmologista disse se sentando na cadeira mais próxima. -Não sabemos se isso pode dar certo em mais alguém, então, temos que saber tudo o que está acontecendo contigo após toda a operação, foi uma operação simples a laser , você só tem sete furos na cabeça, esses sete canos que foram colocados para interligar os seus nervos mortos podem salvar milhares de vidas, só precisamos saber se vale arriscar... Sabemos que o John é seu primo e deixamos ele fazer essa operação de pequeno porte em você por que, era a única chance de fazer isso. -Ela apontou para mim sorrindo. -Você está bem, e pelo bem da medicina, queremos vários outros pacientes bem como você, então, se aconteceu algo estranho nesses meses que você teve seu pequeno “milagre”, poderia os contar? -Olhei para as minas duas médicas e pensei bem, não tinha muita coisa a ser dita...

–Eu sei que tive já apagões de visão, já desmaiei quando lembrei de algo, tive dores de cabeça fortes e .. Hoje eu acordei com sangue saindo pela minha boca... -Olhei para o chão sem querer ver a reação das duas ao saber desse novo acontecimento.

–É um sucesso. -Minha médica disse rindo enquanto colocava as mãos no rosto.

–Precisamos chamar o John... Ele tem que fazer um relatório disso , temos que levar agora para o conselho ! -A oftalmologista dizia rindo também. -Bem, Alexia, você esta viva. Não importa o quanto você possua de sequelas, você pode viver em paz com cuidados ok? Vem, nos vamos explicar o que você pode ou não fazer, tem algum problema em ter vários médicos te examinando?

–Não, tudo bem. -Sorri para as duas que se abraçaram e em seguida fizeram o mesmo comigo. Pela primeira vez, eu me sentia útil para algo.

☽ ☾● ◯

Fui para casa era quase noite, quando olhei para o lado e ví que John sorria como uma criança após ganhar o doce, comecei a rir sem parar.

–O que foi? -Perguntou ele ainda sorrindo.

–Você está estranho.

–Pela primeira vez, eu estou feliz por ter feito algo que é verdadeiramente útil, mesmo que isso cause a perca total do meu direito de exercer a medicina, eu quero que alguém tente e faça o mesmo que eu fiz, é tão fácil sabe, é tudo à laser, é só... eu sempre sonhei que iria fazer algo pra mudar. -Ele estacionou o carro ainda sorrindo. -Bem, vamos contar as novidades para a tia An. -Sai do carro atrás dele e entrei em casa, percebi então uma voz diferente, fui até onde a voz ecoava e vi um garoto que por mais estranho que pareça, era parecido com Noah. Fiz menção em chamá-lo mas desisti quando o mesmo se virou e por um flash, me lembrei de quem era.

–Oi Oliver. -Disse sorrindo enquanto ele se aproximava de mim. - Tudo bem?

–Perfeito, bem temos novidades. -Disse o garoto que me soltou e se sentou na sala, olhei para a mesma e ví que o local estava lotado de malas.

–O que aconteceu? -Perguntei meio confusa.

–O Oli vai morar na nossa rua ! -No primeiro momento eu fiquei assustada, até que minha mãe desceu as escadas rindo.

–É verdade Lexie, o Oliver vai ser nosso vizinho. -Ela se sentou no sofá enquanto John se aproximava da mesma e se sentava ao seu lado para cochichar algumas coisas que eu já sabia.

–Le? Que tal você nos ajudar com a mudança? -Rosie disse puxando uma das malas, já era tarde mas como a casa é na mesma rua , não haveria problema algum. Olhei para minha mãe que me encarou e em seguida disse:

–Você não precisa mais da minha permissão para nada Alexia. -Me virei para encarar minha mãe, o que eu havia feito, pensei.

–Por que?

–Você é uma mulher adulta agora, só levem as chaves ok? Qualquer coisa Rosie, me liga. -Pisquei duas vezes ainda sem entender ate que me lembrei do meu novo status de maior de dezoito anos. Isso era estranho, eu gostava de pedir permissões...

–Ok vamos, boa noite. -Disse para John e minha mãe que continuaram conversando na sala.

...

–E então? Como foi no médico? Porque você demorou tanto? Esta tudo bem Le? -Após eu, Oliver e Rosie sair da casa, ela não parava de fazer perguntas, a casa onde Oliver iria morar, ficava há quase 5 casas de distância da nossa o que me fez rir.

–Ah, foi tudo bem, eu só virei agora a prova que da pra se viver pós coma. -Ri e entrei na casa, ela cheirava a madeira antiga e não sei por que, me parecia familiar, coloquei as malas onde ficaria a nova cozinha e fiquei pensando comigo mesma por uns segundos. -Oliver, e os móveis?

–Chegam em poucos dias, enquanto isso eu tenho um colchão inflável. -Rosie riu.

–Vai dormir lá em casa, o sofá é melhor do que aqui sozinho. -Rosie disse mas eu me virei.

–Cadê o Brandon? -Todos se assustaram com a minha pergunta repentina mas eu ignorei.

–Ele vai passar uns dias na casa da namorada, conhecer a família dela etc.. -Olhei para o chão após ouvir aquelas palavras de Rosie.

–Ele nem se despediu de mim. -Sussurrei esperando que ninguém alí ouvisse, Brandon era sem dúvidas meu melhor amigo, o irmão que não tive, ele me entendia, assumo que tenho um pouco de ciúmes quando vejo ele longe, mesmo que seja com boas companhias.

–Ei? Acordaa ! -Rosie disse me balançando.-Vamos?

–Sim. -Respondi e fui até o segundo andar aonde se localizava o quarto. -Por onde começo?

–Pela única coisa que há para ser feita, colocar as roupas no closet. -Sorri da forma em que Rosie falava as coisas, abri uma das malas já dentro do closet e comecei a colocar em cabides como o casal também fazia.

☽ ☾● ◯

Era uma hora da manhã, percebi ao ver no meu rádio/relógio adaptado, o reconhecimento de voz me ajudava muito já que as letras e números muitas vezes se embaralhavam na minha mente.

Eu já estava me virando na cama há quase meia hora, eu não me sentia cansada por ter antes arrumado roupas com minha prima e seu quase namorado, eu não estava cansada, eu estava preocupada...

… Ele ia me ensinar a ler... Mas ele fugiu... Me deixou...

–Para Alexia... foi só um sonho, só um só... -Ouvi então algo tocar uma música que eu conhecia, só não sabia de onde, tentei seguir o som com os olhos fechados como eu fazia anos atrás e me dei de cara com mina mesa de cabeceira, abri a gaveta lentamente e em seguida tirei algumas coisas para fora, havia uma pulseira alí que não deve ser minha, pensei.

Após tirar quase tudo, percebi o pequeno aparelho celular no fundo da gaveta junto de uns papéis dentro de um envelope, cartas...

Peguei o celular e tentei ler o que estava escrito na tela que acendia e apagava repetidas vezes, ví então um simbolo na tela que eu sabia identificar, teclei nele e em seguida uma voz feminina e robótica apareceu.

“Você possui um lembrete gravado na memória do seu dispositivo, este lembrete irá se apagar em dez minutos, tecle no verde para ouvir ou no vermelho para encerrar e apagar”

Pensei naquilo com cuidado, eu não sabia o que era então, não custava ouvir...

Levei um susto ao perceber que era a minha voz numa gravação que eu nem lembrava que existia...

Oi Alexia, se você ler isso, é que você fez alguma merda com a sua memória, bem, não se esqueça da sua família, principalmente do Brandon que agora mora com a gente aqui, não deixa ele de lado, ah e não se esqueça da Alemanha, aquele lugar perfeito, ah e nem da Peach, é sua neném, e por nada, por nada nesse mundo se esqueça do Noah, ele é tipo, tudo, um amigo, um namorado, um amor, não se esquece dele tá, e é isso.. “

–O.. o que é isso? -Disse para mim mesma ao perceber que meu corpo estava tremendo, algo estava estranho.

….Namorado?

….Amor?

Me senti sufocada ao lembrar de momentos estranhos.

“ Mas eu não sei patinar.. Noah ! Não ! -Noah olhava para mim como se eu fosse uma boneca de porcelana que ele fazia tudo o que devia para proteger.

Vem, vai ser divertido. -Ele sorriu”

“Bem.. Como posso dizer, eu sou seu primo. -Noah riu e olhou para a frente como se tivesse algo lá. -Vem, eu tenho que te mostrar uma coisa, não é muito boa...É sobre o seu pai”

“Eu olhei para ele enquanto me deitava na cama ao seu lado.

–Noah? Posso perguntar uma coisa? Para que uma cama de casal? -Ele riu

–Para momentos como esse”

“–O que eu sou para você agora então? -Eu chorava ao ver Noah abaixado na minha frente.

–Você é a pessoa que eu amo Le, não importa de qual família que eu seja”

“EU TE AMO !! -Noa gritava para mim rindo.

–Eu sei !”

“Nós estamos atrasados, já já a minha mãe vai querer saber porque estamos com a porta trancada, e eu vou ter que dizer que nós estávamos tran.. -Ele começou a rir.

–Para seu bobo, ok, vamos tomar o café. -Suspirei o fazendo rir.

–Safadinha, um dia eu vou cozinhar pra você. -Ele me abraçou por trás dizendo isso quase ao meu ouvido.

–Olha só, ele sabe cozinhar ! “

“Você não acha que compramos coisas demais para a Peach ? -Perguntei e Noah riu.

–Não, é só o suficiente. “

“–Eu te amo Le. -Noah disse soltando minha mão.

–Eu também te amo”



Coloquei as mãos no rosto e então percebi que eu estava chorando de modo quase convulsivo, só de lembrar dos beijos, dos momentos que eu havia ignorado, de como ele me tocava, de tudo que passamos juntos, eu me sentia um monstro. Olhei para o chão percebendo que Peach estava tentando subir encima da cama para ver o que era.

–Ta tu..tudo bem lindinha.. Eu só esqueci o amor da minha vida por não sei quanto tempo... -Me encolhi na cama e comecei a associar tudo o que havia acontecido depois da consulta do psicólogo que me fez esquecer tudo, estava tudo errado, eu o chamei de primo, eu magoei o Noah, o meu Noah...

Me levantei na mesma hora, fui ao banheiro onde limpei meu rosto rapidamente, vesti um vestido qualquer que estava dentro do closet, peguei minha bolsa e com ela, um pouco de dinheiro que eu ainda guardava para emergências, essa era uma emergência.

–Perdão mãe, perdão John, Rosie, Brandon... Eu tenho que ir, eu preciso dele, eu estou ficando louca mas eu preciso ficar perto dele... -Sorri ao lembrar das noites que eu tanto amava, todas as minhas preciosas memórias haviam voltado, desci as escadas sabendo que todos estavam dormindo e sai em direção ao ponto de táxi mais próximo.


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Notas finais do capítulo

Perdão eu sumir, problemas pessoais



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