A Rainha dos Fantasmas (Livro #1) escrita por Jesse James Junior


Capítulo 3
3 - Anna


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela pausa de um dia na Fic, mas eu tava com uma preguiça tamanha de atualizar, rs

EU particularmente gostei mais desse capítulo que os outros!



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Se você acha a sua vida ruim, foi porque você nunca treinou no meio de uma mini-floresta no Denver Botanic Gardens com pessoas querendo lhe atirar espadas, lanças, flechas, magia, tiros e adagas.

Eu estava correndo perdida pela trilha da mini-floresta quando bato de cara no tronco de uma árvore. Caí no chão e ouvi passos distantes. Rapidamente empunhei meu arco húngaro amarelo e coloquei a bolsa de flechas nas costas. Peguei uma flecha e coloquei ela delicadamente no arco. Estiquei a ponta da flecha com o fio do arco até a bochecha, me preparando para atacar. Comecei a andar, seguindo os passos, até que encontrei um garoto que vestia uma camisa preta rasgada e calças jeans. Ele era negro, cabelo ralo e preto. Seus olhos eram mais pretos que a noite mais intensa que eu já havia visto em toda a minha vida. Me distraí, e quando notei, o garoto estava com duas adagas, prestes a me atacar. Desviei de uma delas. Ele investiu novamente com as duas e isso arranhou o meu braço esquerdo. Tomei uma boa distância e atirei minha flecha nele. A flecha saiu zunindo do meu arco, brilhando totalmente em verde. Um mana verde de formato meia-lua circundou a flecha por completo também. A flecha atingiu o chão, e o garoto investiu novamente.

– Por que quer me ferir? – perguntei, me desviando de uma das adagas. Notei que elas eram iguais: com um cabo preto enfeitado com uma pedrinha dourada. A lâmina era curvada, e estava sobre o meu pescoço. Quando me dei conta, eu estava no chão.

– É só um treinamento. – ele me disse. E embainhou suas duas espadas. Logo depois, me ofereceu sua mão. Peguei a mão dele e ele me levantou do chão.

– Obrigada. – agradeci.

– Não há de que. – ele sorriu – Fique mais atenta.

Logo depois ele correu de volta para a floresta.

Comecei a pensar naquela flecha mágica que lancei. Sorri como uma boba, sozinha, e depois corri morro acima, de volta para aquele arco de madeira. Comecei a andar pela floresta. Mas agora ela não parecia uma mini-floresta, e sim uma floresta mais extensa. Raciocinei que talvez seria parte de uma das magias da Terra Alternativa, então continuei andando; até que encontrei uma garotinha de aproximadamente seis anos de idade. Ela tinha cabelos castanhos, mas estavam escondidos por uma toca verde com listras brancas. Ela mexia na terra e a observava, tristemente, com seus lindos e redondos olhinhos castanhos. Ela usava uma roupinha surrada e verde, e uma saia branca. Estava descalça. Imaginei onde estaria a mãe dela, ou se ao menos ela tivesse uma mãe.

– Ei.... – me aproximei, solidária – Você está bem?

Ela se levantou num salto. Seus olhinhos castanhos, redondos e tristes, cheios de lágrimas, me encararam assustados. Meu coração se partiu ali, naquele momento. Eu só tinha treze anos e não sabia cuidar de nenhuma criança. Eu mal pretendia casar e ter filhos, talvez eu gostaria de ter um adotado. Mas aquela criança... aquela criança parecia especial.

– Qual o seu nome? – perguntei.

– M-meu nome é Alexis. – ela respondeu.

– Meu nome é Anna. Onde estão seus pais?

– E-eu... Eu não... eu não tenho pais.

– Você precisa de ajuda?

Ela espirrou. E espirrou mais quatro vezes. Notei que a garota estava com os olhos fundos, estava aparentemente com um resfriado péssimo.

– Vou fazer um xarope para você, venha comigo. – ofereci.

– N-não. Eu estou bem. – ela respondeu.

– Como chegou aqui?

– Meu primo me trouxe aqui, mas ele é muito rápido. Eu não consegui acompanha-lo.

– Quem é o seu primo?

– Aaron.

– Como ele é?

– Ahn... – a menina pensou – Negro, cabelos curtos e pretos. É, acho que é isso.

De repente me veio a lembrança do garoto que tentou me matar um pouco mais cedo.

– Eu o encontrei. – contei – Sei onde ele está.

– Sério? – ela perguntou. Um sorriso se formou no rosto dela e seus olhos se iluminaram.

– Sim. – eu sorri – Vamos?

Alexis pensou, até que enfim respondeu:

– Vamos!

Guiei a menininha morros acima. Em alguns momentos haviam bifurcações que eu não haviam passado por elas antes, mas consegui chegar de volta ao arco de madeira. Vi que não havia ninguém sentado nas pedras, então fui para a estufa. Guiei a menina pelas trilhas de pedra. Passamos por um grande lago circular que tinha duas miniaturas de torres no meio dele. Logo após chegamos na estufa. O hotel-estufa era realmente imenso, e tinha muita gente circulando, muita gente mesmo. Subi para o nível 5 em um dos elevadores e entrei no meu apartamento (o quarto 204). Toquei a campainha e Noah me atendeu.

– Quem é ela? – sua primeira pergunta foi ela. Noah lançou um olhar desconfiado para os olhinhos confusos de Alexis.

Expliquei tudo para Noah, inclusive expliquei o que era tudo aquilo que ela estava vendo. Desde a Rainha dos Fantasmas até a Terra Alternativa, passando por explicações sobre o que era Mana.

– Quer que façamos um xarope para ela? – perguntou Noah.

– Sim. – respondi.

– Não sei fazer isso.

– Pois então vamos ligar pro seu pai, ele deve saber.

Havia uma escrivaninha ao lado do sofá, que continha um telefone sem fio branco. Pedi o número de Owen para Noah e os disquei.

Alô? – perguntou Owen, do outro lado da linha.

– Sr. Owen? – perguntei – Pode nos ajudar?

Claro. Diga.

Expliquei mais uma vez sobre a história de Alexis.

As fadas podem ajudar vocês. – ele respondeu – Elas ficam numa clareira no meio da floresta. É uma boa oportunidade para vocês treinarem. Mas por favor, tenham cuidado, elas são traiçoeiras as vezes.

– Vamos ter cuidado, sim. Obrigada! – agradeci e coloquei o telefone sem fio de volta na escrivaninha – Vamos.

– Agora? – perguntou Dylan.

– Sim, agora!

Dylan fez uma careta que reconheci como preguiça.

Saímos da estufa e fomos em direção à floresta.

Não demorou muito para chegarmos até a clareira no centro da floresta, nem para encontrar uma das fadas. Ela estava do tamanho de uma barata. Tinha o corpo branco, olhinhos azuis, duas antenas e um par de asas azuis; asas azul claro e azul escuro com detalhes em rosa. Ela nos viu, assustada, e de repente tomou sua forma normal (que era uma versão maior do que a forma de fada). Notei que seu cabelo era roxo e curto.

– Ora, ora... – ela disse. Sua voz era doce, talvez com um pouco má – Se não são os aventureiros que estão destinados a enfrentar a Rainha dos Fantasmas...

– Destinados? – perguntou Noah.

– Sim, destinados. – ela disse – Vocês não sabiam?

O silêncio respondeu à pergunta dela.

Num passe de mágica – e com um gesto rápido com as mãos –, a fada materializou um caldeirão preto na nossa frente. Ela começou a cantar algumas palavras, e as palavras começaram a sair de sua boca:

– O desistente: o rapazinho será forçado a tomar o trono. – a fada disse. O caldeirão começou a brilhar e um desenho esfumaçado de um menino em um trono cheio de ossos e rodeado de fantasmas e ouro apareceu. – A personificação da madrugada: As escolhas são cruéis. – os olhos da fada começaram a ficar puramente azuis. A imagem de uma garota apareceu no caldeirão. Ela estava olhando para a lua e pensando. – A bênção final virá da cheia de graça. – a imagem de uma garota com um arco apareceu no caldeirão. Eu percebi que a fada estava falando de mim. – Aquele que veio do mar deve voltar para ele mais cedo ou mais tarde. – a imagem de um golfinho foi a que apareceu, desta vez. – E por fim, aquele que guiar o caminho terá um destino cruel com os seus outros amigos. – por último, a imagem de cinco crianças apareceram. Um deles estava com um canhão, outro com uma lâmina, a terceira com uma pistola, a outra não estava armada, e o último levava um cajado em mãos.

O caldeirão desapareceu, os olhos da fada voltaram ao normal.

– O que foi isso? – perguntei.

– A Caldeira de vocês. – ela respondeu.

– O que é Caldeira? – perguntou Zoey.

– É como profecias. É assim que chamamos as profecias na Terra Alternativa. Então, querem mais alguma coisa?

– Apenas um xarope para gripe. – respondi.

– Oh, sim, claro! – a fada exclamou e materializou uma garrafinha com uma etiqueta escrito: “Poção para Gripe por: Penelope”, e logo depois me entregou – Um gole disso curará a tosse da garota. – a fada desviou o olhar para Alexis, e sorriu.

Entreguei a poção para Alexis.

– Nada mais que um gole! Efeitos colaterais podem contar com se transformar em algum monstro se tomar mais de dois goles!

Tirei a rolha da poção para Alexis. A poção tinha cheiro de algum perfume da Versace. Alexis tomou um gole e depois seu corpo estremeceu. Esperamos um tempo, até que ela disse:

– Estou bem.

Alexis sorriu, e todos nós sorrimos também, inclusive a fada.

– Obrigada! – exclamei.

– Não há de que. – a fada sorriu.

Meu rosto se tornou obscuro.

– Pode me contar sobre a Caldeira? – perguntei.

– Fadas são as responsáveis por entregar a maioria das Caldeiras. – a fada explicou – Mas elas não podem revela-las. Acreditamos que a pessoa citada na Caldeira pode alterar seu destino. Escutem: Essa foi uma das caldeiras mais importantes que já recebi em dezenas de anos, talvez séculos.

– Quantos anos você tem? – perguntou Caleb.

– Sabe, perdi a conta. – a fada respondeu, descontraída – Talvez uns sete séculos.

Meu queixo caiu.

– Continuando... – a fada continuou – Esta Caldeira se trata sobre vocês, Noah, Zoey, Anna, Dylan e Caleb. Mas também se trata de outras pessoas, como por exemplo você, Alexis.

A fada olhou para Alexis, solidária. Jurei que eu pude ver um sorriso sincero no rosto da fada, mas se um sorriso se formou ali, logo foi desfeito. Vi também que Alexis corou.

– Como sabe nossos nomes? – perguntou Zoey.

– Sou uma fada, ora. O imperador me conta tudo sobre vocês. – a fada respondeu.

– Qual é o seu nome? – perguntei.

– Penelope. Não viram na etiqueta?

Olhei novamente para a etiqueta. Achei que fosse outra pessoa que tivesse feito.

– Bem, obrigada, Penelope! – respondi – Uma dúvida...

– Sim? – ela perguntou, ansiosa.

– Podemos descobrir por nós mesmos de quem a profe... a Caldeira se trata? Quer dizer, pode ser qualquer um de nós.

– Se o destino quiser, que assim seja. – a fada assentiu.

Sorri e agradeci mais uma vez. Meus amigos fizeram o mesmo. Logo depois saí da clareira, deixando Penelope em forma de fada novamente.


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Notas finais do capítulo

Curiosidades:
— Anna é minha personagem favorita (narrando) até agora



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