Identidade Homicida escrita por ninoka


Capítulo 4
Atos passados


Notas iniciais do capítulo

Olá, e obrigada por estarem aqui mais uma vez! ヽ(*≧ω≦)ノ
Como Shermansky e Elsie já citaram: "todos os 'killers' foram reconhecidos por atos passados". Neste pequeno capítulo, nossa protagonista mostrará um pouco sobre o que ocorreu no intervalo entre a morte de sua tia e seu primeiro dia de aula em 'Sweet Amoris'.
Boa leitura! ♥



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Após a morte de Tia Agatha, eu não havia mais família. Por ter em torno de treze anos, fui acolhida pela Senhora Murple, pessoa na qual possuía grande amizade com minha tia. Era uma viúva de seus setenta e poucos anos, amável, mas solitária. Às vezes um tanto insistente e infantil. Pele manchada e enrugada, olhos miúdos; mesmo com todos os sintomas da terceira idade, Senhora Murple não abandonava o espírito de aventura e as memórias da juventude. Sempre alegre, expondo com orgulho, a aliança do falecido Senhor Roger em seu dedo.

Eu exercia as tarefas de casa, e em troca, Murple sustentava-me com parte de sua aposentadoria.

[Flashback – ON]

Senhora Murple estava regando as flores de seu vasto jardim, enquanto eu observava-a sob o enorme chapéu de palha. Nesta época, eu havia entre treze e quatorze anos.

— Elsie. –pronunciou-se. –O que você acha destas flores? –perguntou com a voz rouca, esboçando um sorriso.

— São bonitas. –afirmei sem mais.

— Sim, são lindas. –repetiu dando ênfase. –Sabe como se chamam?

Balancei a cabeça, negativamente.

— Chamam-se “Espirradeira”. Com certeza você já as viu adornando alguma praça. Parecem inofensivas, não é?

Abanei a cabeça, confirmando.

— Pois saiba que elas estão entre as plantas mais venenosas do mundo. Uma folha ingerida pode matar um homem de até oitenta quilos!

Pasmei. Fitei as inocentes flores rosadas, sem crer o que estas escondiam dentro de si.

Senhora Murple soltou um riso brando:

— Sabe, se há uma coisa que costumo fazer desde a juventude, é associar pessoas às flores. Há pessoas que são como aquelas rosas amarelas.- apontou para um canteiro. – Belas, mas espinhosas. Outras, são como a “planta fantasma”, aproveitando-se de sua pobre e ingênua hospedeira... Eu costumava comparar Roger às mentas, já que estas trazem tranquilidade e harmonia.

Ri com as definições de Senhora Murple, e perguntei ansiosa com sua resposta:

— Que flor eu seria?

Ela pensou um pouco, e disse:

—Você seria como... Uma Magnólia!

— O que é isso? Não gostei. – respondi desanimada, esperando uma comparação mais satisfatória.

— Magnólias são as flores que trazem esperança de quando precisamos suportar algo difícil, quando necessitamos de perseverança. – sorriu.

Fitei-a por alguns segundos. Apanhei a ponta do chapéu de sol e desci-a levemente, para ocultar meu rosto enrubescido.

Senhora Murple adorava plantas, e a idade não impedia que ela se lembrasse perfeitamente do nome de cada uma. Se eu não tivesse convivido com ela por cinco anos, com certeza, não saberia diferenciar o lírio branco do trompete de anjo branco, nem identificaria as plantas tóxicas da estufa de Jade.

No dia seguinte, uma grande colega de Senhora Murple iria visitá-la. Seu nome era Shermansky. Nunca tinha visto-a pessoalmente, só por algumas histórias que Murple contava-me.

Enquanto lavava a louça, escutei o barulho da porta destrancando-se; a tal senhora Shermansky chegara.

— Murple! - ouvi o cumprimento vindo da sala de estar.

— Entre, por favor, Sherman!

Depois de alguns minutos de conversa entre as duas, Senhora Murple solicitou de longe:

— Elsie, traga chá para nós!

Fiz o que pedia e levei a bebida sobre uma bandeja de madeira.

Ao adentrar a sala de estar, fitei Shermansky, sorrindo alegremente para mim. Mal conseguia servir o chá, pois minhas mãos tremiam pelo nervoso causado por seu olhar intimidador.

Sherman, esta é a garota que lhe contei por telefone semana passada.

— Parece uma boa menina. – retirou a xícara da bandeja, ainda sorrindo para mim.

Desviei o olhar.

Pus-me a retirar a poeira de alguns sinos de vidro enquanto ouvia-as atentamente.

— E como vão os negócios com o colégio?

— Ótimos! –comemorou. – Fiz um empréstimo para tentar investir em mais tecnologia.

— Eu realmente nunca vou entender essa modernidade. Pode me chamar de mente quadrada, mas eu preferiria que meus filhos estudassem com os métodos antigos. – franziu as sobrancelhas.

— Não é essa a visão que os pais de hoje têm, Murple. –sorriu.

Depois de alguns segundos de silêncio, Senhora Murple disse:

Sherman, vou buscar as bonecas de porcelana que comprei semana passada para lhe mostrar, fique aí com a Elsie.

— Não tenha pressa.

Assim que Murple retirou-se do cômodo, um frio percorreu minha espinha. Tinha a sensação de que Shermasky observava-me, tinha vontade de sair dali.

De repente, disse:

— Elsie, senhora Murple me contou sobre o que houve com sua tia Agatha. Meus pêsames, uma garota tão jovem ter de suportar um fardo tão grande.

Continuei a tirar o pó dos objetos, sem fitar o semblante de Shermansky.

— Soube que você tem suspeitas de que foi um aluno de S.A., certo? –continuou. – Bem, você sabe quem eu sou?

Remexi a cabeça negativamente, sem cessar minhas ações.

— Sou a diretora de S.A.

Voltei-me em sua direção com vivo espanto:

— O que?!

— Isso mesmo. – sorriu. – A escola na qual mencionei à Murple é esta.

Não conseguia acreditar no que ouvia, e mesmo assim, aventurei-me a dizer:

— P-por favor, me deixe ser uma aluna! Eu... Eu preciso encontrar o criminoso de minha tia!

Shermansky fitou com espanto por alguns segundos, e depois sorriu:

— Se faz tanta questão, então eu lhe ofereço uma proposta secreta. – fez um sinal para eu me sentasse ao seu lado no sofá. Fiz o indicado, receosa. – Daqui a dois anos, você completa dezesseis, não é?

— Sim...

— Você terá a idade certa para poder ingressar na academia. Assim, eu lhe convido para participar de uma espécie de “jogo”.

— Um... Jogo?

— Sim, sim. – sorria de modo mais alegre.

— E como ele seria? – perguntei, interessando-me mais. Que ingênua.

— Você só deve ser a única a restar entre algumas pessoas. E o prêmio é a melhor parte: você escolhe o que quiser, incluindo dinheiro. Entende? Você não vai poder depender de Murple por muito tempo, a coitada já está com o pé na cova.

Parecia um prêmio perfeito! Por que não? Eu poderia me vingar do assassino de tia Agatha e passar o resto de minha vida sem me preocupar com despesas. Era um pensamento bem inocente.

Aceitei a proposta da diretora.

[Flashback – OFF]


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Notas finais do capítulo

Foi um capítulo bem curtinho mesmo, só para esclarecimento.
Eu já tinha escrito o capítulo três, mas quando fui revisar, emperrei em algumas situações. ఠ_ఠ
Eu ia colocar esse capítulo como "seis", mas para não ficar muito tempo sem postar decidi colocar logo.
Mas agora eu pergunto a vocês: Qual você acham que foi o "ato passado" de Armin, para que ele fosse selecionado?
Deixem suas opiniões e sugestões nos comentários e até a próxima! ヾ(^∇^)