Não Me Deixe Sozinho escrita por Gabriel Yared


Capítulo 1
Pequena Perfeição


Notas iniciais do capítulo

Esse primeiro capítulo é um meio pequeno, mas é por que ele é mais um capítulo de apresentação.



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Meu nome é Leo. Eu tenho 17 anos e minha vida está maravilhosa. Bem, antes de nós começarmos essa história, eu tenho que contar um fato: eu sou deficiente visual. Portanto, essa não é bem uma história em que eu vejo as coisas, mas eu as sinto.

Bem, agora vou apresentar minha vida.
Vivo com meus pais. Minha mãe é a Senhora Extremamente-super-mega-hiper-protetora, sempre me vigiando, sempre me dizendo o que fazer. Já meu pai é mais legal. Ele me deixa fazer coisas que minha mãe nunca nem pensaria em deixar e ele pelo menos ouve o que eu tenho a dizer antes de determinar um explicito e sonoro “NÃO”. E tem também a vó e o vô, que moram aqui perto.
A minha casa fica a seis quadras da escola. Eu já aprendi a me movimentar pela casa sem esbarrar em nada, e quando alguma coisa está fora de lugar, às vezes é um problema, mas é uma boa casa. Meu quarto tem uma escrivaninha com um computador com teclas em Braile, uma cama, um criado-mudo. É bastante confortável.
Minha melhor amiga se chama Giovana. Ela me conhece desde que nós dois éramos bem pequenos, e desde então ela nunca mais desgrudou de mim. Ela estuda comigo, na minha sala, bem ao meu lado. Ela está namorando um garoto que chegou mês passado lá na escola, o William. Ele é legal também. Às vezes – na verdade, quase todo fim de semana – eu vou a casa dela para tomar banho de piscina e bater papo.
Ah, e tem, é claro, o Gabriel. O Gabriel apareceu na minha vida no começo do ano. Ele é calouro lá na escola e nós nos tornamos amigos desde que a professora disse que tínhamos de fazer um trabalho em sobre a cidade-estado de Esparta. Normalmente, eu faria esse trabalho com a Gi, mas as duplas só poderiam ser formadas por integrantes do mesmo sexo; então o Gabriel me chamou pra fazer dupla com ele. Com o tempo, eu e ele nos aproximamos bastante. Então eu me vi perdidamente atraído por ele, até que um dia finalmente eu descobri que ele também sentia o mesmo por mim. E agora, estamos namorando há um mês!

Bem, ontem eu meio que fiz a declaração totalmente formal de que eu estou realmente namorando o Gabriel para todos os manés que ficam me zoando lá na escola.
O Fábio – o cara que vive dizendo que eu e Gabriel namoramos, mesmo antes de isso acontecer, pelo fato de estarmos sempre juntos –, no fim da aula, quando Gi, eu e Gabriel estávamos saindo do colégio, disse “Olha só! O namoro tá firme mesmo, hem, Leonardo?” daí os parceiros de bullying dele riram quando eles me viram segurando o braço do Gabriel pra me guiar e eu me soltei e segurei a mão dele – e posso afirmar que não foi como fazem dois bons amigos. Pelo que ouvi, eles ficaram bastante surpresos, alguém deu uma gargalhada e disse “Ei, cara, se fodeu!” e Gi, eu e Gabriel continuamos a seguir nosso caminho.
Depois que a Gi nos deixou na minha casa – ela não ficou por que foi se arrumar pra encontrar com o William mais tarde – e eu e Gabriel entramos.
Já no meu quarto, deixamos as mochilas num canto e quando percebi já estava enlaçado nos braços reconfortantes dele... como gosto de senti-lo... senti-lo perto de mim, sentir seu cheiro, os seus lábios firmes contra os meus... eu o amo. Amo muito. Muito mesmo. Então nos deitamos na minha cama.
Fiquei ali, deitado sobre o seu peito, ouvindo seu coração... ouvindo sua respiração... e então eu ouvi que minha mãe estava abrindo a porta...
Eu me levantei rapidamente, esbarrei em alguma coisa no chão e caí. Mamãe abriu a porta e perguntou:
— O que vocês estão fazendo?
Eu estava assustado demais pra responder qualquer coisa, mas Gabriel me ajudou:
— Oi tia! Me desculpa não avisar que vinha aqui. A gente tava conversando.
— Ah, tudo bem Gabriel, você é sempre bem vindo aqui! — Minha mãe gosta muito dele, nem sei por que — Vocês já almoçaram?
— Aham, mãe, a gente comeu na escola — finalmente eu consegui pronunciar algo. — Não se preocupa, tá?
— Ok, vocês querem um suco?
— Não, valeu mãe!
— Não, tia — respondeu o Gabriel.
— Se precisarem de alguma coisa, vou estar lá na sala.
Daí eu ouvi a porta fechando e os passos se afastando pelo corredor.
— Melhor a gente tomar cuidado, né? — perguntou o Biel.
— É. Melhor a gente trancar a porta — respondi.
— Por que não pensou nisso antes? Já sei: tava desesperado pra me dar uns beijos, né?
— Besta!
E foi nessa pequena perfeição que o meu dia continuou.


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Notas finais do capítulo

Essa é a minha primeira fic. Se gostaram, favoritem, comentem, etc.Com amor,Taito.



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