Como sempre chegar em uma nova cidade era corrido a pesar que para mim era sempre a mesma coisa, as grades em minha volta nunca mudam somente o teto em cima da minha cabeça e toda a euforia do resto dos humanos que corriam de um lado para o outro preparando o "CIRCO MAURIZIO" que para mim era a mesma coisa do que os outros que estive ao longo dos seculos mas tinha que concordar que os tempos estavam melhores pois era bem mais tranquilo, sem machucados sem fome sem gritaria.

A cinco anos eu estava neste circo e desde que vim para cá me senti mais sossegado pois meu atual domador respeitava muito meu temperamento e aceitava "minhas condições" eu em retribuição obedecia suas ordens e treinava ate ele cansar.

Eu passava a maior parte do tempo em minha jaula consumido pela tristeza e monotonia e angustia por estar preso durante tanto tempo. Minha vida como homem por vezes me atormentava e me sentia pior por saber que nunca mais teria minha vida de volta mesmo que eu quisesse, os tempos eram outros e meu reino ja não mais existia mas o em pensar que podia caminhar novamente como um homem normal me fazia bufar e tentar dormir para esquecer minhas angustias.

Matt o filho do domador correu ao seu encontro enquanto ele ajeitava meu almoço meu enormes pedaços de carne.

–Pai já coloquei o anuncio naquele lugar que o senhor mandou.- o menino era jovem com seus 15 anos mas era a cara do pai quando mais novo. Ele era o faz tudo do lugar mas como o circo era pequeno sempre pediam para contratar pessoas locais para ajuda-lo.

–Ótimo Matt vá terminar de ajeitar nossas coisas e já vou te encontrar.- o menino sorriu e foi para fora sem nem mesmo me notar, eram poucas as pessoas do circo e mesmo assim raro ve-los pois todos tinham certo medo de mim e se mantinham longe.

Sr. Davis (domador) e o dono do circo Sr. Maurizio, me viam com frequência e mesmo assim tinham receio de se colocarem em minha frente ou movimentar-se devagar com medo do enorme tigre branco cair em cima deles e os devorarem e só saber disso me fazia sorrir internamente.

–Bom garoto seu almoço esta aqui mais tarde venho lhe dar uma olhada.- "GAROTO" se ele soubesse o quanto eu tinha de vida não falaria assim comigo.

E lentamente ele se foi fechando a grande porta me deixando no galão escuro q era apena iluminado pelas janelas.

Eu adormeci e sonhei que estava mais uma vez na selva correndo mas eu estava alegre eu corri e sentia um cheiro doce mas não sabia identificar mas eu corria o mais rápido indo a direção dele e ouvia risos de uma mulher com sua voz tão doce que sorri, mechas de cabelos castanhos passavam por meu rosto e eu sentia cocegas em meu focinho quase espirrando, e ate meu domador voltar tive o melhor sonho que ja tive a mais de 300 anos.