O reverso do Diamante escrita por Newday, starimagination
Aquele “Alguém” tinha deixado-a com vontade de o conhecer, embora detesta-se a forma como a tratara. No autocarro Daniele escrevia uma letra para a nova música que surgisse, Roxy ficara traumatizado com os bichos carneiros e não pensava voltar à serra tão cedo. Sam reparou nos olhos de Daniele já estavam embrenhados no interior da sua escrita, decidiu ver o seu irmão que dormia profundamente e pensou que logo que chegassem teria que carrega-lo de novo. A lua já brilhava no céu. Luísa olhava-a intensamente, sentia-se atraída por ela, embora não soubesse porque, todos os dias olhava-a e dizia para si própria como a Lua é bela e consegue iluminar tudo mesmo na escuridão. Quanto mais a olhava, mais queria segui-la com os seus olhos e torna-la nos seus olhos um lugar onde pudesse sonhar.
Chegou a casa cansada, adormeceu logo nos seus lençóis suaves como seda e reconhecíveis pelo cheiro. Amanhã teria escola e tinha um monte de coisas para contar ao seu melhor amigo, o Jorge. Fechou seus olhos, viu a Lua brilhava no céu como nunca vira, tornou-se dia num instante, via ao longe as águas do mar a devorarem a Terra, iam-se aproximando cada vez mais, ela fugia estava cada vez mais cansada, pensou em desistir até que vê um rapaz que lhe estende a mão e que diz para ela saltar para a bicicleta. Luísa agarrou-se ao rapaz, estava com tanto medo. Ele andava depressa. Passado um tempo de fuga ela começou a sentir-se segura ao pé dele. Saltaram por cima de montes até que o mar ficou tão perto que desceram da bicicleta e entraram num café, que estava num abismo. Não havia mais saída, só ele e ela estavam lá. Ela agachou-se com medo, começou a chorar, ele abraçou-a suavemente e disse-lhe para não se preocupar, porque ele estava lá para protege-la. Ele vestiu um fato de mergulho e deu-lhe outro. Agarrou a mão de Luísa e disse que ia tudo correr bem. Nesse momento em que iam saltar do abismo que ia dar a um imenso mar, ela viu os olhos daquele rapaz azuis como o mar e começou a mergulhar neles. Caía, mas sentia-se bem, sem agonia, sem medo só um pouco confusa. Acorda com o despertador a tocar, tinha escola e graças a deus o seu melhor amigo (o mar) não tinha devorado a Terra. O mar que a rodeava o seu pequeno paraíso, não tinha destruído nada. Pai de Luísa acordou, como todos os dias e como sempre reclamou de ter de acordar tão cedo enquanto guiava o carro:
– Eu não posso fazer greve? Eu tenho que acordar todos os dias de manhã para por os meninos.
– Oh, pai tem que ser. Eu tenho que estudar.
– Qualquer dia faço que nem os teus professores greve, amanhã já não acordo.
– Sim, sim senhor Edgar Limão, já sabes o que tem de ser tem muita força. Xau pai.
– Porta–te bem.
– Sempre!
Passou o cartão, entrou na escola e baixou a cabeça. Tinha essa mania, de olhar sempre para o chão, tinha vergonha e medo de olhar para a frente onde estavam… as pessoas. Á espera das aulas estava Jorge, Anita, a Natalie e a Dina e juntou-se a eles:
– Bom dia!
– Bom dia! – responderam-lhe os amigos.
Anita, Natalie e Dina ficaram falando juntas. Luísa foi falar com o Jorge:
– Acho que vou ter negativa a Físico-química. O teste correu-me mesmo mal.
– Sim tu dizes sempre isso e acabas tendo um Muito Bom, isso mais depressa eu tenho. Eu é que vou ter um 0 no teste.
– No fim-de-semana fui fazer um piquenique com os meus pais e um piqueno muito estranhoviu-me dançar e quis que eu lhe ensinasse e disse-me que se chamava “Alguém”.
– Ahahahaha!!!!
– Não te rias foi estranho e em falar em estranho, tive um sonho também estranho…
A professora chegou temos que ir para a sala depois conto-te.
– ‘Tá bem.
A aula passou-se, com a entrega de notas e aborrecimento. Luísa teve um Muito Bom no teste, Jorge teve Bom, Dina um Suficiente, Anita um Bom e Natalie também tivera um Bom. Quando saíram da sala, após Jorge e Luísa conversarem com a professora Olívia, Jorge disse:
– Ahah! ‘Tas a ver, o teste correu-me pessimamente! Vou ter um zero, és mesmo “quiqui”.
– sim, mas eu disse a verdade correu-me mesmo mal.
– Sim, blá, blá, blá… O que ias-me contar?
– Ah! Foi um sonho que tive. Muito estranho.
Luísa contou tudo até ao último pormenor. E chegou a Sofia uma amiga que tinha perdido um ano e que andava no teatro. Ela sorria muito e era mesmo muito raro chorar. Luísa repetiu a história toda de novo. Na escola de Tamarim, Sam baldava-se às aulas enquanto esperava por Daniele, sentado num banco verde, olhando e segurando uma flor, que ia ficando sem caule:
–O que aconteceu? Alguma cliente, já de manhã.
– Não, eu tive que ir fazer uma cena.
– Cena, Acção! Bora temos que ir para a aula de ESA (educação de sexualidade e afectos).
– Nem sei porque temos isso se já sabemos.
– Mais experiente que tu não existe, não é?
– Não sejas bronco.
– Estou brincando mas sabes que é verdade.
– Sim, sei vamos.
Entraram na aula e o professor (director de turma) brigava com o irmão de Sam, o Rafael e ainda não tinha marcado. A outra professora que dava essas aulas assistia tentando acalma-los. Sam decidiu ajudar Rafael:
– Stor, o que ele fez foi sem querer.
– Tu nem sabes da história por isso não meta o seu bedelho.
– É o meu irmão por isso tenho que saber o que se passa. O que fizeste?
Rafael cruza os braços e não responde.
– O que fizeste palhacito? – pergunta Sam
– Nada de mal, ele é que é becoup (muito) sensível.
– ELE!!! Pensa que estava falando de quem.
– Calma, stor eu resolvo isto com o meu mano.
– O seu irmão desrespeitou-me!
– Apenas joguei-lhe tinta do corrector para a cara sem querer.
– Mentira, seu safado já vais ver.
O professor puxa o livro do ponto e uma caneta. E Sam diz:
– Não, stor por favor, isso não!
– Uau! Um papel e uma caneta, a arma mais mortífera da Terra. Que medo! – diz Rafael sarcasticamente.
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