O reverso do Diamante escrita por Newday, starimagination


Capítulo 1
Capítulo 1




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“…Sabes como todos os dias comi com os meus pais e…”

– Luísa sai um pouco do quarto.

– Já vou mãe!

No andar debaixo numa certa casa:

– Porque me chamastes?

– Hoje vamos fazer um piquenique, por isso quero que te vistas.

– Ai, e eu que pensava que ia ser a mesma coisa de sempre. Vou ter de voltar a escrever de novo o diário.

Noutro lugar:

– Vamos à serra! Yupi! Insectos… Como ’tou contente…

– Vai Roxy não sejas irónico, assim aproveito e faço músicas novas.

– Sim o Dani precisa é de inspiração. Não das tuas queixas. – diz um rapaz de cabelo longo preto.

– Ahahah! Cá piada.

Luísa, 14 anos, uma rapariga completamente normal. Cheia de defeitos e cheia de qualidades como toda a gente. Vive com os pais e com o irmão que considera um diabinho.

Pretende tirar um curso em que se ganhe dinheiro, esperem este é o sonho dos pais dela. Na verdade Luísa quer fazer algo que a satisfaça. Hoje foram fazer um piquenique com uns clientes importantes da mãe. Já na serra:

– Mãe, tem mais alguma coisa no carro?

– Hum… Falta alguma coisa… Ah, sim traz-me os talheres, se fazes o favor.

No parque de estacionamento, sai de um autocarro um grupo de rapazes que saltitavam de um lado para o outro. Luísa procura os talheres e vê o seu reflexo num talher, como odiava ver-se no espelho achava-se horrível, quer onde estivesse a sua imagem.

Olhou para os rapazes do autocarro e exclamou para si própria:

– Turistas, sempre com uns costumes diferentes.

Perto de uma árvore de eucalipto:

– Parem! Sabem que esses bichos para mim são horrendos.

– ‘Tadinho! vai anda, mexe esse cu, temos que explorar isto.

– Vá, deixem ele quieto.

Na mesa da família Limão, já havia chegado os clientes da mãe. Todos prendados como se o mundo fosse deles. E a mãe de Luísa submissa como se os contraria-se, era sentença de morte certa. Luísa odiava ver pessoas assim algo que nunca queria chegar a ser, é como essas pessoas, fúteis, convencidas e muitas outras coisas que demonstravam o pensamento de serem os reis do mundo. A filha deles era uma cópia viva mas em versão mais pequena. Luísa ouvia música do seu ipod e deu-lhe uma vontade louca de dançar, embora tivesse vergonha, porque achava não dançar bem. Trancava-se no quarto à noite para ninguém a ver. A vontade era tanta que falou mais alto. Na escola colegas dela dançavam uma dança que dava para quase todas as músicas, mas que ela nunca tinha dançado. Decidiu experimentar. A princípio parecia uma galinha desnorteada e depois apanhou o jeito. A “menina boneca” ficou a olhar para ela e pediu a Luísa para a ensinar. Luísa ensinou-lhe porque a mãe dizia que não devia desobedece-la, depois foi a hora do almoço. O Lucas como sempre disse que ou ela vinha ou começava a cantar. Luísa foi logo. Lucas quando cantava era muito irritante.

Depois do almoço continuou a dançar, a música consumia-a, ela sentia que estava noutro mundo. Luísa tinha grande imaginação e sonhava 24 horas por dia, com príncipes, com anjos, com alegria, com países inexistentes… O rapaz de ar estranho, loiro e com olhos claros parou. Ele também ouvia música do seu ipod preto e queria dançar, não que não soubesse fazê-lo, simplesmente nunca aprendera a dança de Luísa e queria aprender mais. Luísa foi interrompida dos seus sonhos, sente uma sombra mais fria que as das árvores, olha para a frente e vê um céu frio com algo negro no fundo não era o sol, era uma alma que a olhava. Ouve uma voz que nem alegre nem triste está, só curiosidade nela encontrava:

– Desculpa interromper-te, mas gostava de te perguntar como danças isso?

– Quem és tu?

– Alguém.

– Pois bem, eu não vou ensinar algo a alguém que não conheço.

– Eu disse que sou Alguém, não disse que sou Alguém Que Tu Não Conheces.

– Ai! Não sei quem és, mas que és irritante, isso tu és. – diz Luísa irritada.

– Ok! You call me irritante, but let’s dance.

– Agorafalasinglês.

–Ensinas–meounão?

– Está bem, mas quero algo em troca, que tal o teu nome.

– Uhum. – diz ele em forma de afirmação.

Luísa ensinou-lhe. Ele, o “Alguém”, dançava mesmo bem. Ela passado uns minutos já parecia a aprendiz e ele o professor, então ela parou.

– Porque parastes a música acabou?

– Não é isso, é que acho-te um parvo, por me perguntares como dançar e depois ainda danças como tu dirias em inglês “better than me” – Luísa dá-lhe um leve soco no ombro de “Alguém” – Chato!

– Se continuares assim não vais saber nunca o meu nome e vou passar a chamar-me Chato para ti.

– Nem penses, Parvo, cumpre a tua promessa de uma vez!

Outro rapaz esquisito chama o “Alguém”.

– Desculpa, mas já não dá tempo. – vira-se e corre em direcção ao outro rapaz.

– Olha, não é que fui enganada, ca parvinha mas, aquele “Alguém Parvo” era mesmo diferente… era um anormal chato. - diz Luísa para si própria.

– Um amigo novo ou mais que isso.

– Mãe, não inventes, já estou farta disso. Desde o 3º ano e continuas com essas coisas.

– Também já não posso comentar nada.

– Dessa forma não, sabes que não gosto. – diz Luísa fazendo uma cara engraçada.

A mãe dá-lhe um beijo na bochecha.

– Eles já foram embora e agora temos a serra só para nós. Estes clientes têm sempre coisas para fazer.

– Ainda bem…

– Tonta, vou dar-te um peido.

– Lucas pára de ser porco.

– Ups… já dei.

– Mau!!!

– Vá, venham jogar à bola – diz o pai com a bola na mão.

– Vou chegar primeiro que tu, tonta. – ameaça Lucas

– Quero lá saber.

Começaram a jogar voleibol e futebol. Lucas mandava a bola com pouca força então Luísa ficava a ver a bola a andar de um lado para o outro. Quando passavam a bola a Luísa na maioria das vezes mandava para o lado errado. A tarde passou-se no meio de jogos de futebol, voleibol e cartas e conversas sobre os mais variados assuntos. No fim do dia foram arrumar as coisas no carro. Lucas ainda comia um pedaço de chouriço e ia por as coisas no carro, o Pai e a Mãe estavam cansados e contentes. Luísa, essa levava as coisas com pouca vontade. Estava frio. Olhou para onde antes estava o autocarro dos estrangeiros esquisitos e questionava-se acerca do assunto daquela mesma tarde.


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