Pokémon Shining Soul - Adrian Roth escrita por Virants


Capítulo 1
Me chamo Adrian e vou te vencer


Notas iniciais do capítulo

Adrian segue para Celadon, primeira parada obrigatória em sua jornada.

Durante os capítulos haverá palavras destacadas com hiperlinks. Abra-os conforme ler a palavra. Trata-se de link para Youtube com música para o momento específico da cena ou, ainda, imagens para completar a leitura, seja de ambientes ou personagens.



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Quarta, 16 de Julho de 2014. Rota 16.

–BeKoon, String Shot nas asas!– Adrian falava, apontando para o Pokémon adversário.

O Weedle dispararia um fino fio esbranquiçado de sua boca que iria de encontro ao Pidgey, ainda voando. O alvo se enroscaria no fio, que limitaria o movimento de suas asas, fazendo-o perder altura.

– String Shot mais uma vez, aproxime-se e use Poison Sting!

– Pidgey, use o bico para se soltar disso e voe de novo! – o outro treinador não parecia muito feliz com o que via.

O passáro, pousando com dificuldade, usava o bico para cortar os fios e liberar o movimento das asas, mas o Weedle investia novamente, enrolando as asas do Pokémon e, dessa vez, limitando o movimento de sua cabeça. A lagarta se aproximaria com velocidade e, num pequeno salto, direcionaria a cabeça para o peito da ave, perfurando-o com seu ferrão. A ave caiu para trás enquanto o Weedle se recuperava, esperando novas ordens, mas não seria necessário... Pois o Pidgey estava cansado demais e não se levantou. Seu dono direcionou a pokébola a ele, um feixe vermelho luminoso indo de encontro ao pokémon e recolhendo-o.

– Certo. Aqui está... – se aproximava de Adrian pegando a carteira e tirando algumas notas de lá.

O treinador vitorioso pegava o dinheiro e olhava contra o sol da campina. Sorria, satisfeito, guardando-o em sua própria carteira. Chamava o Weedle com um gesto da mão e o inseto subiria por sua perna até chegar aos ombros.

– Fique bem, cara. Não desanime assim. Todos temos um dia ruim – e com um toque no ombro do outro treinador, que conseguiu sorrir, Adrian foi seguindo seu caminho para a cidade.

Adrian Roth estava seguindo para Celadon e, durante os dois últimos dias, foi preciso caminhar bastante - e com velocidade - para tentar acelerar a pequena viagem. Devia passar de meio dia, mas ele não faria parada para comer. Puxaria da mochila algumas bolinhas similares a cereal de milho e dava ao Weedle uma a uma, enquanto para ele pegava um sanduíche que parecia não ter estragado ainda. O garoto, de incomuns cabelos azulados e olhos da mesma cor, começara sua jornada há um mês e definira que seria não um simples treinador, mas O Treinador, um Mestre Pokémon. Não era um sonho incomum, já que muitos - senão todos - jovens sonhavam com isso.

– Todos sonham com isso... Mas sou diferente deles. Eu não vou apenas sonhar. Eu vou tornar isso realidade.

O caminho para Celadon seria tranquilo dessa vez. Era movimentado, com uma via asfaltada ao lado da trilha de terra, utilizada por ciclistas, skatistas e similares, sendo proibido o trânsito de veículos automotores. Para estes existia a Kanto-016, afastada do miolo da Rota 16 por onde Adrian e seus amigos esportistas seguiam.

Talvez fosse pelo horário e o sol quente, Adrian acabou não tendo novas batalhas. O calor afugentava qualquer boa vontade de fazê-las, mesmo que as árvores mais afastadas da via pudessem lhe dar uma sombra. O terreno mais acidentado e a grama alta iam reduzir sua velocidade de viagem.

Era 13:40 quando ele avistou a Loja de Departamentos de Celadon. Um dos maiores prédios da cidade, visível mesmo dali, algo por volta de alguns poucos quilômetros. Visível como se estivesse a alguns poucos metros. A cidade era enorme, tomada de grandes prédios e, diferente das outras cidades, ela não tinha muros para proteger os cidadãos dos pokémons. Era rodeada por árvores grandes e bem folhedas, grama rasteira e bem tratada e um muro de arbustos e flores, maioria espinhenta. Para chegar à cidade era preciso seguir pelos acessos em aberturas da parede de espinhos e flores. A via ciclística, a trilha de terra e a via de trânsito se uniam perto da entrada, um fluxo forte de veículos indo e vindo. Ao longo da extensão do muro - e principalmente na entrada da cidade, nestes acessos citados - havia algumas mulheres de quimonos e arcos nas costas. Elas permaneciam com um grande guarda sol fincado ao chão, observando tanto os veículos como os arredores, a fim de evitar a invasão de pokémons. Alguns policiais conversavam com elas, de uma maneira como se lhe fosse o superior, retornando a seus postos nas entradas da cidade.

A primeira coisa que Adrian faria ao entrar na cidade era procurar um local para se sentar. Exausto, com fome novamente - e com sede -, preferiu sentar no meio fio mesmo, respirando um pouco e rindo para BeKoon em seu ombro.

– Só vou respirar um pouco. As pernas estão latejando, tipo... Foi dois dias de caminhada e não deu pra dormir direito. Então não reclama, folgado! Só fica aí no meu ombro! – ele ria outra vez conforme o Weedle compartilhava da alegria.

Mas ambos iam parar de rir quando notassem a verdadeira dimensão de Celadon - A Cidade Arco-Íris. As vias eram bem espaçadas, com o trânsito de veículos fluindo sem dificuldades, as calçadas com ciclovias, permitindo a caminhada de pedestres, ciclistas e pokémons de estimação. Era a maior cidade de Kanto, superando até Saffron. Fora que era o ponto de equilíbrio, a nível mundial, do desenvolvimento capitalista e desenvolvimento sustentável, tendo uma árvore na extremidade de cada prédio e um canteiro de flores para cada residência. Era uma explosão de cores para todos os lados.

– Tão diferente de Viridian... Bonito. Mas acho que não conseguiria ficar aqui com todo esse movimento. Incomoda... – Adrian pensaria alto, caminhando até alguma lanchonete. Precisava de um lanche mais forte que um simples sanduíche.

Liberaria seu outro pokémon, Ryuren, um Rattata, e deixaria ele e BeKoon perto de seus pés enquanto ele ficava sentado na mesa. Compraria alguns salgados assados, compartilhando com os pokémons.

– Então gente... Tipo... Eu tava pensando assim. Podíamos ir lá no ginásio, sei lá, pra ver como é as coisas. O Green não estava no ginásio em Viridian, então não tive como ver as coisas. A Erika deve estar aqui, então, tipo... Seria interessante se a gente fosse lá e tal, ver como ela luta, ver o nível dos outros treinadores. O que acham? – falava com a boca cheia.

Ryuren e BeKoon reagiam de forma positiva, parecendo dispostos e animados. Seria uma oportunidade de aprendizado para todos.

– Você vai só pra olhar, né? Porque com esses pokémons você jamais venceria a Erika... – um jovem falava entrando na lanchonete, a voz alta para todos escutarem.

Outros treinadores no local e alguns clientes passaram a dar-lhe atenção, olhando para o alvo da fala... Adrian. Alguns arriscaram alguns risos baixos.

– Não há nada mais poderoso do que os Gym Leaders, pivete. Consegue entender? Imagina só... Achar que um Weedle e um Rattata venceriam um dos oito Líderes de Ginásio de Kanto, que são os treinadores pokémon mais fortes da região. – as pessoas começaram a rir.

Era simplesmente ridículo, os Gym Leaders não eram apenas treinadores formidáveis e exemplos a serem seguidos por outros treinadores, mas também o poderio militar mais forte da região - batendo de frente ou facilmente superando o poder militar do governo.

– Como? – Adrian falava perdido, finalmente encontrando o outro jovem. – É por pensar assim que eu serei um mestre pokémon e você não. – Adrian respondia com calma e sorrindo, mordendo o salgado que estava na mão.

As pessoas começaram a rir ainda mais alto. Se a ideia de vencer Erika era cômica, a respostada dada por Adrian e sua indiferença foram hilários! O garoto, grunhindo de raiva, sacava uma pokébola do cinto, apertava o botão central e a esfera crescia ao tamanho de uma maçã grande.

– Será mesmo? Vamos batalhar então! Aqui e agora! Aí saberemos quem é o melhor. Pivetezinho furreca. – falava com desdém, sorrindo e lançando a pokébola pro alto e agarrando novamente, várias vezes. Todos esperavam uma resposta do treinador desafiado.

– Meu nome é Adrian e vou te vencer – o garoto de olhos azuis sorria confiante, levantando-se, pronto para o desafio.


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Notas finais do capítulo

- Batalha no início do capítulo:
https://www.youtube.com/watch?v=48S_q42YQkw&hd=1

— Adrian Roth
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