Amor Por Contrato escrita por Sany


Capítulo 11
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá ... Adorei os comentários no capitulo anterior, estou muito feliz com eles acho que foi o capitulo com mais comentários até agora e fico animada em saber que vocês estão gostando. Não consegui postar na semana passada, mas tentei fazer esse um pouco maior para compensar, espero que gostem ...



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Um dia após nosso pequeno acordo Nathan me ensinou a fazer o que ele considerava fácil brigadeiro de panela e havia sido realmente divertido passar um tempo com ele, eu deixei ele ter o espaço dele e agi como se estivesse interessada em aprender a fazer doces, na “aula” seguinte passamos para o mousse e no final de semana arriscaríamos um bolo simples, entre meus erros e a total falta de habilidade conseguia tirar um sorriso ou outro dele, até mesmo uma piada aqui outra ali algumas até mesmo na hora de servir a sobremesa após o jantar.

Eu sabia que ainda tinha muito o que trabalhar nessa relação e que ela estava longe de ser a relação mãe e filho que eu tanto queria, mas era um começo e já me deixava muito feliz e satisfeita com o progresso. Peeta também estava animado com esse progresso e ajudou Nathan a fazer piadas com minha falta de jeito, além de sugerir algumas receitas simples para tentarmos. Na sexta enquanto as crianças estavam na escola eu estava terminando de conferir alguns dos cálculos da padaria no escritório de casa quando ouvi o telefone tocar.

– Alô

– Sra. Mellark? – ouvir meu sobrenome de casada me fez hesitar por um instante.

– Sim é a Sra. Mellark.

– Sou a professora do Pietro, eu tentei falar com seu marido pelo celular, mas não consegui.

– Aconteceu alguma coisa? – segurei o telefone com força pensando que algo grave poderia ter acontecido.

– Bem sim, Pietro entrou em uma briga com um dos colegas hoje na hora do recreio, precisamos de um responsável para busca-lo e por não ser a primeira briga dele a diretora gostaria de falar com um dos pais. – aquilo era uma surpresa para mim, Peeta havia me contado que Pietro andava tendo problemas na escola incluindo algumas brigas, mas desde o casamento não tínhamos recebido qualquer reclamação.

– Estou a caminho

Peguei minha bolsa e fui direto para escola, meia hora depois já havia falado com a diretora e estávamos fazendo o caminho de volta para casa, olhei Pietro pelo retrovisor, os cabelos loiros estavam bagunçados e seu uniforme sujo de terra, eu tinha checado se ele estava machucado assim que o vi, ele apenas olhava pela janela havia se negado a olhar para mim desde que o encontrei no corredor da diretoria sentado sozinho em um dos bancos e isso foi estranho e incomum assim como o silencio durante todo o percurso para casa. Assim que entramos em casa ele fez menção de subir as escadas.

– Pietro – ele parou, segurei seu rosto para dar uma boa olhada – Acho que vai ficar roxo – avisei tranquilamente, tentando não parecer estar repreendendo – Por que não sobe toma um banho enquanto eu preparo uma compressa de gelo pra você colocar no olho.

– Não esta doendo – ele abaixou a cabeça – Acho que vou apenas me deitar.

– Você está sentindo alguma dor? – perguntei já que ele podia ter machucado algo e não dito.

– Não.

– Então sobe toma um banho e desça para conversarmos certo – ele confirmou com a cabeça e subiu as escadas lentamente.

Sentei no sofá e pensei no que fazer a seguir, a conversa com a diretora havia sido rápida e como não tinha sido a primeira vez que ele se metia em confusão, Pietro seria suspenso por dois dias, mas o que havia surpreendido não só a mim mas também a diretora tinha sido a briga ser com Rory Hawthorne que era o melhor amigo dele. Ele demorou um tempo muito mais longo do que o normal antes de descer.

– Podemos conversar no meu quarto? – concordei com a cabeça e o segui até o quarto, ele se jogou na cama assim que entramos e ficou fitando o teto, coloquei a cadeira da escrivaninha em frente a cama e me sentei.

– Quer me contar o que aconteceu? – ele deu os ombros

– Rory e eu não somos mais amigos.

– Por que não, achava que Rory era seu melhor amigo – além de estudarem juntos Rory morava próximo e o dois se conheciam desde pequenos.

– Não é mais – ele pegou um dos diversos carrinhos de sua coleção que ficavam na lateral da cama e começou a abrir e fechar as portas do mesmo.

– Vocês discutiram? – eu precisava saber o que houve, eu sabia que ele não tinha muitos amigos fora da escola, assim como sabia que Rory era um bom garoto e que eles se entendiam bem, havia visto os dois brincando o suficiente para saber disso.

– Ele disse coisas que não gostei, então agora ele é só mais um idiota como a maioria dos outros garotos da escola – ele parecia triste.

– Pietro – peguei o carrinho e o coloquei de volta no lugar fazendo ele olhar para mim – O que ele disse? – ele ficou em silencio por um momento antes de falar baixinho.

– Que você não é minha mãe de verdade, apenas uma mãe de mentira – senti um aperto imediato no peito, havia esquecido o quanto crianças podem ferir umas as outras com palavras mesmo que não seja intencional.

– Não acho que o que ele disse seja importante, só importa o que você pensa – eu sabia que na idade dele a opinião dos amigos tinha um peso maior do que deveria.

– Minha mãe de verdade não me quis – as palavras me pegaram de surpresa, e eu não tinha como argumentar sobre aquela afirmação.

– Sua mãe não teria tido você se não o quisesse.

– Então por que ela nunca me escreveu? Nunca ligou? Nunca veio me ver? – vê-lo assim me partia o coração, eu entendia todas aquelas perguntas eu havia feito elas e muitas outras parecidas milhares de vezes quando pequena e ainda hoje não tinha conseguido essa resposta, na verdade após o nascimento da minha pequena passei a entender ainda menos os motivos que levaram minha mãe a desistir de mim após a morte do meu pai.

– Eu não sei – eu realmente não sabia o porque Clove nunca tinha pegado o telefone e ligado para os filhos, porque não podia tirar um momento para mandar um e-mail ou um cartão nas datas importantes ou porque nunca veio ver os meninos após o divorcio.

– Eu a fiz ir embora – de todas as coisas que pensei em ouvir dele, nenhuma chegou perto daquilo.

– Como? Quem disse isso? – Peeta jamais diria algo assim para ele e ninguém mais poderia faze-lo acreditar em algo assim.

– Ninguém, mas é a verdade ela só foi embora depois que eu nasci – ele olhou para mim os olhos cheios de lagrimas – Ela ficou com o Nathan quando ele nasceu, acho que ela era feliz, vi uma foto no sótão uma vez então eu nasci e ela foi embora, acho que se eu não tivesse nascido ela ainda estaria aqui.

– Não, você não fez ela ir embora, olha casamento é complicado e seus pais tiveram seus motivos para se separar não foi você – senti tanta raiva daquela mulher que eu nem conhecia por faze-lo sofrer assim, ele não merecia isso – Eu não sei o motivo que levou sua mãe a ir embora, talvez um dia você possa perguntar a ela, mas tenho certeza que nada tem haver com você. Olha ela deixou você e Nathan com seu pai, garantiu que vocês tivessem um bom lar e um pai maravilhoso que ama vocês dois demais, e ele faz de tudo para vocês serem felizes.

– Eu sei, quer dizer ele sempre faz o possível para estar em casa e nunca esquece nenhuma data especial e faz o melhor bolo no nosso aniversario.

– Viu só, seu pai é especial Pietro, sua mãe não podia ter escolhido ninguém melhor para cuidar de vocês.

– É verdade o pai do Bobby da minha sala é mal-humorado, Bobby disse que ele vive gritando e brigando com todo mundo na casa dele e o Bobby não tem um irmão mais velho como eu, quer dizer o Nathan é legal ele disse que vai me ensinar a jogar basquete.

– Isso parece ser divertido

– É o Rory não tem quem ensine a ele, o irmão dele é mais novo que nós, ele disse que é um incomodo e que vive mexendo nas coisas dele, e ele nunca leva a culpa por nada do que faz e a culpa sempre é do Rory.

– Tenho certeza que ele queria um irmão mais velho, como o Nathan para ensina-lo a jogar.

– Acho que sim, afinal o Nathan é legal quando quer – ele suspirou antes de prosseguir – Tenho um pai, um irmão, uma madrasta e uma meia irmã, isso é bastante não é?

– É sim – resolvi aproveitar o momento e falar sobre o bebê – E em breve terá mais um irmãozinho ou irmãzinha.

– É – ele pegou o carrinho novamente.

– Sabe estava falando com seu pai sobre a sorte que esse bebê vai ter por ter você como irmão mais velho – ele olhou para mim desconfiado.

– Vai?

– É claro, você vai ensinar um monte de coisas a ele assim como esta fazendo com a Prim.

– Não sei se eu quero mais um irmão – ele disse baixinho – Tudo vai mudar de novo depois que o bebê nascer e se você for – ele não terminou a frase, mas não foi preciso.

– Pietro algumas coisas vão mudar com o bebê, mas o que sentimos por você o que seu pai sente por você não vai mudar nunca, e eu não vou a lugar nenhum esta bem, o bebê vai chegar mais eu vou continuar aqui entende isso – ele confirmou com a cabeça – E você vai ser um ótimo irmão mais velho.

– Nathan disse que você também gosta de basquete seu irmão te ensinou a jogar?

– Não eu não tive irmãos.

– Nenhum?

– Nenhum.

– Uau quer dizer o papai sempre disse que as melhores lembranças da infância dele ele dividiu com tio Gale, mas deve ser legal não ter precisado dividir seus brinquedos ou seu pai e sua mãe com ninguém – ele parecia estar admirado com a ideia de ser filho único.

– Infelizmente eu também não tive nem pai nem mãe.

– E quem cuidava de você? - não tinha como explicar para ele que eu havia cuidado de mim mesma grande parte da vida.

– É complicado, mas algumas pessoas cuidavam de mim.

– E quem preparava suas festas de aniversario?

– Eu não tinha festas – ficamos em silencio por um tempo.

– Eu sinto muito, não deve ter sido legal não ter irmãos então.

– Não tem problema agora eu tenho uma família ótima.

– Katniss

– Sim.

– Gostaria de saber se – ele parecia nervoso e um tanto tímido – Se eu posso chama-la de mãe? Só de vez em quando não precisa ser sempre – não teve como não sorrir para ele.

– Claro que pode, vou ficar muito feliz com isso – ele sorriu também, um sorriso sincero que me deixou muito feliz, levantei e coloquei a cadeira no lugar – E nada de brigar na escola outra vez mocinho, não é certo e tenho certeza que seu pai já lhe disse isso.

– Sim ele disse, e pode deixar mãe não vou mais brigar – meu coração acelerou com aquelas simples palavras, como não amar aquele garoto? Clove deveria ser louca por deixa-los, sai do quarto dele e segui em direção ao andar de baixo encontrando Peeta na ponta da escada recostado na parede os olhos fechados.

– Não sabia que estava em casa – em nenhum momento tinha ouvido qualquer indicio da sua chegada, ele abriu os olhos e olhou para mim.

– Achei melhor não interromper – Peeta se justificou enquanto descíamos as escadas.

– Você ouviu?

– Sim, assim que vi as ligações da escola eu retornei, me falaram que você já tinha buscado ele e falado com a diretora.

–Como não é a primeira vez ele vai ficar suspenso por dois dias.

– Eu deveria ter notado que a questão girava em torno da Clove – nos sentamos no sofá e ele parecia realmente abalado – Como eu não percebi isso Katniss? Eu sempre me preocupei com Nathan sentir falta dela, questionar sobre ela ir embora eu levei ele na terapia falei com ele varias vezes, mas nunca cogitei a possibilidade do Pietro se questionar sobre alguém que ele nem conheceu direito, eu não vi que meu filho se culpa pelas escolhas dela.

– Não se culpe por isso, é normal ele querer saber o por que chega a ser involuntário, ele tem seis anos, é tudo muito novo e agora com a chegada do bebê ele não quer ser esquecido, basta passarmos confiança nessa família e tudo se resolve – ele concordou com a cabeça - Quando Clove foi embora?

– Ele tinha menos dois meses quando ela saiu do Doze, mas nós já estávamos nos separando por assim dizer, ela não chegou a ficar com ele, quer dizer não consigo me lembrar de vê-la segurando ele no colo sabe eu sei que ela segurou mais não consigo formar essa imagem na cabeça foi uma época complicada.

– Deve ter sido difícil para ela deixa-lo tão pequeno – quando Prim nasceu eu não consegui me imaginar longe dela e devo confessar que muitas vezes passei horas durante a noite só olhando ela dormir.

– Acredite não foi, Clove soube lidar com a situação muito bem, a maioria das vezes eu acredito que foi o melhor para eles, não conhece-la com certeza trouxe menos decepção do que se ela tentasse fazer parte da vida deles – ficamos em silencio apenas olhando um para o outro – Obrigado por falar com ele e por não inventar desculpas ou destruído qualquer ilusão sobre ela, eu sei que ela não merece nada, mas quem sabe um dia ...- a voz dele desapareceu e não soube dizer se ele desejava ou não que ela voltasse.

– Algum dia sua ex-mulher pode se arrepender, pode querer conhecer os filhos, ainda é um direito dela, ela sempre será a mãe deles e embora eles tenham que superar muitas coisas se ela o fizesse seria bom, era isso que ia dizer? – por um minuto desejei que ele negasse que dissesse que a volta dela nunca seria boa e que eu era a mãe dos garotos e que ela não tinha direito nenhum de se aproximar da minha família, mas aquilo não era verdade.

– Alguém já disse o quanto você é incrível Katniss Mellark? – ele se virou me fitando de frente.

– Não, é não me acho incrível – sentir aqueles olhos azuis olhando diretamente para mim era uma sensação incrível.

– Você é acredite, veja como lidou com Pietro seria tão mais simples coloca-lo de castigo e repreende-lo por brigar na escola.

– Isso não resolveria o problema – ele sorriu

– Você sem duvida resolveu um grande problema – sentada ao lado dele naquele sofá, com ele sorrindo senti uma incrível vontade de beija-lo.

– Eu estou aqui para deixar sua vida mais fácil – falei com o pouco de voz que me restava, já que o simples fato de estar ao lado dele sentindo seu perfume tornava a minha vida mais difícil.

– Fácil eu não sei, mas melhor com certeza – eu precisava sentir aqueles lábios, eu necessitava sentir aqueles lábios, como um imã aproximei meu corpo do dele, sentindo sua respiração tão próxima perdida no azul dos olhos dele, fechei meus olhos e aproximei meus lábios do dele e meu mundo parou por alguns segundos e a sensação foi fantástica, quase três meses sem sentir os lábios dele pareceram mais longos após iniciar aquele beijo, era irracional eu sabia, mas eu não tinha a menor vontade de interromper aquele contato por nada nesse mundo, ele por outro lado aprofundou o beijo me puxando levemente para mais próximo. O toque do telefone na mesinha ao lado, porém nos trouxe de volta a realidade fazendo eu me afastar e Peeta rapidamente se levantar e atende-lo. Deixei ele na sala e segui para a cozinha, eu precisava recuperar a razão e um copo de água iria ajudar ou pelo menos não atrapalharia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, telefonema incomodo não é? Não garanto o capitulo 11 para a próxima semana, mas vou tentar. Beijos