Sweet Nothing escrita por Evye


Capítulo 4
Goodbye


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos e todas! Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que comentaram, mandaram mensagens privadas,etc, muito obrigada por dedicarem uma parcela do tempo de vocês a SN, fico muito feliz pelo carinho e espero estar agradando!( você nem sabem como fazem minha felicidade! xP!!!) Espero também que gostem deste capítulo!
PS: By the Way.... Pessoinhas, acabei esquecendo de avisar no primeiro capitulo, mas leiam as letras das músicas que compõe o título (nao precisa se nao quiser ç.ç), mas é que todas condizem a alguma situação ou sentimento dos personagens!! o/
Boa leitura!



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"I don't care if I never see you again
I'll be alright
Take this final piece of advice and get yourself together,
but either way baby, I'm gone"

~

Os olhos de Afrodite percorreram o jardim detendo-se no cavaleiro que parecia entretido na tarefa de replantar pequena mudas de rosas, sorriu voltando a atenção ao que fazia, suspirou longamente, ainda tinham muito para fazer e as coisas simplesmente não estavam fáceis, os ventos frios dos meses de outubro se aproximavam aos poucos e as flores pareciam querer desistir de ficarem expostas ao ar livre.

–Sinto como se estivéssemos perdendo tempo aqui…

–E por que?

–Inverno. Geralmente nessa época, cedo parte do meus cosmo para que elas cresçam… Mas estas mudinhas, não sei.

Aquário sorriu pegando um dos botões do cesto, sorrindo para a futura flor. Abriu um espaço na terra a colocando ali e selando com o cosmo, voltou o olhar para Afrodite como se dissesse para confiar no que faziam, e assim continuaram a tarefa, em um silêncio confortável e calmo.
Passaram a tarde naquilo, terminando apenas quando o sol começava a se esconder e o brilho da lua aparecia nos céus trazendo consigo o véu negro iluminado de pontos brilhantes. Entraram no templo de Peixes totalmente sujos de terra e com adubo em lugares inimagináveis, o pisciano jogou-se na cadeira cansado, reclamando de dor nas costas.

–Está envelhecendo.

–Oh, foi mal, jovenzinho! -Revirou os olhos rindo da sinceridade do ruivo. -Espero que não tenha sido incomodo perder o dia todo aqui…

–Não foi. -Deu os ombros pegando uma garrafa d’água e a partilhando com o loiro.

–Achei que odiasse se sujar.

–E odeio, mas, ainda sou um cavaleiro e se tratando das minhas flores, o que é um pouco de barro?

Sorriu abertamente para o francês, um sorriso puro e cheio de esperança com os grandes olhos azuis fixo na paisagem à frente, Camus sentiu um estranho calor no peito, para um cavaleiro de gelo, qualquer calor poderia ser estranho, mas aquele definitivamente era diferente… Suspirou tocando as mexas louras que pareciam ter crescido bastante nos últimos dias, parando para pensar, Peixes não parecia tão incomodado com a constante perfeição como antes, este já não usava maquiagem, não passava horas tomando sol ou em banhos com sais estranhos; definitivamente algo estava mudado no cavaleiro das rosas. E não sabia dizer se era a aparência natural, os pequenos fios de barba que ameaçavam aparecer ou as longa madeixas que moldavam seu corpo, mas apesar de tudo, permanecia com uma beleza intocada e digna de invejar a própria deusa que lhe nomeara.

–Seu cabelo está enorme.

–Não é?! Quase do tamanho do seu… -Puxou um cacho o analisando. -Acho que é hora de cortar…

–Posso?

–O que?

–Cortar. -O ruivo riu levemente diante o olhar assustado de Afrodite que não tinha certeza do que dizer. -Não sou ruim, sempre cortei o meu.

O aceno positivo foi bem recebido, levantou-se pegando uma tesoura afiada que o pisciano guardava em um cesto denominado como “para casos de emergências com tecidos”, ou seja, costura. Aproximou-se do colega puxando os fios loiros para trás, sentindo a textura e o aroma, tudo era adocicado, aliás, o próprio Afrodite parecia ser feito de açúcar, exalava um certo aroma de rosas, tinha a pele delicada como um petit four e a aparência do glacê mais perfeito que o ser humano poderia provar, e que nos perdoem os que não gostam da cobertura, mas é ela quem encobre os melhores recheios. Ajeitou os fios dourados medindo um bom comprimento.

–Quer como estava antes?

–Hm… Não, pode mudar, aliás, confio em você, faça o que achar melhor!

Espantou-se com a repentina declaração e momentaneamente teve dúvidas sobre o que fazer, quer dizer, praticamente todos no santuário mantinham cabelos compridos e vistosos, mas o de Afrodite, era o mais chamativo, não pela cor ou brilho, mas pelo conjunto todo, seria um pecado estragar àquela imagem. Respirou profundamente lembrando-se do melhor amigo do díscipulo, o jovem de nome Shun, mantinha os fios na altura dos ombros e ficava muito bem, a julgar pela aparência androgênia de ambos… Bem, arriscaria.
Ao cortar o primeiro “lote” de cabelo estremeceu ao ver a quantidade que estava em suas mãos, engoliu em seco continuando com o serviço, quando terminou havia várias e várias mexas espalhadas pelo chão e o até então comprido cabelo do cavaleiro de Peixes, agora pendia em seus ombros sutilmente repicado e com cachos mais definidos, deixando com a ondulação perfeita.

“Deuses, ele não sabe ser feio?!”

–Nossa, Camus…

–Não achei que ficou ruim.

–Ruim? Está ótimo! -Pulou em frente o espelho chacoalhando a cabeça para os lados e fazendo os cabelos balançarem. -Sabe o que dizem?

–Do que?

–As mulheres quando terminam um relacionamento de muito tempo, sempre modificam seus cabelos, cortam, pintam, repicam… E sabe por que?! É o passo para um novo inicio… -Sorriu olhando para trás, sob o atento olhar do cavaleiro que o acompanhava. -Novos ares…

Camus abriu a boca para falar algo, mas não teve coragem, tocou os próprios cabelos pensando se seria uma boa ideia modificar, afinal, Afrodite estava certo, aqueles fios vermelhos lhe remetiam ao cavaleiro de Escorpião mais do que gostaria de admitir, até mesmo o comprimento, mas não mudaria tanto por ele, jamais!

–O Máscara amava quando deixava o meu cabelo natural… -Baixou o olhar apoiando-se no mármore da pia. -Acho que por isso eu odeio essa cor… Sempre odiei. -Mordeu o lábio inferior contendo as lágrimas que jurara não derramar e tentando afastar as infinitas lembranças que aquele tom de dourado lhe trazia, sendo todas ruins. -Eu odeio essa cor.

–Eu gosto… -Aproximou-se tocando os fios e os enrolando entre os dedos. -Combina com seus olhos... -Sorriu levemente acariciando o topo da cabeça do amigo. -Mas, se você odeia tanto assim, por que não tinge?

–Não sei se é uma boa ideia, voltar para o azul…? -Fez uma expressão indecisa pensando realmente se valeria a pena, afinal más lembranças vinham de todos os lados. -Droga, não sei o que fazer…

–Na dúvida, faça mexas.

–Mexas?

–Sim, tinja apenas algumas mexas do cabelo, na cor que quiser… -Sorriu dando os ombros na maior simplicidade, estava pensando em modificar a cor do seu também, se era como Afrodite estava dizendo… Precisava renovar sua vida, recomeçar do zero.

–Farei! -Falou decidido pegando a mão do cavaleiro de gelo e o puxando escadaria acima tagarelava quase tanto quanto Milo, mas longe de ser desagradável, não exigia respostas e parecia contente em apenas expor o que pensava, por vezes era contraditório, mas tudo bem, afinal, ele estava alegre.

~

Dohko estava à janela do décimo terceiro templo suspirando pesaroso e entendiado, Shion há horas preenchia e assinava uma inúmera quantidade de papéis e parecia ignorá-lo completamente, bufou preste a xingar o ariano quando avistou duas pessoas saírem da casa de Peixes, forçou a vista identificando os dois, era Afrodite e Camus, corriam pelos degraus e estavam quase alcançando Aquário, prendeu a respiração, não podia deixar aquela oportunidade passar! Saiu do local o mais rápido possível, os alcançando prestes a entrarem na casa de Capricórnio.

–Afrodite!

O loiro se virou arregalando os olhos e abrindo a boca em espanto, depois de tanto tempo, horas, dias, meses, anos! Sem rever o chinês, o tinha novamente em seu campo de visão, e não contaria a época em que se sacrificaram, definitivamente não!

–Dohko! -Exclamou correndo até o mais velho sendo puxado para um apertado abraço. -Há quanto tempo!

–Deuses, você é um homem! Eu não queria acreditar, depois de tanto tempo… -Sorriu apreciando o jovem, continuava perfeito como a última vez que o deixara no santuário. -Você está ótimo!

–Você também não está mal, para um homem de mais de 200 anos!

Dohko riu bagunçando os cabelos do pisciano e reparando que estes estavam mais curtos do que o normal, tocou uma das mexas franzindo a testa e a seguindo até o fim, nos ombros do sueco.

–Dite, o que você fez?

Ouvir o apelido que pouquissímas pessoas usavam com Afrodite o fez se virar rapidamente e ver o cavaleiro de Libra tocar nos fios dourados do sueco não lhe deixou muito satisfeito, eles pareciam conversar sobre o corte, mas as palavras não lhe chegavam aos ouvidos, afinal o termo “Dite”, martelava em sua mente como um pássaro bicando a árvore, mordeu o lábio tentando compreender o nível da relação dos dois para aquele nível de intimidade.

–Não, não ficou ruim. Apenas… Diferente.

–Bom, foi necessário, considerando as circunstâncias…

–Por que? O que houve?

–Conversamos depois, tenho que correr!

Sorriu pedindo para que o libriano fosse em seu templo a noite, o deixando sutilmente confuso com as palavras alheias, viu Peixes tomar a mão de Camus e continuar o caminho às pressas, porém, o olhar do ruivo sobre si não fora esquecido, os belos olhos esmeraldas o fuzilaram com maior frieza do que o normal, e algo o alertava que alguma coisa estava acontecendo.
Deixou que os colegas sumissem de seu campo de visão e continuou seu caminho para o próprio templo, descia pensativo quando se recordou de que o cavaleiro de Escorpião era amante do aquariano e talvez ele pudesse explicar a repentina e esquisita amizade entre os dois vizinhos que anteriormente não podiam dividir o mesmo espaço por mais de cinco minutos.
Elevou o cosmo anunciando sua chegada ao local, a principio não houve resposta, mas logo em seguida avistou o grego subir as escadas da área residencial o cumprimentando, estava tudo muito diferente, o moreno simplesmente encostou-se em uma das pilastras e o olhava como se desejasse que sumisse o mais rápido possível, e o mais intrigante de tudo, seu silêncio.

–Bom dia, Milo.

–Pode passar, Dohko.

–Quanto a isso… -Suspirou com um pequeno sorriso e uma das mãos coçando a nuca. -Gostaria de falar com você…

–Adoraria perder meu tempo com o que quer que seja, mas hoje não.

Viu o colega desencostar-se rumando de volta para outro local, suspirou, o seguiu até a cozinha do templo onde viu o guardião da nona casa jogar-se na cadeira com um copo e uma garrafa de uísque.

–Por que ainda está aqui? Vá embora!

–Não me agrada seu tom de voz, Milo, não vim para brigar.

–Oh não?! Então, o que o honrável Mestre Ancião deseja na presença deste mero cavaleiro?

–Deuses… Não seja tão venenoso.

–Então está falando com pessoa errada. -Deu os ombros com um sorriso cínico e recostando à cadeira. -Milo de Escorpião, esqueceu?

–Não, te conheço desde que você era um pirralho, acha mesmo que eu iria esquecer? -Ergueu uma das sobrancelhas com um sorriso na face, o moreno praguejou alguma empurrando uma das cadeira para que se sentasse. -Preciso perguntar uma coisa…

–E tem algo que você e o Shion não saibam?

–Tem, muitas coisas, inclusive. -Revirou os olhos recordando-se da personalidade terrível do grego. -Eu quero sabe o que houve, nesses anos, entre o Afrodite e o Camus.

A reação que se seguiu foi surpreendente, o cavaleiro de Escorpião enfureceu-se pegando a garrafa e a jogando contra a parede, levantando-se no mesmo instante com os olhos queimando de ódio, sentiu como se naquele momento fosse levar as quinze agulhadas de uma vez. O cavaleiro caminhava de um lado para o outro xingando em sua língua nativa e quebrando qualquer coisa que estivesse em seu caminho, Dohko enrijeceu na cadeira suspeitando das ações do mais novo, abriu a boca para perguntar o que lhe perturbava quando o moreno virou-se desabafando o que estava em sua mente.

–Aquele filho da puta está dormindo com o Camus! Só pode! Eu vou matar os dois!

Os olhos castanhos se arregalaram com a repentina declaração, abriu a boa espantado com que ouvira, seria mesmo verdade? O escorpiano continuava falar desenfreadamente,as palavras jorravam de sua boca, uma pior que a outra, denegrindo cada vez mais os dois, e isso estava começando a irritar.

–Calado.

–Eu disse que ele estava me traindo, eu sempre soube! Filho da mãe, mas com o Afrodite?! O que os dois estavam pensando? Eu juro que vou-...

–Ca-la-do.

O jovem parou olhando para o outro que mantinha-se cabisbaixo, alguma coisa nas palavras do escorpiano estava errada, sentia isso! As últimas notícias que tivera do pisciano não condiziam em nada com aquela informação! Até onde sabia, há anos o louro envolvia-se com o italiano, então… O que era tudo aquilo?

–Deuses, explique direito!

–Eu já disse, Afrodite e Camus estão juntos.

–Você diz…?

–Exatamente, os vadios já deviam estar de namorico quando ainda namoravam! Mas, não deixarei essa mentira barata, não mesmo!

–Isso não faz sentido… O Afrodite amava o Máscara de um jeito… Não entendo.

–Amar? Que piada, aquela puta loira nem deve saber o que é isso!

Dohko levantou-se irritado, poderia não entender o que estava acontecendo, mas também não admitiria que tratassem o pisciano daquele jeito, definitivamente não!

–Retire suas palavras, Escorpião.

–E por que o faria? É apenas a verdade, te incomoda? -Riu com escárnio da feição do Libriano. -Está apaixonadinho também pelo sueco?!

O movimento foi rápido e inesperado, em um momento o cavaleiro de Escorpião estava em pé e no outro seu rosto colado na pia de mármore enquanto uma mão fazia pressão sobre sua cabeça o empurrando cada vez mais contra a pedra fria. Os olhos de Dohko faiscavam de raiva, odiava ver o que aqueles garotos estavam se tornando, mas odiava ainda mais o fato dos anos terem mudado tantas coisas e ao mesmo tempo nada.

–Aprenda a respeitar os mais velhos, garoto!

Saiu do local sendo xingado pelo grego, mas pouco importava, apenas voltaria seu caminho e esperaria, pacientemente até que Camus colocasse os pés novamente no templo de Aquário.

~

–Eu não sei se é uma boa ideia…

–Você vai ficar bem com esse tom. -O loiro sorriu lendo a embalagem da tinta, a cor era um tanto exótica, um negro puxado para o verde, aliás, muito puxado. -Vai combinar com seus olhos.

–Meus olhos? -Parou encarando Peixes com curiosidade.

–Sim. -Sorriu meio absorto na bela face do francês. -Seu olhos são lindos, eu amo esse tom de azul, ele puxa para o verde quando bate o sol.

–Como… Quer dizer… Quando você notou tudo isso?

O pisciano enrubesceu no mesmo instante, puxando o ar com certo nervosismo, tentando disfarçar com palavras que faziam parecer algo óbvio que qualquer um notaria. “Ou ao menos, qualquer um que se encante com você… Oh, Zeus! Droga!”

–Eu sou muito perceptível. -Deu os ombros voltando-se para frente e continuando o caminhar pelos templos.

–Obrigado.

–O que?

O cavaleiro de Aquário se aproximou sorrindo e bagunçando os cabelo (não mais tão longos) do homem ao seu lado, com um sorriso discreto de lado, virou-se para frente voltando ao caminhar, prestes a entrar em sua casa, inocente do que o esperava ali.

–Eu disse, obrigado. -E sorriu, ainda mais ao notar as bochechas rosadas do amigo.

–Ah, não por isso…

Subiam despreocupados, Afrodite era o que mais falava, e apesar de estranhar o silêncio nas casa zodiacais, continuou seu caminho sem se abater, mesmo quando passaram por Câncer e Escorpião, foi em Capricórnio que sentiu que algo estava efetivamente errado, o único guardião que aparecera fora Shura e ainda assim, sentia como se aquele encontro tivesse sido um acaso que o espanhol preferia evitar.

–Podemos passar, Shura?

–Podem.

O cavaleiro deu espaço sem encará-los e isso, tanto Peixes quando Aquário notaram, ainda mais ao ouvir alguns resmungos na língua natal do capricorniano, que sumiu o mais rápido possível para dentro da área residencial.
Subiram os últimos lances de escadas em silêncio cada um absorto nos próprios pensamentos, quando Afrodite ameaçou abrir a boca para falar algo notou que próximo à saída de Aquário um cosmo conhecido se fazia presente, mas apesar da amistosidade, estava turbulento. Olhou para frente estranhando a presença de Dohko.

–Dohko?

–Olá, Dite.

–O que está fazendo aqui?

O libriano suspirou aproximando-se dos dois sem olhar para o sueco, como olhar fixo no francês, que permanecia indiferente e com sua palpável frieza.

–Poderia nos dar licença, Afrodite? -Olhou mais sério cruzando os braços. -Preciso falar com Camus de Aquário.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que leram, espero que tenham gostado! Estou criando algumas polêmicas, eu sei, mas anda que no final não se resolva! Não deixem de comentar, isso ajuda muito na composição do capítulo!
Espero que tenham gostado e estejam ansiosos para os próximos (eu estou!! hohohoho)! E vamos ver quais surpresas o futuro desses cavaleiros reservam, não?!
Obrigada por lerem, muitos abraços a todos e até o próximo!
See ya! ~

Tia Evye.