Por Toda a Eternidade escrita por Bruna Cullen Petrova


Capítulo 1
Transformação


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, essa é a minha primeira fanfic.Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507921/chapter/1

O ano era 1897, estava frio e eu me encontrava perdida em uma rua deserta. Andava apressada tentando encontrar o caminho para voltar para casa, o único barulho era o dos meus saltos batendo contra a calçada, eu os odiava, mas como toda moça de família deveria se comportar como uma dama eu os usava para agradar aos meus pais. Lembrei-me de hoje mesmo pela manhã e da discussão que tive com meu pai.

Acordei cedo e me vesti o mais rápido que pude coloquei meia-calça branca e um vestido rosa bebê, tirei os bobs dos cabelos e os cachos caíram pelos meus ombros emoldurando o meu rosto, passei uma maquiagem leve e um batom vermelho.

Peguei os meus sapatos tipo boneca bege e desci devagar as escadas tentando não fazer barulho, atravessei a sala e cheguei à porta ia abri-la, mas ouvi alguém pigarrear. Virei-me e vi meu pai me olhando sentado em uma poltrona de frente para a porta.

–Aonde você pensa que vai Isabella?- perguntou ele.

Suspirei e me lancei no sofá mais próximo, meu pai me lançou um olhar de desaprovação pelos meus modos, mas eu o ignorei.

–Só iria dar uma volta, o dia não está lindo?- sorri.

–Não insulte a minha inteligência, você ia encontrar o Black, não ia?

Foi ai que eu explodi, estava cansada de seguir regras e ouvir como eu deveria me comportar, eu fui criada a minha vida inteira com um único objetivo de me casar mas isso era tudo o que eu não queria.Eu via a infelicidade no casamento dos meus pais e não desejava aquilo para mim, eu sabia que ambos os meus pais tinham amantes porque já não havia amor no casamento deles a muitos anos mas eles não se separavam com medo do que os outros iam pensar. Agora eles arranjaram um casamento para mim com o filho de um grande empresário, o dono da Newton, uma das maiores empresas do ramo têxtil da cidade. Nas únicas vezes em que eu havia visto Mike, o filho do senhor Newton, ele se mostrara um grande imbecil que só se importa com o seu dinheiro.

Nunca me interessei por ninguém até conhecer Jacob Black, ele era uma versão masculina de mim em alguns aspectos odiava regras e deveres. Jacob me completava, quando eu estava com todos os meus problemas se dissolviam e o mundo se tornava mais feliz, eu amava o seu sorriso, amava seu carisma, amava até seus defeitos. Ele respeitava minha opinião sobre o casamento e não questionava e eu acho que assim que deve ser uma relação, baseada em amor e respeito vindo dos dois lados.

Quando o meu pai disse aquilo eu não aguentei.

–Sim pai, eu ia me encontrar com Jacob, pois é ele que eu amo e não importa o que o senhor faça eu nunca irei me casar com o Newton, prefiro morrer a isso.-gritei.

–Não fale besteira Isabella...

–Isabella? O que aconteceu com Bella papai? Eu perdi a importância para você? É o que parece porque você está me vendendo como uma mercadoria para os Newton. -falei ironicamente.

–Isabella, já chega...

–Não quer me ouvir papai? A verdade dói não é?-continuei.

–ISABELLA, JÁ CHEGA!

Calei-me, tremendo e com o rosto vermelho de raiva, encarei meu pai por um minuto, depois me virei saindo, batendo a porta no processo.

Lágrimas escorriam dos meus olhos enquanto eles varriam a rua a procura de algum lugar para me orientar. Eu sabia que o meu pai nunca havia gostado das regras mas ele fazia aquilo para me proteger, imagine todos os preconceitos que eu sofreia por não me casar. Corri tentando chegar em casa mais cedo, eu queria pedir desculpas ao meu pai pelo modo como agi com ele, mas isso não mudava nada, eu não iria me casar com Mike Newton simplesmente porque as pessoas achavam que era o certo a fazer. A sociedade era amarga e obsoleta, não absorvia nada de novo e negava e discriminava todos que tentavam mudar isso.

Eu não fazia idéia de onde estava, havia acabado de sair da casa de Jacob e tinha decidido tomar um caminho mais longo para refletir, fiquei tão distraída com meus pensamentos que não vi por onde estava indo e acabei me perdendo.

Foi quando eu a vi. Parecia um anjo de tão bela, sua pele era branca como papel e seus cabelos podiam ser confundidos com chamas. Olhei para os lados e vi que a rua continuava deserta. Olhei de volta para a mulher e ela sorriu para mim, era um sorriso de escárnio. Seu sorriso aumentou até deixar de ser um sorriso, ela arreganhava os dentes para mim assim como uma fera faria para a sua presa.

Comecei a recuar devagar e depois me virei para correr, mal dei dois passos esbarrei em alguém, tudo aconteceu muito rápido e quando vi havia sido jogada contra um muro, minha cabeça latejava de dor e minha visão estava embaçada senti que alguém se aproximava. Mãos se fecharam em torno do meu pescoço com uma força sobre-humana, eu mal conseguia respirar, senti o aperto frio de uma lâmina atravessando a minha garganta, tentei gritar mas não consegui, o ar me faltava e minha força toda pareceu ser sugada de mim, não conseguia mais resistir eu já aceitava a morte.

–Pare Victória! - disse alguém, a voz masculina era urgente.

No mesmo instante as mãos que me apertavam me soltaram, meus joelhos fraquejaram e eu caí sem forças no chão. Apesar de estar quase desmaiando me esforcei para ficar acordada e ouvir o que eles diziam.

–Qual é o problema James?- perguntou a mulher que devia ser Victória.

–Eu não consigo sentir a mente dela- aquele devia ser o homem em quem eu tinha esbarrado, presumi que o seu nome era James, ele parecia surpreso com algo- Você sabe que eu rastreio as pessoas pela mente?- perguntou James.

–Sim! Mas e daí?- ela parecia tão confusa quanto eu, mas parecia entender a parte de ele rastrear a mente das pessoas.

–Só que eu não sinto a mente dela, é como se ela não estivesse aqui. – disse ele- Eu nunca vi nada assim.

–Você acha que pode ser um dom? – perguntou Victória.

–É possível. Vamos levá-la, em poucos minutos a dor vai piorar e ela vai começar a gritar. – O tom de James era urgente.

Eu queria sair correndo dali, mas não consegui. Em poucos segundos alguém me levantou do chão e começamos a nos mover em uma velocidade vertiginosa, tudo em volta eram borrões, eu estava atordoada demais para me perguntar como aquilo era possível.

A última coisa que registrei foi o rosto de quem me carregava, era a ruiva, Victória, reparei em uma coisa que não havia notado antes, seus olhos...era vermelhos como sangue.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deem suas opiniões ou sugestões nos comentários. Beijos!