Together escrita por Bianca


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Fico muito feliz por saber que tem gente acompanhando e gostando da história. Não fiz esse capítulo muito grande porque estou bem doente, a gripe me pegou de jeito. Pretendo postar mais amanhã. Não esqueçam de comentar. Beijos!



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Pela primeira vez em muito tempo eu me sentia, totalmente, perdida. Olhei ao meu redor e vi que o numero de pessoas havia diminuído, talvez eles tivessem percebido o quanto já era tarde. Tentei procurar algum rosto conhecido. Nada. Caminhei de volta para onde eu e o Pedro estávamos, talvez ele ainda estivesse lá.
— Ele já foi baixinha.
Uma voz ecoou atrás de mim. A única pessoa que me chamava assim era... Felipe. Ele estava no terceiro ano e era o garoto mais galinha que eu conhecia. E não era aquele tipo de garoto que fazia tudo escondido, ele era cara de pau, talvez fosse isso que encantasse tanto as garotas. Mas não há mim.
— Você viu pra onde? - O encarei. Ele usava uma camisa branca de manga comprida e um jeans claro. Seu cabelo estava levemente despenteado - talvez porque ele estava se pegando com alguém atrás das arvores - e seus olhos estavam levemente vermelhos.
— Por ali. - ele apontou — Ouvi dizer que eles estavam indo para uma outra festa, na casa de uma garota.
— O que? - Gritei
— É, baixinha. - Ele sorriu — Não existe homem santo.
Revirei os olhos e caminhei pela saída quando senti meu braço ser tocado. Ele não puxou, nem nada, só encostou levemente.
— Onde você vai? - Os olhos dele me olhavam com atenção.
— Embora.
— Sozinha? - Ele franziu a testa e balançou a cabeça negativamente — Não é seguro andar sozinha pro esses lados, ainda mais essa hora da noite.
— Então você me sugere o que? - Perguntei — Ir com você? - Ele concordou com a cabeça e se aproximou de mim.
— Não obrigada, prefiro correr esse risco.
Virei as costas e continuei caminhando, dessa vez ele não me seguiu. Peguei meu celular, e merda, a bateria havia descarregado completamente. Meus pais no minimo chamaria a policia. Sai do parque e caminhei por uma longa avenida. Eu teria que andar mais ou menos por trinta minutos, ainda bem que essa sapatilha é confortável. Apertei a jaqueta do Pedro contra mim, isso me deixava mais segura. Haviam poucos carros na estrada, por isso calculei que fosse um pouco mais de onze horas.
Eu estava quase perto da escola quando vi um farol alto atrás de mim, talvez fosse o Mateus. Esse pensamento me acalmou e dei uma olhada para trás. Não era o Mateus. Ao invés disso tinha um cara com a cabeça raspada. Meu coração acelerou e as pernas fraquejaram por alguns segundos. Eu nunca tinha ouvido falar de estupro por aqui mas quem sabe eu fosse a primeira? Esse pensamento foi o suficiente pra me fazer andar mais rápido. Não foi o suficiente. Após alguns segundos o carro estava ao meu lado.
— Hum... que gracinha. - Ele disse me observando. Pude notar que ele tinha uma tatuagem de cobra no braço esquerdo.
Tentei andar o mais rápido possível. Eu estava com muito medo.
— Não precisa correr. - Ele disse me alcançando — Eu não vou fazer nada que você não queira. - Ele gargalhou.
Nesse momento eu percebi que precisava fazer alguma coisa, e a única que veio na minha cabeça foi correr. E eu corri. Meu vestido havia subido mas eu não me importava. O que era pagar bundinha quando ele podia realmente tirar a minha virgindade? Cheguei perto da escola, dali até em casa era um pulo. Mas ele também era rápido.
— Você vai querer pelo modo mais difícil, posso ver. - Ele se mexeu um pouco dentro do carro e tirou alguma coisa, eu não pude ver até ele apontar para mim. Era uma arma. Eu parei. Ele deu um breve sorriso como se soubesse que isso me faria parar, destrancou a porta do carro e sussurrou "entre". Eu ainda estava chocada demais para me mexer, um milhão de coisas passavam pela minha cabeça. Quem podia imaginar que a minha noite terminaria assim. Me lembrei de uma conversa que tive com o Mateus alguns anos atrás, sempre disse que preferia levar um tiro do que ser estuprada, então seria isso. Encarei aqueles olhos pretos antes de sair correndo, e eu corri mais rápido do que nunca. Virei a esquina e pude ouvir o carro cantando pneu atrás de mim. Só mais uma rua. Só mais uma e eu chego em casa. Virei a esquina de casa e me senti aliviada ao ver o quão próxima eu estava. Se eu saísse dessa o Mateus estaria frito, eu nunca o perdoaria por me meter nessa enrascada. Dei uma olhada pra trás e vi que o carro se aproximava. Mais alguns passos e eu estava em frente de casa. Demorou alguns segundos até eu encontrar a minha chave, levando em conta o quanto eu estava tremendo. Abri a porta e dei uma última olhada para o carro, o homem me observava sério, como se pudesse me comer apenas com os olhos. Entrei e me sentei no chão com as costas na porta. Tampei minha boca com uma mão enquanto lágrimas desciam pelos meus olhos, mesmo me sentindo segura eu estava assustada. Após alguns segundos olhando para o nada me levantei e fui até a cozinha. A casa estava toda apagada, meus pais haviam cansado de me esperar. Tinha um papel colado na porta da geladeira.
"Estamos muito decepcionado com você. Onze horas são onze horas Lívia, nem mais, nem menos. Pode dar adeus para as próximas festas, você está de castigo. Espero que tenha valido a pena. Papai e Mamãe."
Vocês não sabem o quanto valeu a pena. Senti mais lágrimas desceram pelo meu rosto, enxuguei com a manga da jaqueta. Tomei um copo d'água e subi para o meu quarto. Joguei a minha bolsa no chão e tirei a minha roupa, eu estava precisando de um banho. A água estava quente, o que me fez relaxar um pouco. Eu ainda podia sentir aqueles olhos me observando. Os olhos que diziam que ele não estava de brincadeira, mas porque ele não atirou? Ou melhor, porque ele não desceu do carro e me pegou a força? Ele podia muito bem ter feito isso. Como o Mateus e o Pedro se sentiriam após a nóticia que eu fui morta, esquartejada e deixada dentro de uma mala. Eu ri com esse último pensamento, como eu era dramática. Eu estava salva. Nada de ruim tinha me acontecido. Sai do banho e coloquei meu pijama. Olhei para o relógio perto da televisão, 23:50. Coloquei meu celular para carregar e me joguei na cama, tinha recebido muitas informações hoje e a unica coisa que eu queria no momento era dormir. Dormir e acordar daqui uns quinze anos. Ou mais.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que se vocês verem algum erro ortográfico, por favor, me avisem. Mesmo eu revisando os capítulos várias vezes, alguns erros passam despercebido.



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