Together escrita por Bianca


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá! Fico feliz que tenha gente acompanhando a fic. Alguns comentários me animaram e eu fiz um mega capítulo. Espero que gostem.



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Eu não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Finalmente, depois de seis anos, - não que eu estivesse contando - eu pude experimentar o gosto daquela boca. Eu já tinha ficado com outros garotos, é claro, mas nada se comparava com aquele beijo. Tinha desejo, carinho e paixão. Depois de nos separarmos pisquei várias vezes, vai se aquilo era um sonho?
— O que foi? - Ele perguntou me observando.
— Nada.
— Fala, vai. - Ele tocou meu queixo levemente e sorriu — Você se arrependeu?
— Não, claro que não. - Segurei sua mão. — Só não pensei que um dia isso fosse acontecer.
— Porque? - Ele franziu os lábios.
— Eu não sei... Eu gostava de você em segredo, sabe? Talvez não tão segredo assim. - Sorri de canto — Algumas pessoas desconfiavam mas nunca imaginei que ficaríamos.
— Eu só não sabia como chegar em você. Você estava sempre com o Mateus e até pensei que vocês tivessem alguma coisa. - Ele me olhou nos olhos e acariciou a palma da minha mão — Quando eu fui na sua casa e sua mãe disse que você tinha viajado com ele fiquei louco de ciúmes. - Ele sorriu — Acho que foi nesse momento que tive a certeza que gosto de você.
Nos abraçamos e demos início a um novo beijo. Dessa vez mais calmo e carinhoso. Ele acariciava meus cabelos enquanto a sua outra mão segurava a minha firme, como se ele não quisesse me soltar. Nossas línguas se encontraram e eu senti uma explosão dentro de mim. Nos separamos e ele me olhou com um sorriso no rosto.
— Vamos para a festa?
— Já? - Reclamei
— Por mim eu ficava o dia inteiro aqui, te beijando e te olhando. Mas você sabe, alguns amigos me esperam...
Ah, os amigos dele. Revirei os olhos me lembrando o quanto eu odiava aqueles garotos. Eu os conhecia fazia um bom tempo, assim como conhecia Pedro. Eles eram tranquilos até o final da oitava série, depois disso mudaram completamente, arrastando o Pedro com eles. Começaram a cabular aula e se meter em confusões. Já vi alguns deles fumando na pracinha perto do colégio, pensar que o Pedro poderia fazer a mesma coisa me deu um frio na espinha. Me arrumei o banco e concordei com a cabeça.
— Que tal ligarmos o som? Você escolhe a música dessa vez.
Ele deu partida no carro e nós continuamos nossa pequena viagem. Fazia tempo que eu não ouvia aquelas músicas e um turbilhão de pensamentos vieram em minha mente. Metade dessas músicas me lembravam ele, que ironia. Liguei o som e coloquei a música treze.

"Eu tenho meus olhos em você,
Você é tudo que eu vejo.
Eu quero seu amor quente e emoção,
Para sempre."

— "Eu não consigo te esquecer,
Você deixou sua marca em mim.
Eu quero o seu amor quente e emoção,
Para sempre."– Ele completou.
Nós nos olhamos e sorrimos. Um sorriso que exalava felicidade. Após alguns minutos finalmente chegamos no nosso destino, dava pra ouvir a música alta do estacionamento. Dei um suspiro e sai do carro. Pedro e eu caminhamos lado a lado. Nossas mãos se encostaram mas ele não a segurou, confesso que me senti um pouco frustrada mas o que eu esperava? Era nosso primeiro encontro. Sem muitas expectativas. Repeti isso como um mantra. Seguimos sem dizer uma palavra.
— Ual, a festa está cheia. - Ele disse olhando ao redor e eu concordei. Confesso que não conhecia metade daquelas pessoas. Uma festa ao lado do cemitério, quem foi o infeliz que teve essa ideia? Não me surpreenderia se fosse o Pedro. Caminhamos até perto de uma fogueira, passei as mãos algumas vezes pelos meus braços para afastar o frio. Não era inverno, nem nada mas aquele tanto de arvore trazia um vento gelado.
— Toma, vista. - Pedro disse me entregando sua jaqueta. Era preta e de couro. Coloquei e pude sentir seu cheiro, era maravilhoso. Totalmente diferente do cheiro do perfume do Mateus, que me dava dor de cabeça só de lembar. Mateus. Merda.
Antes que eu pudesse pegar meu celular senti um mão tocar meu ombro. Me virei.
— O que diabos você está fazendo aqui? - Mateus disse me encarando.
— Eu te disse que vinha.
— Sim, mas depois de não responder as minhas mensagens e não atender minhas ligações pensei que tivesse mudado de ideia. Eu, aqui, preocupado e você... - Ele olhou para o Pedro e depois para a jaqueta que eu estava usando — Se divertindo. - Completou.
— Me desculpe, eu esqueci de te avisar.
— É claro que esqueceu. - Ele olhou novamente para o Pedro e depois para o chão.
— Oi lindinha. - Natália. É claro que ele não estaria sozinho. Ela estava usando um vestido preto e colado que batia na metade da sua coxa, uma bota e por cima uma jaqueta vermelha. Linda, eu tive que admitir. Ela e Mateus estavam de braços dados. — Deixa a garota Mat, ela está se divertindo. - Ela deu um tapa no braço dele o fazendo sorrir.
— É. Divirta-se! - Mateus disse e virou as costas. Senti meu coração parar por meio segundo, ele nunca havia me tratado assim. O que ele estava pensando? Dei dois passos em direção a ele mas senti meu braço ser puxado.
— Deixa isso pra lá, princesa. - Pedro me envolveu em seus braços e sussurrou no meu ouvido — Não quero te dividir com o Mateus hoje.
Sorri, é claro. Parece que ele adivinhou o que eu precisava ouvir. Ficamos abraçados por mais alguns minutos até que ele foi pegar bebida. Encostei em uma árvore enquanto observava o vai-e-vem. Muitas meninas já estavam bêbadas, dançando e se divertindo. Me coloquei um segundo no lugar delas, será que era boa a sensação? Será que você se sentia realmente livre e feliz como parecia? O máximo que eu havia bebido era um pouco de champagne no ano-novo, e uma cerveja escondida na casa do Mateus. Pedro voltou trazendo dois copos com um liquido azul dentro.
— O que é isso?
— Lagoa Azul. - Ele disse num sorriso — Você quer experimentar ou prefere que eu traga um refrigerante?
Olhei ao meu redor. Todo mundo estava com uma bebida diferente nas mãos. Algumas eram azuis, outras verdes e transparentes, mas ninguém bebida refrigerante. Eu não podia pegar essa mico.
— Eu quero sim. - Ele me entregou o copo e eu cheirei, tinha cheiro de álcool puro. Tomei folego e dei um gole. Foi o bastante pra me fazer tossir como uma louca.
— Você está bem? - Pedro disse batendo nas minhas costas. Ele me olhava com preocupação — Você nunca bebeu né? - Concordei com a cabeça. Eu não podia mentir, não depois do papelão que eu tinha passado. — Vamos começar com uma coisa mais leve, vou te trazer um que você vai adorar.
Ele voltou para a multidão e eu fiquei encarando o céu. Ele estava azul escuro com algumas nuvens, me lembravam os olhos do Mateus. De dia eram de um azul claro e brilhante, a noite ficavam cinzas e misteriosos. Pareciam como o céu nesse momento. Pedro voltou com uma bebida transparente que tinha cheiro de morango. Era doce e no terceiro copo eu não tossia mais. Olhei para o relógio, 22hrs. Meus pais no minimo já estavam me esperando.
— Que horas nós vamos embora? - Perguntei puxando Pedro pra perto de mim.
— Ir embora? - Ele riu — Você não fala sério, né. Ainda está cedo.
— Meus pais não me deixam chegar muito tarde. - Franzi a testa.
— Ah, não. Vamos ficar mais um pouco, os meninos vão trazer mais bebida.
Mais bebida? Nessa altura o Pedro já estava sem camisa e dançando feito um louco. Nem parecia o garoto doce que me trouxe pra festa. Olhei ao redor procurando pelo Mateus, talvez ele fosse a minha salvação.
— Eu vou fazer xixi, já volto.
Deixei o Pedro dançando com seus amigos e caminhei pelo parque. Estava mais cheio do que quando eu tinha chegado, poucas eram as pessoas da minha escola. Eu estava apertada mas aonde iria fazer xixi? Estava em um enorme parque cheio de árvores e plantas. Mas banheiro que é bom, nada. Eu não conseguiria aguentar até em casa, então o jeito era ir atrás de alguma árvore. Tentei me afastar o máximo da festa, não queria correr o risco de ninguém me ver. Quando estava longe o suficiente, abaixei a minha calcinha e agachei. Toda aquela tensão e o vento batendo na minha bunda não ajudava em nada. Demorou alguns segundos até eu conseguir, quando finalmente eu estava acabando ouvi um barulho atrás de mim. Fiquei imóvel. Antes que eu pudesse me levantar uma sombra se formou na minha frente.
— Lívia? - A sombra foi ficando maior até que eu pude ver quem era. Mateus.
— Ai meu Deus. - Tentei me arrumar o mais rápido possível mas suspeitava que ele havia me visto pelada. Meu melhor amigo tinha me visto pelada. Melhor ele do que um completo desconhecido. Ou não. Ele ficou meio envergonhado e olhou para o chão. Se não fosse pela escuridão eu podia jurar que ele havia ficado vermelho.
— O que você está fazendo aqui sozinha? Cadê o Pedro?
Ele se aproximou e eu pude ver seus olhos de perto. Estavam cinzas e brilhantes.
— Ele ficou lá. Eu vim fazer xixi... e te procurar. - Ele tocou meu ombro e eu senti uma eletricidade subir pelo meu corpo. Talvez fosse o efeito da bebida.
— Está tudo bem? - Ele perguntou. Seus olhos me observavam com atenção.
— Sim. - Confirmei. — Só está ficando tarde e eu quero ir embora.
— Você não vai com o Pedro?
— Ele vai ficar mais. - Revirei os olhos — Disse que seus amigos vão trazer mais bebida e todo aquele blábláblá. Você sabe como meus pais são com horário, Mateus. Eles disseram para eu estar em casa ás 23hrs.
Ele olhou para o relógio e em seguida pegou o celular.
— Natália encontrou uma amiga do antigo colégio e foi conversar um pouco com ela, aproveitei pra vim fazer xixi. - Ele me olhou e sorriu de canto — Eu vou procurar ela e nos encontramos na entrada daqui dez minutos, pode ser?
Concordei com a cabeça e fui me despedir do Pedro.
— O que? Você vai embora com o Mateus? - Ele gritou. Algumas pessoas mais próximas nos olharam.
— Qual é o problema? Ele mora perto de casa e não vê problema em me levar.
— Mas eu vejo. - Ele disse me puxando pra ele — Vocês dois andam muito junto e isso é estranho. As pessoas comentam Lívia.
Ele me olhava como se eu tivesse cometido algum crime. As pessoas falavam o que? Não sabia que a minha amizade com o Mateus era motivo de fofoca por ai. Revirei os olhos sem paciência pra discussão. Não sabia que meu primeiro encontro ia acabar assim.
— Eu não ligo para o que as pessoas dizem, Pedro. Eu não me importo com elas, nunca me importei e você sabe disso. - Gritei. Seus olhos se estreitaram e ele deu um sorriso fraco.
— Eu sei Liv, e é por isso que eu gosto de você. Desculpe! - Ele me abraçou e tocou seus lábios nos meus com delicadeza. — Você quer que eu te leve? Eu deixo os meninos aqui, não tem problema. - Eu queria que fosse verdade mas não era. Ele queria muito ficar e isso estava nítido. E é claro que eu não seria a chata de impedir que ele se divertisse, mesmo que eu achasse que já tinham extrapolado.
— Não se preocupe, eu vou com o Mateus. Te mando uma mensagem quando chegar em casa. Se cuida. - Dei um beijo em sua bochecha e fui até a entrada do campo.
Algumas pessoas começavam a ir embora, mas a maioria ainda estava bebendo e dançando. Como eles iriam amanhã pra escola? Obviamente não iriam. Olhei meu celular, 22:30 e apenas 4% de bateria, perfeito. Fiquei mais alguns minutos esperando... impaciente. Onde diabos o Mateus havia se metido? Liguei algumas vezes para o celular dele e só dava caixa postal, ótimo, ele havia me esquecido.


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Notas finais do capítulo

O trecho da música tocado foi: Hold On We're Going Home, Drake.
O link da música está abaixo. Espero que tenham gostado e comentem por favor. Beijos!!!!

https://www.youtube.com/watch?v=ukCyt47eIkA



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