Together escrita por Bianca


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Eu sinto muito por ter ficado esses dias ausente. Vocês não sabem como está sendo corrido esse fim de ano pra mim. Prometo não abandonar a fic e agradeço a todos vocês por continuarem acompanhando a história.



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Fizemos amor de uma maneira que eu pensei que não existisse. Não foi como a nossa primeira vez. Tivemos calma, paciência, carinho e muito desejo. O lugar era só nosso e o único som que havia eram das nossas súplicas de amor. Só nos demos conta de quanto tempo havia passado quando os pássaros começaram a cantar e o raios de sol iluminavam as frestas de janela.
— Eu não quero ir embora.
Mateus riu e beijou o topo na minha cabeça.
— Passaria o resto da minha vida aqui.
— Aqui pelo menos não temos a Natália.
— Liv...
— Não, Mateus. - falei erguendo meu olhar até o dele — Você tem até o final do dia pra contar tudo pra ela.
— O que é isso? Está me dando um xeque-mate?
— Eu cansei de adiar isso. Nós nos amamos, não é? Então não temos que esconder o que sentimos. - coloquei minha testa na dele e fechei os olhos — Eu não quero passar mais um dia afastada de você.
— Ei. - Mateus disse alisando o meu rosto — Está tudo bem. Eu vou falar com ela hoje.
— Obrigado.
Beijei a sua boca levemente e ficamos mais alguns minutos assim, fingindo que o mundo lá fora não existe.

*****
Quando voltei para o quarto as meninas ainda estavam dormindo. Troquei de roupa rapidamente e deitei na cama. Pensamentos e mais pensamentos não me deixaram fechar os olhos. Finalmente eu estava completa. Quando meu coração se acalmou e meus olhos começaram e fechar alguém bateu na porta.
— Droga! - sussurrei.
Levantei e abri a porta.
— Bom dia dorminhoca. - Julia disse me dando um abraço e entrando.
— Você sabe que horas são? - perguntei
Ela riu e sentou na minha cama.
— Hora de ir para a cachoeira.
— Você só pode estar brincando.
Fechei a porta e voltei para a cama. Cobri a minha cabeça e ouvi a Julia acordando as meninas.
— Já está todo mundo lá fora, vocês não querem perder os meninos de sunga.
— Fala sério, Ju! - Sabrine murmurou — Nós temos o resto da vida para ver eles de sunga.
— E temos também o resto da vida para dormir. Vamos, por favor.
— O Mateus está lá? - Natália perguntou
Descobri a minha cabeça e sentei na cama. Finalmente uma conversa que me interessava.
— É claro que sim. O gato está com uma sunga azul que combina perfeitamente com os olhos dele.
Natália saiu da cama rapidamente e vestiu a primeira roupa que viu na frente. Eu levantei atrás, procurando o meu biquíni.
— Se eu soubesse que era só falar o nome dele pra vocês levantarem, tinha feito isso antes.
Sabrine riu e levantou também.
— O que você quer com o Mateus? - Natália me perguntou.
Parei e mexer na minha mala e levantei.
— Acredito que a mesma coisa que você.
Os olhos dela se estreitaram e ela abriu um sorriso.
— Eu duvido.
— Veremos!
— Calma, calma meninas. - Sabrine disse me abraçando — Tem Mateus pra todo mundo.
— Não! - Natália e eu falamos juntas.
Ficamos nos olhando por alguns segundos sem dizer nada. Se um olhar matasse com certeza eu estaria morta. Outra batida.
— Vocês não vão? - Trey gritou do lado de fora.
— Um minuto. - Sabrine gritou de volta.
Voltei a procurar meu biquíni e achei o que justamente a Natália tinha escolhido pra mim dias atrás.
— Gostei desse. - ela disse sorrindo.
— Eu também.
Vesti o biquíni rapidamente e coloquei por cima uma camisa que o Mateus havia me emprestado nas férias. Era branca e batia um pouco a baixo da minha cintura.
— Prontas? - Julia perguntou.
— Com certeza!

*****
Todo mundo estava na cachoeira.
— Ual, isso está uma loucura. - Sabrine disse levantando o óculos escuro.
— Eu vou procurar o Mateus. - Natália disse.
Sabrine me pegou pelo braço e sussurrou:
— Deixa, Liv. Eles tem que conversar, lembra?
Concordei com a cabeça.
— Tudo bem. Vamos nos divertir.
Tirei a camisa e sentei sob uma pedra. Logo o Trey chegou com o protetor solar e ajudou a gente a passar.
— Vocês estão lindas. - ele disse sorrindo — Isso merece uma foto.
— Sim, sim. - Julia disse animada — Tira do meu celular.
Nós três nos aproximamos e ele tirou a foto.
— Será que eu posso tirar uma foto com a de biquíni preto?
Olhei para trás e encontrei o Pedro. Como sempre tinha um sorriso sacana nos lábios. Sorriso que um dia me fez derreter e hoje... bom, hoje é apenas um sorriso.
— Sem problemas.
Ele se aproximou de mim e segurou firme a minha cintura.
— Você está ótima. - ele sussurrou
— Olha pra frente, Pedro.
— Impossível olhar pra frente quando se tem uma gata ao seu lado.
— Sempre com uma piada na ponta da língua.
— Tenho outra coisa na ponta de língua também.
Dei um tapa em seu braço e ele riu.
— Tudo bem, vamos tirar foto.
Ele me puxou para mais perto e beijou a minha bochecha.
— Pronto. - Julia disse me entregando o celular.
— Viu, nós formamos um lindo casal. - Pedro disse olhando para a foto.
Eu era obrigada a concordar, nós realmente formávamos um casal bonito mas nada comparava comigo e o Mateus. Nada.
— Vamos entrar na água. - Sabrine disse.
— Sério? Deve estar gelada.
— Não me diga que a gatinha tem medo de água.
É claro que essa piadinha vinha do Pedro. Revirei os olhos e coloquei a camisa do Mateus em um canto. A água estava mais gelada do que eu havia imaginado. Dois minutos dentro eu já estava tremendo de frio.
— Nenhum sinal do Mateus? - perguntei olhando ao redor
— Nada. - Sabrine disse dando os ombros — Olha Liv, eu disse que todo esse papo de melhor amigo apaixonado é lindo mas devo confessar que o Pedro também é uma graça. E está doidinho por você.
Olhei para as pedras e encontrei o Pedro conversando com alguns amigos. Ele estava sem camisa e de óculos escuro.
— Eu sei, eu sei. - falei me virando na direção dela — Mas o Pedro já me magoou muito.
— O Mateus também. - ela disse
— Droga! Você sempre tem uma resposta pra tudo.
Ela riu e passou os braços no meu ombro.
— Eu sei que faz pouco tempo que a gente se conhece mas eu senti uma afinidade inexplicável por você. Só quero te ver bem, feliz.
— Eu digo o mesmo. Promete que vai me visitar quando o acampamento acabar?
— Sem dúvida nenhuma.


*****
Nuvens no céu anunciaram uma tremenda chuva. Todo mundo começou a organizar a suas coisas e voltar para o acampamento.
— Eu nem acredito que a gente vai embora hoje. - Julia disse — Aqui é tão maravilhoso e tem tantos gatos.
Sabrine riu.
— Você está muito sem-vergonha para a sua idade, irmãzinha.
— Esses dias foram realmente incríveis. Mesmo com os insetos valeu a pena.
— Ih, começou a chover.
O que antes era apenas uma garoa fina virou uma tempestade. Folhas voavam para todos os lados e algumas pessoas começaram a gritar.
— Minha chapinha. - Julia disse colocando a mão na cabeça — Mudei de opinião, ainda bem que vamos embora hoje. Vocês não gostariam de ver meu cabelo natural.
Todo mundo riu e começamos a caminhar mais rápido. Assim que avistamos o acampamento me lembrei que havia esquecido da camisa do Mateus.
— Eu preciso voltar.
— Ela está ensopada. Ou o vento deve ter levado. - Sabrine disse
— Eu vou voltar!
Dei um rápido aceno e fui em direção da cachoeira. Raios iluminavam o céu e eu senti que a qualquer momento um me acertaria. Andei mais rápido, ignorando as folhas grudadas pelo meu corpo e o cabelo emaranhado no rosto. A camisa do Mateus estava exatamente onde eu havia deixado. Apertei ela contra o meu corpo e voltei, em direção ao acampamento.
— O que você está fazendo aqui?
Olhei para trás e encontrei o Mateus debaixo de uma árvore. Ele estava completamente molhado e com uns fios de cabelo grudado na testa. Lindo de morrer.
— Eu vim pegar a sua camisa. - falei levantando e mostrando pra ele
— Droga Liv, não precisava. Você vai ficar doente, vem pra cá.
Corri em sua direção e encostei as costas na árvore.
— Eu gosto dela. - falei
Ele riu e acariciou o meu rosto.
— Eu te daria outra.
— Mas eu gosto dessa.
— Tudo bem, eu entendi.
Ele também encostou as costas na árvore, fazendo nossos braços se colarem.
— Eu não te vi aqui na cachoeira.
— Eu fiquei um pouco aqui, acho que fui embora antes de você chegar.
— Porque? - perguntei
— Você não queria que eu conversasse com a Natália na sua frente, ou queria?
Dei os ombros e virei de costas pra ele.
— E o que aconteceu?
— O que eu imaginava. Ela gritou e disse que eu sempre trai ela.
Mateus se aproximou de mim e me abraçou por trás.
— Eu sei que tudo isso é novo pra gente mas eu não me arrependo. - ele beijou levemente a minha orelha — Eu não me arrependo ter me apaixonado por você. Não me arrependo ter me envolvido com você. - ele beijou o meu pescoço — E também não me arrependo ter traído a Natália.
Um riso envergonhado saiu da minha garganta.
— E agora? O que vai acontecer?
— Agora nós vamos ficar juntos. Como sempre deveria ter sido.


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