— Nós nos beijamos?
Mateus sorriu e passou a mão pelo meu rosto.
— Sim. E foi maravilhoso.
— Eu... eu não entendo. Você está com a Natália.
— E você com o Pedro.
Ele tirou a mão de mim e deitou de barriga pra cima. Eu fiz o mesmo.
— Isso foi errado.
— Foi. - ele disse — Mas eu não me arrependo.
Ficamos em silêncio por alguns minutos. Eu não sabia o que falar ou pensar. Eu sempre imaginei como seria o meu primeiro beijo com o Mateus. Se seria romântico ou quente. Se no final do beijo nós nos olharíamos, e notaríamos que o que sentimentos um pelo outro não é só amizade. Que isso que sentimos é algo mais. Algo grande. Só não imaginava que esse beijo envolveria muito álcool, e uma amnésia no dia seguinte.
— Como foi?
— O que?
— O beijo.
Ele virou novamente pra mim e me encarou.
— Eu já disse. Foi maravilhoso.
— Eu... eu não me lembro. Droga!
— Está tudo bem.
Ele acariciou os meus cabelos e eu deitei a minha cabeça sobre o seu peito.
— Eu quero saber como foi. Será que você pode me lembrar?
— Você quer que eu te beije?
— Sim!
Mateus pegou os meus cabelos com uma das mãos, e ergueu a minha cabeça. Me fazendo encarar os seus olhos.
— Eu quero que você diga isso olhando pra mim.
— Me beije. Por favor!
Eu não sei como, mas um segundo depois ele estava sobre mim, beijando o meu pescoço. Cada toque dele me atingia de uma maneira inexplicável. Uma das minhas mãos acariciava seus cabelos e a outra passeava pelo seu corpo, tocando cada centímetro.
— Você é tão linda. - ele sussurrou próximo ao meu ouvido
— Eu quero que me beije. - eu disse — Agora!
Ele tomou meu rosto com as duas mãos e colou a sua boca na minha. O beijo começou lento, tímido. Sua língua se mexia delicadamente, fazendo meu corpo implorar por mais. Muito mais.
Entrelacei seu corpo com as minhas pernas, o puxando para mais perto. Mateus acelerou o beijo, e sua mão percorria a lateral do meu corpo. Meu sangue fervia.
— Eu quero... eu quero você. - falei me desvencilhando do seu beijo.

Ele desceu a boca para o meu ombro nu, e deu algumas lambidas.
— Eu preciso de você. - ele disse
Tirei a sua camisa e depositei alguns beijos em seu pescoço. Desci pelo peitoral e quando cheguei na barriga, Mateus me segurou pelos ombros com força.
— Você tem certeza que quer isso?
— Absoluta. E te garanto que amanhã lembrarei de tudo... - mordi o lóbulo da sua orelha e sussurrei — cada detalhe.
Mateus se deitou e eu montei sobre ele. Suas mãos acariciavam o meu corpo. Me inclinei e beijei a sua boca com vontade, fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Eu nunca tinha sentido nada como aquilo. Ele tirou a minha blusa rapidamente e não teve dificuldade para abrir meu sutiã. Se eu não o conhecesse tão bem, diria que ele estava acostumado em fazer isso. Mas não. Nós dois nunca tinhamos tido essa experiência. Era uma página em branco que escreveríamos juntos. Segurei seus ombros com firmeza, enquanto sua boca passeava pelos meu seios.
— Eu preciso pegar camisinha.
Ele disse respirando com dificuldade. Sai de cima dele e me deitei na cama.
— Tem na minha última gaveta.
Mateus ergueu uma das sobrancelhas, me fazendo sorrir.
— Minha mãe quem colocou.
Ele se levantou, pegou a camisinha e voltou pra cama.
— Pronta?
Concordei com a cabeça e depositei um beijo na sua boca.
— Eu estou feliz que seja com você.

*****
Aquela tinha sido a melhor experiência da minha vida. Mateus tinha sido paciente e carinhoso, sempre me perguntando se estava doendo ou se eu estava gostando. Não teve música de fundo, rosas ou velas, mas foi incrível. Deitei a minha cabeça sobre o seu peito, enquanto ele acariciava as minhas costas nuas.
— Isso foi... indescritível. - ele disse
— Você foi maravilhoso, e eu tenho as minhas dúvidas se foi a sua primeira vez.
Mateus riu e beijou o topo da minha cabeça.
— Tentei ficar o mais calmo possível, mas você não sabe como eu estava por dentro. Eu queria que a nossa primeira vez fosse perfeita. Que você se sentisse bem.
— Eu me sinto a mulher mais sortuda do mundo.
— E eu me sinto o homem mais sortudo do mundo.
Fechei os olhos e apertei a sua mão com força. Eu não queria que isso acabasse. Queria ficar deitada sobre o seu peito pra sempre, mas as coisas nem sempre são como a gente quer. As coisas não são fáceis.
— O que vai acontecer amanhã? - perguntei
Mateus acariciou a minha cabeça.
— Você vai acordar e eu vou estar ao seu lado. A gente vai se beijar muito e se você quiser, poderemos repetir a dose de hoje.
— Você me entendeu...
— Sim, eu entendi. Não quero pensar sobre isso, Liv. Nós estamos aqui juntos. Não vamos nos preocupar sobre o que vai acontecer amanhã, ou depois, ou depois.
— Você promete que vai estar aqui quando eu acordar?
— Prometo!
Mateus me apertou com força, me dando conforto e me tranquilizando. O cansaço tomou conta de mim e eu adormeci.