Os três ficaram conversando, até o sinal bater novamente, e eles precisarem ir para suas salas.

Violet foi meio que se arrastando para a sala. Não queria ter de encarar mais dois períodos ouvindo apelidos ofensivos dirigidos a ela. Entrou na sala, e viu a tal professora de educação física, que Greg falou. Ela até que era bonita.

— Bom, crianças, eu sou a nova professora de educação física. Meu nome é Margo. Eu sei, que para a maior parte das garotas, educação física é chata, pelo fato de ficarem soadas, maquiagem borrar, e todas essas coisas, mas este ano, vou mostrar como exercícios são bem legais, e o quanto eles ajudam na aparência! — A tal professora falou, e ouvi a maioria das garotas soltando um som de curiosidade. — E agora, vamos nos encaminhar até o ginásio, e começar a fazer alguns exercícios!

Toda a turma foi para o ginásio, e Margo passou alguns alongamentos básicos. Violet ficou de fora, por não ter levado a roupa de ginástica, e de calça jeans, não podia praticar as atividades. Sentou em uma banco, e ficou esperando aquela aula acabar. Esse dia não estava sendo fácil para a garota.

Ela se encaminhou até o banheiro. Precisava passar uma água no rosto. Ligou a torneira, passou água em seu rosto, e olhou no espelho. Ela era uma garota bonita, de olhos castanhos, cabelos longos e negros. Tinha uma boca carnuda, cílios compridos, rosto bem definido. Tinha um porte físico bom, não era magra, e nem gorda. Mas isso não foi o que ela viu.

Violet soltou um grito. O que era aquilo que ela via no espelho? Sim, era ela, tinha seus traços, mas algo estava errado. Seu corpo parecia deformado, parecia um balão. A professora Margo entrou correndo no banheiro, cercada por três meninas. Mais gente estava aglomerada na porta.

— Ei, ei! O que aconteceu? — Ela perguntou, segurando Violet.

— N-não foi na-nada. Eu só me assustei. — Violet falou, disfarçando seu nervosismo. Não ousou olhar novamente para o espelho.

— Ai, que susto! Pensei que tinha um assassino aqui dentro! — Angela disse, fingindo um suspiro de alívio.

— Pessoal, não foi nada! Fiquem tranquilos, e vão se trocar, já vai bater o sino, para a troca de períodos! — Margo falou. Todos foram se dispersando, e ficaram só Margo e Violet.

— Você está bem? — A professora pediu.

— Estou. Eu acho que minha visão me traiu. Devo ter visto uma sombra! — Violet falou. O.k., ela não era de contar mentiras, mas nesse instante era necessário.

— Certo! Qualquer coisa, pode me chamar na sala dos professores, o.k.?

— Tudo bem, professora! — Margo saiu, deixando uma Violet confusa, e com medo de se olhar no espelho. Ela, sem olhar para o espelho, saiu do banheiro, e foi em direção à sala, com alguns colegas conversando sobre o que aconteceu no espelho, bem atrás dela. Como se ela não os ouvisse.

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— Finalmente acabou! — Violet falou, para Ana ao fim do último período.

— Pois é! Amiga, você se importa em ir para casa sozinha? — Ana perguntou.

— Não. Por quê?

— É que eu vou na casa do Greg, resolver umas coisas...

— Hmm, sei que coisas são essas!! — Violet falou, rindo.

— Para de ser chata, Violet! — Ana disse, incomodada. — Olha, ele tá me esperando lá no portão. Tchau amiga!

— Tchau! Se cuidem, em! — Ana levantou o polegar da mão direita, em sinal de "o.k.", e se distanciou, indo em direção ao portão.

Violet estava indo mais devagar. Quando estava chegando no portão, lembrou que tinha esquecido um caderno embaixo da classe. Voltou correndo para a sala. Quando já estava a caminho de casa, encontrou Angela e quatro de suas amiguinhas, encostadas em um muro.

— Violet! Era você mesmo que estávamos procurando... — Angela disse, se aproximando de Violet.

— O que vocês querem, agora? — Violet perguntou, entediada.

— Ora, queremos diversão! — Elis(amiga de Angela) falou, em tom de sarcasmo.

— Hm, pior que eu não sou uma pessoa divertida! — Violet disse.

— Ah, é sim! — Angela falou, empurrando Violet.

— Ei! — Violet disse, cambaleando dois passos para trás.

— Você hoje vai ser a nossa "vítima", queridinha. — Uma menina, que Violet não conhecia falou, dando um tapa na cara de Violet

— Sabe que você pode render uma boa diversão? — Angela pediu, logo após ter dado um soco na barriga de Violet.

— Pra que fazer isso? — Violet perguntou, ofegante. — Eu não fiz nada pra vocês.

— Fez sim! Você nasceu. — Violet leva outro soco, agora, na cara, vindo de Suzane.

Violet caí no chão, gemendo, após mais um soco no estômago. As quatro garotas distribuem chutes pelo corpo de Violet, puxam o cabelo da menina, e ficam dizendo que Violet é uma aberração. Que não merecia ter nascido e essas coisas. Quando se cansaram, simplesmente saíram correndo, e deixaram Violet ali, jogada no chão, se contorcendo de dor.

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— Filha, o que aconteceu com você? — A mãe de Violet, Victória, ajudou a filha a entrar em casa e sentar no sofá.

— Ahn... Foi uns garotos... Me bateram e levaram meu celular. — Ela disse. É óbvio que mentiu, sobre quem foi que a agrediu. E a parte do celular, uma das garotas pisou em cima, então Violet jogou o celular fora, para dar a desculpa que tinha sido assaltada.

— Ai, Violet, quantas vezes eu te falei para não vir para casa sozinha? — Victória falou, já com um kit de primeiros socorros na mão. — Você está toda machucada! Temos que ir no hospital, e dar queixa na polícia!

— NÃO! — Victória olhou assustada para a filha. — Quer dizer, não, mãe! Eu não quero dar queixa. É melhor deixar quieto.

— Mas eles não podem sair impunes disso, minha filha...

— Mãe, por favor... Só me ajuda a fazer uns curativos, e me deixa ir pra minha cama, ficar quietinha, tá? — Violet implorou.

— Tudo bem. Mas nem quero ver o que seu pai vai falar...

Dito isso, Héctor, pai de Violet, entra na sala. Recém tinha chegado do trabalho, para o almoço, e estava estressado.

— Victoria! Você não sabe... O que aconteceu com você, menina? — Ele falou, se dirigindo a Violet.

— Ela foi assaltada Héctor, não dá para ser mais delicado? — Victória pediu.

— Não sei ser delicado, você sabe muito bem disso, Victória. — Ele falou. — Por que rua você veio?

— Pelo atalho de sempre! — Violet respondeu.

— EU NÃO DISSE QUE NÃO É PRA VOCÊ IR POR AQUELA RUA, VIOLET MARIE CLARK?

— Disse... Mas é que é mais perto...

— E daí se é mais perto? Você prefere caminhar um pouco mais ou ser estuprada? — Ele falou, exaltado.

— Ei, fica calmo! Ela passou por um choque, depois vocês conversam! — Victória disse.

— O.k., o.k.! MAS NÃO QUERO SABER DE VOCÊ ANDANDO POR AQUELA RUA DE NOVO! — Falou por fim.

— Tudo bem... Agora eu quero ir deitar um pouco. — Violet se levantou, com dificuldade. Ela sentia dores por todos corpo.

— Vá! Depois eu levo seu almoço lá no seu quarto! — A mãe dela disse.

Violet foi se arrastando até seu quarto, onde trancou a porta do quarto, se jogou na cama, e se permitiu chorar.