Rebeldes Sem Causa escrita por autorasantiis
Roberta Messi
Okay, agora esse colégio ficou estranho, ontem no primeiro dia de aula, eu acabei indo parar na detenção, só para dar de cara com a Jade, a Roberta, a Mar, a Vale e por incrível que pareça a Tori, que acabou tendo que defender a irmã de umas valentonas, que não fomos nós, e acabou pegando detenção também. Não que isso tenha sido ruim, óbvio que não, até porque o professor saiu da sala e a Jade nos obrigou a jogar Uno, sim, o joguinho da discórdia. Foi divertido, nós descobrimos coisas umas das outras e a detenção deixou de ser punição e virou o clube dos cinco, ou dos seis, melhor dizendo.
O que eu estava falando mesmo? Ah sim, sobre o colégio ser estranho. Não bastou a detenção de ontem, de repente eu acordei e havia três vândalas no meu quarto, sim, eu estou falando das minhas coleguinhas, as rebeldes da detenção, Roberta, Mar e Jade. O mais estranho é que a Alice, a Carla e as outras duas, que eu não faço ideia de qual seja o nome, não estão aqui, então somos apenas nós quatro, dividindo um quarto.
— Acho que ainda estou sonhando ou tendo um pesadelo – deito novamente e fecho meus olhos.
— Levante – Roberta puxa meu pé me fazendo levantar irritada – isso é uma piadinha de mau gosto daquele crápula do diretor.
— O que ele fez agora? – pergunto olhando ao redor e só então notando o uniforme verde.
— Elite Way virou um tipo de Hogwarts das fraternidades – ela dá de ombros se sentando na aparentemente, nova cama dela – não me pergunte, eu também não entendi o propósito.
— Agora eu tenho certeza de que estou dormindo – resmungo voltando a deitar e sendo puxada novamente, dessa vez pela Mar.
— Somos a Alpha Pi – fala a baixinha – Elite Way foi dividido em quatro fraternidades, nós de verde esmeralda, como a Sonserina, somos a Alpha Pi – explica – as patricinhas de Beverly Hills estão de vermelho, são a Zetta Theta, os meninos foram dividido em azul e amarelo, ou melhor Beta Sigma e Lambda Pi.
Nunca duvidei que eu era péssima em química, ou seja lá o que isso for.
— Tá, e o que fazemos agora? – pergunto tentando entender qual o propósito daquele alucinado.
— Transformaremos a ala A em uma fraternidade, seremos as responsáveis pelas atividades extracurriculares e reuniões – Jade fala de braços cruzados – sabe o que isso significa né?
— Que seremos escravas?
— Não, que formaremos a melhor das fraternidades, ganharemos o prêmio de final de ano, e transformaremos nossas pequenas pupilas em Rebeldes.
Sorrimos umas para as outras, e foi assim que a Alpha Pi virou a fraternidade das Rebeldes. Ou melhor, a nossa toca de serpentes.
A ala das serpentes era enorme, não maior que os outros, afinal temos quinze dormitórios, cada um com quatro a seis camas, no nosso eram cinco, mas como não queremos mais companhia, arrancamos uma cama e jogamos em um quarto qualquer. Enfim, continuando, organizamos a nossa ala com decorações em verde esmeralda e prata, colocamos algumas fitas com a letra A em cada porta e trocamos as lâmpadas normais por lâmpadas verdes. Nunca achei que vir para esse colégio fosse tão divertido assim, afinal, eu esperava ser expulsa no segundo dia.
Voltando ao que interessa, a nossa ala ficou incrivelmente organizada, não que nós sejamos algum tipo de vândala, okay, até somos de vez em quando e a Jade as vezes faz bullying com as pessoas, mas de qualquer forma, somos bem criativas, ao ponto de misturar referências que ninguém jamais imaginaria, como a letra A, em homenagem a Alpha Pi, mas que poderia muito bem ser comparada com a letra escarlate, que agora é verde esmeralda, ou simplesmente com A de PLL, pasmem.
Demos aos corredores um ar de mistério com as luzes diferentes, colocamos led preso nas portas, também verde, e demos a cada uma das meninas, a liberdade de expressão para decorarem seus quartos como elas bem quisessem. O meu por exemplo, pintei a parede de preto, colei alguns photocards das minhas bandas e artistas favoritas, deixei um espaço para memórias e pincei tarraxas pela cabeceira na cama, não que tenha sido fácil, mas de qualquer forma, eu consegui. Jade encheu o lado dela de tesouras, não me perguntem, essa garota é estranha. A Roberta pintou o lado dela de vermelho e colou muitas fotos, além de ter colocado uma bonequinha de cabelos vermelhos como ela, em cima da cama. Mar foi a menos estranha se quer saber, ela pintou o lado dela de azul, desenhou algumas nuvens, deixou um espaço para fotos novas, já que tem muitas dela com os teens e pintou um coelhinho rosa fofo entre as nuvens, como eu disse, a menos estranha.
Pensando nos outros dormitórios, eu ainda não os visitei, mas acredito que as meninas tiveram criatividade suficiente para se expressar.
Meu celular toca e vejo a mensagem do Pedro.
— Meninas, preciso ir, ensaio da RBR, mas volto assim que possível – falo para as outras três, que apenas assentem.
— Não se esqueça que iremos organizar a noite do karaokê – Roberta fala e eu assinto. Cada fraternidade dará uma festa de boas-vindas, não como a que tivemos antes das aulas começarem, mas sim uma mais intima, onde só os alunos poderiam participar, claro, sem bebidas, ou assim o inocente do diretor acha.
Me despeço delas e vou até o teatro, onde nos reuniríamos para falar sobre os ensaios, na minha antiga escola não tínhamos teatro, mas aqui tem de tudo, teatro, sala de jogos e até sala de detenção, não que isso seja importante, mas é importante ressaltar para que talvez você imagine um clube dos cinco com uma mistura de Lemonade Mouth, não me julgue, a Disney já foi muito boa.
Adentro o teatro dando de cara com uma Alice de uniforme vermelho com tirinhas rosa, essa garota não perde a mania, a Carla também de uniforme vermelho, o Diego e o Tomás com uniformes azuis e o Pedro amarelo.
— O que as selvagens fizeram para arrumar o espaço de vocês? – Alice pergunta assim que me vê.
— Não que seja da sua conta – resmungo entediada – mas nós decoramos com as nossas cores, verde e prata, ainda falta alguns detalhes.
— A inspeção vai ser na sexta – Carla fala me encarando e vendo minha cara de confusão – você não sabia?
— Não.
— O diretor vai passar por cada dormitório e vai avaliar a decisão de cada líder em construir seu espaço – Diego vem até mim e me dá um beijo da testa – aparentemente não podemos visitar os dormitórios alheios.
— Por quê? – pergunto indignada.
— Para ninguém roubar a ideia de ninguém – Tomás responde como se fosse óbvio.
Apenas assinto com um sorriso, isso vai ser interessante, e para o nosso primeiro dia como Alpha Pi, já sei muito bem o que iremos aprontar, se preparem meus caros, o trem das rebeldes está a todo vapor.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!