Rebeldes Sem Causa escrita por autorasantiis


Capítulo 4
Do nada, estamos em Hogwarts




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Roberta Messi

 

Okay, agora esse colégio ficou estranho, ontem no primeiro dia de aula, eu acabei indo parar na detenção, só para dar de cara com a Jade, a Roberta, a Mar, a Vale e por incrível que pareça a Tori, que acabou tendo que defender a irmã de umas valentonas, que não fomos nós, e acabou pegando detenção também. Não que isso tenha sido ruim, óbvio que não, até porque o professor saiu da sala e a Jade nos obrigou a jogar Uno, sim, o joguinho da discórdia. Foi divertido, nós descobrimos coisas umas das outras e a detenção deixou de ser punição e virou o clube dos cinco, ou dos seis, melhor dizendo.

O que eu estava falando mesmo? Ah sim, sobre o colégio ser estranho. Não bastou a detenção de ontem, de repente eu acordei e havia três vândalas no meu quarto, sim, eu estou falando das minhas coleguinhas, as rebeldes da detenção, Roberta, Mar e Jade. O mais estranho é que a Alice, a Carla e as outras duas, que eu não faço ideia de qual seja o nome, não estão aqui, então somos apenas nós quatro, dividindo um quarto.

— Acho que ainda estou sonhando ou tendo um pesadelo – deito novamente e fecho meus olhos.

— Levante – Roberta puxa meu pé me fazendo levantar irritada – isso é uma piadinha de mau gosto daquele crápula do diretor.

— O que ele fez agora? – pergunto olhando ao redor e só então notando o uniforme verde.

— Elite Way virou um tipo de Hogwarts das fraternidades – ela dá de ombros se sentando na aparentemente, nova cama dela – não me pergunte, eu também não entendi o propósito.

— Agora eu tenho certeza de que estou dormindo – resmungo voltando a deitar e sendo puxada novamente, dessa vez pela Mar.

— Somos a Alpha Pi – fala a baixinha – Elite Way foi dividido em quatro fraternidades, nós de verde esmeralda, como a Sonserina, somos a Alpha Pi – explica – as patricinhas de Beverly Hills estão de vermelho, são a Zetta Theta, os meninos foram dividido em azul e amarelo, ou melhor Beta Sigma e Lambda Pi.

Nunca duvidei que eu era péssima em química, ou seja lá o que isso for.

— Tá, e o que fazemos agora? – pergunto tentando entender qual o propósito daquele alucinado.

— Transformaremos a ala A em uma fraternidade, seremos as responsáveis pelas atividades extracurriculares e reuniões – Jade fala de braços cruzados – sabe o que isso significa né?

— Que seremos escravas?

— Não, que formaremos a melhor das fraternidades, ganharemos o prêmio de final de ano, e transformaremos nossas pequenas pupilas em Rebeldes.

Sorrimos umas para as outras, e foi assim que a Alpha Pi virou a fraternidade das Rebeldes. Ou melhor, a nossa toca de serpentes.

A ala das serpentes era enorme, não maior que os outros, afinal temos quinze dormitórios, cada um com quatro a seis camas, no nosso eram cinco, mas como não queremos mais companhia, arrancamos uma cama e jogamos em um quarto qualquer. Enfim, continuando, organizamos a nossa ala com decorações em verde esmeralda e prata, colocamos algumas fitas com a letra A em cada porta e trocamos as lâmpadas normais por lâmpadas verdes. Nunca achei que vir para esse colégio fosse tão divertido assim, afinal, eu esperava ser expulsa no segundo dia.

Voltando ao que interessa, a nossa ala ficou incrivelmente organizada, não que nós sejamos algum tipo de vândala, okay, até somos de vez em quando e a Jade as vezes faz bullying com as pessoas, mas de qualquer forma, somos bem criativas, ao ponto de misturar referências que ninguém jamais imaginaria, como a letra A, em homenagem a Alpha Pi, mas que poderia muito bem ser comparada com a letra escarlate, que agora é verde esmeralda, ou simplesmente com A de PLL, pasmem.

Demos aos corredores um ar de mistério com as luzes diferentes, colocamos led preso nas portas, também verde, e demos a cada uma das meninas, a liberdade de expressão para decorarem seus quartos como elas bem quisessem. O meu por exemplo, pintei a parede de preto, colei alguns photocards das minhas bandas e artistas favoritas, deixei um espaço para memórias e pincei tarraxas pela cabeceira na cama, não que tenha sido fácil, mas de qualquer forma, eu consegui. Jade encheu o lado dela de tesouras, não me perguntem, essa garota é estranha. A Roberta pintou o lado dela de vermelho e colou muitas fotos, além de ter colocado uma bonequinha de cabelos vermelhos como ela, em cima da cama. Mar foi a menos estranha se quer saber, ela pintou o lado dela de azul, desenhou algumas nuvens, deixou um espaço para fotos novas, já que tem muitas dela com os teens e pintou um coelhinho rosa fofo entre as nuvens, como eu disse, a menos estranha.

Pensando nos outros dormitórios, eu ainda não os visitei, mas acredito que as meninas tiveram criatividade suficiente para se expressar.

Meu celular toca e vejo a mensagem do Pedro.

— Meninas, preciso ir, ensaio da RBR, mas volto assim que possível – falo para as outras três, que apenas assentem.

— Não se esqueça que iremos organizar a noite do karaokê – Roberta fala e eu assinto. Cada fraternidade dará uma festa de boas-vindas, não como a que tivemos antes das aulas começarem, mas sim uma mais intima, onde só os alunos poderiam participar, claro, sem bebidas, ou assim o inocente do diretor acha.

Me despeço delas e vou até o teatro, onde nos reuniríamos para falar sobre os ensaios, na minha antiga escola não tínhamos teatro, mas aqui tem de tudo, teatro, sala de jogos e até sala de detenção, não que isso seja importante, mas é importante ressaltar para que talvez você imagine um clube dos cinco com uma mistura de Lemonade Mouth, não me julgue, a Disney já foi muito boa.

Adentro o teatro dando de cara com uma Alice de uniforme vermelho com tirinhas rosa, essa garota não perde a mania, a Carla também de uniforme vermelho, o Diego e o Tomás com uniformes azuis e o Pedro amarelo.

— O que as selvagens fizeram para arrumar o espaço de vocês? – Alice pergunta assim que me vê.

— Não que seja da sua conta – resmungo entediada – mas nós decoramos com as nossas cores, verde e prata, ainda falta alguns detalhes.

— A inspeção vai ser na sexta – Carla fala me encarando e vendo minha cara de confusão – você não sabia?

— Não.

— O diretor vai passar por cada dormitório e vai avaliar a decisão de cada líder em construir seu espaço – Diego vem até mim e me dá um beijo da testa – aparentemente não podemos visitar os dormitórios alheios.

— Por quê? – pergunto indignada.

— Para ninguém roubar a ideia de ninguém – Tomás responde como se fosse óbvio.

Apenas assinto com um sorriso, isso vai ser interessante, e para o nosso primeiro dia como Alpha Pi, já sei muito bem o que iremos aprontar, se preparem meus caros, o trem das rebeldes está a todo vapor.


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