Rebeldes Sem Causa escrita por autorasantiis


Capítulo 13
Feliz Cumpleaños




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Roberta Pardo

 

 Algo especial te prepare, sé que te vas a sorprender, uh, en este cumpleaños, me comeré tu corazón.

— Verás que mala me comportaré, a tus amigas me ligaré, en este cumpleaños, voy a intentar que sea el peor.

— Ya no quiero que me finjas mas amor, mientras que me engañas sin razón, es por eso, que esta farsa ya se acabó, bye, bye, feliz cumpleaños.

Gritamos e cantamos pelo quarto, enquanto Giovanni sorria lindamente, ainda com a cara amassada pelo sono recém-despertado. Coloco um bolo em sua frente com as velas acessas e ele sorri para mim.

— Faça um pedido – falo e ele fecha os olhos e junta as mãos, logo abrindo-os e soprando as velas.

— Eu amo vocês – fala sorrindo para mim, Mia e Lupita.

Decidimos que era uma boa ideia fazer uma comemoração de aniversário para ele, até porque nada passa em branco com as rebeldes por perto.

Hoje ainda é quinta-feira e ainda estamos em semana de prova, mas conseguimos uma exceção do diretor, com a promessa de que íamos nos comportar por um mês inteiro, sem bagunça, sem confusões, e como promessa é dívida, vamos cumprir. Então enquanto nós três estamos aqui, as outras estão decorando o refeitório e preparando a outra surpresa que temos para o nosso Gatinho.

— Guerra – Lupita grita pegando o glace do bolo e passando no rosto do Gio que parecia incrédulo com aquilo.

— Guadalupe Fernandez – Giovanni grita e pega o glace para passar nela que sai correndo pelo quarto até o andar de cima, enquanto eu e a Mia rimos feito loucas.

Nos jogamos na cama do Giovanni e pegamos um pedaço do bolo, para comer é claro, afinal, comida a gente não desperdiça não é meus foguinhos?

Antes de irmos para a sala de aula, fomos para o refeitório e o Giovanni adorou a decoração, tinha muitas fotos dele penduradas em fios coloridos presos no teto. O café da manhã foi super reforçado, e como de costume, nós aprontamos uma confusãozinha, mas não foi ruim, abrimos um pano branco e grande no refeitório e colocar um projetor para passar um vídeo do Giovanni desde que nós nos conhecemos no primeiro ano. Além de suas fotos antigas, tinham também algumas novas, com as novas pessoas que entraram nas nossas vidas.

— Muito obrigada meninas – Giovanni fala abraçando cada uma de nós, é claro que os meninos também estavam ali e foram abraçados, mas não durou tanto quanto queríamos, afinal, o sinal precisou tocar para dar início as nossas provas.

Depois da sessão de tortura, seguimos para as nossas aulas extracurriculares, e a de hoje em especial é teatro, teremos uma peça no final do ano, junto com todos os outros eventos e a formatura.

Giovanni se senta ao meu lado e suspira, só estávamos nós dois ali, o olho com carinho e sorrio, mas ele não parece feliz. O que me causa uma estranheza, afinal, ele está sempre feliz.

— O que houve? – pergunto baixinho para não atrapalhar os alunos que ensaiavam no palco.

— Tem algo que eu queria falar para vocês, que estão comigo a mais tempo – ele suspira, okay, hora do papo sério.

— Gi, sabe que pode nos contar tudo – o incentivo apertando sua mão.

— Eu sou... gay.

Aperto os olhos e logo desfaço minha expressão, caindo na gargalhada, okay, isso não tem graça, mas não é sobre isso que eu estou rindo.

— Gi – cesso meus risos com a mão sobre a boca e respiro fundo – você já disse isso a muito tempo.

Ele franze o cenho confuso.

— Lembra do dia da praia? – pergunto e ele assente – você ficou tão bêbado naquele dia, que fez uma puta de uma declaração.

Ele me olha com estranheza e eu nego ainda rindo, me preparando para narrar o episódio.

Flashback ON.

Estávamos todos aproveitando o final de tarde, enquanto cantávamos uma canção animada e alguns de nós até dançávamos, metade ali estava bêbado e a outra metade, sobre o efeito do sono e do cansaço de fim de tarde na praia.

— Okay – Giovanni bateu palmas chamando a atenção de todos nós – eu vou falar uma vez só.

Nós nos olhamos com estranheza e voltamos a olhar para ele.

— O mundo é um arco-íris e eu sou um unicórnio, dançando Gangnam Style por aí, enquanto vou a lua montado em uma piroca mágica – gritou fazendo todos caírem na gargalhada – não riam, eu estou me declarando seus pau no cú, eu sou gay.

— Sabemos disso meu amor – Mia falou cessando o riso, puxando o agora ruivo para se deitar ao nosso lado.

Giovanni fez um biquinho fofo e eu dei um beijo em sua testa.

— Vocês me aceitam mesmo assim? – pergunta manhoso e eu sorrio com aquela cena.

— É claro que sim, meu unicórnio mágico – lhe dou um beijo na bochecha e ele se aconchega na minha perna.

Flashback OFF.

— Eu não fiz isso – ele nega com os olhos arregalados.

— É claro que fez, em alto e bom som – faço um carinho em sua perna e olho seriamente para ele – mas nada disso importa Gi, você continua sendo você e nós te amamos incondicionalmente.

— Mesmo?

— É o século XXI meu querido, as pessoas precisam parar de serem babacas e aceitar que o mundo é sim colorido, isso não tira a importância e o caráter de ninguém – dou de ombros voltando a olhar para frente.

Vejo o ruivo dá um sorriso de canto e olhar para frente também. E passamos o resto da aula em silencio, apenas lendo nossas falas e decorando mentalmente.

Ao final da aula, levei o Gi até a piscina, onde havia uma pequena festinha preparada para ele, com direito a comidas e um novo bolo, já que aquele do café da manhã teve metade devorada por mim e pela Mia e a outra esfregada na cara do Giovanni, cortesia da Lupita e da Josi que surgiu alguns minutos depois.

Assim que tiro a venda de seus olhos ele abre a boca em espanto, parecia eufórico, diferente do que estava anteriormente quando queria me contar sobre ser gay, a questão é que eu entendo um pouco o receio dele, pois Giovanni tem uma família de açougueiros, que são sempre muito rudes e não entendem muito bem esse mundo, mas sei que o pai dele vai aceita-lo como ele é, porque Giovanni é incrível.

— FESTA – Mia grita e puxa o Gi para a piscina, derrubando-o ali com roupa e tudo.

Okay, tem algo errado com essas meninas hoje, acho que o espírito das Rebeldes Sem Causa ta pegando nelas, preciso conte-las, de rebelde já basta eu. Agora vamos festejar.


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