Rebeldes Sem Causa escrita por autorasantiis


Capítulo 10
A fuga de Azkaban




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Marianella Rinaldi

 

Eu nunca fui muito rebelde assim, tá okay, talvez eu esteja mentindo um pouco, eu sou muito braba e briguenta maioria das vezes, e de vez em quando rebelde quando quero algo ou quando tenho que lutar pelos meus princípios, como da vez em que eu precisei fazer uma revolução na cantina por causa da máquina de sorvete que havia sido tirada de lá, me julguem, mas sorvete é vida, e o calor do México meu querido, está a infernos graus celsius. Enfim, o foco aqui não é esse meus querubins, o foco é o que estamos fazendo nesse exato momento, a postos de quebrar umas doze regras, só para fugir de Azkaban e ir ao nosso dia de praia, quem liga se estávamos na detenção e quebramos a regra de fugir dela, ninguém rejeita um dia de praia meus caros.

E bem, a resposta para a sua pergunta é a seguinte, nós pulamos o muro, ou o escalamos com uma escada grande do clube de jardinagem, nunca pensei que enfiar a Jade nele seria tão útil. Eu sei, ela odeia flores, por isso ela fica responsável por apenas cortar arbustos com aquela tesoura de poda, que na opinião dela é poderosa como o martelo do Thor, não me perguntem, essa garota é estranha.

Me ajeito no banco do conversível e levanto os meus braços, sentindo o vento no meu rosto. Que comece os jogos vorazes, ou a caçada aos coelhos fujões.

Por mais incrível que pareça, nós não fomos as únicas que fugimos okay? Mais da metade do colégio decidiu seguir nosso plano, que se iniciou como uma piada boba da Pardo e acabou virando um plano de fuga.

— Não acredito que fugimos mesmo – Jazmin fala rindo enquanto também tinha as mãos levantadas – isso é tão radical.

— Tenta ser amiga da Jade, aposto que você vai perceber que isso ainda não é nada – falo rindo da animação dela.

— Não obrigada, eu gosto da minha integridade escolar – Jaz fala e todos nós rimos.

Decidimos alugar caros em uma concessionária ali próxima do colégio, é claro que não estamos de uniforme, ou seríamos mandados de volta a aquele inferno.

Então eu vim em um carro com Thiago, Rama, Tacho, Jazmin e Vale. Os outros se dividiram nos outros caros alugados e aqui vamos nós para uma praia deserta.

— Eu preciso conversar com vocês sobre a banda – Jaz fala nos fazendo encara-la, exceto pelo Rama que apenas lhe dá uma olhada pelo retrovisor e volta a prestar atenção na estrada.

— Nós sabemos, você irá embora, não tem problema – falo sorrindo para ela. O sonho da Jazmin sempre foi estudar moda, e para isso ela precisaria ir para um internato na Espanha para complementar os estudos dela, algo que nós deliberadamente decidimos apoiar, sem muita agonia.

— Eu amo vocês.

— Nós também te amamos loirinha – Thiago fala dando um beijo na testa dela.

E assim seguimos o resto do caminho em silencio, até chegarmos à praia. Que parecia com qualquer outra, exceto pelo lugar não ser tão cheio assim. De longe já podia se ouvir a música que tocava na caixa de som que o Giovanni havia trazido.

Corremos pela areia até nos acomodar com nossas bebidas e comidas, claro que nós assaltamos as dispensas, e como você mesmo pode ver, mais uma regra quebrada.

— Quem topa um futevôlei de praia? – Maldonado pergunta já sendo acompanhado pelo Pedro e Tomás, que na minha opinião, mais parece um perna de pau. É sério, aquele garoto tem dois pés esquerdos.

— Eu – Thiago se levanta, mas não antes de me dar um selinho casto.

Bustamante e Miguel o seguem. Os outros preferiram ficar conosco, deitados sobre as toalhas.

— Tori, o que você tem hoje? – Vale pergunta para a castanha que tinha um olhar triste.

— Ela está sofrendo com dor de corno – Jade resmunga olhando para a amiga e logo olhando para todas nós.

— Eu disse que preferia ficar em casa e a Jade simplesmente me ignorou – fala a garota com um suspiro.

— De dejo por sus amigos, te cambio e por otra y no te dijo adiós – canto distraída, logo recebendo um sorriso nos lábios pela parte dos meus amigos.

— Tu cabeza esta hecha un lio, y quedarte en casa es mucho peor - Rama canta ao meu lado.

Me levanto e puxo a mesma pela mão enquanto cantávamos o próximo verso, a obrigando a dançar comigo.

— A bailar a ver si viene algo mejor, a bailar no busque otra solución y proba toda la ropa que esta en el placard, la que te conbina y la que no te va y salir a matar che bombom…

— Así es lá cosa – cantei sozinha e a Tori já sorria.

Sem perceber já estávamos todos envolvidos na música, cantando e brincando. Esse dia vai entrar para a história.

Eu e a Messi corremos para cima dos meninos que estavam jogando futevôlei e atrapalhamos o jogo, saindo correndo com a bola, enquanto eles gritavam para nós duas que riamos e corríamos mais ainda. Só parando a uma distância segura para enfim respirar.

— Mar – ouço a Roberta chamar e a encaro com dúvida – eu preciso da sua ajuda com uma coisa.

— O que? – pergunto confusa, a garota sempre foi muito independente e quase nunca pedia ajuda.

— Preciso preparar uma surpresa romântica para o Diego, mas queria fazer depois que passasse o festival.

Arregalo os olhos, tinha esquecido completamente do festival, pela quinta vez sendo lembrada naquela semana, se bem que a nossa ideia já estava pronta, e já havia sido confirmada pelo comitê dos professores e bem, já tínhamos até voluntários.

— Poderia ser depois do aniversário do Giovanni, o que acha?

— Perfeito, mas queria algo bem romântico, sabe?

— Deixe comigo, eu vou te ajudar – agarro seu ombro e juntas caminhamos para próximo dos outros.

O festival seria no final de semana e aniversário do Gio na semana seguinte, nos dando tempo suficiente para preparar tudo, se vocês estão prontos, nós vamos criar um clichê romântico.

Aproveitei que o Giovanni foi dançar com a Josy e me aproximei das minhas rebeldes.

— O que faremos no aniversário do Gio? – pergunto.

— Uma pegadinha com certeza – Jade fala com os olhos brilhando – eu voto em cobras.

— Sem maldades de aniversário – Pardo resmunga olhando o BFF de longe – o que acham de uma homenagem?

— Podemos postar aquele vídeo dele cantando com algumas fotos – Messi propõe e assentimos, seria legal.

Logo nos dispersamos e voltamos a curtir o nosso dia, afinal, enfrentaríamos problemas maiores quando retornássemos para a Elite Way. Afinal, se é mais do que estranho quando quatro alunas fogem da detenção e mais uns quinze foge do colégio, resumindo, nós viramos isso aqui do avesso.


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