Fighting Demons escrita por Ju Benning


Capítulo 9
Todos Tem um Segredo a Guardar e Contas para Acertar.


Notas iniciais do capítulo

Olá, Hunters! Mais um cap chegando por aqui e eu espero que vocês gostem desse o mesmo tanto que eu a d o r e i escrever!
Enfim, meus querido, boa leitura para vocês :D
P.S.: Muito obrigada pelos comentários, favoritações e tudo mais do capítulo anterior e claro a paciência com os meus atrasos.
Love you all.



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Nina nunca havia sido atingida pela primeira lâmina antes, e caramba, aquilo doía. Sua sorte era que o presentinho que Patrick havia lhe dado, aparentemente lhe dava um certo fator de cura.

–- Virou demônio também, Nina? – Dean perguntou de cenho franzido ao estranhar o ferimento dela fechar sozinho.

–- Digamos que eu tenha ganhado um toque da mágica. – Nina respondeu, pegando discretamente na borda de um banco de metal e o arremessando na direção do outro com a maior força que conseguiu. O banco foi apenas uma distração, nunca havia lutado contra Dean, nem pelo menos treinado com ele, mas sabia o quanto ele era bom naquilo. Logo, avançar nele sem nenhuma distração, não era a melhor opção.

Nina também não deu logo tudo de si, nem muito menos o atacou abertamente, ela velava a sequência de golpes, deixando que ele tivesse chances de se defender e revidar. Precisar ler seu oponente, cada um de seus golpes, porque normalmente cada criatura que sabe lutar, tem suas próprias sequências.

E por mais que Dean fosse excelente no que fazia, sempre havia um espaço aberto e isso era o que Nina amava descobrir.

Até que a russa fizesse seu diagnóstico, a luta ia bem empatada. Golpes bem defendidos para cada lado, mas na próxima sequência seria diferente, pois havia uma brecha entre um e outro dos socos cruzados dele. No momento certo Irina apoiou-se numa bancada e girou as pernas no ar acertando em cheio e em sequência o maxilar de Dean, que por pouco não foi ao chão, avançou na ruiva enfurecido, e esta era outra vantagem que a mulher tinha sobre ele ali. Dean estava cheio de ódio e fúria, quando o melhor a se ser quando seu adversário sabe o que está fazendo tanto quanto você, é se manter racional. Nina esperou de olhos fixos nele, inda encostada no balcão, a cegueira emocional de Dean não o permitiu perceber que ela segurava alguma coisa na mão que escondia atrás do balcão. Uma garrafa de vinho com o fundo quebrado e várias pontas prontas para dilacerar a pele de alguém, no caso a dele.

–- Assim você não me deixa escolha, Nina. – Ele falou com a voz gutural, demoníaca, que a ruiva estremeceu em ouvir algo tão sombrio vindo de alguém que ela, no fundo, amava tanto.

Dean ergueu o punho fechado na direção dela e desferiu o golpe, a russa habilmente livrou-se do soco e em respostas atingiu o rosto de Dean com a garrafa o mais forte que conseguiu.

O estrago foi feio o sangue escorreu com vontade, mas ele não era mais humanos, sangrá-lo, cortá-lo, não faria nada de fato. Mas era bom pra descarregar os sentimentos perturbados que ela guardava até ali.

Com boa parte do lado direito do rosto rasgado e caído de joelhos no chão ele gritou pra ela, com os olhos negros que pareciam ter aumentado de tamanho e a voz mais uma vez estranhamente distorcida, então, pegando mais uma das suas armas escondidas, Nina jogou água benta nele, que desesperado pela sensação da ardência não reagiu, quando com um chute relativamente fraco, ela o fez deitar no chão, com a peito pra cima.

A mulher sentou nas pernas dele e segurou seus pulsos acima da cabeça com as suas mãos, o corpo de Irina deitou sobre o do demônio e seus rosto ficaram perto.

–- Cadê a Mary, Dean? – Ela repetiu entre os dentes.

Ele ficou em silêncio, apenas a encarando com os olhos negros que parecia ter orgulho de mostrar ultimamente. Nina suspirou.

–- O que diabos você quer, afinal? – Ela voltou a falar – Eu não estou entendendo qual jogo você fazendo agora... a única que eu sei é que não importa o quanto eu te bata e te sangre, nunca vai doer mais em você do que em mim. – Enquanto ela falava Dean continuava a encarando sem dizer nenhuma palavra – Então, antes que eu perca as esperanças, me conta o que merda você quer e onde está a minha menina? – Ela alterou o tom da voz no final.

–- Evitar que você me exorcize, meu amor. – Ele falou em tom baixo, ignorando a pergunta sobre Mary.

–- Então você quer me matar antes que eu te mande pra o inferno? – Ela perguntou virando a cabeça para um lado.

–- Bingo. – Respondeu com meio sorriso.

–- Que belo desfecho para uma história de amor... – Ela desviou o olhar por um momento, mas o jeito como ela estremeceu, fez Dean perceber o quão puta da vida ela estava. Por tanto não se surpreendeu quando Nina jogou sua testa contra o seu nariz – Eu não pretendia te exorcizar! Até porque você não está possuído! – Ela ponderou no final, dando de ombros antes de prosseguir -- Quando eu falei isso sei lá quantos anos atrás eu não imaginava que... – Ela olhou dentro dos olhos negros dele – fosse acontecer de verdade. –

–- Eu vou fazer de conta que eu acredito nisso. – Dean respondeu ainda sentindo a dor aguda no nariz reverberar.

–- Não pedi pra você acreditar querido, porque se você encostou um dedo na minha menina, você já era. – Ela trincou os dentes enquanto girava os pulsos de Dean o suficiente para machucar bastante. Ele gritou – Cadê a Mary? –

O que Nina não percebeu foi que a passionalidade que a fez derrubar Dean momentos antes passara a atingi-la com a mesma força agora.

Dean ainda a encarava quando num movimento rápido inverteu as posições, porém ele segurava as duas mãos dela com apenas uma das suas e com a outra ele segurava o pescoço da ruiva.

Ela se sobressaltou, mas admitiu sua falha pra si mesma, seu emocional voltou a lhe trair como era típico que acontecesse uma hora ou outra quando algum Winchester, Dean principalmente, estava envolvido. Também não se sentia com a mesma força de antes, fato que acreditava que derivava da magia que Patrick lhe concedera estar lhe deixando, pois como o bruxo mesmo havia dito, era temporária.

Mas se tinha outra coisa que era verdade, é que Nina de fato não temia a morte. E esta fosse chegar agora, já havia chegado ali preparada para esta possibilidade também e maldição que normalmente era uma sombra para ela, agora se parecia mais com uma última esperança, a qual ela se agarrava como possível forma de vingança.

–- Pode ir em frente, querido. – Ela não transparecia medo nenhum – Vou te contar um segredinho, coração. Quando você me matar, tem uma maldição sobre a minha cabeça que vai me trazer de volta... eu não sei como, nem na forma de que... mas eu vou atrás de você. – Ela tinha os olhos de vidro fixados nele, que aos poucos apertava o pescoço dela, que tinha cada vez mais dificuldade para respirar.

Apesar de continuar apertando o pescoço da mulher sem muita pena, havia algo nele que não condizia com a violência, muito embora isso não o fizesse parar.

–- Eu nunca imaginei que íamos acabar assim, Nina. – Ele falou sussurrando – Nunca quis nada disso. – E muito embora ele justificasse e nas entrelinhas se desculpasse, aquilo não o fazia parar.

Aparentemente, Dean de fato preferia Irina morta a não tê-la consigo.

A sombra da morte já pairava ao redor do olhar da russa, ela já não sentia algumas parte de seu corpo e a asfixia era desesperadora. Estava chegando a sua hora. E logo pelas mãos daquele que ela menos esperava, pelas mãos daquele que ela amava. Por isso a mulher fechou os olhos, não queria morrer olhando nos olhos dele.

Xx

O celular de Nina continuava não atendendo e devido ao quão nervosa Mary estava, Sam e os outros a levaram de volta para o Bunker.

–- Sam... – Mary chamou depois de tomar a água que Vivian levara pra ela.

–- Fala, Mary. – Ele respondeu com carinho enquanto investigava cada pedaço do bunker junto com Castiel.

–- Eu posso chamar você de tio? – A menina perguntou com seu jeito doce.

Sam não conseguiu disfarçar a surpresa e felicidade que sentira pela pergunta, ele encarou Vivian sorrindo, que retribuiu abertamente.

–- Claro que pode, Mary... – Ele falou meio sem jeito, mas sorrindo – Eu vou ficar muito feliz, na verdade. –

A menina também sorriu pra ele, mas logo voltou a perguntar.

–- Vocês vão salvar a minha mãe, tio? –

–- Vamos, tá bem? Não se preocupe. – Sam respondeu, mas não tinha bem certeza do que havia dito.

–- Meu bem, -- Vivian falou com a menina – Por algum acaso seu pai não falou nada de pra onde estava indo? –

–- Não, tia Vi. – Ela respondeu dando um último longo gole na água e enxugando os olhos molhados de lágrimas – Ele também não me machucou nem nada, ele é bobão. – Ela deu de ombros – Uma hora ele me deixou dormir com ele... –

–- Ele deixou, Mary? – Sam voltou-se para a menina, e abaixou para ficar da sua altura.

Ela fez sinal positivo com a cabeça.

–- Ele nem parecia ser um demônio... Mas depois ele me acordou de repente, eu estava com sono, não me lembro. – Ela fez bico de choro mais uma vez.

–- Mary, não chora. – Sam disse sem jeito e ficando mais ainda quando Mary o abraçou, deitando sua pequena cabeça loira no ombro dele – Eu prometo a você, eu vou trazer a sua família de volta. Pai e Mãe. Não se preocupe. – Ele falou a abraçando de volta.

–- Vivian, -- Castiel voltava de um dos corredores do lugar – Eu não achei nada, nenhum vestígio de pra onde Dean tenha ido ou pra onde ele tenha atraído Nina. – O anjo lamentou dando de ombros.

Vivian passou as mãos pelos cabelos apreensiva.

–- Tia... – A menina falou mais vez, desencostando a cabeça de Sam e se virando pra ela – Se alguma coisa acontecer com a minha mãe – Ela voltou a chorar e Vivian se fez de forte para não fazer o mesmo na frente dela – Eu posso morar com você e o tio Sam? –

A mulher perdeu a fala por um momento.

–- Eu... – Ela procurava as palavras, afinal ela e Sam não moravam juntos.

–- Claro que pode, Mary. – Sam respondeu por Vivian enquanto olhava nos olhos dela – Nós dois vamos ficar muito felizes se é isso que você quer. – Sam disse mexendo nos cabelos da menina que era dolorosamente parecida com seu irmão.

Mary olhou para Vivian, que com os olhos cheios de lágrimas concordou com a cabeça.

–- Claro que pode, meu amor. – Vivian respondeu para acalmar a menina, mas não sabia bem no que aquela resposta significava para ela e Sam. E que obviamente aquilo implicava em Nina estar morta.

A mulher então se levantou e saiu andando pelo corredor à passos largos e Castiel a seguiu.

–- Vivan, espere. – O anjo falou quando finalmente a alcançou.

A loira virou pra ele, enxugando o rosto com as mangas do blazer que havia emprestado de Sam pra se proteger do frio, e obviamente estava enorme nela.

–- Foi por isso que eu saí da Vila, Castiel... foi por isso. – Ela falou agitada – Olha, eu sei que entre eu e Nina não há nenhum laço de sangue como entre Sam e Dean, mas ela é, sempre foi, a minha irmã mais velha chata e super protetora que eu mais amo no mundo. – Ela engoliu em seco.

–- Pode falar, Vivian... – Castiel a tranquilizou – Não acho que possamos fazer muito mais além disso, por enquanto. –

Vivian respirou fundo pra eu sua voz saísse.

–- Apesar de competente além da conta, Nina sempre foi radical, inconsequente, furiosa e incontrolável... uma bomba relógio. Você nem pode começar a imaginar as coisas que Irina já fez, mas isso não importa agora. – Ela engoliu em seco e balançou a cabeça pra se concentrar – Eu nunca fui forte como ela e como Bran. Olha, ele ficou afastado do Campo de Ação, ele quase morreu por uma fraqueza minha, Castiel. E depois de umas coisas que aconteceram com a Nina, eu fiquei em pânico, eu não podia nem em sonho ser responsável por alguma coisa que acontecesse com ela. Eles são meus irmãos! – Ela exclamou – Bran não caça mais e isso me relaxa por um lado, mas pelo outro lado, Nina adora bancar a kamikaze! – Encostada na parede ela bateu a própria nuca na superfície rígida. -- E eu não aguento isso, não aguento. Eu fui embora pra não ver esse filme! –

Castiel não sabia bem o que falar, então improvisou.

–- Vivian, a prova que Dean não é completamente um demônio ainda é que ele demonstrou sentimentos pela filha... e eu não acredito que exista alguém que ame mais Irina do que ele. Eu tenho fé que eles não vão se matar. – O anjo tentou acalmá-la.

–- Eu não partilho da sua fé, Castiel. – A voz dela transparecia sua desesperança -- Amor, calmaria, luxúria e ira vivem bem juntos. E honestamente eu não conheço mais ninguém que tenha mais motivos pra odiá-la do que Dean. E isso é iminentemente trágico! – Ela ainda tremia de nervosa – Eles tem uma filha juntos... – Continuou – E independendo do que aconteça. Se for Nina que saia viva, a que preço ela vai fazer isso? Matando o pai da filha e o amor da vida dela? Céus. E o pior se nenhum dos dois sair inteiro dessa, com é que a Mary fica? Ela vai ser órfã porque os pais mataram um ao outro. Muito saudável. – Ela respirava fundo.

–- Mas pelo menos ela vai ter a você e ao Sam... – Castiel a olhou com um meio sorriso.

–- Eu e o Sam estamos mais enrolados que rolo de arame farpado... – Ela ponderou revirando os olhos – Não que não exista chance pra nós dois, porque há bastante... Mas honestamente eu não tenho cabeça pra pensar nisso agora. – Ela falou engolindo em seco.

Castiel ficou olhando-a quando a voz de Sam os interrompeu.

–- Vi. – Sam chamou, trazendo Mary nos braços – Ela quer ficar com você. –

A mulher ficou alguns segundos fora do ar, mas forçou um sorriso pra tranquilizar a menina.

–- Claro que sim! Vem! – Ela disse pegando Mary dos braços de Sam – Ai, mas você está pesada hein, moça! – Ela brincou fazendo um pouco de cócegas na barriga da criança, que riu um pouco pela primeira vez.

–- O que a gente faz agora, Cas? – Sam perguntou quando Vivian se afastou com a menina.

–- Torcemos pra que eles se entendam de alguma forma. – O anjo tentava se manter calmo, mas falhava na missão.

Xx

Megan olhava ao seu redor procurando por Nina. Ela já devia ter voltado. E como paciência não era a mais forte de suas qualidades, esquivou-se do sogro - com quem tinha uma péssima relação – e partiu em direção a sua cadeia.

O prédio estava devidamente trancado, mas não havia sinal nenhum de Nina.

–- Onde foi que você se meteu? – Ela resmungou pra si mesma se apoiando na grade.

Alguém sorrateiramente se aproximou pelo lado de dentro, mas Megan não pareceu se importar, nem mesmo perceber.

–- Em problemas, como sempre... – Disse a voz de Patrick atrás da grade de entrada.

A mulher se sobressaltou o suficiente para se encostar na grade e fechar os olhos por alguns segundos.

–- Não me viu chegando, Meg? – Ele perguntou olhando-a de um jeito engraçado.

–- Se eu tivesse percebido, não tinha me assustado. – Ela respondeu malcriada, virando-se pra ele.

–- Meu radar nunca falha. – Ele mudou a voz para imitar a frase que Megan se gabava em repetir.

–- Acho que fiz a besteira de me acostumar com você – Ela falou irritada -- Agora responda porque está solto e onde está Irina? – Ela o olhava diretamente com a maneira direta e um tanto seca de sempre.

–- Nina teve problemas com o “marido” – Ele desenhou aspas no ar, com as algemas pendendo em apenas um dos braços – E como nós acordamos eu estava indo diretamente para a minha cela, quando eu percebi que ela não só deixou cair o celular... – Ele materializou o aparelho em uma das mãos já que sem as algemas nas duas mãos, podia fazer sua mágica – E isto aqui – Ele tirou as chaves da cadeira do bolso das vestes, já que tanto a chaves quanto o prédio da Cadeia eram imunes à magia – Estava caído bem nos pés desse portão. Eu acredito que ela saiu tão transtornada que deixou cair a chave e nem percebeu, assim como o celular. – Passando a mão pela grade ele brincou com os cabelos de Megan, que esquivou-se. – Mas, como eu sou um cavalheiro e não que iria querer jamais que a minha deusa carcerária tivesse problemas por conta da inconstante vida amorosa da nossa amiga russa, vim até aqui, peguei as chaves e o celular dela e esperei pacientemente até que você viesse até mim, como eu faço sempre, aliás. – A ironia saltitava na voz dele, no entanto, Megan apenas pegou os objetos das mãos dele.

–- Recoloque as algemas, Patrick. – Disse ríspida.

–- Meg, não precisa que eu coloque as algemas pra você entrar aqui, eu nunca machucaria você. Sabe disso. – Patrick pareceu magoado.

A mulher não lhe respondeu, apenas o encarava. Respirando fundo o bruxo recolocou as algemas e deu alguns passos para trás, esperando que ela entrasse.

–- Eu não vou demorar aqui. – Ela falou como se fosse um aviso – Só o suficiente para coloca-lo de volta na cela. Eu preciso achar Bran ou Vivian e falar sobre Nina e esse problema com Dean... – Ela evitava olhá-lo.

–- O que é que está acontecendo? – Ele perguntou enquanto andavam pelo corredor até a cela.

–- Isso está acontecendo, Patrick – Ela indicou a barriga de grávida – Sem contar com Brandon. – Ela riu sem humor quando o trancou de volta à cela. – Por tanto, me deixa em paz, tá? – Ela suspirou sem olhá-lo de perto.

O Bruxo riu de volta pra ela.

–- Engraçado que é exatamente por isso – Ele apontou para a barriga dela – que eu não deveria te deixar em paz. –

–- Não viaja, Patrick. – Ela falou cantarolando quando deu as costas.

–- Não acho que seja viagem minha, Megie. –

Ela parou bem onde estava só para responde-lo.

–- Ah, você acha sim! Até porque É viagem sua! – Ela falou de dentes trincados. E os dois ficaram se encarando.

–- Bem, -- Uma terceira voz surgiu da escuridão do corredor – Independente do que os dois acham, eu sei que vou pedir um exame de DNA pelo Bran – Lentamente Kyle saiu da escuridão – Dar meu sobrenome a crianças que não tenham meu sangue, não seria o ideal. –

Megan sentiu seu sangue fugir de suas veias e sua vista ficou turva.

–- Megan? – Patrick chamou a mulher, que dava indícios de tontura.

–- Eu nunca me enganei com você, desde a infância, na verdade. Astuta, manipuladora... tudo isso por trás de um rostinho inocente. Mas uma moça tão doce quanto a que meu filho enxerga, jamais comandaria essa Cadeia como você comanda Megan. Sempre soube que não tinha escrúpulo algum... –

Megan andou pra trás até encostar na grade da cela, Patrick bem atrás dela.

–- Kyle, se acontecer alguma coisa com ela, acabou pra você. – O bruxo interferiu.

–- Você é realmente muito ameaçador. Algemado e Encarcerado. – O homem debochou – Mas não se desespere, Meg. Porque às vezes é melhor viver na ignorância e eu não acredito que Bran suporte a dúvida, muito menos uma certeza que de você sequer olhe pra outro, quanto mais... – Ele passou a mão pelos cabelos grisalhos enquanto olhava a barriga dela – Vamos fazer um trato, então, o que acha? –

Megan ergueu os olhos para Kyle confusamente.

–- O que quer dizer? – Ela conseguiu falar embora suasse frio.

–- Eu ouvi alguma coisa sobre Nina com problemas com Dean... e percebi que minha afilhada não se encontra mais aqui e também não engoli a conversa de Mary num acampamento de férias... – O homem continuou debochando – Então ficaremos assim: me contem onde está Mary, onde está Nina e, claro, Dean. Porque então eu mato o maldito Cavaleiro do Inferno, trago Nina e Mary de volta pra casa, nunca mais tiro os olhos das duas. De quebra eu mando Sam desaparecer daqui, não suporto esses Winchester... – Resmungou – Readmito Vivian, não conto absolutamente nada a Brandon sobre o que aconteceu aqui e tudo volta a ser como sempre deveria ter sido se John Winchester nunca tivesse cruzado as nossas vidas. – O homem sorriu ao final da fala.

–- Se John Winchester não tivesse cruzado as nossas vidas, seu filho estaria morto ha muitos anos! – Megan respondeu horrorizada com o que havia ouvido.

–- Eu assim preferia. Bran teria morrido em Campo, sem permissão, mas com honra. Não seria inválido com é hoje! – Kyle mostrou finalmente o monstro que era, que Megan sempre soube e que ninguém nunca a dera ouvidos antes – Eu não teria Nina amaldiçoada e Vivian estaria conosco. –

Megan cerrou os olhos.

–- Não vou entregar ninguém a você. – Ela respondeu com coragem.

–- Tudo bem, você que escolhe. – Ele tirou uma pequena faca da bainha da calça – seus filhos que pagam... – Então começou a andar na direção dela.

–- Megan, fale. – Patrick disse em tom de ordem, sem poder fazer nada além disso, na posição que estava.

–- Não. – Ela respondeu incisiva e sem medo.

–- Que péssima mãe você é, Meg. – Kyle provocou já bem perto.

–- Tango Bar. – Patrick falou – Dean e Nina estão no Tango Bar. –

Kyle parou e sorriu.

–- Bom menino, Patrick, bom menino. – Ao dizer isso ele guardou a faca e começou a voltar para o escuro – Não se preocupe Megan, seu segredo estará mais do que a salvo. Logo seremos uma família outra vez, tudo vai voltar ao normal.

Kyle sumiu e logo o barulho da grade do portão de entrada batendo se fez ouvir.

–- O que você fez? – Megan falou ofegante e raivosa – Esses bebês não são seus. –

–- Certo, Megan. – Ele concordou só pra fugir do assunto – Isso não importa, ele ia matar vocês três e eu não podia deixar. Dean e Nina que me desculpem. – Ele falou beijando a cabeça dela por entre as grades.

Xx

Flashback on

Anos atrás.

–- Sabe, não houve a droga de um dia que eu não pensasse em você. – Dean falou quebrando o intenso silêncio que havia se instalando entre os dois de repente.

Nina o olhou de canto, ele sempre ficava ainda mais sexy dirigindo a droga do carro.

–- Claro. – Ela concordou com certa ironia – Mas isso não te impedia de ir pra a cama com ela. – Havia um riso ali, mas a mistura com mágoa era perceptível.

–- Não me culpe. Quem mandou eu ir atrás da Lisa e viver a minha vida foi você. – Ele respondeu sério – Pela primeira vez desde que eu me apaixonei por você foi a primeira vez que eu acreditei que tinha te perdido pra sempre... me desculpe se eu tentei seguir as suas malditas ordens! E por mais que acontecesse, e acontecia, não vou mentir Nina, era em você que eu pensava. – Ele virou o rosto pra ela e tirando a mão do câmbio do carro, colocou-a sobe a coxa de Nina – Eu via você em toda parte, eu sonha com você. Irina é a minha assombração pessoal. – Ele brincou por fim.

–- Talvez algumas das vezes em que você achou que me viu, fosse eu mesma. – Ela confessou colocando a sua mão em cima da dele – Acho que foi a coisa que eu mais me arrependi mais de fazer na vida toda. Quando eu vi você com ela, eu tive vontade de morrer, porque eu sei que a culpa foi minha... – Ela se inclinou do bando de passageiro para dele e beijou o pescoço de Dean, que riu e virando o rosto beijou a boca da mulher. – Cuidado. – Ela disse puxando o volante de leve.

–- A culpa é toda sua. – Dean brincou trazendo o carro de volta pra a pista.

–- Olha, Dean, desculpa ter aparecido de repente e te tirado da sua vida nova, mas eu nunca disse que era generosa. – Ela riu envergonhada – Eu me arrependi, fiquei morta de ciúmes e fui te buscar de volta. – Nina o olhava de canto.

–- Não peça desculpas, Nina. – Dean suspirou, entrando em uma avenida da cidade – É você quem eu vou amar sempre, uma hora ou outra eu a Lisa íamos quebrar, sabe? – O olhar dele se perdeu – Não era justo com ela que eu vivesse pensando em você. Lisa não é má pessoa, merece alguém que a ame de verdade, assim como eu e você merecemos estar juntos de novo... Até porque eu acho que nós dois temos um imã. – Ele mesmo riu depois da fala.

–- Imã? – Nina repetiu rindo abertamente – Eu morri de saudades de você, de tudo e você. – Ela falou pulando no colo dele, o que custou mais uma puxada no volante, mas Dean não reclamou -- Eu não consigo dizer quanto eu estou radiante por ter conseguido você de volta. – Ela sussurrou no ouvido dele.

Dean diminuiu a velocidade do Impala e beijou Nina sem culpa e sem pressa, enquanto o carro serpenteava pela rua deserta no meio da madrugada.

–- Eu acho que temos de comemorar isso. – Ele falou quando partiram o beijo.

–- Eu vou pra onde você quiser me levar, Cowboy. – Nina brincou sem tirar os olhos dele.

Dean olhava adiante.

–- Cowboy não, Argentino. – Ele disse imitando o sotaque, que fez Nina rir, mesmo sem ter entendido a fala dele.

De uma hora para a outra Dean puxou o carro pra perto da calçada e estacionou. Nina olhou ao redor, e naquela rua, bem ao lado de onde estavam parados, uma luz vermelha chamou sua atenção. Era o único lugar aberto àquela hora da noite.

Pelo lado de dentro da janela caiam cortinas de veludo e uma música que nem Nina, nem Dean costumavam ouvir tocava no estabelecimento. O casal desceu do carro. A mulher finalmente encontrou a placa com o nome do lugar.

–- Tango Bar? – Ela leu de maneira engraça e olhou para Dean rindo – Você já veio aqui? –

Ele respirou fundo.

–- Não. – Foi sincero.

Pela janela, eles podiam ver que as pessoas pareciam se divertir e dançar ali dentro, apesar de não ser a diversão e a dança preferidas de Nina, ela achou que seria incrível os dois fazerem alguma coisa que nunca haviam feito antes juntos.

–- Vamos entrar, então! – Ela disse animada, puxando-o pra dentro.

Nina sorria abertamente e estava mais feliz do que Dean lembrava de tê-la visto antes. Ele se lembaria daquilo pra sempre, o sorriso de Nina era o mais lindo do mundo pra ele.

O Caçador tinha medo de perdê-la de novo pela manhã e o fato de seu medo não ter se concretizado daquela vez, fez daquele lugar e daquela ocasião a mais feliz e icônica na história dos dois.

Flashback off

Sem dúvida aquela noite há anos atrás havia sido perfeita, intensa e marcante demais. Havia sido ali naquele lugar que Dean havia recuperado oficialmente Nina. Ela era de novo a sua ruiva.

Enquanto ele a estrangulava, todas essas memórias o atingiam e era muito difícil se manter frio e imune, poucos segundo depois ele percebeu ser impossível. Houve um momento em que ele soube que o corpo de Nina havia chegado a seu limite que esse continuasse a partir dali não teria volta, ela morreria. E nem toda a maldade que habitava nele foi capaz de se sobrepor ao que sentia por ela originalmente.

Dean afrouxou a mão ao redor do pescoço dela e se sentiu aliviado quando o reflexo de sobrevivência a fez inspirar bruscamente.

–- Eu não consigo, Nina. – Ele disse com seus olhos no tom normal e lindo de verde que tinham originalmente, era só Dean naquele momento – Não posso matar você... – Ficando de pé ele a deixou livre.

Nina, que se recuperava do choque de quase morrer, sentou-se lentamente e respirava profundamente seguidas vezes.

–- O que diabos aconteceu? – Ela perguntou rouca, tocando o próprio pescoço que sabia que ficaria marcado.

–- Não posso matar você. – Ele repetiu encostado na janela olhando para a rua.

–- E porque não? – Ela ficou de pé começou a se aproximar dele.

–- Eu amo você, Nina. Ainda mais do que eu pensava antes. – Ele confessou virando o rosto para olhá-la. Nina trazia as mãos atrás das costas, mas Dean não viu nada demais, ela parecia serena.

–- Por um momento eu pensei que fosse morrer nas suas mãos e se me magoou o mesmo tanto que me fez feliz ver você desistir. – O tom dela era aquele doce e baixinho que ela sempre usava com ele quando estava tudo bem. Nina continuava a se aproximar dele com as mãos pra trás – Eu também amo demais, meu amor. – Ela falou com a respiração falha – Ela estava muito perto, Dean já podia sentir a respiração dela – Mas eu preciso que olhe ao redor, todos esses corpos, todas as pessoas que você matou, inocentes. Você não é assim Dean, é a sua alma distorcida e demoníaca que está fazendo isso com você e eu não posso deixar que continue assim, porque se o eu caçador pudesse falar aí dentro, ele estaria gritando por socorro. –

Apesar da serenidade na voz dela, Dean estranhou aquele discurso, Nina estava armado alguma coisa. No entanto para o azar dele, quando percebeu que havia algo errado já havia sido devidamente algemado com uma daquelas porcaria de algemas antidemônio.

–- Puta russa. – Ele resmungou mais uma vez com os olhos negros.

Nina sorria satisfeita, com seu refém completamente sob seu controle.

–- Também amo você, meu bem. – Ela respondeu pegando a Primeira Lâmina caída num canto e puxando Dean pra fora do estabelecimento destruído. Do lado de fora estava parado o Impala. – Diga olá a Baby, Dean. – Nina disse quando praticamente o jogou no banco de trás do carro e deu um jeito de prendê-lo ali, impedindo que ele resolvesse ataca-la em quanto dirigia.

Enfiando as mãos em um dos bolsos de Dean achou seu celular e ligou para Sam.

Xx

Mary havia voltado a dormir. Castiel estava na sala, observando alguma coisa que não fazia muita diferença naquele momento.

Dentro do quarto que Mary dormia, Sam e Vivian estavam sentados um ao lado do outro, encostados na parede.

–- Então, vamos morar juntos agora? – Sam perguntou baixo, quebrando o silêncio.

Vivian riu sem humor e deitou a cabeça no ombro do homem que a abraçou pela cintura.

–- Eu não sei Sammy. – Ela respondeu num suspiro – Tem tanta coisa acontecendo... não sei se nós dois podemos resolver isso agora, assim de uma hora pra outra. Quanto tempo tem que a gente se reencontrou? Uma semana? – Ela ria sem jeito.

–- Cada vez mais parece que eu nunca deixei de falar com você um dia sequer... – Ele respondeu mais pra si mesmo.

–- Eu também senti sua falta esse tempo todo. – Ela respondeu voltando ao profundo silêncio quando de repente o celular de Sam tocou. Este se apressou a atender, para o barulho não acordar Mary. Ele nem havia prestando atenção em quem o ligava.

–- Sam Winchester. – Ele disse ao atender.

–- Hey, Sammy! – Disse a voz do outro lado da linha.

Sam pulou onde estava e respondeu mais alto do que pretendia.

–- Nina! – Ele exclamou. Vivan abafou um grito que ameaçou sair com as mãos e fez sinal para que Sam falasse baixo – O que houve? Onde está Dean? Onde você está? –

–- Estamos bem, os dois. Quer dizer, seu irmão está um pouco algemado e sem poder nenhum no banco de trás do carro... que eu nem avisei que peguei, mas eu estou com o Impala. – Ela parecia tranquila.

–- Como diabos você pode estar tão calma? – Sam falou rindo de alívio e Vivian tinha o ouvido colado no fone para ouvir a voz da amiga.

–- Brigar com seu irmão me relaxa... – Ela brincou e Sam ouviu um resmungo de Dean no fundo da ligação – Olha, Dean disse que mandou você buscar a Mary... é verdade? Ela está bem? – Foi a única vez que Nina se agitou na ligação.

–- Não se preocupe, ela está ótima. Está dormindo. Estou com ela, Vivian e Castiel no Bunker. –

–- Garoto, você me orgulha. – Nina brincou – Eu estou levando Dean praí e pensei que a gente pode tentar aquela coisa com sangue humano. –

Sam ouviu seu dizer alguma coisa como “inútil” e “essa droga de algema nessa porcaria de carro”

–- Amor, silêncio, eu não consigo ouvir seu irmão assim. – Nina disse com um tom irônico engaçado que fez Sam rir. Dean resmungou mais alguma coisa. – Sam, ele disse que te ama. –

Sam sabia que havia sido algo longe daquilo, mas se sentia aliviado por vários motivos.

–- Aquele idiota... – Ele falou respirando fundo – Venha logo, Nina. Estaremos esperando. – Foi a última coisa que Sam disse antes que ouvir Nina rir mais uma vez e encerrar a ligação.

Num impulso de alegria e alívio, Vivian segurou o rosto de Sam entre as mãos e o beijou como gostava de fazer na faculdade.

Xx

Kyle e Albie invadiram o já destruído Tango Bar apenas para encontrar vários corpos que não significavam nada para nenhum deles e muito sangue.

–- Aquele maldito bruxo vai me pagar por ter mentido... – Kyle resmungou.

–- Ele não mentiu, Kyle. – Albie disse mexendo seu nariz de um lado para outro – Os cheiros que eu sinto não mentem, os dois estavam aqui. – O farejador andava pela cena observando e cheirando tudo com atenção – E devido ao sangue dos dois por aqui e o cheiro da adrenalina houve luta e não foi de brincadeira... – Ele falou olhando o outro de canto.

–- O Facão da Nina. – Kyle disse apanhando o abjeto em um canto – Você sabe se alguém morreu? – Ele tinha a voz travada.

–- Não Kyle. Não dá pra saber... mas não acho isso aqui nada bom. – Albie respondeu desligando o aparelho de som que ainda reproduzia o tango velho e de certo charme.

–- Ligue pra os outros da Velha Guarda, interrompa aquela festa. – Kyle ordenou apertando o cabo do facão com força desnecessária. – Virem a região de cabeça pra baixo, achem os dois, ou quem quer que tenha sobrado. Cansei de ser bonzinho, as coisas vão ser como antigamente a partir de agora. –

Albie não gostou do cheiro que sentiu no amigo, sabia que havia muita coisa guardada dentro de Kyle e o ódio era o que Albie mais temia.


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Notas finais do capítulo

Aee! Me contem o que passa pela cabecinha de vocês depois desse capítulo maiorzinho que o normal :D Vocês sabem que eu sou super curiosa, adoro saber tudinho!
Bjs. Até o Próximo!
Peace out, bitches!



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