Fighting Demons escrita por Ju Benning


Capítulo 2
The First Met


Notas iniciais do capítulo

Como eu havia prometido, o segundo cap saiu!

Muito obrigada à todos que comentaram! Bem, espero que gostem desse como gostaram do outro e que continuem comentando o que acharem :) Bem, sem mais bla bla bla.

Boa leitura, gente!

bjs para vcs.



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A conversa com Sam se estendeu mais um pouco, mas não foi algo casual como um par de amigos, parecia mais uma entrevista, Nina não parecia querer perder nenhum detalhe e escrevia algumas coisas pra não esquecer.

–- Mais alguma coisa, digo, um lugar, qualquer coisa? – Ela perguntou levantando os olhos para Sam.

–- Não. – Sam disse pela quinta vez, ainda sem tirar os olhos da menina, que havia descido do colo de Nina e com um canivete que tirara de dentro da bota da ruiva riscava uns símbolos mágicos, porém aleatórios, na parede. Ela fazia aquilo com naturalidade e Irina não se opunha, Sam então inferiu que ela deveria estar sendo criada como caçadora.

–- Certo, você tem a imagem da Primeira Lâmina aí, não tem? – Irina perguntou, fazendo Sam tirar os olhos da garota, enquanto mandava uma mensagem para alguém.

–- Eu tenho. – Falou mostrando uma imagem no celular.

–- Ótimo, me envie isso. – Irina funcionava como um robô, perguntava sistematicamente e enviava e recebia informações.

–- Você não vai me contar do que se trata? – Sam questionou, mas não olhava para Irina, e sim mais uma vez para a menina, percebendo então que a garotinha havia passado a escrever em Enoquiano nas paredes. O homem deixou o queixo cair e riu, o que pareceu chamar a atenção da menina que lhe olhou de onde estava com seus lindos olhinhos verdes. Sam então percebeu que já havia visto aqueles olhos antes, porém em outra pessoa.

–- Eu estou começando a procurar seu irmão pelo único rastro que ele pode estar deixando. – Irina falou guardando o celular e olhando também para a menina. – Querida, já chega, não acha? Você escreve muito bem, mas... –

–- Mas isso é um rastro e rastros não são bons, eu sei. – Finalmente a garota falou guardando o canivete – Só queria ver se me lembrava como escrever meu nome em Enoquiano. – Ela sorriu.

–- E qual é o seu nome? – Sam atreveu-se a perguntar – O meu é Sam. – Estendeu a mão.

A garotinha foi até ele e apertou sua mão com força, balançando o mais forte que conseguiu.

–- Eu me chamo Mary. – Ela respondeu sorrindo.

Sam sentiu seu coração ir para o chão, não sabia por choque ou felicidade. Ele lançou um olhar para Irina, que não esboçava muita coisa em sua expressão. Na verdade o outro garoto a chamou do lado de fora e ela saiu sorrateira, antes que Sam fizesse alguma pergunta.

–- É um belo nome, Mary. – Ele falou depois de algum tempo – Você é filha da Nina, não é? –

–- Sim, eu sou. – Ela respondeu apertando os olhinhos – Eu só não sei quem é meu pai, ela faz o maior mistério. – A garotinha estendeu a palavra “maior” para dar ênfase – Será que é você? – Ela perguntou inclinando a cabeça para um lado.

Sam riu um pouco.

–- Não, Mary, eu acho que não. – Ele respondeu sorrindo.

–- Que pena, você é bonito. – Ela respondeu voltando para perto da parede onde rabiscava – Mas eu vou descobrir quem é. – Falou mais para si mesmo do que para Sam.

O homem continuou a observando, podia ser tudo coisa da cabeça dele mas, ela tinha o nome de sua mãe, os olhos de seu irmão e começava a achar até que os cabelos eram parecidos com os de Dean, porém bem maiores, o narizinho era idêntico ao de Irina, bem arrebitado, mas o jeito que ela sorriu, viu seu irmão mais uma vez.

Parou de devanear quando Mary se afastou da parede com rapidez e com uma carinha assustada.

–- Sam, os demônios estão aqui, mas não se preocupe, eu posso cuidar de você! – Ela disse escondendo o canivete dentro da botinha que usava e apesar da segurança da pequena, ela ofegava, mas pelo sorrisinho que ela tinha suspeitou que fosse alegria.

–- É claro que vai. – Sam disse sem entender nada, até que a porta da frente foi arrombada. O caçador se pôs de pé e tirou a faca que um dia fora de Ruby de dentro da jaqueta e colocando uma das mãos sobre a menina, esperou. Dois demônios apareceram daquela direção.

–- Sam, abaixa a faca. – Ele ouviu a voz de Irina falar às suas costas.

Quando se virou para olhá-la ela vinha rendida, com as mãos erguidas, caminhava devagar, o rapaz que estava com Mary mais cedo vinha ao seu lado exatamente da mesma maneira.

–- Mas, Nina... – Sam relutou, preocupado com a menina que não parecia muito nervosa.

–- Abaixa a faca, Sam, nós estamos em desvantagem. – Ela falou e não parecia estar brincando e por isso o homem obedeceu.

Logo atrás dos outros dois demônios que rendiam Irina e o adolescente, entrou um baixinho de sotaque marcado que Sam logo reconheceu.

–- Olá, Alce. – Disse Crowley sorrindo.

–- O que você está fazendo aqui, Crowley? Onde está Dean? – Perguntou Sam um tanto agitado e admirado com a passividade que Irina e o garoto tinha ambos de mãos erguidas e a calma da menina, que olhava de um lado para outro e a despeito dos olhinhos arregalados, não dava sinal nenhum de nervosismo.

–- Eu gostaria de saber. – Disse o demônio impaciente – Por isso eu estava revirando tudo atrás de você, Alce, e dessa gracinha. – Ele falou pegando no queixo de Irina – Achei uma foto sua nas coisas de Dean, achei prudente procura-la. – Irina se manteve em silêncio, olhando diretamente para o garoto – Mas eu não consegui achar, claro que não, isso é frustrante. – Crowley comentou, fazendo sinal para que os demônio levantassem a blusa do adolescente, revelando um símbolo tatuado, na verdade um brasão, as letras V e C juntas, em algo que lembrava um elo de liga mas não era. A mesma tatuagem encontraram na nuca de Irina – Eu deveria saber, caçadores com esta maldita tatuagem são como pragas, difíceis de matar e ainda mais difíceis de rastrear! – Irritou-se e Sam franziu o cenho, não tinha entendido muito bem.

–- Então não sabe onde está Dean? – Perguntou Irina, enquanto fez um sinal discretíssimo para o adolescente ao seu lado.

–- Não faço ideia, só que está com a Lâmina e prestes a ficar fora de controle. No entanto a natureza heroica dele não vai sumir assim tão fácil, então acho que a garota da foto – Crowley apontou para Irina e caminhou até Sam – e o irmãozinho devem ser o suficiente. –

Mary encarava Crowley com a cara amarrada.

–- Você não vai levar eles a lugar nenhum! – Ela falou veemente.

–- Ah não vou não? E quem vai me impedir, nanica? – Crowley perguntou se abaixando perto da menina.

Mary olhou rapidamente para Nina que piscou para ela.

–- Eu. – Respondeu a menina que tirando o canivete de dentro da bota cravou a lâmina no demônio entre o ombro e a base do pescoço, uma luz avermelhada brilhou no lugar da perfuração, revelando que o canivete era como a faca de Ruby. Ao mesmo tempo, Irina e o garoto revelaram ter facas escondidas mangas de suas jaquetas e acertaram os demônios no meio do peito, ambos caíram mortos.

Sam ficou atônito por alguns segundos, mas conseguiu dar conta facilmente do primeiro demônio à sua frente e no segundo teve a ajuda de Irina que arremessou uma faca de combate certeiramente através do olho esquerdo do outro demônio. Os quatro guarda-costas de Crowley haviam sido abatidos e o mesmo caíra sentado, com as mãos segurando firme o ferimento causado pela pequena Mary que sangrava bastante.

–- Quem é a nanica agora? – Perguntou a menina, que devido a posição que Crowley caíra no chão, estava menor que ela.

–- Eu vou pegar você, pirralha. – Ameaçou o demônio de supetão. Mary não demonstrou medo, mas foi até a mãe, lhe abraçando a perna.

–- Você não vai pegar ninguém, bacaca. – Disse o adolescente de voz autoritária – Como nos encontrou? –

Crowley engasgava um pouco.

–- Eu encontrei o Alce. Vocês vieram de brinde. – Respondeu enquanto mexia no canivete ainda cravado em sua carne.

–- Onde está Dean? – Insistiu Sam.

–- Eu não sei! – Respondeu exaltado – Como eu disse, é o que eu quero saber! Às vezes duvido que inteligência seja seu forte, Sam. – Falou finalmente desencravando o canivete, que tinha uma armadilha do diabo entalhada no metal, por isso Crowley não havia simplesmente ido embora. Porém, antes de desaparecer, ele atirou a lâmina na direção de Irina, acertando bem em seu joelho.

–- Filho da puta. – Ela falou se apoiando numa bancada próxima, enquanto sentia o sangue quente descer pelo joelho lavando o restante perna.

–- Nina? – Sam a ajudou a ficar de pé.

–- Quer que eu puxe isso fora? – Perguntou o garoto.

–- Não, Elliot, não precisa. – Falou meio no susto -- Só quero que leve Mary pra casa e veja como está Castiel, verifique se alguém encontrou alguma coisa referente à Primeira Lâmina e me ligue, nada mais. – Ela falou jogando uma chave de carro para o rapaz, que simplesmente obedeceu, sem questionamentos.

–- Você vai ficar bem, mamãe? – Perguntou a Mary se aproximando dela.

–- Vou, meu amor, você já me viu bem pior, não já? – Ela respondeu piscando para a menina, que deu a mão ao garoto Elliot.

–- Tudo bem então, vou pedir ao anjinho Castiel pra cuidar de você. – Ela disse sorrindo e saiu com o garoto – Tchau, Sam, gostei de você. – Ela falou mais alto quando já ia na porta.

Irina, pulando num pé só, voltou a se sentar na cadeira e dando um gole no whiskey, e o que ainda sobrava jogou sobre o joelho ferido.

Sam se aproximou dela e sentou na outra cadeira com a expressão muito séria.

–- Desde quando conhece Castiel? – Sam questionou.

–- Há bastante tempo, ele sabe onde eu moro, só nunca contou a vocês. – Ela revelou encarando a faca em seu joelho, sabia que tirar aquilo ia doer.

–- Então ele sabe da menina também... – Sam ponderou tento vontade de esfolar o anjo vivo -- Enquanto você cuida disso aí, quer falar sobre a Mary? – Irina lhe olhou de canto, enquanto arrancava com a ajuda de uma faca, um pedaço da blusa que usava para usar como bandagem – Quando ia me contar que ela é filha de Dean? – Sam prosseguiu encarando Irina, no mesmo momento a mulher arrancou a faca de dentro do joelho e esmurrou a mesa, xingando em russo.

Xx

Dean não estava mais sentando num canto de parede, estava no balcão de um bar em Minessota, mas da mesma maneira de antes, tinha a Primeira Lâmina ao seu lado. A diferença é que antes o objeto não tinha sangue fresco lhe cobrindo.

Todos estavam mortos naquele bar, não que Dean tivesse chegado com aquela intenção ali, mas a música era ruim, o barman havia sido deselegante e algum babaca havia chamado sua arma de queixo de mula. Aquilo havia sido ofensivo e como resultado, havia sangue até nas paredes.

Passado o acesso de fúria, o Cavaleiro do Inferno se acalmava e o homem bom que um dia fora voltava a si, começando a se odiar pela carnificina. E como sempre, foi pensando nela que as coisas melhoraram.

Flashback on

Há uns 10 anos atrás, na estrada.

Dean havia saído para buscar sangue de homem morto à pedido de seu pai, tinham um plano para recuperar o Colt de um ninho de vampiros. Mas agora a única preocupação do rapaz era voltar logo, tinha medo que seu pai e seu irmão se matassem enquanto estivesse fora.

Por isso nem viu quando uma moto enorme parou bem na frente do Impala, mas logo percebeu a garota linda que desceu dela, mas mesmo assim, não tinha tempo a perder, torceu para que quando voltasse ela ainda estivesse por lá, assim pediria o número de seu celular ou algo assim. Era o que o rapaz pensava enquanto caminhava a passos largos.

Porém, diferente do que ele imaginou, foi seguido pela moça.

–- Ei, garoto do Johnny! – Chamou a moça que vinha logo atrás dele.

Dean virou-se, devido a escuridão não via seu rosto, nem muitos detalhes, apenas achou que tinha os cabelos curtos, corpo muito bem desenhado e voz era de matar, um sotaque maravilhoso, mas não devia prestar atenção a nada daquilo, ela podia ser um demônio ou vampiro, ou qualquer coisa má.

–- É comigo, garota? – Perguntou, colocando a mão discretamente na arma, enquanto ela ainda caminhava na sua direção.

–- Você é filho de John Winchester, não é não? – Ela continuou, se aproximando aos poucos da luz de um poste – Não sei se é Sam ou Dean, mas pode relaxar, garotão, eu sou amiga do seu pai. – Ela revelou assim que chegou embaixo da luz, ela devia ser mais nova do que Dean uns três anos.

O Caçador lutou para não ficar de queixo caído. Ela tinha a pele branca sem nenhuma marca, as feições do rosto eram perfeitas e os olhos azulados expressivos, embora sua boca merecesse toda a atenção igualmente. Percebeu também que o cabelo não era curto, estava preso e era de um ruivo forte. Vestia preto, calça e blusa rentes ao corpo e um bota e salto fino, cuja ponta tinha um brilho diferente, prateado.

–- Meu pai não falou de nenhuma amiga. – Dean respondeu sem relaxar muito ainda

–- É claro que ele não falou. – A mulher deu de ombros, caminhando até mais perto dele – Ele nem podia e nem provavelmente quer. Você deve saber melhor que eu, que John tem muitos segredinhos. – Falou quando estava perto – Faça seus truques anti-monstro e vamos logo prosseguir, temos sangue de homem morto para coletar, certo? – Ela olhou para Dean, medindo-o da cabeça aos pés, com certeza ele fazia o tipo dela.

Dean ligou para o pai e que pareceu ficar zangado, mas confirmou que a conhecia. A garota tomou o celular das mãos de Dean.

–- Relaxa, John, você sabe que seu garoto está em ótimas mãos. – Então desligou, devolvendo o aparelho, e caminhando à frente dele.

–- Eu posso saber seu nome, pelo menos? – Perguntou andando para acompanha-la.

–- Pode me chamar de Nina. – Ela respondeu.

–- E de onde é o sotaque? Rússia? – Ele puxava assunto quando passavam por um beco.

–- Você pergunta demais, garoto do Johnny. – Ela deu uma entonação engraçada com a voz.

De supetão Dean a empurrou para dentro do beco e antes que ela protestasse, fez sinal de silêncio. Apontando para uma dupla que vinha adiante.

–- Não gostei deles. – Sussurrou para ela.

–- Lobisomens? – Ela identificou com estranheza – Não deviam estar aqui. – Antes que Dean respondesse ela já estava encarado a dupla.

“Boa noite, rapazes!” Foi o que ela disse antes de com um giro, acertar a garganta de um deles com a ponta prateada do salto da bota. Foi então que Dean percebeu que não apenas prateada, era feita de prata. E logo depois de derrubar o segundo no chão cravou o salto em seu peito.

–- Você é rápida, ok, mas acabou de matar dois caras no meio da rua. Vamos dar o fora daqui. – Dean falou quando a alcançou e a arrastou pelo braço para longe dali. Embora se concentrasse em não babar.

–- Ok, herói, mas lembre-se que tenho uma bota cheia de sangue e isso escorrega mais do que qualquer coisa. – Ela avisou, segundos antes de Dean arrastá-la pela esquina que levava até um necrotério, tinha de haver sangue de homem morto por lá.

A garota de fato escorregou fazendo com que Dean tivesse de segura-la, ficaram muito perto um do outro pela primeira vez, ambos perderam alguns segundos ali.

–- Belos olhos, Dean. – Ela brincou quando recobrando o equilíbrio se afastou dele, voltando a caminhar.

Dean teve o coração vendido naquele momento.

Flashback off

Xx

–-Hey There, Castiel. – Uma loira cumprimentou assim que empurrou a porta – Talvez saiba quem eu sou, vim ajudar. --

–- Olá Vivian. – Castiel supôs, nunca havia visto a mulher antes, mas já havia ouvido falar. – Desde quando você voltou aos negócios? –

–- Eu não voltei, tive boas recomendações quando me formei, nada mais de monstros pra mim. – Ela riu, entregando um líquido para ele beber – Sorte a sua que eu sei umas gracinhas e não nego ajuda à Nina por nada. –

–- Sorte a minha... – Castiel comentou tomando tudo de uma vez – Então, onde se formou? –

–- Stanford. – Respondeu sorrindo


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Notas finais do capítulo

E aí, rumo ao terceiro capítulo? Digam-me, por favor!

Sim, se vocês aprovarem mais esse capítulo, toda sexta será dia de postagem! Yeey!
bjs



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