O Informante escrita por Jessyhmary


Capítulo 14
A Russa e a Asiática


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!! :)
Achei um tempinho pra escrever esse capítulo lá na Faculdade mesmo... kkk
Aqui, nós vamos entender um pouco sobre as nossas duas Badass Kickass! rsrs
Espero que curtam... ;)

#BoaLeitura! :)



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– O que deu na cabeça do Phil pra ele chamar nada mais nada menos do que Kate Bishop pra essa missão? – Romanoff despejou, enquanto servia-se de uma xícara de café preto.

– Não faço a mínima ideia – May repetiu o gesto, também com uma xícara de café preto em mãos. – Aquela garota é...

– Insuportável! – Nastasha completou, bufando logo em seguida.

– Não quero nem pensar no que ela e Skye vão aprontar juntas – May previa a onda de travessuras que adentraria o Bunker. – Aquela garota é ótima, competente e realmente ama o seu distintivo... Mas se ela encontra uma parceira de bagunça como a Coisa Lilás...

– Vira uma completa criança. – novamente a ruiva completou o raciocínio da asiática.

– Exatamente.

As duas tomavam café tranquilamente, apenas compartilhando o desprazer em ter a nova visitante na base. Incrivelmente e sem perceber, elas estavam conversando como duas pessoas civilizadas, sem ironias e ofensas desnecessárias. Exatamente como havia sido quando se conheceram.

* Moscou, treze anos atrás.

– Agente May, cerque o perímetro 340 com a quinta avenida, tem uma equipe designada apenas para transportar as vítimas e os familiares.

– Sim, senhor.

Aquele definitivamente não estava sendo um dia comum na cidade. Um avião que transportava dezenas de soviéticos com destino à Los Angeles havia sido derrubado minutos após a decolagem. Dentre os passageiros, estavam Lacey e Aleksandr, dois dos melhores espiões da antiga KGB.

Tudo apontava para um ato terrorista de um grupo rebelde dos EUA, embora teorias adversas começassem a surgir no meio dos burburinhos que se espalhavam cada vez mais pelo país e pelo mundo. A S.H.I.E.L.D havia sido chamada por se tratar de uma questão delicada que poderia oferecer sérios riscos globais, como o estopim de uma Terceira Guerra Mundial entre o Governo Russo e a Potência Norte-Americana, já que aquele era o terceiro ataque daquela natureza em cinco anos. Cerca de cinquenta agentes de operações estavam envolvidos na missão, tanto no resgate de vítimas (Americanas ou não) e em constantes e exaustivas negociações com o Governo Russo, buscando tornar o clima mais pacífico entre os dois países.

Coulson e Melinda foram convocados por Nick Fury para liderar uma parte dos comboios envolvidos na operação e mesmo que ela ainda fosse uma agente nível 4, Melinda May já era considerada uma lenda por muitos membros da S.H.I.E.L.D, mesmo que ainda não tivesse ganhado seu mais famoso pseudônimo. Ela ainda não era a Cavalaria.

– Coulson, eu estou no lugar onde o avião desabou...

– E aí, qual é a situação?

Melinda respirou fundo antes de apresentar os resultados parciais dos legistas.

– O piloto e metade da tripulação foram carbonizados, um terço faleceu por traumatismo craniano e os outros ficaram presos nos destroços e tiveram seus ossos esmagados. Não houve nenhum sobrevivente.

– Não precisa entrar em detalhes, Agente May – Coulson apertou os olhos e engoliu em seco. – e os familiares?

– Até agora apenas uma identificação no local. Um casal que faleceu por traumatismo craniano. Eles deixaram uma garota órfã... Ela morava nas proximidades e sua casa foi destruída com o impacto do avião. A sorte foi que ela não estava em casa no momento do acidente.

– Americana?

– Soviética. – May respondeu.

– Oh meu Deus – Coulson sentiu as mãos fraquejarem por um instante. – Qual idade?

– 16, 17 no máximo – Melinda apertou os olhos e olhou para a garota de longe. – Ela está arrasada.

– Não é pra menos.

– Não podemos simplesmente deixa-la, Coulson. – Melinda perdeu o foco ao assistir a garota ajoelhada e com o rosto enterrado entre as mãos. – É quase nosso dever cuidar dela. Ela não tem nenhum parente próximo e sua casa foi destroçada. E se for confirmado que a origem dos ataques foi norte-americana... Isso pode acabar em guerra... Pode ter sido um atentado!

– Você está certa. Por um lado, pelo menos. – Phil refletiu por alguns segundos. – Entrarei em contato com o Fury, verei o que posso fazer. – ela pareceu acalmar-se mais ao compartilhar aquilo com ele. – Enquanto isso, fique de olho na garota. Leve-a para algum lugar seguro e tente descobrir alguma coisa sobre os pais dela, qualquer coisa que nos dê uma pista de quem possa ter causado isso.

– Sim, senhor. Farei agora mesmo.

Melinda desligou o telefone e suspirou. Odiava assistir a esse tipo de situação... Odiava parecer de mãos atadas. Caminhou em direção à garota que se recusava a sair de perto da sala onde estavam mantendo seus pais e ajoelhou-se bem ao lado dela, passando a mão sobre seu cabelinho ruivo.

– Vai ficar tudo bem, querida. – Melinda sussurrou, tentando acalma-la.

– Não vai ficar nada bem! – a garota gritou, tirando a mão da mulher de seu ombro. – Não minta pra mim! Meus pais estão mortos por culpa de algum lunático e... – ela pronunciava num inglês mal desenhado, que piorava ainda mais com os soluços. – Não vai ficar nada bem!

Melinda sabia que a garota estava certa em um ponto: Nada do que ela falasse ou fizesse traria seus pais de volta, disso ela tinha certeza. No entanto, não custava nada tentar ao menos reparar um dos danos daquele acidente.

– Olha, eu sei que você está triste, eu sei o que é perder pessoas que eu amo... Nunca é fácil...

– Você vai me dar um sermão agora?! – A garota pôs-se de pé, nitidamente fora de si. – Eu vou atrás de quem quer que tenha matado os meus pais, por que eu sei que não foi um simples acidente... Alguém os queria mortos e eu vou descobrir quem.

– Mas você não pode...

– Não? – a ruiva a encarou num tom de seriedade. – Você não me conhece... Não sabe nada sobre mim!

– É, você tem razão – a asiática percebeu que aquele não era o melhor momento para conversar com uma adolescente como ela. – Vou te deixar sozinha.

– Você sabe quem eu sou? – a garota insistiu na pergunta.

– Não – May voltou atrás, respondendo pacificamente. – Não sei.

– Eu sou a mais nova espiã da KGB. Aliás – ela enxugou o rosto ainda úmido e se recompôs. – Eu era, até todas as facções se desintegrarem. Meus pais eram espiões também. Por isso eu sei que eles foram assassinados. Não foi um mero acidente.

– Você trabalhava para o governo russo?

– Sim. Entrei muito nova numa academia juvenil de treinamento intensivo. Me tornei uma das melhores. Minha facilidade em atuar me permitiu ser a espiã mais nova das últimas décadas. Eu entrava de penetra nos parquinhos e em bancas de revistas, ninguém suspeitaria de uma ruiva atraente e simpática. E foi o que fiz até hoje. Meu aniversário de 18 está chegando e eu estou sem meus pais – ela ameaçou um novo choro.

– Olha, o que acha de fazermos assim... – a agente da S.H.I.E.L.D. é interrompida pelo vibrar do celular em seu bolso. – Só um instante. – ela pediu que a garota a esperasse terminar a chamada. – Alô, Coulson.

– May, ainda está com a garota?

– Sim, ela está aqui.

– Fury me disse que ela fez parte da KGB por alguns anos...

– Sim, sim, ela me contou a história.

– Então, ele disse que quer ficar responsável por ela e se ela topar, em breve será uma de nossas agentes. A experiência dela é louvável, Fury vasculhou alguns dados de missões em que ela esteve e é... Sem precedentes.

– Okay, irei apresentar a proposta a ela. – a garota virou o rosto para olha-la, sabia que falavam dela.

– Ótimo. Encontrem-nos no aeroporta-aviões. Estamos há uns 2km daí.

– Sim senhor.

– Olha, querida...

– Natasha – a garota a corrigiu. – Natasha Romanova.

– Sim, srtª Romanova, o diretor da nossa organização, Nicholas Fury está oferecendo suporte a você. Ele sabe de suas habilidades em campo e queria saber se você topa se juntar à S.H.I.E.L.D. como uma de nossas agentes.

– E o que vocês fazem lá?

– Nós protegemos pessoas.

– Eu não sou boa nisso. Não tenho uma fama das melhores...

– Você pode aprender muito conosco – ela tocou o ombro da jovem, que não se esquivou dessa vez. – E nós sem dúvida aprenderemos muito com você.

– Eu não sei... Eu acabei de perder os meus pais e...

– Você não precisa ficar sozinha, Natasha.

– Mas é menos doloroso quando não se tem ninguém para se apegar, porque você não vai sofrer quando eles forem embora – ela disse, tentando conter as lágrimas.

– Vem cá, deixa eu te contar algo sobre mim – a garota respirou fundou e olhou fixamente para a asiática. – Eu também não tenho a melhor fama de todas.

Natasha olhou para ela de alto a baixo. Ela era durona, sim, mas perder os pais daquela maneira, acabaria com os nervos de qualquer um. A ruiva tentou sem sucesso manter-se indiferente, mas acabou desabando em lágrimas ao se ver naquela situação. Nem mesmo sua casa estava intacta, seu cachorro também deveria ter sido esmagado pelos destroços. Não restava mais nada que a prendesse ali.

– Eu estou quebrada. – a garota rendeu-se e deixou que a morena acalentasse o seu choro.

– Eu estarei aqui por você, Nat. – a asiática a abraçou e ouviu a garota soluçando alto. – Eu estarei sempre aqui...

– Eu não sou uma boa pessoa... – ela continuava chorando.

– Claro que é! Todos nós cometemos erros...

– Não, você não tá me entendendo! – a garota afastou-se um pouco para olhar para a mulher que a consolava. – Lá na KGB... Eu não era conhecida pelo meu nome... Eles me chamavam de Viúva-Negra.


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Notas finais do capítulo

Oh, achei tão lindo esse momento delas... *__*

— O que acharam??

#itsallconnected #StandWithSHIELD #23thSeptember! :)