Serendipity escrita por Fairy


Capítulo 13
Atelofobia.


Notas iniciais do capítulo

mais um. espero que gostem.



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ATELOFOBIA (s.f.);

"medo da imperfeição. medo de não ser suficientemente bom"

P.V.O Annabeth

Durante as duas semanas seguintes de ensaios que se seguiram, posso dizer que me esforcei ao extremo para melhorar minha própria atuação, já que ser rechaçada perante toda a escola não estava exatamente em meus planos.

Ao que diz respeito à Percy, digamos que ele deu vida a um Romeu sarcástico e definitivamente bem menos apaixonado que o da obra de Shakespeare.

Silena havia ficado encarregada de cuidar de todo figurino da peça, o que deixava todos um pouco apreensivos dado que ela não permitia-nos ver os figurinos antes do ''grande dia''.

A única coisa que me deixava com os nervos à flor da pele era o medo que me subia só de imaginar como seria encarar toda aquela plateia, pessoas me observando, tentando captar um leve erro para transformar em um grande desastre.

[…]

Quando o dia D chegou, tudo o que conseguia pensar era no quanto eu estava nervosa, cada nervo do meu corpo estava tensionado, sentia um frio na barriga e nada que eu fizesse conseguia me acalmar.

A peça teria inicio ás 18h00, mas como de praxe, eu teria que estar no colégio ás 14h00 para alguns ajustes no figurino, um ultimo ensaio, repassar falas e etc.

Logo que foi se aproximando do horário, tomei um banho e coloquei uma roupa simples. Calça vinho, uma bata, sapatilhas e um casaco para o frio. Não passei maquiagem alguma, peguei a bolsa e saí.

Minha mãe estava sentada no sofá da sala com seu tablet em mãos, trabalhando como sempre.

– Mãe, você irá na peça não é? - perguntei esperançosa.

– Annie, eu não sei se irei conseguir e...

– Ultimamente você nunca tem tempo pra mim, me prometa que vai. - falei

– Annie...

– Prometa.

– Tudo bem. - ela deu um suspiro cansada.

Sorri, lhe dei um beijo no rosto e sai.

O auditório do colégio estava uma bagunça, gente correndo com refletores, pessoas trabalhando nos últimos detalhes do cenário, e etc.

Fui até o backstage onde ficavam os camarins, e onde eu esperava que Silena estivesse. Alguns dos atores já estavam arrumados, outros se arrumando, e alguns estavam apenas brincando.

O meu camarim era conjunto com o de Percy, pelo fato de sermos os principais atores, e assim que adentrei pude ouvir Silena brigando com o Jackson.

– Eu não vou usar isso Silena, não adianta. - ouvi Percy.

Querido, você vai fazer o que eu quiser entendeu? Então coloque isso. - falou ela com uma voz maniaca que realmente deu medo.

Então Percy apenas bufou e fez o que lhe foi mandado.

– Ah! Annie, que bom que chegou, temos muito o que fazer, eu tenho que te produzir e te deixar uma Julieta perfeita. - falou ela.

Coloquei minha bolsa sobre o sofá de couro que havia no camarim e me sentei.

Silena suspirou, seus cabelos estavam bagunçados e presos por uma presilha, mas ainda sim estava linda.

– Tudo bem, vamos fazer o seguinte, começamos pelo Percy que será mais fácil, já que a roupa da Julieta é bem mais complexa. Assim que eu acabar com ele será sua vez Annie. - assenti.

– Por que ela pode ficar enquanto eu me troco, e eu não posso ficar enquanto ela se troca? - falou Percy sarcástico.

Silena e eu o lançamos um olhar hostil, que apenas riu.

– Vou explicar como serão as trocas de roupa. - ela foi até as araras que continham as roupas de cada personagem. - Cada um tem sua própria arara, e cada figurino está etiquetado com ''ato e cena'', assim ficará mais fácil de achar, entenderam?

Assenti, assim como Percy.

– Tudo bem, vamos lá. - ela suspirou.

Ela deu as roupas à Percy e pediu que ele se trocasse atras do biombo preto. Ele saiu alguns minutos depois, usando calças na cor marrom, e uma camisa branca bufante.

Silena foi até ele e abriu um pouco mais a camisa deixando um pouco do peito aparecendo.

– Tá querendo meu corpo né, Silena?

– Percy, você é mais bonito calado. - respondeu ela.

Dei risada.

Silena pegou um casaco azul escuro com detalhes em azul claro, e deu para Percy vestir, na parte do peito o casaco tinha uma abertura onde era cruzado com uma ''fita'' marrom, deixando por aparecer a camisa branca e um pouco do peito, colocou-lhe um cinto que prendia o casaco na cintura e onde encaixava a espada falsa que ele usaria. Ele colocou botas no estilo montaria, e voile!

– Você faz mais o estilo Romeu sarcástico e sexy, portanto... - Silena lhe deu uma leve bagunçada nos cabelos – pronto!

Devo admitir, Silena havia feito um ótimo trabalho.

– Você já pode sair Percy. - falou Silena com um enorme sorriso nos lábios.

Ele revirou os olhos e nem discutiu, apenas saiu.

– Tudo bem Annie, vista isso. - ela me esticou uma lingerie branca junto com meias 7/8 brancas e uma liga.

– Sério? Eu preciso vestir isso? - falei incrédula.

– Sim, agora vá.

Bufei irritada e fui para trás do biombo. Assim que me vesti, ela me passou um vestido branco de seda com renda na barra extremamente curto, que deixava a liga aparecendo.

– Era pra isso cobrir algo? - perguntei ironicamente.

– Vem até aqui Annie. - falou ela me ignorando. - Essa será a parte mais difícil, mas você aguenta.

A olhei sem entender, então ela me mostrou o instrumento que seria usado em minha tortura, um espartilho.

– Ah não!

– Ah Sim! Você tá pior que o Percy, quando vão entender que sou eu que mando?

Por fim, fui obrigada a me render.

O espartilho era rosa claro tomara-que-caia, o que deixava os seios mais em evidencia, e tinha detalhes de crochê no busto e na cintura. Ela encaixou o espartilho sobre o ''vestido'' e assim que começou a ajusta-lo à minha cintura, pude sentir como se minhas costelas estivessem sendo quebradas, uma a uma.

– Silena, eu não consigo respirar! - arquejei – Eu não sobrevivo até o fim da peça com isso.

– Calma, já terminei. Você vai conseguir, é mulher ou não é? Não ouse estragar o meu figurino perfeito Annabeth Chase. - falou ela. - Pra sua sorte o espartilho e as roupas de baixo não precisaram ser trocadas a cada ato, apenas os vestidos.

– Claro, sorte. - revirei os olhos.

– Esse é o vestido da primeira cena, é o mais simples, mas tem seu charme. - ela pegou um dos vestidos da arara.

Era longo e verde, bem acinturado – por conta do espartilho – com detalhes em verde claro e prateado, e no colo em renda verde. Silena me ajudou a colocar o sapato com um salto pequeno, totalmente decorado com renda e finalizado com um laço de cetim.

– É um vestido lindo Si, apesar de eu quase não conseguir respirar.

– Você ainda não viu os outros. - ela ignorou a parte a respeito do espartilho – Venha, sente aqui.

Sentei em frente a penteadeira, e ela começou a fazer um penteado delicado e simples no meu cabelo, deixando os soltos. Logo em seguida, fez uma maquiagem leve e ingenua.

– Tudo pronto.

Me olhei no espelho, e eu estava realmente caracterizada, então percebi que não conseguiria.

– Eu não consigo.

– O que foi? - perguntou Silena

– Todas aquelas pessoas, eu não vou conseguir fazer aquilo, não vai sair nada, simplesmente, não posso fazer isso.

Ela me olhou durante alguns segundos, e depois sorriu.

– Eu tenho uma ideia, espere aqui. - falou ela sorrindo me deixando confusa.

Ela saiu do camarim, e voltou alguns segundos depois com Percy atrás de si.

A encarei totalmente sem entender nada.

– Olha Annie, eu realmente podia fazer um monologo sobre coragem e superação para você, mas a realidade é que você vai precisar de uma âncora no palco. Fique, de frente um para o outro.

Percy franziu o cenho.

– Silena, o que... - comecei.

– Apenas façam! - obedecemos.

– Todos sabem que vocês não se dão bem, mas sinto-lhes dizer são um par romântico nessa peça. Então representem como tal. Um terá que apoiar o outro.

Reviramos os olhos.

– No que isso irá me ajudar? - perguntei.

– Olhe nos olhos de Percy.

Irritada, olhei. Ele estava com a mesma expressão de sempre, um pouco rebelde e sarcástica. Encarei seus olhos que também me encaravam, e fui invadida por uma sensação boa e confortável, segura.

– Annie, sempre que você sentir medo, olhe para o Percy e se lembre que ele é a sua âncora. - falou Silena

Quebrei o clima, e bufei.

– Isso não vai funcionar.

Antes que Percy pudesse se pronunciar, a professora invadiu o camarim.

– Todos prontos? O espetáculo já vai começar.

A acompanhamos. A plateia já estava lotada, e ao longe pude ver Thalia e Nico conversando e rindo. Comecei a sentir o ar em falta, aquele maldito espartilho estava me matando, uma vertigem tomou conta do meu corpo, o nervosismo me subiu, e eu tive certeza que iria desmaiar. Antes que eu pudesse desmaiar, alguém me acudiu.

– Annabeth? - perguntou Percy me ajudando a sentar. - Você está bem?

– Estou, foi apenas o nervosismo.

Ele suspirou e se sentou ao meu lado. Pegou meu queixo e virou na direção de seu rosto.

– Olha, vai dar tudo certo. Provavelmente a peça vai ser um desastre, já que sua atuação não ajuda em nada, mas vai dar tudo certo Chase.- falou ele sorrindo.

Dei um soco em seu ombro e ri.

– Sua atuação é pior que a minha Jackson. - falei.

Ouvimos os aplausos da platéia e percebemos que a peça havia acabado de começar, e o coro já ditava sua primeira fala.

Duas casas, iguais em dignidade – na Formosa Verona vos dirão...”

[…]

Quando chegou o momento de Percy entrar em cena, para minha completa surpresa e infelicidade, ele atuou perfeitamente. Ao invés de fazer o Romeu romântico, ele incorporou um Romeu sarcástico e misterioso.

Ao sair de cena, as cortinas se fecharam para a 1º cena do 1º ato. Percy se pôs ao meu lado e deu um sorriso irônico de lado. Por algum motivo estranho, eu me senti confiante com aquele sorriso idiota.

Então assim que as cortinas se abriram eu fui até o palco e dei o melhor de mim.

– Você não foi tão ruim assim, loirinha. - falou Percy logo quando sai de cena.

Revirei os olhos.

– Melhor que você.

Ele ia retrucar, mas Silena apareceu exasperada.

– Annabeth, você têm que se trocar, vamos! - ela saiu me arrastando para o camarim.

– Tira esse vestido, por favor – pediu ela pegando o próximo na arara.

Assim que retirei, percebi o quanto minha respiração estava pesada por conta do espartilho, mas não quis reclamar novamente.

– Esse é o meu preferido. - falou Silena se virando.

Era um vestido enorme, com muito tule, marcado na cintura com uma faixa lilás meio desbotada, enquanto todo o vestido era de um tom de rosa quase branco, com nuances do lilás.

– É lindo Si. - falei

Logo após vestir o figurino, Silena colocou um colar com pedras verde-agua deslumbrante em meu pescoço.

– Pronto, pode voltar pra lá, você está Linda.

[…]

Por inimigo tenho só teu nome, Montéquio ou não, tu és sempre tu mesmo. O que é “Montéquio”? Não é mão nem pé, Nem braço, rosto, nada que componha um corpo humano. Sê um outro nome. Vale isso o quê? Teria a rosa odor Tão doce se outro nome fosse o seu. A cara perfeição que Romeu tem Também se manteria se ele assim Não se chamasse. Despe esse teu nome, E em troca desse título acessório, toma-me a mim.– recitei minha fala

Estávamos no meio da cena do balcão, uma das mais famosas da obra, e tentávamos colocar toda a emoção que deveria haver em nós. O figurino que Silena havia preparado para a cena era mais uma vez, lindo. Um vestido azul, leve com detalhes no busto e um laço logo abaixo, em meu pescoço um colar dourado e em minha mão a mascara, preta com detalhes em azul escuro, que outrora estava em meu rosto para a cena do baile.

Percy deu a ultima fala da cena.

More sono em teus olhos, paz no peito! Fosse eu tal sono e paz nesse teu leito!

[...]

A próxima cena era a do beijo com Páris, o figurino, um vestido cinza com detalhes florais cinzas no busto e cintura marcada.

Eu entro em cena

Feliz encontro, minha esposa e dona! - fala ele.

– Assim poderá ser, quando casar-me.

O ''poderá'' será na quinta-feira próxima.

O que tiver de ser, será

A cena perfeitamente, então chegou a hora do beijo.

Julieta, quinta-feira, bem cedinho, hei de vos despertar, até este instante, adeus: ficai com este beijo pio.

Ele me puxou pela cintura, e me deu um beijo bem mais profundo do que mandava a cena, então saiu. Mesmo aturdida pelo beijo continuei a cena.

[…]

Durante a cena em que Romeu beijava Rosalia, eu me limitei a esperar por minha próxima cena na coxia, enquanto observava a cena deles.

Cada um recitou suas falas, então Violet – como mandava o script – pegou o rosto de Percy entre suas mãos e o beijou. Talvez por impulso e habito, ele colocou uma de suas mãos em sua cintura e outra em sua nuca,e aprofundou o beijo, mais do que deveria.

A platéia se exaltou, gritos, palmas e assovios, e eu apenas revirei os olhos.

Percy pareceu se lembrar da peça e se afastou da garota gentilmente, e continuou sua cena.

[…]

A peça era realmente longa, mas havia sido adaptada de modo que a platéia estava vidrada ou invés de estar quase dormindo. Ao longo da peça, tive mais quatro trocas de roupa, usei um vestido branco, com o busto na cor bronze e uma fita dourada abaixo dos seios, um azul escuro incrível, com detalhes pretos na cintura e uma leve transparência no colo que acompanhava um colar preto, um vestido cinza delicado com transparências na costela que acompanhava um colar delicado de pedras, e por ultimo o vestido que eu vestia para a próxima cena, a ultima antes do grande final, que era alaranjado, com pedraria na cintura e detalhes diferentes na barra.

Eu estava odiando completamente a ideia de ter que beijar Percy, mas realmente era algo que eu não podia escolher.

Assim que terminei a cena em que Julieta bebe a poção que simula sua morte, fui para a ultima troca de roupa.

– E esse é o ultimo. - falou Silena me passando o vestido marrom-avermelhado cheio de detalhes ao longo do corpo do vestido.

Tudo o que eu pensava era a hora que eu poderia tirar aquele espartilho, a respiração já me faltava, minha costela vibrava de dor, mas aquela era a ultima cena.

– Finalmente- falei

Silena me ajudou a vestir o vestido que era de longe o mais apertado de todos, mas mesmo assim não reclamei, coloquei um colar preto e entrei em cena.

[…]

Julieta havia acabado de acordar.

Ó meu bom frade, onde está o meu senhor? Sei muito bem onde eu devia estar, onde me encontro. Mas onde está Romeu? - recito a fala com o máximo de emoção que me foi possível.

Então quando chegou a hora, Romeu jazia morto no chão e lágrimas saiam dos meus olhos. Aproximei-me do corpo inerte de Percy, passei meus dedos delicadamente por seu rosto, então pressionei meus lábios contra os dele.

''São macios e quentes'' pensei

Nossos lábios se encaixavam perfeitamente, então quando separei meus lábios dos dele, puxei delicadamente seu lábio inferior. Então continuei a cena.

Com uma cara desolada, puxei a adaga falsa que estava embaiada e ''apunha-lhei me'', e cai sobre o corpo de Percy, e as cortinas se fecharam.

A plateia foi a histeria. Me levantei e Percy também, mas não nos olhamos.

Todos os atores estavam no palco para receber os aplausos, ao longe pude ver Thalia e Nico apesar de ter a visão meio turva, sentindo que estava prestes a desmaiar. A cortina se fechou e eu despenquei, as mãos de alguém me seguraram. Percy novamente.

– É a segunda vez só hoje que te pego quase desmaiando. - falou ele – O que acontece?

– Silena … - falei com dificuldade.

– Vou te levar para o camarim.

Ele me levou sem que ninguém percebesse o meu estado, o que eu agradeci, não queria estragar a felicidade de todos. Chegamos ao camarim, e Silena não estava em lugar algum, me sentei no sofá com dificuldade para respirar enquanto Percy a procurava. Ele voltou alguns minutos depois sem ela.

– Não a acho em lugar algum. - falou ele

Pensei um pouco, eu teria que improvisar, me odiando por aquilo.

– Feche a porta. - mandei, e ele o fez.

– Hey Loira, só por que me beijou já vai me trancando assim? - falou ele rindo calmo.

O olhei com a cara mais incrédula que eu conseguia.

– Idiota, não é nada disso, a Silena me fez vestir um maldito espartilho que não me deixa respirar e está literalmente me matando de dor, eu não consigo tirar sozinha, eu preciso de ajuda, se não vou morrer sem ar. - arquejei

– Eu nem vou falar o quanto isso é bizarro. - falou rindo.

Abri vestido e o deixei cair pelo corpo.

– A loirinha não é tão ingenua quanto eu pensava. - falou ele olhando meu corpo com um sorriso malicioso.

Me lembrei que em baixo do vestido longo eu só usava os saltos, a meia 7/8 com a liga e o vestido transparente que escondia que não escondia nada, e o espartilho por cima. Então corei fortemente.

– Tira logo essa droga! Se eu não tivesse morrendo nunca pediria pra você. - falei e virei de costas. - não ouse me olhar.

Ele gargalhou e passou a mão pela minha nuca tirando meus cabelos das costas, o que fez eu me arrepiar. Ele soltou outra gargalhada ao perceber e começou a desatar o espartilho. Lentamente comecei a recobrar minha respiração normalmente. Assim que ele terminou, peguei o espartilho de sua mão e joguei longe, peguei o robe mais perto e o vesti, morrendo de vergonha.

Quando fui falar para Percy ir embora, com o rosto mais corado que tudo, a porta se abriu.

– Annie, Pers, vocês foram incríveis e … - Thalia parou assim que viu o nosso estado, eu de robe e com o rosto mais corado que tudo e Percy me encarando com uma expressão maliciosa.

– Interrompemos algo? - perguntou Nico tentando controlar o sorriso malicioso.

Corei mais violentamente ainda e antes que pudesse falar algo, Percy falou:

– Ela apenas pediu que eu tirasse o espartilho que ela vestia, Nico. Porque aparentemente eu sou bom em desatar lingeries. - falou ele sarcasticamente.

– Não foi bem assim, seu cretino! - gritei.

– Thalia ergueu as sombracelhas e Nico sufocava uma gargalhada.

– Eu não respirava com aquele instrumento de tortura que Silena havia me obrigado a vestir, e ela não estava em lugar algum, só tive essa opção. - falei tentando me explicar.

– Silena teve que ir embora as pressas, parece que a irmãzinha dela, Piper passou mal e teve que ir para o hospital. - falou Thalia. - Mas bem, não que vocês tivessem que se explicar, quando entrei e os vi nesse estado, realmente pensei que quisessem prolongar o beijo do palco.

– Thalia! - a fitei incrédula.

Percy riu sarcasticamente.

– Ela não faz meu tipo Lia, é muito.... ingênua.

Revirei meus olhos e não respondi.

– Ok, só viemos falar que vocês estavam incríveis na peça, e sugerir que comemorássemos com pizza. - falou Nico.

– Por mim tudo bem. - falei

Percy deu de ombros

– Ótimo, Annie se troque, nós te esperamos ali fora. - falou Thalia e saiu com Nico e Percy.

Enquanto me trocava percebi que não havia visto minha mãe na platéia. Peguei minha bolsa e sai do camarim.

– Lia, você viu minha mãe? - perguntei.

– Não a vi Annie.

Me obriguei a sorrir.

– Tudo bem, vamos?

Enfim, tudo acabou em pizza.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, esse ficou bem longo, vou tentar escrever mais. mas n prometo nada, desculpa gente, minha vida está muito corrida mesmo.



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