Us Against The World! escrita por MariCross


Capítulo 1
Descobertos!


Notas iniciais do capítulo

Ah, aqui estou eu, postando mais uma vez uma comédia. E eu achando que isso nunca mais ia acontecer. Deve ser o carma ou sei lá. Só sei que desenterrei esse projeto e resolvi trabalhar nele... e não é que ficou bacana? Pelo menos eu achei. Mas enfim, estou aqui, na madrugada, postando essa nova história para vocês leitores, caso se interessem. Eu sei que a sinopse está uma merda, mas dá um desconto: São três da manhã. Enfim, espero que vocês gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever. Boa leitura!



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Eu não sei como você conseguiu, mas devolva-o imediatamente.” era a única coisa que estava escrita na mensagem enviada para o telefone de Momoi Satsuki, com um número de um remetente desconhecido.

A menina, que estava em seu quarto com uma toalha na cabeça enquanto pintava as unhas, olhou para o telefone com a expressão confusa, erguendo a sobrancelha. Podia ser engano, e provavelmente era, então ela deveria avisar a pessoa para que parasse de mandar mensagens. Principalmente com um tom tão ameaçador.

Deixou que as unhas secassem um pouco e depois de um tempo respondeu a mensagem do desconhecido, digitando rapidamente com seus dedos longos.

Me desculpe, você deve ter enviado a mensagem para a pessoa errada. Tome mais cuidado da próxima vez.” foi a resposta que ela enviou.

Esperava encerrar aquilo no momento que apertara o botão “send”, mas pouco segundos depois, ouviu seu celular vibrar e a tela brilhar anunciando uma nova mensagem.

Não tente me enganar, Momoi Satsuki. Eu sei que você está com ele.”. Assim que leu seu nome na tela, não pode deixar de se sentir mais do que ameaçada. Ficou até arrepiada.

Quem é você e como sabe o meu número?” digitou tremendo um pouco. Imaginou mil coisas que poderiam estar por trás daquela mensagem, desde um amigo lhe pregando alguma peça até a polícia lhe interrogando por algum motivo além de sua compreensão.

Felizmente ela não precisou esperar muito para acabar com aquele mistério, porque em poucos segundos uma nova mensagem havia chegado.

Aqui é Aida Riko, e os meus meios para conseguir informação não são da sua conta. Agora devolva o Kuroko-kun neste momento!” foi o que a mensagem dizia. Suspirou aliviada porque não parecia ser nada grave, mas ainda sim deu atenção ao caso. Afinal era o seu querido fantasma de que estavam falando.

Tetsu-kun sumiu?” ela perguntou, agora ficando tensa de preocupação. Talvez fosse agora sério.

Não pense que você me engana! Pare imediatamente de seduzir o Kuroko-kun para sair com você nos horários de treino! E devolva-o já!” Riko respondeu furiosa.

Eu jamais tentaria atrapalhar o treinamento do Tetsu-kun! Eu sei como ele o valoriza e...

'Espera aí...' ela pensou agora se dando conta do que a morena do outro lado da linha tinha acabado de lhe informar.

Um momento... Tetsu-kun está saindo com alguém? Tipo... Em um encontro?!” ela digitou rapidamente, sem acreditar no que acabara de ler.

É o que parece... Então não é com você?” o tom da mensagem parecia mais leve, mas aquilo com certeza não acalmou a rosada, que agora estava a beira de um ataque histérico.

Não. Talvez ele possa estar com o Kagami-kun, certo?

Kagami está aqui no treino. Tinha esperanças que ele estivesse com você!

Nem se preocupou em responder mais as mensagens da menina e logo discou um número conhecido, com as mãos trêmulas e olhos esbugalhados. Demorou um pouco para que a pessoa do outro lado da linha respondesse, mas quando atendeu, Satsuki mal a deixou falar.

Ki-chan! Nós temos um problema! – Ela disse à plenos pulmões, assustando um certo loiro que agora ouvia atentamente ao que ela tinha a dizer.

Enquanto isso, na Seirin High School, mais especificamente no ginásio, Aida Riko olhava com incerteza para o celular, ao lado de Kiyoshi, que parecia tão incerto quanto ela, e de Hyuuga, que estava profundamente irritado.

Então não é ela...? Então... Quem? – Kiyoshi balbuciou, sem saber o que fazer. Definitivamente ele estava preocupado, como se fosse pai do azulado.

Minha primeira opção seria o Bakagami, mas ele está bem ali, treinando. – Hyuuga suspirou pensadamente enquanto massageava as têmporas.

Eu só acho que acabei de envolver o Kuroko-kun numa situação muito complicada. – A menina engoliu seco, sentindo que aquelas poucas palavras trocadas com Satsuki causariam muita confusão.

Ah, ela não podia estar mais certa.

. . .

Por mais que se sentisse entediado durante as tardes, era raro ele conseguir dormir. Exatamente por isso ficava tão irritado quando uma alma infeliz interrompia aquele momento que quase nunca acontecia.

Ouviu o telefone tocando em cima do criado-mudo ao lado oposto da cama, acordando-o. Deixou que ele tocasse à vontade, já que não queria atender, então quando ele se silenciou, caiu novamente no sono. Infelizmente para ele, o remetente realmente não queria desistir e continuou ligando repetidas vezes. Na quarta ligação, Aomine teve que se levantar e silenciar o aparelho.

Enquanto caminhava até o celular, xingou Deus, o mundo, e o infeliz que resolvera interromper seu sono. Por motivos desconhecidos, suas raiva aumentou quando leu na tela “Momoi Satsuki”. Ainda sim, atendeu o telefone.

Aomine-kun, ele está com você?! – A menina gritou do outro lado da linha, deixando o rapaz quase surdo.

Pare de gritar, Satsuki. – Respondeu irritadiço, tentando manter um tom neutro na voz – Quem está comigo?

Tetsu-kun! Riko-senpai me mandou uma mensagem dizendo que ele está em um encontro com alguém... Achei que ele estivesse com você. – A voz da menina saiu um pouco frustrada.

Não... Ele não está comigo. – Aomine disse um pouco desconfortável – Talvez ele esteja com aquele Bakagami?

Riko-senpai disse que o Kagami-kun está no treino... – Disse sentindo-se impotente – Ele te falou alguma coisa? Alguém que gostava ou sei lá... – Agora ela soava muito preocupada.

Claro que não. Tetsu nunca fala nada para mim, então por que falaria agora? – Daiki tentou não soar muito irritado ou desesperado, o que não adiantou.

Estou preocupada, Aomine-kun! – Satsuki disse com uma voz trêmula – Tetsu-kun pode estar com uma pessoa malvada que vá fazer mal para ele!

Por Kami-sama, Satsuki! Ele só está em um encontro! – Foi o que Daiki disse, mas “Pare de falar assim, porque eu também estou ficando preocupado!” foi o que ele pensou.

A menina ficou por um tempo calada, mas dava para sentir que ela não estava calma. Daiki também não estava: Tetsuya era como seu irmãozinho mais novo, e qualquer bastardo que chegava perto dele com segundas intenções estava procurando pela morte. Então sim, Aomine estava doido para saber quem era a alma infeliz que estava saindo com Kuroko.

Suspirou pesadamente antes de retomar a fala e quebrar o silêncio previamente instalado.

Eu vou informar os outros para saber o que vamos fazer. Você já falou isso para mais alguém?

Só para você e para o Ki-chan...

Hm... – Murmurou pensativo – Devo admitir que estou surpreso... Achei que ele gostava daquele idiota do Kagami. – Deu os ombros.

Eu achei que ele gostava de você. – Ela disse com o mesmo tom.

Ahn?! – Aomine disse fingindo não entender.

Deixa para lá. Informe os outros e depois me diga o que faremos a respeito desse assunto. – Momoi tentou logo cobrir a gafe.

Certo... – Como não queria entrar naquele assunto, o rapaz simplesmente fingiu que a amiga não tinha falado nada – Você fala para o Akashi.

Eu? Não senhor, eu vou continuar ligando para o Tetsu-kun enquanto tento localizá-lo. Ki-chan vai avisar para o Midorima-kun e você dá um jeito de falar com o Akashi-kun e o Mukkun.

Ah... Eu aviso para o Murasakibara sem problemas. E não precisamos avisar para o Akashi. Ele vai saber de qualquer jeito, uma hora ou outra. Aquele maldito stalker. – Bufou.

Até mais, Aomine-kun. – A menina se despediu apressadamente, provavelmente para tentar ligar para o garoto fantasma ou descobrir onde (e com quem) ele estava.

Como Aomine não tinha o número de Murasakibara gravado no celular e sim anotado em algum papel solto em seu quarto, o rapaz pôs-se a procurar por ele. Não se passou nem dois minutos e sentiu seu celular vibrar.

Eu não sou um stalker, Daiki.” foi a mensagem vinda de ninguém mais, ninguém menos que Akashi Seijuro. Aquilo fez com que o moreno engolisse seco.

Cara, eu literalmente falei isso há algumas minutos atrás! Como é possível você já saber?!” foi o que o moreno digitou rapidamente e enviou. Porém, por mais curioso que estivesse, tinha medo de qual seria a resposta.

Eu tenho os meus meios para conseguir as informações que são de meu interesse. E pode parar de procurar o número do Atsushi, já avisei a ele sobre a situação.” era a mensagem do ruivo, na qual deixou o moreno boquiaberto.

E depois diz que não é um stalker.” ele digitou de volta.

Daiki, se quer que seus dedos continuem em suas mãos, sugiro que você pare de me chamar assim.”. Ao ler, o rapaz simplesmente estremeceu e preferiu não falar mais com o ex-capitão daquele jeito.

Então, você já sabe sobre o Tetsu?” resolveu mudar de assunto.

Sim, eu sei. Por isso estou convocando uma reunião geral. Só estou esperando que Ryouta avise logo ao Shintarou sobre a situação para anunciar o local onde nos encontraremos. Não deve demorar muito, já que ele está fazendo isso neste exato momento.”.

Stalker. – Foi a última coisa que Daiki disse antes de começar a se arrumar para encontrar com seus antigos companheiros de classe.

Esperou sinceramente que Akashi não fosse louco o suficiente para colocar escutas em sua casa.

. . .

Midorimacchi! Por favor, atenda o telefone! É uma emergência!” era a mensagem de Kise Ryouta para Midorima Shintarou, que agora encarava o telefone com impaciência. Kise já havia ligado para ele treze vezes e tinha mandado 7 mensagens em menos de cinco minutos. O megane ficou se perguntando se aquilo era humanamente possível.

Obviamente ele queria atender logo o telefone e silenciar aquela criatura loira maldita, mas estava na biblioteca da escola estudando, e enquanto não terminasse pelo menos mais uma página de exercícios, não iria sair dali. E se tratando de Kise, nada poderia ser levado muito a sério, nem mesmo uma suposta “emergência”. Exatamente por isso ele nem se incomodou em responder “Conversamos mais tarde” ou “Estou ocupado, seu idiota. Vá irritar outro.” para o loiro.

Depois de mais algumas tentativas vindas de Kise, o telefone finalmente emudeceu, deixando Midorima em um silêncio confortável enquanto continuava a estudar. Infelizmente não durou muito, porque o celular em cima da mesa vibrou novamente, mas dessa vez, ao invés de se irritar, o rapaz suou frio. A mensagem era curta e direta, mas ainda sim ameaçadora.

Atenda as ligações do Ryouta, Shintarou. É uma ordem.

Precisava mais do que aquilo para saber de quem era?

Logo o celular vibrou novamente, com o nome do loiro brilhando na tela. Midorima apenas suspirou pesadamente, pegou seu celular e saiu da biblioteca, atendendo rapidamente o telefone.

Espero que seja muito importante, Kise. Eu estou realmente ocupado. – Falou com desdém.

Midorimacchi, eu disse que era uma emergência! – O loiro praticamente gritou, parecendo um tanto frustrado, impaciente e amedrontado. Podia ser realmente uma emergência...

Para que o Akashi pedisse para que eu atendesse o telefone, deve ser algo gravíssimo...” pensou.

O que raios está acontecendo? Fale de uma vez! – Midorima começava a sentir-se nervoso.

Kurokocchi está em um encontro com algum desconhecido e desligou o celular! – Kise parecia estar a beira de um ataque histérico.

Bom, a partir daquele momento, Midorima também estava. A diferença é que ele era controlado.

Acalme-se, Kise! – O rapaz disse de volta para o amigo – Nós vamos pegar esse meliante e puni-lo por sua audácia, mas primeiro precisamos ficar calmos! Todos os milagres já estão sabendo?

Parece que sim... Akashicchi está desenvolvendo uma estratégia de combate e logo nos enviará uma mensagem de onde nos encontraremos para decidir mais a fundo os esquemas.

Certo. Vou arrumar as minhas coisas para estar pronto para sair quando a mensagem chegar.

Midorimacchi, traga aquele carrinho que você e o Takao pilotam. É provável que tenhamos que deslocar um corpo. – O tom de Kise agora era sombrio e ameaçador. O megane ficou imaginando se aquilo era uma influência direta de Akashi.

Obviamente. – Concordou com o mesmo tom acompanhado de um sorriso cruel.

Ninguém tocava no sexto homem fantasma sem, no mínimo, uma consequência pesada. Ninguém.

Nos vemos mais tarde então, Midorimacchi.

Ah, Kise. – O rapaz interrompeu o loiro antes que ele pudesse desligar – Da próxima vez que eu não estiver atendendo o telefone, não precisa pedir para o Akashi me ameaçar. – Disse com um tom irritado. Pedir reforços para o imperador era quase jogar sujo.

Ahn? Eu não disse nada para o Akashicchi. – O tom de Kise era genuinamente confuso.

Então... Como ele soube que eu não estava atendendo o telefone?

Um silêncio desconfortável e pesado se instalou entre os rapazes. “Nunca senti a minha privacidade sendo tão invadida.” Midorima pensou, engolindo seco.

Ne, Midorimacchi... Eu vou indo! – O loiro disse nervosamente, quebrando o silêncio – Eu te vejo mais tarde.

Dizendo aquilo, desligou deixando o rapaz sem palavras. Midorima ficou encarando o celular boquiaberto, sem saber mais o que fazer. Só sabia o que dizer numa situação daquelas.

Akashi é o maior stalker que o mundo já viu.

Não precisou de nem minutos para seu celular vibrar, anunciando uma nova mensagem.

Eu ouvi isso, Shintarou. Sugiro que, assim como Daiki, guarde suas opiniões para si mesmo caso queira manter sua língua no lugar.

Lendo aquilo, chegou a pensar que nem seus próprios pensamentos eram seguros. Mas resolveria aquilo depois, Kuroko estava em “perigo”! Precisava ligar para seu fiel lacaio, afinal alguém tinha que pedalar para o carrinho sair do lugar. Obviamente não seria Midorima quem faria aquilo.

É bom que você atenda o telefone, Takao! – disse aquilo enquanto agressivamente digitava em seu celular o número conhecido.

. . .

Kagami Taiga estava definitivamente preocupado. O motivo? Seu melhor amigo e paixão secreta, Kuroko Tetsuya. Desde aquela manhã, ele estava agindo estranho, grudado no celular o tempo inteiro e de repente resolve faltar o treino. O pior é que era a segunda vez que aquilo acontecia.

Ficava se perguntando onde raios estaria a sua sombra, mas sinceramente sentia medo de obter alguma resposta. Exatamente por isso, não estava conseguindo se concentrar no treino, cometendo os erros mais básicos, tropeçando em seus próprios pés e atrapalhando o fluxo do jogo.

Não que ele fosse o único que estivesse daquele jeito: Kiyoshi estava estranho também. Quando Kagami chegou a perguntar se o moreno tinha alguma informação sobre o possível paradeiro de sua sombra, o maior agiu de maneira estranha, gaguejou, falou coisas sem sentido, e saiu de perto do ruivo. Definitivamente suspeito.

Tentou também mais de uma vez ligar para Kuroko, mas o bastardo desligara o telefone, fazendo que qualquer contato com ele fosse impossível.

Novamente, encontrou-se encarando o celular durante uma pausa no treino, quase inconscientemente. Ele não tentou ligar uma última vez, mesmo que seus dedos estivessem se controlando bastante para não digitar o número do azulado.

E foi naquele momento que percebeu que tinha uma mensagem para ele.

A esperança de que fosse do homem fantasma foi embora tão rápida quanto chegou, porque logo viu de quem era. Até o sorriso que brotara em sua face sumira quando leu o nome “Ahomine” brilhando na tela. Apelidos carinhos daqueles eram trocados por eles com frequência, então porque não colocar seu nome assim na lista de contatos?

Desbloqueou o celular e procurou pela mensagem, sentindo-se um tanto confuso quando abriu.

Como está se sentindo por ter sido trocado, Bakagami?” era o que estava escrito. Kagami leu e releu a mensagem, sem entender do que raios aquela criatura estava falando.

Ahn? Trocado? Pelo o que? Do que está falando, Ahomine?” digitou rapidamente. O mais sensato, pensou ele, seria não responder e não dar aquele gostinho para o maior, porém o ruivo era muito curioso e queria saber de tudo. E como você devem saber, meus caros leitores e leitoras, a curiosidade matou o gato.

Nesse caso, tigre.

Ah... Você não está sabendo? E ainda se chama de luz do Tetsu... Que ridículo.” Aomine definitivamente estava se divertindo muito com aquela situação.

Eu sou a luz do Kuroko, e isso o que você sentindo é inveja, bastardo. E obviamente eu não sei tudo o que se passa na vida dele, então fale de uma vez.” digitou de volta, revoltado.

Inveja? De quem? De você, cópia barata? Não, não. Tetsu só fez uma escolha ruim, mas eu não me importo muito. Ele um dia vai perceber o quão idiota e sem talento ou futuro você é, aí voltará para mim.” Aomine respondeu um pouco irritado, mas não deixando transparecer na mensagem.

Aquela conversa era, no mínimo, infrutífera. Taiga sabia disso, por isso resolveu não entrar nesse mérito e pular direto para o assunto principal.

Desembuche! O raios eu não estou sabendo?

Tetsu está em um encontro.

Aquelas simples palavras fizeram com que o chão de Kagami Taiga sumisse temporariamente. Sentiu seu estômago embrulhar e seu peito doer. Aquilo não era possível! Tetsuya jamais faria algo assim sem nem falar com o melhor amigo, certo?

Pare de tentar me enganar, maldito.” o tigre respondeu com um tom raivoso.

Certo... Se você não acredita em mim, pergunte para um de seus senpais, já que foi um deles que espalhou a notícia.

Sementinha da discórdia foi plantada com sucesso. Esse ataque foi super efetivo.

Kagami abandonou o celular e correu para o grupo de senpais que conversava animadamente. Abordou o primeiro que viu pela frente.

Tsuchida-senpai! Você sabe do paradeiro do Kuroko? – Quase berrou, assustando um pouco o outro rapaz.

Kuroko-kun? Hm... Não estou sabendo de nada. – Ele disse com um tom levemente confuso – Ei, Koga! Sabe onde está o Kuroko?

Ahn? Kuroko? Não me lembro de ter visto ele hoje. Mitobe, você o viu? – O rapaz de feições um pouco felinas perguntou a seu amigo alto e calado, que imediatamente negou com a cabeça. – Eh... O que será que aconteceu...? Não seria melhor perguntar para os seus colegas do kouhais, Kagami?

Não sei se eles vão saber... – O ruivo realmente não queria falar que aquilo era por causa de uma mensagem de Aomine Daiki, então preferiu ficar quieto.

Eh... Você estão falando do Kuroko? – Izuki simplesmente brotou na conversa, o que era muito normal de acontecer – Ele realmente anda muito... sumido! Entenderam?

Ahn... Izuki-senpai, sabe de alguma coisa sobre onde o Kuroko possa estar? – Kagami resolveu ignorar os trocadilhos sem graça do mais velho.

Hm... Eu acho que ouvi a treinadora, o Kiyoshi e o Hyuuga conversando sobre ele mais cedo. Pareciam preocupados. – Imediatamente ficou sério. Aquele comportamento de Izuki era definitivamente estranho demais.

Logo Taiga localizou o trio, que conversava no outro canto do ginásio, provavelmente discutindo sobre novas técnicas de tortura treinamento para que os jogadores melhorassem sua performance. Aproximou-se rapidamente deles, mas só foi percebido quando estava muito próximo.

Ah, Kagami-kun. O treinamento já vai recomeçar, só estamos discutindo sobre uma estratégia de jogo... – A treinadora disse sem nem ao menos tirar os olhos da prancheta.

Não é isso, treinadora. Eu só queria perguntar se vocês sabem onde está o Kuroko.

Imediatamente os três congelaram e começaram a suar frio. Kiyoshi estava com uma cara de quem estava prestes a ter um ataque histérico, Aida estava pálida e Hyuuga alternava olhares de Kagami e para a dupla do seu lado, sem saber como agir.

Ah... E-Eu não sei de na-nada! Não é, Hyuuga-kun?! – Riko cutucou o megane que concordou furiosamente com a cabeça.

É-É! Ku-Kuroko não apareceu aqui hoje e não sabemos onde ele está! C-Certo, Kiyoshi?! – Hyuuga fez o mesmo que a morena, porém Kiyoshi não respondeu do mesmo jeito.

Me... Meu filho... – Os olhos do maior se encheram de lágrimas.

Kiyoshi... – O megane deu tapinhas consoladores nas costas do maior – Ele não é seu filho. E também não é para tanto!

Hyuuga! Você está sendo uma mãe irresponsável! – O maior disse, inconsolável, enquanto tentava desesperadamente abraçar o menor.

Eu já disse que eu não sou mãe de ninguém! Pare de dizer isso como se fossemos casados! – Dizia aquilo enquanto tentava fugir dos abraços de Kiyoshi.

Esse casal de idiotas... – Riko comentou, revirando os olhos, sem dar atenção para um Kagami boquiaberto e sem palavras.

Ahn... Isso significa que você sabem do paradeiro do Kuroko ou não...?

Bom, é melhor você ver por si mesmo. – A morena entregou para o ruivo um celular, ignorando completamente os pombinhos – Esse telefone é do Kiyoshi, e o que você procura está nas mensagens. – Disse com um tom sombrio e misterioso.

Abriu as últimas mensagens de seu senpai e viu que tinham sido com Kuroko. No celular de Kiyoshi, Kuroko era seu “Filho Fantasma” e embaixo vinha algumas mensagens da “Mamãe/Esposa” e do “Filho Saltador” (imaginou que o último era ele próprio). Levantou uma sobrancelha antes de começar a ler.

Kuroko, o treino já começou. Você não vem hoje?

Ah. Perdoe-me, Kiyoshi-senpai. Eu deveria ter avisado que eu tenho um encontro hoje, e que não poderei ir para o treino. Mas não se preocupe, estou disposto a recompensar tudo o que perdi na próxima sessão.

Espere um pouco, jovenzinho! Quem te deu permissão para ir em um encontro?!

Kiyoshi-senpai, eu sou apenas um ano mais novo que você. E não preciso de permissão para sair com as pessoas.

Não senhor! Papa não te deu permissão para isso! Volte agora mesmo para o ginásio, eu e sua mãe vamos ter uma conversa com você!

Minha mãe...? Kiyoshi-senpai, Hyuuga-senpai sabe que você o chama de mãe enquanto você é o pai?

Volte nesse instante, Kuroko Tetsuya! Papa vai ficar zangado com você.

Kiyoshi-senpai, eu não irei entrar no mérito se você é meu pai ou não, mas estou atrasado e preciso ir. Desligarei o celular agora. Até amanhã.

Não se atreva!” - Esta mensagem não foi visualizada.

Kagami não sabia o que falar, mas era muito provável que o motivo fosse o estranho fato de Kiyoshi se considerar pai de todos os jogadores da Seirin e que ele considerasse Hyuuga sua esposa e a mãe de seus “filhos”. Ainda sim, estava completamente desconfortável com o fato de que a sua sombra estava em um encontro com alguém que não era Kagami.

Obviamente, estava explodindo por dentro, doido para matar a criatura que estava com Tetsuya.

Nosso filho é tão rebelde, Hyuuga! – O rapaz enorme fazia uma cena e tanto, enquanto o megane tentava achar algum buraco para esconder o rosto, de tanta vergonha.

O ruivo sentiu no bolso seu celular vibrar e viu na tela um nome que achou que nunca veria mandando-lhe uma mensagem na vida: Akashi Seijuro.

Kagami Taiga, você foi convocado para comparecer ao Maji Burger às 17:30h para discutir um plano de ação sobre o suposto encontro de Kuroko Tetsuya. Sua presença não é voluntária.

Aquilo fez com que o rapaz engolisse seco, mas não foi capaz de dizer não. Por mais que não gostasse daquela criatura, ele continuava sendo o “imperador”. Preferiu não comprar briga daquela vez, ainda mais quando o assunto envolvia a sua sombra, Kuroko Tetsuya.

Olhou para o relógio e percebeu que eram quase 17:00h. Não podia perder tempo. Pediu permissão aos seus senpais para se retirar e encaminhou-se para o vestiário para trocar de roupa. Antes que pudesse chegar lá, um pensamento lhe veio, deixando-o um pouco confuso.

Estranho, não me lembro de ter salvo o número do Akashi no meu celular ou de ter dado o meu para ele...

. . .

Aquela situação era muito estranha e desconfortável. Por mais que tivessem um passado conjunto, não era normal os milagres estarem reunidos em um mesmo lugar como se fossem bons amigos. Ainda mais quando o lugar era uma lanchonete como o Maji Burger, na qual, segundo Kagami, tinham os melhores cheeseburgers da cidade. Exatamente ele estava com uma bandeja contendo um número absurdo de hamburgers, enquanto os outros o encaravam com certa incredulidade.

Akashicchi, podemos começar? Eu realmente quero ir embora daqui e não ver essa monstruosidade nunca mais! – Kise disse apontando para Kagami que devorava em quase uma mordida única o quarto ou quinto hambúrguer. O ruivo apenas ignorou.

Acalma-se, Ryouta. Shintarou ainda não está entre nós, então não começaremos sem ele. Por mais que esta cena me dê vontade de arrancar os olhos, eu aguentarei. – O imperador disse suavemente, mas podia-se sentir uma certa hostilidade em seu tom. Novamente, Kagami ignorou aquele comentário um tanto cruel.

Ne, Aka-chin... Você sabe quem está saindo com o Kuro-chin? Eu quero esmagá-lo... – Murasakibara finalmente falou, enfiando um doce qualquer na boca.

Não sei quem é, mas Shintarou disse que descobriu. Exatamente por isso estou esperando para que ele nos comunique pessoalmente.

Oe, Akashi! Você tem seus métodos de stalker para descobrir as coisas! Como raios você não sabe com quem o Tetsu está agora? – Aomine se pronunciou um pouco irritado.

Daiki, eu sinto que hoje você está querendo perder a sua língua. – O rapaz comentou casualmente, mas o tom de ameaça era certeiro, fazendo o moreno suar frio – E Tetsuya é bom em esconder coisas quando ele quer. O celular dele é bem mais protegido, por exemplo.

Akashicchi, você não grampeou nossos celulares, certo? – Kise forçou uma risada nervosa.

Claro que não, Ryouta. Que ideia absurda. – Akashi devolveu um sorriso quase perverso.

Aka-chin, isso é bizarramente assustador. – Murasakibara comentou enfiando outro doce aleatório na boca.

Cale-se, Atsushi.

Neste exatamente momento, um Midorima chegou no restaurante, completamente sem ar e suado, com seus cabelos bagunçados e olhar furioso, assustando as pessoas ao seu redor (diga-se de passagem, Kise).

Midorimacchi! O que aconteceu? – O loiro pareceu preocupado.

Vocês, malditos, aconteceram, nanodayo! Não tinha um lugar mais perto para fazer essa reunião?! – O rapaz das madeixas verdes bufava de raiva.

Não reclame, Shintarou. Tirando Kagami Taiga, você é o que fica mais perto daqui.

Como ainda conseguiu chegar atrasado, bastardo? – Aomine disse fechando a cara.

Eu estava pilotando o carrinho. Acreditem, subir morros com aquilo é extremamente cansativo! – Midorima respondeu extremamente irritado. Era possível ver uma veia saltando em sua testa.

Achei que geralmente era o Takao que pedalava aquilo. – Kagami finalmente se pronunciou, um pouco pensativo – Onde está aquela gazela?

Nem me fale naquele idiota. – O outro respondeu massageando as têmporas.

Mido-chin... Você descobriu quem está saindo com o Kuro-chin? Eu quero esmagá-lo...

É mesmo! Diga logo, Midorimacchi! Precisamos conter esse meliante!

Não podemos deixar o Tetsu nas mãos de um bastardo desconhecido. Ninguém toca no Tetsu sem uma punição muito dolorosa!

Essa pessoa vai sofrer em minhas masmorras, noites e dias sendo torturado... – Akashi murmurou de maneira cruel e assustadora. Não que os outros desejassem ao “meliante” menos do que isso.

Diga logo, Midorima!

Suspirando pesadamente, o rapaz pediu um pouco de silêncio para que todos pudessem ouvi-lo. Engoliu seco quando percebeu que todos os olhares cheios de expectativas pesavam sobre sua figura, fazendo com que ele se sentisse embaraçado. Mas não era pelo fato de ser tímido.

'Ah, por onde eu começo...?'

. . .

É bom que você atenda o telefone, Takao! – disse aquilo enquanto agressivamente digitava em seu celular o número conhecido.

O telefone ficou por longos minutos fazendo a chamada, mas ninguém atendeu, fazendo com que Midorima murmurasse palavras feias graças a sua frustração. Simplesmente detestava quando o Kazunari não atendia o telefone, ainda mais em uma situação crítica com aquela! Aquilo fazia com que o megane quisesse jogar o aparelho na parede, ou talvez uma pessoa.

Digitou novamente o número e esperou que alguém atendesse. Os longos minutos se passaram e caiu na caixa postal. Entendia agora como Kise se sentia ao ser ignorar: era realmente uma sensação angustiante. Faria com que aquela gazela pagasse por deixá-lo esperando.

Felizmente, o telefone não demorou muito para tocar, anunciando uma ligação do moreno.

Takao! Por que demorou tanto para atender?! – Midorima exasperou, esperando uma boa explicação para aquele comportamento inaceitável.

Ah, Shin-chan! Eu não ouvi o telefone tocar. Desculpa~! – Do outro lado da linha, o rapaz ria suavemente, mostrando que as desculpas não era para valer.

Não importa. Eu preciso que você pedale o carrinho neste momento. Temos uma emergência.

Eu te disse que estaria ocupado hoje, Shin-chan! Terá que fazer isso sozinho... – O Kazunari disse e logo completou sussurrando “Como eu queria ter uma câmera para gravar um momento desses!”.

Como é que é? – O megane exasperou com impaciência – Takao Kazunari, você não tem opção. Venha imediatamente para o pátio e pedale aquela porcaria!

Não tem como, Shin-chaa~n! Eu estou no meio de um encontro. E esse é um dos bons. – Comentou rindo um pouco.

Takao! É uma emergência! O Kuroko está...

Midorima não conseguiu terminar aquela frase, pois naquele exato momento ele estava juntando os pontos: Kuroko sumiu para ir num encontro... Takao estava num encontro... No mesmo dia, no mesmo horário...

Espera um pouco... Takao... Não é o possível que você esteja saindo com o... – O tom de Midorima era um tanto alerta.

Estou! E estamos nos divertindo bastante! Ah... Kuroko parece querer falar com você.

Midorima-kun, boa tarde. No momento Takao-kun está passeando comigo enquanto tomamos sorvete, então peço para que não interrompa-nos mais. – O azulado disse com seu tom monótono de sempre – Então por agora, desligarei este celular também. Até.

Boquiaberto e atônito, Midorima encarava o celular incapaz de formular qualquer frase coerente. A única coisa que conseguiu sair de sua boca e que tinha algum sentido era:

Takao, seu maldito... Nanodayo...

. . .

Eh?! Takaocchi está em um encontro com o Kurokocchi?! – Kise gritou à beira de um ataque de pelancas. Não que os seus amigos não estivessem tão nervosos e revoltados quanto ele, mas o loiro era o único escandaloso do grupo.

Como ele ousa?! Tetsu é tão inocente... Ele irá corrompê-lo! – Aomine queria bater naquele idiota até a morte. Como se atrevera a falar com ele?!

Kuro-chin é um doce raro e especial... Não pode cair nas mãos de um qualquer... Vou esmagá-lo...

Tetsu-kun está saindo com o Takao-kun?! – Momoi, que chegara no restaurante logo no meio da explicação de Midorima, sentia seus olhos arderem – E onde ficam os meus OTPs?!

Eu tenho medo de saber quem são seus OTPs, Satsuki. Por isso, guarde para si. – O moreno a encarou com vergonha. Para dizer a verdade, ele estava curioso, mas Aomine Daiki jamais admitiria, obviamente.

Kuroko... e Takao...? – Kagami até perdera a fome depois de ouvir aquilo.

Shintarou, sendo seu amigo ou não, Takao Kazunari será cruelmente torturado. – Alertou o imperador ao rapaz de cabelos verdes.

Eu compreendo. Também não estou nada feliz com essa situação. – Midorima ajeitou os óculos nervosamente. Ele podia não estar feliz com a situação, mas não queria que Takao sofresse muito.

O que faremos?! Não podemos deixar o Kurokocchi com ele! – Kise gritou desesperadamente. – Takaocchi vai corromper um anjo!

Mas será que ele estão em um encontro oficial? Como namorados? – Satsuki perguntou, sentindo seu rosto esquentar. Ela ainda preferia outro OTP, mas TakaKuro não parecia ser tão ruim.

Teremos que descobrir isso. Mas primeiro, precisamos localizá-los. Algum de vocês tem alguma ideia de onde aqueles dois podem ter ido? – Como sempre, o imperador começava as discussões sobre possíveis estratégias.

Kuroko disse que ele e Takao estavam passeando enquanto tomavam sorvete. – Midorima lembrou da ligação mais cedo.

Ryouta, verifique se tem alguma sorveteria no caminho da Seirin High para a Shutoku High.

Tem umas duas ou três, creio eu. – O loiro já estava com seu celular, procurando – Confirmado, tem três. Uma delas é a preferida do Kurokocchi por causa do Vanilla Shake que tem lá.

Não quero saber como você sabe qual é a sorveteria preferida do Kuroko. – Kagami comentou um pouco assustado. Ele achou que era um dos poucos que sabia qual era a sorveteria preferida de sua sombra.

Kurokocchi geralmente não atende meus telefonemas. Eu tenho que ter um jeito de me manter informado sobre ele. – Disse o loiro como se aquilo fosse óbvio.

Kise-chin é tão assustador quanto o Aka-chin... – O gigante comentou monotonamente.

Não sou assustador! Eu só quero proteger o Kurokocchi de estranhos como o Kagamicchi!

Ei! O estranho aqui é você!

Além de estranho, você é uma cópia barata, Bakagami.

Oe! Dois contra um não vale! E vocês que são estranhos, Kidiota e Ahomine.

Kagamicchi, você é cruel!

Mine-chin, você também é estranho.

Porque estamos nessa discussão infrutífera? Achei que estávamos aqui para discutir uma estratégia. – Midorima revirou os olhos.

Não se preocupe, Shintarou. Esse cérebros de passarinho não sabem falar nada além de besteiras.

Akashicchi também é tão mau...-Suu!

Você ainda não viu o meu lado mau, Ryouta. Até hoje fui muito bonzinho com todos vocês.

Me deixe morrer como seu amigo, Akashi. – Daiki disse aterrorizado e todos concordaram com a cabeça. Acho que nenhum ser humano com bom senso gostaria de ter Akashi Seijuro como inimigo.

Rapazes, aquele não é o Tetsu-kun?

Todos se focaram em Momoi Satsuki, que apontava o dedo para a janela. Seguindo o local indicado, eles logo visualizaram, do outro lado da rua, um Takao saltitante e alegre, que parecia rir sozinho. Demoraram um pouco mais para perceber que Tetsuya estava ao seu lado, sorrindo com as suas brincadeiras.

Sorrindo.

Vocês estão vendo o que eu estou vendo? – A expressão de Aomine era um misto de confusão, frustração, decepção, raiva e surpresa. Ou seja: ela era definitivamente muito estranha.

Kurokocchi... Está... Sorrindo! – Kise explodiu em lágrimas.

Eu vou esgamar aquele bastardo... – Murasakibara começava a entrar na zona.

Shintarou, onde está aquela sua tesoura? Estou precisando dela agora. – Akashi estendeu a mão para Midorima, que o encarou assustado.

Por favor, não matem o Takao. Shutoku ainda precisa dele, nanodayo. – Ajeitando nervosamente os óculos, Midorima disse aos rapazes, que exalavam auras negras e agressivas. Obviamente o megane não deixaria que nenhum de seus amigos encostassem um dedo no Kazunari.

O que faremos, Akashicchi?! – Kise gemeu em total desespero para o ex-capitão, que estava com um ar pensativo e parecia profundamente concentrado.

Eu voto em ir lá neste momento e acabar com essa palhaçada. – Daiki disse levantando-se repentinamente, estalando os dedos e o pescoço, preparando-se para uma boa briga – Preciso quebrar esse bastardo ao meio!

Seu voto foi registrado, Daiki. Mas creio que não faremos nada hoje. – Dizendo aquilo, o imperador suspirou profundamente.

Como assim?! Akashi, ele está bem na nossa frente! Vamos deixá-lo escapar?! Ele está com más intenções para cima do Tetsu! – Aomine reclamou.

Aka-chin... Preciso... Esmagá-lo... – As mãos do gigante tremiam de tanta raiva.

Kuroko... Takao... Sorriso... – Kagami ainda estava chocado com a cena, o pobre coitado.

Temos que tomar alguma providência, Akashicchi! O nosso inocente Kurokocchi com aquele... Takao baka pervertido! – As lágrimas não paravam de rolar pelo rosto de Kise.

Acalmem-se, companheiros. Eu não disse que não iríamos tomar providência alguma. – O ruivo resolveu esclarecer-se – Mas tenho certeza de que se interferirmos neste momento, Tetsuya ficará muito insatisfeito. Por isso, deixe ele aproveitar enquanto pode.

Aquilo soou terrivelmente cruel, mas todos concordaram. Pegariam Takao em um momento que estivesse sozinho para sua vingança. Pobre Midorima, teria que defendê-lo para não perder um precioso jogador do time de sua escola (e também seu melhor amigo/paixão secreta. Mas como ele é muito tsundere para admitir isso, fingimos acreditar que ele só considera o Kazunari como um companheiro de time).

. . .

Eu me diverti muito hoje, Takao-kun.” foi a mensagem que um certo moreno recebeu quando estava deitado em sua cama olhando para o teto, refletindo sobre o encontro que teve naquela tarde. Ao ler aquele pequeno texto, não pode deixar de contar um sorriso.

Eu também me diverti muito! Quase não senti o tempo passar...” respondeu imediatamente.

Fico feliz por saber.” A resposta veio segundos depois. Takao não podia acreditar em como o azulado poderia ser tão formal com ele depois daquela tarde.

Não precisa ser tão formal, Tecchan! Não depois de hoje de tarde...” o moreno digitou tentando parecer o mais safado possível.

Você fala como se tivéssemos feito tanta coisa. Nós só ficamos de mãos dadas, Takao-kun” a mensagem demorou um pouco mais do que as outras. Isso fez com que o moreno imaginasse o pequeno Tetsuya ficando mais vermelho que um pimentão com a lembrança dos dois andando com os dedos interligados. “E por favor, não me chame de Tecchan.” o azulado enviou logo em seguida.

Deveríamos sair mais vezes desse jeito.” o moreno sugeriu.

Os dois já andavam se falando há tempos, mas não tinham coragem de se ver quando não fosse em uma quadra de basquete, quando Seirin enfrentava Shutoku. Foi aí que Takao, que começou a sentir uma atração pelo homem fantasma, convidou-o para sair. Aquilo fazia uma semana. Os dois queriam se conhecer melhor, se ver mais... Quem sabe o que sairia daqueles encontros?

A resposta do menor demorou um pouco mais desta vez. Fez até o moreno imaginar se havia acontecido algo, mas logo Tetsuya respondeu, deixando o Kazunari boquiaberto.

Estou livre no sábado.

Enquanto dava saltos de alegria, o rapaz digitava em seu celular “Então está combinado! Acertamos os detalhes depois.” enquanto cantarolava a música Happy.

Assim que parou de pular e se acalmou um pouco, lembrou-se de algo que estava o incomodando um pouco. Não sabia se era o caso falar para o azulado, mas no final acabou dizendo.

Ah! Tecchan, poderia pedir para seus amigos pararem de me mandar ameaças?” foi o que o moreno digitou enquanto se jogava novamente na cama.

Ameaças? Quem anda te ameaçando, Takao-kun?

Geração dos Milagres, alguns jogadores da Seirin, seu pai... Alguns juraram me matar!

Só para constar: aquele não é meu pai. É provavelmente o Kiyoshi-senpai.

Você tem amigo bastante superprotetores e... inusitados.

Takao-kun, você é amigo do Midorima-kun, então não me venha falar de amizades inusitadas.” Kuroko respondeu. “Mas pode deixar, eu darei um jeito neles. Não se preocupe mais com isso.

Só não mate ninguém, Tecchan.” Takao riu com a própria mensagem.

Os dois se despediram depois disso e logo foram dormir. Cada qual sonhou com o dia de seu reencontro, tendo os mais doces sonhos sobre um com outro.

Mas enquanto os dois estavam felizes juntos, algumas almas maldosas planejavam como separá-los. Os dois mal sabiam que teriam uma surpresa durante seu encontro...


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Notas finais do capítulo

Wow... O que será que vai acontecer no encontro dos dois no sábadoo? Eu estou curiosa, e vocês? Espero que tenham gostado do capítulo! Eu achei ele longo (quase morri para escrevê-lo, então não digam que está pequeno), então não tenham preguiça de ler.
Se quer me mandar críticas (construtivas ou não), comentários, dúvidas, ideias novas, erros de português que eu cometi, mensagens inspiradoras, recadinhos amorosos, dicas de beleza (das quais estou necessitada), me mandar pro inferno, falar que está com vontade de morrer, de chorar, de cantar uma bela canção, ou simplesmente falar que gostou ou detestou a história, a minha caixinha de comentários estará sempre a disposição de vocês, leitoras e leitores.
Espero os remanescentes para o próximo capítulo! RAWR~ Até o próximo! Com carinho,
—MC