Prova de Fogo escrita por cessiuh


Capítulo 10
Os desafios


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora



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"- Tentar sair? – Aquela sensação novamente me tomou. -E se eu não conseguir?

- Você morre."

Aquelas palavras me fizeram estremecer. Eu sabia que havia muitas coisas erradas ali, e eu sabia que aquilo poderia ser a chave para eu entendê-las. Ou simplesmente a minha sina de morte.

- Temos que nos aprontar. Rápido.

- Temos? Agora? Mas e o café da manhã?

- Não têm café da manhã.

Antes que eu pudesse perguntar o motivo daquele absurdo, fomos surpreendidas por três batidas na porta. E antes que eu pudesse pensar em me esconder, a porta foi aberta.

Quem era?

Foi impossível ver a figura por detrás da porta. Uma mão atravessou a pequena abertura, e depositou no chão, ao lado da porta, um prato. Foi tudo que pudemos ver. Uma mão, e o pedaço de um braço. Ah, e é claro, um prato.

Sem saber o que fazer, não fizemos nada. Apenas esperamos que a porta se fechasse, para que pudéssemos respirar aliviadas.

Mas o alívio foi momentâneo, eu ainda não havia aceitado as palavras que ouvira a poucos instantes. Essa história e desafios era uma loucura! Já Hinari parecia preocupada com outra coisa.

- Alguma coisa está errada.

- Do que você está falando?

- Disso! – Ela apontou para o prato. Havia um pão inteiro e outro pela metade.

Eu cheguei mais perto e peguei o pão que estava inteiro, e depois de fingir analisar ele com interesse, dei uma mordida nele.

- É. Há algo e errado. A comida daqui é uma porcaria, mas achei que você estivesse acostumada!

- Não é isso.

- Ei, você não disse que hoje não tinha... É isso, não é?

- Não deviam ter trago. O toque! Isso está errado.

- Não. Sem comida, errado. Com comida, certo. – mesmo que ela seja uma porcaria. – Você ta louca? A gente vai enfrentar um desafio de sei lá o que! E você ta reclamando por que trouxeram pão pra gente comer?

- Nunca trazem mais de um. Nunca trazem no dia do desafio. Eu participei dos desafios anteriores. Isso é tão estranho...

- Estranha é você. Vai ver mudaram as regras. Deixe de ser pessimista. O bom é que mudaram pra melhor.

- Nunca mudam para melhor.

                                                    * * *   

 Nos arrumamos e fomos com os outros para o campo da mortes. Ops. Quero dizer para o Campo de gelo.

Rapidamente Hinari me explicou essa parada de desafio. São três ao todo. Três provas: prova de gelo, prova de fogo e prova de sangue. Um dia de provas e um dia de “descanso”.

Os que não ficassem muito feridos ou fossem para a prisão ( ?? Também não entendi) deveriam ir trabalhar normalmente. E aproveitar o “descanso” para enfrentar o dia seguinte. Bem... Isso é claro, se você não morresse.

Hinari explicou de forma rápida e objetiva. Duvidas? Muitas.

Mas não havia tempo para respostas. Apenas para desafios e mortes.

Eu sentia algo forte. Não era medo. Era algo que eu já havia sentido muitas vezes. Adrenalina. Eu podia sentir o sangue correndo pelas minhas veias e o pulsar do meu coração. Podia sentir uma corrente elétrica percorrer todo o meu corpo.

Havia muitas pessoas. Havia muito gelo. Mas por incrível que pareça, não havia medo. Pelo menos os rostos ao meu redor não aparentavam tal sentimento.

Mesmo com a multidão, se podia ver claramente o gelo lá dentro. As portas estavam abertas e eu me perguntei como aquele gelo não derreteria.

Estavam todos tranqüilos esperando sua vez de entrar.

E então eu o vi. Aqueles olhos negros. E apenas para me irritar involuntariamente o meu coração começou a bater mais rápido. Mas era claro que isso não tinha nada a ver com ele. Claro que não! A minha respiração começou a ficar irregular. Mas... Isso era totalmente aceitável, não era? Eu tinha todos os motivos do mundo para estar nervosa. E definitivamente aquele idiota grosso não era um deles.

Ou era?

Não! Não era! Deixe de ser ridícula, Yumi. É claro que eu não podia negar que ele era bonito, e que... O corpo dele não era de se jogar fora e... Se realmente existisse uma atração, seria totalmente normal. Eu não estava acostumada a essa abstinência e o meu corpo necessitava de sexo.  Se realmente fosse fogo no rabo, seria... Compreensível. Não! Não seria. De jeito nenhum. Ele era totalmente... Argh! Eu odeio aquele cara que me fez de maluca! Eu odeio ele, odeio muito! Podia ser qualquer outro, mas ele? Ele não merece a minha atenção! Ele não merece nem o meu fogo no rabo! Ele... ah, eu não acredito que estou desperdiçando meu tempo precioso pensando nesse insignificante. Se controle e mantenha o foco Yumi!

Foi quando eu percebi que ainda olhava para ele.

Sua idiota! Mantenha o foco no seu objetivo, não nele!

Desviei o olhar, mas já era tarde demais. Ele já havia me visto. Me visto olhando para ele, só para piorar.

Bem, agora eu novamente encarava a porta de entrada. Nós estávamos cada vez mais perto.

Olhei para Hinari, só para garantir que ela ainda estava viva. Fazia tanto tempo que ela não falava que eu quase havia me esquecido dela.

- Oi garota. – uma voz falou atrás de mim

Virei automaticamente. Não tinha certeza se conhecia aquela voz, muito menos se era comigo. Mas eu era uma garota, e isso bastou para que o meu corpo se virasse na direção daquela voz forte. Que pertencia a um homem certamente.

Eu não havia me enganado. E muito menos ficado surpresa. De certo modo, eu... Esperava por aquilo. De forma totalmente inconsciente é claro.

Fitei aqueles olhos negros e tentei manter a calma.

- Olá Kaito. – respondi sem demonstrar emoção alguma.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



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