CAPITULO 29

–O que aconteceu? –Foi a primeira pergunta que o moreno fez ao sentar-se em uma das mesas da lanchonete do hospital.

–Ela foi espancada... –Suspirou. – A encontraram, quase morta.

–Oh, Artemis, porque não me ligaram?

–Eu não sei Poseidon, eu cheguei hoje. Mas hey, que acidente foi esse?

–Apolo. Bom, eu não sei explicar direito, me ligaram ontem a noite dizendo que o carro tinha capotado, e tinha uma mulher grávida e homem, os dois estavam desacordados e o bebê estava prestes a nascer. –Ele suspirou.

–Como eles estão?

–Antes de eu descobrir que Atena estava aqui, estavam tentando fazer uma cesariana na Alice, e em Apolo uma cirurgia na perna.

–Oh.

–Que droga em... Na mesma noite.

–Pois é. Vou ir onde Atena.

–Art?

–Oi.

–Você... Pode ir ver Apolo? Eu... É... Queria ver sua irmã.

Ela sorriu tristonha.

–Tudo bem, fique tranqüilo eu olho ele.

O moreno assentiu, antes de levantar e separar-se de Artemis.

[...]

Eram por volta da meia noite quando Poseidon bateu na porta do quarto, fazendo Artemis assustar-se.

–Oi. Vim ver ela.

–Tudo bem.147 –Ela sorriu, e levantou-se da poltrona o moreno mordeu o lábio ao ser deixado sozinho com uma loira que dormia.

...

Artemis andava com as mãos no bolsos indo em direção ao quarto 147. Seu coração batia rápido, desconcertado, 145... 146... 147. Respirou fundo com a mão na maçaneta, soltou o ar e entrou.

O loiro encontrava-se deitado, mas o que lhe realmente assustou foi o fato de ele está acordado. Mas, ele não parecia vivo. Seus olhos, os azuis mantinham-se frios, gelados, apenas lágrimas a descerem silenciosas. O rosto sem expressão viraram-se para a porta, ele sentou-se e encarou a ruiva.

–O que faz aqui?

Seu tom era como se... se ela estivesse incomodando.

–Desculpe, eu... eu vou embora. Desculpe.

–Não Artemis, tudo bem.

–Como está se sentindo? –ela perguntou parada na porta.

–Bom, não tão bem como eu queria está. Mas, se me desculpa, o que faz aqui?

–Eu vim ver Atena, ela está internada aqui também.

–Hm... Tem alguma noticia de Alice?

–Não, hm, bom. Poseidon me disse que ela estava em trabalho de parto pela tarde.

–Oh Deus. Meu filho. –ele sorriu antes de apertar uma campainha e minutos depois uma enfermeira entrava no quarto.

–Sim Sr. Solace?

–Eu gostaria de ter noticias sobre minha esposa e meu filho.

Artemis engoliu em seco “minha esposa”.

–Eu não tenho permissões para lhe dizer.

–Por favor, meu filho está bem?

–Sim, está. Muito bem, saudável, nasceu tem duas horas, mas como nasceu prematuramente tem que ficar na incubadora enquanto ganha massa e peso.

–Oh Obrigada. – Sorriu e a ruiva se sentiu um intrusa ali.

–Apolo eu já vou. – ela disse. –melhoras.

–e Alice? Como ela está?

A ruiva já abriu a porta, estava a um passo de sair quando ouviu a frase que a deixou perplexa, e a fez virar-se de súbito para a enfermeira.

–Ela infelizmente faleceu, Sr. Solace. Eu sinto muito.

O loiro a olhou sem expressão, o que Artemis o fez sentir-se mais que uma intrusa.

–Com licença. –Disse a enfermeira saindo e deixando os dois a sós.

[...]

Poseidon abraçava Atena que chorava.

–Vai ficar tudo bem, tudo bem. –ele repetia como se fosse um mantra.

–Porque ele fez aquilo? Porque?

–Shhhh, vai ficar tudo bem.

–Não vai, não vai.

–Atena, me escuta, tudo vai ficar bem Eu to aqui com você.

–Poseidon, eu não te mereço, eu estou suja. Eu estou suja, eu vou... eu. –e ela soluçava em seu peito.

–Atena, me afastar, não vai diminuir o que eu sinto por você. (N/A: *--* ACEDE *---*)

–Porque você diz isso?

–Porque eu gosto de você... Sua loira chata, eu vou te ajudar a passar por isso. Queira você ou não.

Felizmente a loira parou de chorar e apenas brincava com um botão da sua blusa, ela levantou o rosto que estava vermelho.

–Porque você está aqui?

–Troquei de turno com sua irmã.

Ela sorriu tristonha.

–Obrigado.

–Quer comer alguma coisa?

–Quero doce.

–Vou traficar uns pra você. Fique aqui e não fuja eu volto logo. –ele beijou sua testa e saiu.

[...]

–Ela está em um lugar melhor agora Apolo.

O loiro apenas assentiu sentando-se na cama, e tentando da cama.

–Onde você vai?

–No banheiro, se me der licença. –e entrou na porta a sua frente.

Artemis sentiu um aperto estranho no peito e decidiu não ficar ali, ela apenas tentava ajudar e aquela frieza... ele estava tão frio com ela.

Saiu do quarto e fechou a porta devagar.

Uma enfermeira –a mesma que tinha ido ali mais cedo- apareceu perto da ruiva, segurando um pequeno embrulho, Artemis sorriu ao ver o que era.

–é o bebê do Sr. Solace?

–Sim,o médico disse que o bebê estava bem, e ele completaria os nove meses hoje. –ela sorriu.- então, vim deixar ele com o pai.

–Hm...

–Pode levar pra mim.

–Oh, melhor nã...

–Obrigado querida, tenho que buscar algumas roupas para o pequeno.

Artemis assentiu, antes de pegar o pequeno embrulho nas mãos. Seus olhos encheram-se d’agua ao pensar que o pequeno não teria mãe, os pequenos fios loiros já haviam na cabeça, tinha a pele branca, mas de um branco não tão exagerado, um branco sob medida a ele.

A ruiva girou a maçaneta novamente, antes de virar-se e ver Apolo de costas para a porta. Ela pigarreou.

–Acho que você vai querer conhecer alguém. –ela sorriu para a cara que o loiro fez. Um sorriso, que daria de cada canto da orelha.

–Você pegou ele?

–A enfermeira trouxe, ela foi pegar algumas roupas pra ele.

–Ok. Posso pegar?

–O filho é seu.

Ele meio estranho, os braços meio sem jeito, pegou o garoto, que resmungou e começou a chorar. O loiro sorriu meio desesperado, apesar de toda a tristeza, aquele garoto era uma benção.

Ele começou a desesperar-se quando o menino não parava de chorar.

–Artemis, será se é fome? Meu Deus.

A mulher aproximou-se e olhou para o garoto, pegou na barriga dele.

–Não, não é fome. –ela olhou para o menino e colocou seu dedo médio na boca dele, o menino começou a meio que morder seu dedo o que a fez rir. –Lily fazia a mesma coisa.

Apolo riu.

–Obrigado. Eu preciso ir buscar coisas para ele.

–OK. Se quiser posso olha-lo para você.

Ele sorriu.

–Obrigado.

A ruiva sentiu seu celular vibrar no bolso, tirou o dedo da boca do garoto que resmungou, mas logo calou-se quando o loiro colocou o seu dedo e começou a balançá-lo e cantar baixinho alguma musica.

–Oi.

–Mamãe? Como a tia Atena está?

–Oi amor, ela está bem.

–Eu posso ir pra ir?

–Não, ainda não, lembre-se da escola. Como estão as coisas por ai?

–Tudo bem, Tia Hera cuida muito bem de mim.

Ela riu.

–Que bom amor, dê um beijo nela por mim.

Artemis assustou-se quando o garoto começou a chorar alto e Apolo a olhou espantado.

–Quem é mamãe?

–Espere Lily... segure pra mim Apolo. –a ruiva disse antes de dar o celular para o loiro e pegar o bebê para seu colo. –Ok, tudo bem... me dê o celular.

O loiro a entregou e a fez sentar-se na cama, Artemis colocou o celular no viva voz, e sorriu ao ver o menino se acalmar novamente.

–Oi, voltei. É o Will querida.

–Oh, ele nasceu mamãe?

–Sim, hoje.

–Ahhh, mãe tira uma foto dele e manda pra mim.

–Tudo bem.

–O Apolo ta ai?

–Estou querida.

–Hm... mãe eu vou indo, vou para casa da Alex hoje, um beijo pra você e pro Will. Tchau te amo.

–Tchau, cuidado.

–Eu preciso ir Apolo. Desculpe. –Ela disse e deitou o garoto na cama, que continuava dormindo. Aquilo a fascinava.

Pegou o celular e ia passando pela porta quando o loiro a segurou.

–Lily está brava comigo?

–Eu não sei... Acho que sim, mas não sei porque.

–Hm... Obrigado.

–De nada, amanhã posso voltar para ver essa fofura?

Ele assentiu.

–Pode. Artemis.Acho que ele gostou de você.

–é... Quem sabe. Tchau loiro.

–Até mais tarde.

Ela franziu o cenho mais não disse nada, ao deixar o loiro sozinho com o bebê.

[...]

Depois de mais alguns dias entediantes no hospital, Atena foi liberada, teria que ficar de repouso e Artemis foi prontamente para a casa da irmã.

Poseidon sorria ao ouvir os resmungos da loira.

–Ok... Tudo bem, eu posso andar normalmente Poseidon, já pode me colocar no sofá. –Ela disse enquanto o moreno ria, e Artemis pegava as duas bolsas da sua irmã e a mala dela.

–Fica quieta loira, e me deixa te ajudar. –ele disse enquanto carregava a mulher no colo para o sofá. Ele riu.

–porque você ta rindo seu idiota?

–Imagine Atena, quando nós nos casarmos, será desse jeito que entraremos em casa.

–Seu idiota, isso nunca vai acontecer.

Artemis ouvindo aquela piada, gargalhou antes de colocar a ultima mala para dentro de casa e fechar a porta.

–Nunca é uma palavra muito forte. –A ruiva se virou e viu Atena deitada na sofá com a cabeça no colo do moreno que passava os dedos pelos seus fios loiros.

–Obrigada pela ajuda Poseidon –a ruiva sorriu.

–De nada ruiva, eu preciso ir, mas mais tarde eu passo aqui, pra ver como a loira está.

–Tudo bem.

–E traga um subway com muito cheddar pra mim.

–Não. –ele disse levantando-se.

–Por quê? Por favor. Posei, porfavorzinho –ela fez um biquinho fofo que o moreno riu. (N/A: esse “porfavorzinho” é baseado no meu irmão de três anos que me faz chantagem assim.)

–Não.

Ela cruzou os braços por alguns segundos, mas logo abriu um sorriso. O moreno franziu o cenho.

–Posei, vem cá.

–O que é?

–Me da um abraço?

Ele riu.

–Ok.

O moreno chegou perto da mulher, que sorriu mais abertamente antes de puxar o moreno pela gola da camisa, e aproximar seus rostos.

–Traga um subway com muito cheddar pra mim. Por favor. –e lhe deu um breve selinho.

–Uau, adoro mulheres que impõem autoridade. –e colou seus lábios novamente. –Até mais tarde, quer um milk-shake também?

–Eu adoraria. Agora mexa essa bunda daí, e vá comprar minha comida.

Ele riu, e virou-se de costas para a loira, deu uma reboladinha e virou-se para a loira piscando o olho e saindo rebolando, bom... Tentando rebolar.

–EU SABIA QUE ESSA COCA É FANTA. –ela gritou e Artemis riu.

–Esse momento vela foi muito fofo, por isso eu perdôo vocês.

–Abre pra mim? –O moreno chegou à porta. –Quero falar com você. –Sussurrou baixo.

Ela assentiu.

Já fora de casa, o moreno colocou as mãos nos bolsos.

–Artemis, é... Bom, descobriram que fez aquilo com Atena. –Ele suspirou passando as mãos no cabelo. – ele já está preso, mas o ruim disso tudo não é isso. – a ruiva arqueou uma sobrancelha. – ele também esta envolvido no acidente de Apolo.

–O QUE?

–Exatamente, o delegado Charles, disse que ele estava bêbado e drogado, maconha e cocaína, depois que ele fez aquilo... –ele balançou a cabeça. – ele roubou um carro, bom e o resto você pode deduzir.

–Poseidon, você o conhece?

–Não, ninguém o reconheceu. Acham que ele é um desses adolescentes. Ele não sofreu nem um arranhão naquele maldito acidente. Podia ter morrido, mas enfim, querem que a loira vá depor, acho muito difícil ela aceitar e eu também não quero que ela vá, mas é importante.

–Ok. Eu vou conversar com ela. Obrigada pela ajuda.

Ele sorriu e assentiu, pegou as chaves do carro e foi em direção ao mesmo que estava estacionado apenas uns metros. Ela ia virando-se em direção a porta, mas lembrou-se de algo.

–Poseidon. –Gritou.

–Sim.

–é... e o Will? Quando sai?

–Ah –ele abriu um pequeno sorriso. –Amanhã. Apolo não se agüenta de felicidade, talvez você queira passar pela festinha de boas vindas pra ele amanhã, é no novo apart do loiro.

Ela franziu o cenho.

–Apolo vendeu o antigo por causa dos últimos acontecimentos.

–Ah. Ok, tudo bem.

–Tchau, mas tarde apareço ai pra deixar as coisas da minha diva.

–Sua diva?

–Atena, minha futura esposa, que ainda não sabe que iremos nos casar. Não conte a ela.

A ruiva sorriu alto, e assentiu, entrando e fechando a porta.

–porque você ta sorrindo sua idiota?

–Poseidon disse que vai casar com você.

–O QUE? –Atena disse antes de apanhar o celular e discar alguns números rápidos. –QUE HISTÓRIA É ESSA QUE VAMOS NOS CASAR? NÃO, EU NÃO ESTOU SENTINDO SUA FALTA... –alguns segundos em silêncio. –Ah não, pode trazer meu subway. Eu sei, por favor Posei... ta, ta eu te dou outro selinho quando você voltar, mas só um. E não esquece meu milkshake.

Artemis foi até a cozinha preparar alguma coisa para comer enquanto observava a conversa da loira.

–Não, não... eu não vou sair com você. Da ultima vez que saímos deu merda. –por algum motivo que a ruiva não sabia, a loira corou e muito. –não precisa lembrar dos detalhes sórdidos....e você não está dirigindo não? Preste atenção na estrada seu maluco, quero meu milkshake intacto. Não, eu não me importo com você.

Ela sorriu.

Dois doidos, eles se mereciam.