Kyle vai ficar com quem? escrita por Caty Bolton, Ernie


Capítulo 3
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Nada de muito especial, apenas a apresentação de mais três personagens.

Perdão por qualquer erro de concordância ou português ;-;



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Kyle estava deitado em sua cama extremamente entediado. O ruivo não tinha absolutamente nada o que fazer naquela tarde de sábado, talvez se as coisas estivessem "normais" ele provavelmente sairia com Stan para ir ver um filme no cinema ou comer em uma lanchonete qualquer.

Mas as coisas não estavam "normais".

O judeu já refletira é muito sobre as possibilidades da situação a qual se encontrava. O seu melhor amigo, seu rival e um garoto que conhecera a poucos dias, todos interessados de maneiras bem semelhantes em Kyle. Não fazia o menor sentido.

Como eu posso faze-los entender que eu não vou ficar com o meu melhor amigo, nem com um racista e antissemita ou muito menos com alguém que eu mal conheço!? Pensava, se irritando cada vez mais com o assunto.

Mas Kyle não conseguiria fazer aqueles três entenderem, sendo que eles jamais desistiriam. Ou pelo menos até o ruivo judeu fazer uma escolha e, principalmente, conseguir mantê-la.

Quando o celular tocou Kyle pediu aos céus para que não fosse Stan lhe ligando, e felizmente era Butters. Eu deveria aproveitar e explicar sobre aquela situação para ele. Pensou meio nervoso.

–Alô, Butters.

–Kyle?! -A voz do loiro soou meio ansiosa. -Você esta ocupado?

–Não, na verdade eu estava querendo falar contigo.

–O que foi?

–É sobre aquilo que aconteceu na sexta.

–Não precisa se explicar Kyle...

–Não Butters! Não sei o que você esta pensando, mas não é o que parece. O mundo sabe que eu odeio o Cartman.

–Não, tudo bem.–Kyle pode notar uma ponta de tristeza na voz do loiro.

–Escuta Butters...

O ruivo foi interrompido por um alto barulho de algo sendo quebrado vindo do telefone e logo depois algumas vozes, que falavam coisas aleatórias as quais Kyle não conseguia entender.

–O que aconteceu?

–Nada...–O resto saiu abafado. - Pip, o Tweek está tendo outro ataque!

–Butters, quem está aí você? -Perguntou o ruivo, curioso com a situação.

–Ok,eu vou colocar no viva-voz.–O loiro falou com alguém do outro lado da linha. -Ah, são o Pip e o Tweek, acho que você os conhece... –Butters foi interrompido.

Kyle estava prestes a perguntar o que diabos tinha acontecido quando unas três vozes diferentes soaram ao mesmo tempo do celular, o ruivo teve que afastar o aparelho da orelha por causa do barulho.

–Butters, você já falou com o Kyle?–Falou uma voz, que possuía um pesado sotaque britânico.

–Não... Ah, me lembrei! Kyle, você está livre hoje?–Perguntou Butters

–Estou sim.

–Hoje nos combinamos e ir no cinema ver o novo filme do Terrance and Phillip, e como é o ultimo sábado do mês tem uma promoção para "famílias"–A voz com o sotaque britânico parou de falar por instantes. -Com quatro pessoas o ingresso fica mais barato.

–*GAH!* Isso é uma puta pressão!–Uma terceira voz se pronunciou, provavelmente a de Tweek

–Já entendi. Butters, por que você não chamou o Cartman?

Ouve um silêncio do outro lado da linha, que foi interrompido apenas por um "GAH". Mas logo depois Butters voltou a falar.

–Eu tentei, mas ele disse que tinha mais o que fazer...–O loiro suspirou triste. -Aí eu me lembrei que você ainda gosta de Terrance and Phillip!

–Você vai com a gente Kyle?–Perguntou Pip.

Eu deveria relaxar, aqueles três não vão me perseguir para todo lugar onde eu for, certo? Pensou receoso. Mas no final decidiu que iria, afinal, já fazia algum tempo que Kyle tinha vontade de ver aquele filme.

–Tudo bem, eu vou.

–Ótimo!–O loiro britânico exclamou. -As seis e meia da tarde. Nos te encontramos na praça em frente ao cinema!

~ ♥ ~

No horário marcado Kyle já estava sentado em um dos bancos da entrada da praça, apenas aguardando a chegada do três loiros.

–Kyle! -Gritou uma voz que vinha do lado esquerdo do ruivo.

O judeu virou a cabeça e viu Butters andando em uma velocidade ligeiramente mais rápida que a dos dois outros loiros, sendo que apenas Tweek tentava alcançá-lo. Quando o loiro mais baixo chegou perto de Kyle falou:

–Desculpe por te deixar esperando Kyle! -Ofegou. -Meu pai quase não me deixou vir e o Tweek não parava de desabotoar a camisa... -Butters riu.

–*AH!* Jesuscristo! D-desculpe. -Falou o loiro mais alto, apoiando as mãos no joelhos também ofegando. -E-eu acabei *GAH* d-desabotoando tudo de novo...

–É continua abotoando tudo errado. -Brincou Pip, finalmente conseguindo chegar mais perto do grupo.

Tweek Tweak era o loiro mais alto do grupo, possuía olhos castanhos claros com um tique relativamente freqüente no olho esquerdo, seus cabelos loiros eram sempre desarrumados e jogados para todas as direções.

Philip Pirrup, ou mais conhecido como Pip, era um imigrante britânico. Ele possuía olhos azuis em um tom de safira, o corte do seu cabelo loiro era quadrado e bem arrumado, que chegava mais ou menos na altura dos ombros.

–Que horas é o filme? -Perguntou Kyle se levantando do banco.

–As seis e quarenta de cinco. -Respondeu Pip olhando para o seu relógio no pulso. - Faltam dez minutos.

–Vamos comprar os ingresso logo. -Butters correu na direção da bilheteria.

–*GAH!* Espera B-Butters! -Tweek saiu correndo atrás do loiro mais baixo.

Kyle e Pip continuavam a caminhar sem presa lado a lado. Butters acenou gritando para que se apresassem o britânico respondeu-lhe com um sorriso e um outro aceno.

Eles pagaram os ingressos, compraram dois baldes grande de pipoca e entraram na sala do cinema. Haviam algumas poucas pessoas espalhadas aqui e ali, o grupo sentou em uma das fileiras do meio. A ordem era: Tweek, Butters Kyle e Pip.

–Eu ouvi muita gente falando bem desse filme. -Comentou Tweek.

–Não sei não. -Kyle murmurou para ninguém em particular. -Eu até gosto, mas humor canadense sempre parece ser a mesma coisa.

–Eu não acho! -Retrucou Butters. -Vocês lembram de Asses of Fire? Aquele foi sem duvida o mais engraçado.

–Mas ele lançou a cinco anos, depois os filmes voltaram a ser todos iguais. -O ruivo falou desinteressado.

–Não é verdade! -O loiro mais baixo exclamou. -Fala para ele Pip!

Pip continuou a comer a pipoca, olhando em um ponto fixo qualquer da sala. Butters teve que chamar o britânico três vezes até que ele respondesse.

–O que... -Pip sussurrou ainda meio atordoado. -Desculpe Butters, do que vocês estavam falando mesmo?

–Os filmes do Terrance and Phillip não são iguais!

–Na verdade eu os acho meio repetitivos... -Refletiu.

–É o que você acha desses filmes, Tweek? -Perguntou o ruivo.

–E-e-eu? Jesuscristo. -O tique no olho esquerdo aumentou gradativamente. -*GAH* Eu não s-sei! Isso é muita pressão! Eu preciso de café!

Kyle olhou assustado para o loiro mais alto, que agora era tranquilizado por Butters.

–Desculpe? -Indagou o judeu.

–Não, ele fica assim por qualquer coisa. -Pip riu. -É engraçado, mas as vezes eu acho que ele deveria beber um pouco menos de café.

O filme começou e todos ficaram em silêncio.

~ ♥ ~

Quando saíram da sala de cinema faltava quinze minutos para as oito da noite. O filme havia sido como a maioria dos outros filmes de Terrance and Phillip, piadas sobre peidos e muitas palavras de baixo calão. Mas ainda era melhor que o humor americano.

–Não foi ruim. -Comentou Kyle. -Mas eu sinto como se já tivesse visto antes...

–Eu tenho que concordar. -Pip deu os ombros.

–Vocês são muito chatos! -Butters exclamou irritadiço, mas logo sorriu. -O Tweek concorda comigo! Não é mesmo Tweek?

–S-sim... N-n-não! - Confundiu-se. -Q-quero dizer.... *GAH* jesuscristo. MUITA PRESSÃO! -E começou a puxar uns tufos de cabelo com força.

–Oh hamburgers! -O loiro mais baixo segurou o braço de Tweek. -Você vai acabar arrancando o seu cabelo!

Kyle teve que admitir que a cena era engraçada, mas controlava o riso. Já Pip ria abertamente, sem se importar se os dois outros loiros ouviriam ou não. Talvez eles simplesmente não se importassem, era como se aquela cena já tivesse se repetido algumas vezes.

Depois de se despedir dos três loiros o judeu tomou seu caminho para voltar para casa. Mesmo naquele horário e dia a maioria das ruas de South Park ficavam desertas, era relativamente perigoso andar desacompanhado.

O ruivo apressou o passo temendo por chegar muito atrasado, quando estava a mais ou menos quatro quadras de sua casa uma mão puxou-lhe para um beco escuro.

–Me passa a grana! -Falou o ladrão em um tom de voz um pouco baixo. -Anda!

–E-eu não tenho dinheiro! -Afirmou inquieto. Era verdade, o judeu só havia trazido a conta exata para o cinema.

Kyle já estava ficado desesperado quando o ladrão caiu inconsciente em cima de uma lata de lixo, e assustou-se mais ainda quando uma silhueta humana "pousou" ao seu lado.

–Kenneth?! -O ruivo exclamou incrédulo.

–Oi Kyle. -Mccormick sorriu. -Você não sabe que é perigoso andar nesse horário sozinho?

–Eu te pergunto a mesma coisa. -Fechou a cara. -Obrigado por me ajudar, nos vemos no colégio...

Mas antes que o judeu pudesse ter pensado em sair daquele beco escuro Kenny lhe puxou pelo pulso e selou os lábios nos do ruivo. Quando Kyle tentou se afastar o loiro prendeu-lhe contra a parede.

–Você poderia pelo menos me agradecer direito, ruivinho. -Kenny lambeu a ponta do nariz de Kyle, enquanto uma "mão boba" apertava a área traseira do judeu. -Que tal um beijo de verdade?

–M-me larga! -Gaguejou extremamente corado, apoiando as mãos em punhos fechados do peitoral do loiro.

–Só um beijo Kyle, e eu prometo que te solto. -Sorriu completando. -Te solto apenas por hoje.

O ruivo não iria cair naquela mais uma vez, Kyle já sabia que quando abrisse a boca para soltar uma reclamação ou praga ao loiro ele o beijaria forçadamente. Então mesmo morrendo de vergonha e de vontade de xingar Kenny, o ruivo manteve-se em silêncio.

–Então vai ser assim? -Havia um brilho estranho nos olhos azuis de Kenny. -Ótimo, nós podemos fazes outras coisas...

Kyle arregalou os olhos, mas instantes depois os fechou com força. Kenny mordiscava e dava chupões em toda a extensão do pescoço do judeu, que tombou com a cabeça para trás, sentiu as pernas tremendo e arfou. Mas ainda não era o suficiente, Kenneth Mccormick queria um beijo e um beijo ele teria. Por bem ou por mal.

Kenny, ainda dando atenção ao pescoço do judeu, retirou a mão do atrativo traseiro do ruivo com o objetivo de colocá-la em outro lugar. Kyle sentiu a mão loiro percorrer a sua coxa direita e subir rapidamente para aquele lugar.

Assim que o ruivo abriu a boca para soltar um gemido Kenny tomou-lhe os lábios em um beijo lento e sensual, que foi correspondido igualmente por ambos os lados. Depois de quase um minuto o beijo foi interrompido pela falta de ar.

Kyle ofegava corado, ainda sem perceber exatamente a situação onde se encontrava. Kenny, também meio corado e ofegante, observava o rosto extremamente vermelho do judeu, que permanecia de olhos fechados.

–Eu não sei se só um beijo vai ser o suficiente. -Sussurrou Kenny perto do ouvido do ruivo.

Kyle abriu os olhos, encarou Kenny envergonhado e, talvez pela força do hábito, levantou a mão e deu-lhe o tapa mais forte que poderia dar na situação em que encontrava-se. A marca vermelha dos cinco dedos ficou estampada no lado direito do rosto do loiro, que se limitou a sorrir.

–Seus pais não lhe ensinaram que é feio bater nas pessoas? -Perguntou sorrindo, com uma ponta de sarcasmo na voz.

–Me larga Kenneth! -Exclamou Kyle, com raiva e vergonha. -Vai se ferrar!

Em um movimento rápido o ruivo judeu empurrou o braço do loiro que ainda estava apoiado na parede e saiu correndo na direção de sua casa, deixando para trás um loiro ainda mais determinado.

–Kyle, Kyle... -Murmurou Kenny para ninguém em particular. -Você ainda vai ser meu!


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Notas finais do capítulo

( ͡° ͜ʖ ͡°)