Era manhã de domingo, o sol começava a aparecer na calma e pacata Ohio, porém o vento frio ainda invadia as pequenas ruas.

Na casa dos Berry, o dia não era dos melhores, o silêncio pairava por toda a casa, chegando a atormentar as duas figuras masculinas que tomavam café extremamente calados.

Não muito longe dali, dentro de uma enorme casa, mais precisamente na cozinha, estavam, Sue e Rachel.

– Eu estou com sono dinda. – Deitada sobre o balcão ela ralhava com a madrinha que havia lhe acordado.

– Eu sei querida, mas eu pretendo te levar para o hospital, quero que faça alguns exames.

– Precisava ser tão cedo assim? – Seu gênio forte, começava a dar as caras.

– Não é cedo, você que é preguiçosa e agora pare de reclamar e trate de comer.

Rachel bufou e aceitou o cereal que madrinha lhe oferecia.

Depois de Sue praticamente empacotar a afilhada, com a desculpa de que fazia frio no hospital elas finalmente chegaram ao local.

Após deixar a garota em sua sala por alguns instantes, Sue voltou com uma enfermeira e com um dos piores pesadelos de Rachel, uma agulha.

– Não. – Negou a garota quando viu a grossa agulha na mão da madrinha.

– Sim. Esse é só um dos exames de hoje, portanto se comporte. – Sorriu sentando-a na cadeira próxima a enfermeira que organizava algumas coisas.

– Não tem outro jeito? – Igual, ou pior que uma criança, ela escondia os braços atrás do corpo.

– Bom, eu ainda não conheço nenhum outro método de retirar sangue, senão com agulhas. – Ela piscou para Rachel puxando um dos braços da garota para a posição correta.

Como todas as vezes que fora tirar sangue, desde que nasceu, Rachel fez de tudo para impedir a madrinha de seguir com o procedimento, entretanto sempre terminava na mesma forma, ou seja, Sue sempre segurava a afilhada durante todo o processo.

Depois de mais alguns exames Rachel já estava irritada com todo aquele corre-corre, então sua madrinha permitiu que ela desse uma volta pelo hospital.

Foi quando chegou na sala de espera do hospital que viu uma figura conhecida, porém antes que ela conseguisse raciocinar algo já estava lhe envolvendo.

– Hobbit, o que faz aqui? – Sim, era Santana, a maior bich do colégio, porém sua melhor amiga.

Rachel paralisou, aos poucos tudo voltava a sua cabeça e ela se lembrava de como viera parar ali. Ela não percebeu, mas de seus olhos saíam lágrimas, entretanto Santana notou.

– Rach, por que está chorando? – Ela nada disse, apenas se atirou nos braços da amiga deixando que toda sua tristeza ganhasse essa batalha.

Sem saber o que fazer, Santana guiou a morena até uma das cadeiras e lhe ofereceu um copo de água. Sabia que de nada adiantava pressionar Rachel agora, tudo que tinha que fazer, era esperar.