Rachel

É incrível o que a vida pode lhe proporcionar quando você deixa que ela siga seu curso, quando você resolve deixar que o tempo resolva seus problemas por si só.

Quando descobri que estava grávida eu tive a impressão que nada mais daria certo na minha vida, afinal o cara que me engravidara no meu ponto de vista era o maior cafajeste desse mundo, meus pais haviam me expulsado e eu tinha apenas uma barriga crescendo sem parar. De fato eu perdi muita coisa nesse processo, mas pensando por outro lado, além de amadurecer e enxergar o mundo com outros olhos e ganhei muitas outras coisas e mais importante, os meus filhos.

Hoje eu entendo que por mais forte que seja a tempestade e por mais demorada que ela possa parecer, ela ainda é necessária, pois sem ela não haverá um arco-íris.

Narradora

Cory e Benjamin já estavam com um mês de vida e eram as coisas mais fofas e gordinhas desse mundo. Rachel ainda não voltara à escola, pois não queria distanciar-se de seus filhos, ela voltaria depois das festas de final de ano, até então estava conseguindo se virar bem com a ajuda de Finn e de todo o clube Glee.

Falando em festas de final de ano, era véspera de natal e o jantar seria na casa de Sue. Estavam todos do Glee e Finn com a família.

........................................................................................................................

Rachel terminava de amamentar Benjamin quando Finn entrou no quarto com Cory no colo, a garota sorriu para ela e beijou a testa do filho que dormia tranquilo no colo do pai.

Finn: Estão todos lhe esperando lá em baixo. – Disse enquanto colocava Cory no berço.

Rachel: Eu já vou, vou apenas coloca-lo no berço. – Referiu-se ao bebê quase adormecido em seu colo.

Finn: Estão todos ansiosos para vê-los, ficarão decepcionados quando descermos sem eles. – Disse ajudando-a a ajeitar o filho no berço.

Rachel: Vão terminar mimados desse jeito, todos os paparicam o tempo todo. – Riu baixo com a própria fala, sendo acompanhada por Finn, foi então que Cory remexeu-se em seu colo. – Acho melhor sairmos para que durmam.

Os dois deixaram o quarto em silêncio e quando estavam passando em frente ao quarto dela, Finn a puxou para dentro e atacou-a com um beijo inesperado, mas que ela logo correspondeu.

Rachel: Está animado hoje. – Selou os lábios dele. – Mas nós realmente temos de descer.

Finn: Eu quero lhe dar meu presente antes.

Rachel: Você já me deu os melhores presentes do mundo que no momento dormem no quarto ao lado. – Finn sorriu com as palavras dela e selou seus lábios.

Finn: Corrigindo você os deu para mim, mas esse é outro presente.

Rachel: Tudo bem. – Ele a colocou sentado na cama.

Finn: Você sabe que é a pessoa mais importante desse mundo junto com os nossos filhos para mim e que todos os dias eu me arrependo do que lhe fiz e que eu te amo mais do você pode imaginar. Sabe que às vezes nós cometemos erros na vida, mas às vezes eles são as melhores formas de entendermos nossa missão e muitas vezes são eles que trazem as pessoas mais importantes para o nosso lado. – Lágrimas já escorriam pelo rosto de Rachel. – Eu sei que nós combinamos de não rotular nem nada, mas eu quero fazer isso. – Ele se ajoelhou. – Rachel Barbra Berry você aceita casar-se comigo. – Ela o viu abrir uma caixinha de veludo vermelha e de lá brilhar dois anéis, um pequeno e um maior, sua reação foi pular em seu colo o abraçando com todas as forças e no fim sussurrando.

Rachel: Sim. – Finn sorriu, pois mesmo simples aquela resposta era preciosa.

........................................................................................................................

Narradora

O relógio havia badalado doze vezes a alguns minutos e algumas pessoas ainda se cumprimentavam quando a campainha tocou alguém abriu a porta e o olhar de todos foi para ela quando a mesma revelou os dois homens ali parados.

Rachel: Pai? Papai? – Ela soltou-se de Finn avançando em passos lentos até os dois.

Hiram: Filha. – Ele sorriu e tentou se aproximar, mas a menina recuou um pouco.

Rachel: O que vocês estão fazendo aqui? – Sua voz não mostrava raiva, estava calma e sem emoção alguma.

Leroy: Nós queremos conversar com você. – Disse decidido.

Hiram: É claro se você quiser. – Ela assentiu e deu passagem para os dois.

Finn: Rachel. – Chamou-a enquanto os dois subiam as escadas da casa.

Rachel: Fique tranquilo meu amor, eu cuido disso.

Por fim estavam os três no quarto da mais nova, era algo estranho e triste de se ver, três pessoas que em um momento eram tão próximas e confidentes, estarem no mesmo cômodo e parecerem meros desconhecidos.

Rachel: Eu estou esperando.

Hiram: Filha nós sentimos sua falta.

A vontade de Rachel era dizer que também sentia e pular no colo dos pais, mas ela apenas disse.

Rachel: Um pouco tarde.

Hiram: Filha você precisa entender que nós ficamos muito assustados, você sempre fora nossa menininha e de repente estava grávida.

Rachel: Eu também estava assustada, aliás, ainda estou e fico cada vez que eles choram, mas nem por isso eu vou desistir deles. – Era perceptível que ela estava nervosa.

Rachel: Eu não sei o que pensar um lado meu está loco para pular no colo de vocês, mas o outro lado fica o tempo todo relembrando as palavras que vocês disseram.

Leroy: Eu sei que fomos duros com você e que não merecemos perdão, mas ao menos nos dê uma segundo chance, ou apenas a oportunidade de conhecer nossos netos.

O silêncio seguinte foi torturante para Hiram e para Leroy, Rachel estava de costas limpando as lágrimas e depois de um tempo disse.

Rachel: Eu sei que ainda temos muito que conversar, mas em respeito a vocês e ao dia de hoje eu quero apenas esquecer tudo isso e viver o presente, mas para isso eu quero uma coisa dos dois. – Virou de frente vendo a interrogação no rosto dos pais. – Um abraço.

De primeira eles se assustaram, afinal não esperavam esse pedido da filha, mas depois estavam os três abraçados, ela no meio e os dois envolvendo-a nos braços como sempre foi.

Nota da autora: A riqueza dos momentos está na simplicidade com que eles acontecem.