Narradora

Dias mais tarde...

XXXXX: Rach, por favor abra essa porta.

Rachel: Sai daqui Santana, eu não vou sair nunca mais.

Santana: Pare de drama Berry.

Rachel: Me deixa sozinha, por favor. – Santana foi capaz de ouvir os soluços abafados da amiga.

Santana: Eu só quero te ajudar.

Nada que ela dissese ajudaria a tirar Rachel de dentro do banheiro do colégio. A garota, agora perto dos três meses de gestação, já começava a apresentar barriga que era visível, mas ocultada pelo enorme moleton que ela usava como escudo, porém naquele dia ao chegar ao colégio ela foi recebida por inúmeros olhares estranhos, alguns de pena, outros que a julgava e até de nojo, entretanto os olhares não eram nada, se comparados a gravação que aos poucos ecuava pelos corredores através do sistema de som do colégio. A maldita gravação era de uma conversa que ela e Finn tiveram a alguns dias, onde ele implorava a ela que tomasse as condenadas vitaminas em função do bebê. Ela não terminou de ouvir e correu para o banheiro mais próximo, onde estava agora.

Rachel: Santana? Você ainda está aí? – Com as mãos sobre a porta do banheiro ela perguntou.

Santana: Sempre. – O tom usado era doce, que alguns até duvidariam ser de Santana, mas que Rachel conhecia bem.

Rachel: Me ajuda eu não aguento mais. – Ela deixou que o choro viesse, alto e doloroso.

Santana: Rach eu não posso fazer com que toda a escola esqueça o que escutaram e muito menos tirar esse bebê da sua barriga, porém eu posso ser sua amiga e te dar aquele abraço que eu sei que você quer. – Ela ouvia a menor chorar do lado de dentro da cabine. – Mas para isso você precisa abrir essa porta.

Santana pode ouvir mais alguns soluços, e logo o som da tranca e depois viu o pequeno corpo da amiga sair de lá de dentro e se jogar em seu colo.

Santana: Shhh, fica calma. – Ela acariciava os longos fios castanhos da amiga. – Vai ficar tudo bem eu prometo.

Rachel: Eu quero ir embora. – A menor falou sobre os ombros da maior.

Santana: Eu vou ligar pra sua madrinha, mas eu preciso que você fique calma.

Depois de alguns minutos de choro Santana conseguiu fazer com que Rachel se acalmasse e a colocou sentada no pequeno banco que havia ali e ligou para Sue, que chegou em quinze minutos e com a ajuda de Santana levou a afilhada até o carro. A morena se despediu das duas dizendo que assim que saísse do colégio iria ver a amiga.

Sue acabara de entrar no banco do motorista quando ouviu uma batida no vidro e pode ver um Finn ofegante esperando alguma resposta a da mais velha.

Sue: Eu realmente acho que você deveria voltar para a aula. – Disse abrindo o vidro e verificando a afilhada que grogue de sono não percebeu a figura de Finn parada na porta do carro.

Finn: Eu só queria saber como ela está.

Sue: Como você acha? – Um pequeno silêncio se instalou entre eles, até Finn quebrá-lo.

Finn: Eu acho que você deve levá-la para casa, toda essa agitação pode fazer mal, não é mesmo?

Sue: E o que eu digo pra ela? Você sabe que a partir de agora as coisas vão piorar drasticamente e sinceramente, eu não acho que ela vai aguentar, não depois do que aconteceu hoje.

Finn: Eu entendo, mas eu não sei o que fazer ou como agir.

Sue: Então encontre uma forma de agir e o que fazer, por que ela vai precisar muito disso e eu peço que você não a decepcione mais uma vez.

Finn viu o carro sumir, conforme se afastava, suas ideias e pensamentos estavam muito confusos, ele precisava de algo para ajudar Rachel, pra ontem, e foi pesando na menina e nos maiores amores dela que ela teve uma ideia. Com a ajuda de Santana tudo daria certo e por mais que seu corpo e sua mente dissessem que ele falharia, lá no fundo algo desejava mais que tudo que aquilo desse certo.