Fazia uma semana desde o desmaio de Rachel na frente de todo o clube Glee. As coisas iam de mal a pior, a gravidez da menina a cada dia se mostrava mais complicada, os pais da mesma não davam notícia a algum tempo e a garota começava a entrar em um quadro de depressão que Sue não conseguia lidar. Há três dias Rachel não pisava no colégio, sua alto-estima estava muito baixa e a garota sentia falta dos pais e principalmente de Finn, porém se odiava por ainda nutrir tal sentimento pelo garoto que desgraçou sua vida.

– Querida você precisa levantar dessa cama. – Sue tentava mais uma vez fazer com que Rachel saísse do quarto e voltasse a viver.

– Eu já lhe disse que nunca mais vou sair daqui. – Com a cabeça mergulhada no travesseiro, Rachel reclamou.

– Então apenas coma um pouco. Além de ficar fraca isso faz mal ao bebê. – Rachel explodiu.

– NÃO O CHAME DE BEBÊ, ELE AINDA NÃO É NADA E SE DEPENDER DE MIM NÃO SERÁ. EU NÃO O QUERO E NUNCA QUIZ, ENTÃO PARE DE CUIDAR DELE. – A menina havia entrado em negação, não aceitava a gravidez e nada que alguém lhe falasse.

– Rachel, você precisa entender de uma vez por todas que vai ter que arcar com suas próprias ações, nada que fizer ou falar vai tirar esse bebê que está na sua barriga. – Foi firme, porém era a única forma de contornar a situação.

– Eu não queria. – Ela voltou a chorar como nos outros dias, Sue saiu do quarto da menina deixando a bandeja com o café que fizera.

Ela precisava fazer algo para ajudar a afilhada, desse jeito a menina não aguentaria até o fim da gravidez. Foi pensando nisso que ela pegou o telefone e fez uma ligação, não sabia se era o certo, mas na hora foi o melhor que pensou.

Uma hora mais tarde...

– Eu não entendo por que a senhora me chamou aqui. – Sue estava conversando com Finn na sala de casa, enquanto Rachel dormia no andar de cima, depois de chorar a manhã inteira.

– Eu sei que parece estranho, mas eu preciso começar a resolver as coisas que dizem respeito a Rachel e você é uma das pendências e devo dizer que a mais difícil de todas.

– Desculpe, mas eu ainda não entendo.

– Você machucou muito os sentimentos da Rachel rapaz, mas ela o ama mesmo assim. – Sue viu os olhos do rapaz brilharem com a revelação. – Quero que saiba que por mim você nunca mais chegaria perto dela, suas ações me causam nojo, mas eu devo fazer o melhor para ela e apesar de tudo você ainda é o melhor para ela.

– Eu realmente peço desculpas pelo que fiz, sinto muita vergonha disso, mas eu realmente quero consertar as coisas com ela.

– Bom, você tem que ser forte antes de tudo e espero que não faça nenhuma outra burrada com minha afilhada.

Finn assentiu em silêncio e seguiu os passos da jovem senhora até a frente de uma porta branca. Ele viu Sue sinalizar silêncio com os dedos e quando a mesma abriu a porta ele pode ver um pequeno corpo repousando sobre a cama coberta por um fino cobertor. Era Rachel, a pequena dormia tranquilamente, seu peito subia e descia conforme sua respiração. Sue ajeitou o cobertor da afilhada, antes de sentar-se ao lado da menina.

– Logo ela deve acordar. – Acariciou o rosto sereno da garota.

– O que ela tem? – Finn perguntou vendo a palidez estrema no rosto de Rachel.

– Eu prefiro que ela conte a você.

Finn não entedia todo aquele mistério que Sue fazia em relação a afilhada, sabia que a possível conversa com Rachel não seria nada fácil, além de ter medo da reação da menina ao vê-lo, sentia que o que ela falaria não seria fácil.