Sobrevivemos ao primeiro mês. Logo voltamos a trabalhar – Mac nos deu alguns dias de folga – e nos encacharmos à nova rotina. Graças a Deus não tivemos muitos problemas de convivência.

POV´S Lindsay OFF~

Depois que tomou o café da manhã, se apressou para chegar a tempo de conseguir comprar algum presente para Jessica, já que a morena comemoraria seus vinte e oito anos no apartamento de Flack naquela noite.

Assim que saiu do elevador que levava ao oitavo andar do laboratório, foi surpreendia por Flack que passava as mãos pelos cabelos.

Flack:- Você precisa me ajudar! – Segurou-a pelo braço esquerdo e apertou os passos.

Lindsay:- Onde é o incêndio? – O acompanhava tentando entender o que estava deixando-o afoito.

Entraram na sala de Stella, que foleava revistas de roupas femininas enquanto sua mão livre acariciava a barriga de quatro meses. Toda a ajuda era necessária.

Flack:- Preciso encontrar um presente para Jess. Encontrou alguma coisa, Stella?

Stella:- Tudo que sugiro você diz que não... “nenhuma blusa é suficiente para ela” “bolsa é tão comum e ela já tem centena” “chocolate é clichê” – imitava o tom grave da voz do amigo enquanto Lindsay olhava gargalhando – Desse jeito fica difícil ajuda-lo!

Flack:- Essa gravidez está deixando você muito sarcástica... – Balançou a cabeça.

Lindsay:- Don, sem querer deixa-lo mais aflito...

Flack:- Você deixa muito mais quando diz isso. Oque é?

Lindsay:- É melhor você encontrar logo esse presente tão especial porque conhece muito bem a namorada que tem... Dependendo do presente, talvez volte a ser solteiro.

Ela e Stella não se controlaram e deixaram a sala morrendo de rir da cara de desespero do amigo. Flack precisava definitivamente acertar no presente e ficar olhando para as paredes não adiantaria muita coisa. Aproveitou que as coisas estavam tranquilas no departamento, pegou as chaves do carro e foi em direção as lojas.

Jessica começou bem sua manhã de sexta feira. Assim que acordou tomou um bom banho, pegou o Jeans surrado que mais gostava seguido pelos tênis e a blusa de mangas compridas verde-escuro. Fez uma careta quando viu seu reflexo no espelho. Queria ficar diferente, seu cabelo preto ganhara um tamanho exagerado nos últimos meses e sua pele estava quase transparente.

Antes de rezar para que alguma mulher muito ocupada tivesse desmarcado seu horário no salão de beleza, foi até a loja de conveniência comprar bebida – com tantas, poderia embebedar cinquenta pessoas – petiscos, refrigerante e sucos para mais tarde. De ultima hora, resolveu levar trufas e encomendar um bolo de tamanho médio coberto com ganach de chocolate. Deixando as compras no porta-malas do Toyota, caminhou-se em direção ao shopping, onde Tad gerencia um salão de beleza.

Tad:- Céusssss , Jessica! – gritou o cabeleireiro balançando seu topete platinado – Pessoal abram caminho! Tenho uma mulher aqui em situação critica. – Puxou uma cadeira e empurrou-a para dentro.

Jessica:- Muito obrigada, Tad... Estou me sentido muito atraente agora! – Escorregou pela cadeira com a face corada.

Tad:- Não se sinta, porque você está horrível. Jully traga o de sempre, Rose pegue as tesouras, Sue vá ao segundo andar e busque meu nécessaire de truques e cuide do meu cliente de meio dia... – Tad dava ordens, sacudia as mãos loucamente, como se estivesse prestes a realizar uma cirurgia de emergência.

Jessica:- Eu não pretendia bagunçar seu dia.

Tad:- Querida, por que mais viria aqui em plena sexta-feira no horário do almoço? Com certeza não é para contribuir para a paz mundial!

Jessica mordeu o lábio inferior.

Tad:- Mas, eu não faria isso por mais ninguém a não ser você, Angell.

Jessica:- Obrigada!

Tad:- Quais são as novidades? – Descansou suas mãos magras pela bancada de vidro encarando Jessica. Tad sempre se vestia de forma impecável. Era o bastante para qualquer mulher se sentir um completo lixo.

Jessica:- Melhor impossível! – Deu um suspiro.

Tad:- Quem é o bofe? – Tocou os ombros da morena.

Jessica:- Meu parceiro de trabalho...

Tad:- Aquele detetive bonitão? – Arregalou os olhos verdes.

Jessica:- O próprio. – Sorriu se lembrando de quando Tad viu Flack pela primeira vez no departamento. Ele ajudara a prender um grupo de neonazistas que atacaram o cabeleireiro há anos atrás.

Tad:- Santo Antônio dos abdomens definidos, não é que você sabe escolher algum homem descente?! – Se abanava pensando em Flack.

Jessica:- – Balançou a cabeça secando as lagrimas que se formaram por causa de Tad – Você não existe... – Ainda gargalhava.

Tad:- Mas santo Deus, Jessica, quando você encontrou aqui, viu a palavra “magico” ou “cabeleireiro”? Olha só esse seu cabelo... A Rapunzel invejaria o tamanho dele.

Jessica:- Não sei como você tem amigos...

Tad:- Então detetive, o que pretende fazer nesses cabelos? – Separou algumas mexas com cara de reprovação.

Jessica:- Faça o que quiser, eu confio em você! – Entregou-lhe a tesoura dourada.

Os olhos de Tad brilharam. Adorava clientes que lhe davam autonomia de trabalhar sem se limitar a cortes de revistas. Pegou a tesoura das mãos da morena com um sorriso de orelha a orelha e começou a cortar, enquanto Jully preparava uma coloração.

Tad:- Não se mexa.

Jessica:- Não consigo Tad, você deu partida e agora não consigo parar de rir...

Tad:- Eu sempre disse que você acabaria em um manicômio.

Ela riu ainda mais alto.

Jessica:- Oh, sinto muito. Simplesmente não consigo para de rir. – Seu estomago já doía de tanto rir, e estava consciente de todos os olhares curiosos sobre ela.

Tad:- Agora você está rindo, mas espere até que eu, por acidente picote seu cabelo errado ou saia daqui com listras coloridas...

Passando duas horas, Jessica precipitou-se para fora do salão exibindo seu novo visual. Os cabelos que antes chegavam ao final das costas se limitaram até os ombros. As pontas onduladas ganharam tons de loiro acobreado. Assim que pôs os óculos escuros sentiu olhares sobre ela. Voltou à confeitaria pegando o bolo e foi para o apartamento do namorado.

(...)

O dia chegava ao fim. Stella sentiu-se indisposta durante a tarde, deixando Mac com o dobro de preocupação.

Mac:- Stell, não é melhor ficar aqui?

Stella:- Não estou doente! E além do mais, eu jamais deixaria de ir ao aniversario da Jess.

Mac bufou concordando contra sua própria vontade.

Stella:- Não fica com essa cara... – depositou alguns beijos em Mac enquanto arrumava a gola da blusa xadrez – Você precisa deixar de ser tão preocupado.

Mac:- Como se isso fosse possível... – Deu um sorriso amarelo.

Stella:- Você não se parece nem um pouco com o Mac que o Adam teme. – Sorriu.

Mac:- Olha, o Ross é muito inteligente por temer-me...

Stella:- Está se tornando um carrasco com ele... Pobre Adam.

Mac:- Não há melhor diversão quando ele percebe que estou encarando-o. – Deu uma gargalhada alta.

Stella:- Cruel... – vestiu o, sobretudo branco e entrelaçou seus dedos nos de Mac – Vamos!

Flack abriu a porta de seu apartamento seguido por Grace e ficou maravilhado com o que viu.

Jessica estava concentrada arrumando as garrafas de whisky, uma mecha de seu cabelo caia sobre seus olhos avelã. Seu jeito destrambelhado e neurótico era algo que ele poderia ficar por horas a fio observando.

A risada de Danny e Sheldon vinha da varanda, provavelmente o loiro havia feito alguma piada maldosa. Lindsay estava com as mãos no ventre da grega que esbanjava alegria.

Sem fazer barulho, Flack abraçou Jessica por trás e beijou seu pescoço.

Flack:- Quando penso que você já não pode ser mais gata, me surpreende dessa forma...

Jessica:- Gostou? – O beijou.

Flack:- Claro, está perfeita!

Jessica:- Grace! A senhora veio... – correu até a idosa e lhe deu um abraço apertado – Flack disse que a senhora quase não sai de casa...

Grace:- O Juninho está certo, mas eu não poderia deixar de dar os parabéns para minha nora...

Jessica:- Eu me sinto honrada... – Novamente abraçou-a.

Abraçados, seguiram até a sala de estar ajudando Grace a se sentar em uma das poltronas. A mesma andava com dificuldade. Sua idade já avançada preocupava Don, ele insistira para que ela morasse em seu apartamento, mas como a maioria dos idosos, gostava de ser independente.

Flack:- Amor, fica sentada que vou buscar seu presente...

Todos encarraram Flack.

Flack:- Nossos amigos tentaram ajudar, mas eu queria algo diferente... Algo como você. – Depositou um beijo nos lábios vermelhos de Jessica, deixando a boca borrada.

Lindsay:- Eu espero que ele tenha acertado... – Cochichou para Stella segurando o quinto copo de tequila.

Jessica:– Flack, você está me deixando curiosa...

Flack:- Já vou buscar...

Flack desceu as escadas indo em direção a garagem, enquanto os ostros levantavam opiniões sobre o presente.

Jessica:- Vocês não sabem o que é?

Stella:- Não.

Jessica:- Linds?

Lindsay:- Ele ficou o dia todo fora do departamento, eu juro que não sei...

Adam:- Também não sei de nada...

Os passos de Flack se aproximavam do corredor que levava a sala. Assim que entrou, os olhos da namorada brilharam diante a enorme caixa branca de bolas vermelhas, que ele segurava com dificuldade.

Flack:- Parabéns anjo! – Estendeu a caixa.

O laço foi desfeito com velocidade e assim que se deu conta do que era Jessica se pôs a chorar de felicidade. Ali estava um filhote de São Bernardo. Imediatamente ele foi para o colo da nova dona e todos sorriram ao ver o quanto Jess parecia uma criança na noite de natal.

Flack:- Pela reação, eu acertei! – Comentou com Danny.

Danny:- Você se superou...

Jessica:- Don... Eu nem sei o que dizer...

O filhote branco com manchas marrons lambia as mãos de Jessica e ela apertava-o em um abraço. De repente, a expressão da mesma ficou seria e com uma tristeza aparente.

Flack:- Ei, o que foi? Não gostou?

Jessica:- Eu amei, ele é tão fofo...

Flack:- Mas?

Jessica:- No apartamento não são permitidos animais... Eu gostei tanto dele, como você me dá um presente que eu não vou poder ficar?

Flack:- – Deu uma risada – No apartamento de vocês não, mas aqui pode... – Lindsay soltou um grito histérico devido à bebida – E além do mais, você não viu o presente do seu novo amiguinho... – Se referia ao papel enrolado que estava na coleira do animal.

Jessica:- Amor... – Seu coração explodia no peito.

Flack:- Leia em voz alta.

“Jessica Angell

Eu nunca imaginei que estaria fazendo isso por alguma mulher, ainda mais por você. (risos)

Você chegou fazendo bagunça no meu coração, mas mostrou que veio para ficar.

Tem ideia de quantos sorrisos eu já dei só de pensar em você? Do tamanho da minha vontade de beija-la todas as vezes que me chamou de idiota?

Amor, eu sei que pode parecer um passo muito grande na nossa relação, que você pode ficar assustada, mas pra mim, esse é o momento certo. Iremos ficar acordados na madrugada debaixo do cobertor contando historias idiotas. Na primeira semana eu prometo que acordo cedo para te levar café na cama, mas só na primeira semana (risos). Vamos cuidar do nosso cachorrinho, discordando do nome que ele terá. E o mais importante, estaremos juntos até em outras vidas.

Jessica, você quer ser minha mulher? Quer se casar comigo? ”

Suas mãos tremiam, seu corpo arrepiava imaginando Flack escrevendo todas estas palavras e seu coração batia ao ritmo do dele. Quando se sentia tão especial, sua felicidade escorria pelos olhos e naquele momento não era diferente.

Flack:- Então, quer ser a Sra. Flack? – Ajoelhou-se diante de Jessica segurando suas mãos finas.

Jessica:- Você... Deixou-me sem palavras...

Flack:- Só diga que sim.

Jessica:- É claro que eu aceito ser sua esposa, meu asno.

O beijo foi aplaudido de pé por todos ali presentes. Grace estava muito emocionada, toda a noite pedia em suas orações para que estivesse viva e presenciar Donald e Samantha felizes.

Danny:- Acho que os noivos merecem um brinde. Levante suas taças!

A pedido de Danny, fizeram um brinde com Champanhe e sucos – Stella e Grace não bebiam álcool – e se emocionaram com o momento mais importante da vida dos dois.

Aos poucos, todos foram voltando para suas casas deixando os noivos a sós.

Jessica:- Você é lindo, sabia? Eu amei meu presente de aniversario. – Olhava para seu amigo deitado sobre o tapete do quarto de Flack – Como o escolheu?

Flack:- Eu estava pirando para encontrar um bom presente para você, e nessa hora passei em frente ao pet shop. Ele acabou deitando no meu colo, e então sabia que ele era nosso cachorro...

Jessica:- Eu ainda não acredito que tenho um noivo e um cachorro. – Deu um sorriso que Flack adora ver.

Flack:- Pode acreditar! Essa semana vamos marcar a data do casamento.

Jessica:- Combinado. – Se beijaram.

Flack:- Vou levar a vovó em casa e já voltou. Queria ver você vestida com a lingerie que a Lindsay te deu... – Mordeu os lábios maliciosamente.

Jessica:- Ouviu isso meu amor? – Pegou o filhote nos braços – Seu pai é um tarado.

(...)

Danny e Lindsay acabavam de chegar a seu apartamento. Estavam completamente bêbados e por isso, vieram de taxi.

Lindsay:- Danny... Eu não estou tão tonta assim, o que acha de bebermos mais um pouco?

Danny:- O que temos?

Lindsay:- Deixa-me dar uma olhada – caminhou até a cozinha e foi abrindo os armários e a geladeira a procura de algo alcoólico –. ACHEI! – Gritou com uma garrafa de Vodka na mão.

Danny:- Você não acha que é muito forte? Até porque já bebemos né?

Lindsay:- Qual é, Danny. Nós nem bebemos.

Danny:- Tudo bem...

Lindsay pegou suco e dois copos. Começou a encher os dois com um pouco do liquido doce e muita Vodka. Depois de alguns copos, eles estavam rindo de qualquer coisa.

Lindsay:- Já ... chega... Danny. Melhor irmos dormir. – Gargalhava. Danny apenas assentiu com a cabeça e se levantou da cadeira e esperou Lindsay passar por sua frente em direção ao quarto.

Na entrada, a mulher acabou dando uma trombada na parede do corredor e Danny a segurou, quase derrubando ambos.

Danny:- Cuidado! – Disse com o rosto bem próximo do dela. Lindsay ainda o encarrando, apenas concordou com a cabeça e aproximou seu rosto do dele.

Ele ficou entre olhar nos seus lábios e seus olhos, até que seus lábios se encaixaram. Começou um beijo lento, Danny a prensou na parede e colocou sua mão em volta d pescoço dela, enquanto Lindsay passava suas mãos frias por baixo na camisa polo, deixando marcas de unhas pelo abdômen.

Com uma mão no pescoço da mesma e com a outra em volta de sua cintura, Danny a segurou e começou a caminhar em direção a cama. Deitou-a na cama, e colocou seu corpo por cima do dela delicadamente. Voltaram a se beijar enquanto Danny subia lentamente sua blusa, cortaram o beijo rapidamente para tirar a blusa da mulher e aproveitando, retirou a sua também. O beijo ganhou velocidade e seus corpos já se roçavam.

Lindsay começou abrindo o cós da calça do marido, atirando a mesma no chão. Se pôs de pé indo até a escrivaria procurando por um preservativo.

Assim que já estava protegido, terminou de tirar as roupas intimas da mulher e encaixando seu membro na intimidade da mesma. Lindsay desceu seu corpo pelo dele, lhe dava beijos rápidos e aumentava a velocidade da penetração, até que ambos chegaram ao clímax.

Lindsay desabou completamente pelo corpo de Danny, que ainda ofegante passou os braços pela cintura, enquanto seus dedos faziam carinho no glúteo da mesma.

(...)

O sol já se mostrava presente no centro da cidade, Lindsay acordava com pontadas fortes na cabeça e com a claridade invadindo o quarto. Assustou-se a se ver nua, na cama e enrolada no lençol. Colocou as mãos sobre a boca em susto, ao ver Danny deitado dormindo ao seu lado, enquanto flashes da noite anterior inundavam sua mente.

No laboratório Stella e Mac saiam do elevador cochichando. A noite havia sido longa para os dois, e segundo o homem, a gravidez estava aumentando o desejo e o fogo da grega.

Stella:- Se encontramos o suspeito foragido do caso de alguns meses atrás, eu repito a dose hoje à noite. – Piscou.

Mac:- Não me provoque que sou capaz de agarrar você aqui mesmo.

Cada um foi para um lado do laboratório até que sumiram pelos corredores.

Na recepção, um senhor de cabelos lisos grisalhos escandalizava com a funcionaria que tentava entender o que ele queria.

Recepcionista:- Senhor acalme-se! Com quem gostaria de falar?

– Quero ver a minha filha, eu preciso encontra-la...

Recepcionista:- Certo, senhor. E quem é sua filha? Pelo que entendi ela trabalha em um dos setores desse prédio.

– Não por muito tempo! O nome dela é Lindsay Monroe.