Anything You Need escrita por sweet writer


Capítulo 3
Vizinhos & Convites


Notas iniciais do capítulo

Ooooi people!!
Capítulo novo como eu prometi!
Esse é bem grandinho também hehe :)
Espero que gostem!!



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POV. Ally

Sabe aquele quarto de princesa do qual você sempre sonhou em ter? Então, agora eu tinha. Me sentia tão confortável naquele quarto, a cama tão macia, tudo tão organizado, fiquei completamente encantada.

Ouvi passos do meu pai pela escada, ele parecia estar quase que perdendo seu fôlego de tanta força que fazia, saí do meu quarto e fui até a escada ajudar ele a subir minhas malas, realmente estavam pesadas, mas não era impossível de carrega-las. Ele carregava três malas então peguei uma para diminuir o peso que uma delas descarregava em cima dele, coloquei a mala ao lado da minha cama e meu pai tratou de fazer o mesmo, sentei na cama e ele se sentou ao meu lado.

– Gostou do quarto? – ele me perguntou com um sorriso radiante olhando para mim na espera de uma resposta que o deixasse mais feliz do que já estava –

– Não, não gostei nem um pouco! – disse e ele logo desfez seu sorriso – Eu simplesmente amei! É o melhor quarto que uma garota pode querer! Obrigada, pai! É lindo! – sorri –

– Fico feliz que tenha gostado tanto do meu presente! – ele disse colocando seu sorriso radiante novamente em seu rosto – Espero que você continue a gostar dele assim pelos próximos anos que passar comigo!

Anos? Anos? Como assim “anos”? Mamãe disse que não demoraria tanto tempo para voltar, não vou considerar que o “muito tempo” dela seja anos, mas, tenho que admitir, não faz nem um dia que estou em Miami com meu pai e durante minha vida toda, ao lado de minha mãe, nunca tive o que ele me deu! O quarto, o emprego, o salário (acho que seria mais como uma mesada), nunca tive maquiagens daquelas que ele tinha comprado para mim, nem uma cama de casal, nem uma janela com vista para a praia, enfim, nunca tive nada daquilo e, além de tudo, ele ainda me tratava bem, mesmo a gente não tendo se visto por um bom tempo ele me trata como se nos víssemos todos os dias, compartilhássemos a mesma casa e a mesma vida a anos, ele me trata como seu eu fosse mais do que uma filha, e sem dúvida alguma, eu realmente sabia que não éramos como apenas pai e filha, nós éramos mais que isso, nós éramos amigos, em tão pouco tempo, como se não fosse nada demais. Não vou mentir e nem negar, eu não me importava se eu não o conhecia muito bem, se eu não o via todos os dias, se fazia tampo que estávamos longe um do outro, o que me importava era que estávamos ali agora, juntos, e eu sentia aquela ligação, era uma coisa boa e muito forte.

Eu passei muito tempo com minha mãe mas ela nunca foi em 17 anos o que meu pai foi em menos de um dia, claro que ela era uma ótima mãe, claro que eu a amava muito, claro que ela sempre cuidou bem de mim e sempre me tratou da melhor forma possível mas, com tudo aquilo que eu tinha agora, com finalmente poder sentir que eu tenho um pai, finalmente poder ter o quarto que eu sempre quis, a casa que eu sempre sonhei, uma chance de melhorar minha vida que estava bem na palma das minhas mãos, uma chance de poder ser alguém e fazer do meu futuro o que eu sempre desejei estava bem ali, à minha disposição, naquele lugar, eu sentia que era meu lugar, o lugar certo aonde eu deveria estar, eu não sei como, mas eu sabia que minha vida estava prestes a mudar, se eu estivesse naquela cidade, tudo daria certo.

Eu logo de cara amei esse lugar, é tão maravilhosamente diferente de Seattle, se eu voltasse pra lá imagina quantas coisas eu perderia, quantos sonhos meus seriam jogados fora, quantas chances eu deixaria para trás, pode ser loucura, não, não pode ser uma loucura, é literalmente uma loucura mas, eu não queria mais ir embora, eu não queria sair dali, eu não queria voltar para a casa da minha mãe em Seattle, fazia muito pouco tempo que eu estava em Miami, mas eu queria permanecer naquela cidade que tanto me encantava e enchia meus olhos e minha mente de esperanças e sonhos, coisa que eu nunca tive em Seattle.

Muita coisa ainda vai mudar, vou conhecer pessoas novas e estudar em um lugar novo e fazer várias atividades novas também, eu sabia que minha mãe ficaria decepcionada se eu não voltasse para Seattle com ela depois da pesquisa e sabia que meu pai ficaria decepcionado se eu voltasse com a minha mãe e o deixasse ausente em mais anos da minha vida, como se eu não me importasse com ele ou com o que ele significava para mim, eu não tinha certeza de nada, eu tinha apenas vontades, eu queria sim ficar em Miami por muitos anos da minha vida com meu pai ao meu lado, mas não queria deixar minha mãe morando sozinha, eu estava um pouco confusa naquele momento que acabei até me esquecendo de que meu pai estava lá ainda.

– Com certeza pai, agora que estou aqui vou ficar por muitos anos! – sorri e pude perceber que ele ficou realmente feliz com a minha resposta, eu sabia que ele sentia a falta da sua filha, assim como eu sentia falta do meu pai –

– Eu te amo, filha! Mesmo tendo sido ausentado da maior parte da sua vida não duvide nunca do meu amor e nem do meu carinho por você! – ele sorriu de canto e eu fiz o mesmo, acho que meu sorriso tinha sido maior e mais alegre que o dele, eu fiquei realmente feliz com o que acabara de ouvir –

– Eu também, pai! – ele se levantou ainda com um sorriso no rosto e me deu um beijo na testa, se virou e saiu do meu quarto, eu ouvia o barulho de seus sapatos na escada o que me fazia pensar que ele precisava de um sapato novo –

Era disso que eu precisava. De um pai. Ainda sentada na cama voltei minha atenção para meus pensamentos, mas eu ainda tinha muito tempo para pensar se eu voltaria para Seattle com a minha mãe ou se eu ficaria em Miami com o meu pai, certo? Tratei de desviar minha atenção dos meus pensamentos, me levantei e fui até a janela do meu quarto olhar a bela imagem que meus olhos recebiam, o que me deixava fascinada. Aquela praia parecia ser um paraíso, iam dar 12:30 e o sol parecia ficar cada vez mais forte, as ondas do mar se agitavam e dava para escutar o doce barulho das águas lá do meu quarto, o que me deixava calma, não tinha quase ninguém na praia, olhei as pessoas andando pela calçada, os carros andando pelas ruas, as lojas, as roupas que as adolescentes vestiam, era muito diferente, nunca vira nada igual antes, era surpreendente, fiquei por um tempo olhando aquela paisagem deslumbrante e não demorou muito para meu pai me chamar.

– Ally, o almoço esta pronto!

Desci rápido para a cozinha, eu já estava mesmo ficando com fome.

– Hm! Que delícia! O que é isso pai? – perguntei, olhando o que ele tinha preparado para o almoço, estava realmente com uma cara muito boa! –

– Isso é lasanha ao estilo Lester Dawson! – ele disse sorrindo, não pude me segurar e dei uma risada ao saber o nome do meu almoço –

– Hm, parece estar muito bom! – peguei um prato e ele colocou a lasanha para mim, peguei talheres e me sentei ao lado dele na mesa –

– O que achou? – ele me perguntou quando viu que eu tinha colocado o primeiro pedaço da lasanha para dentro da minha boca –

– Muito bom! Muito bom!

– Sabe o que tem aí?

– O que tem?

– Tem massa, presunto, queijo, um molho de tomate básico e na camada do meio da lasanha eu recheei com catupiry!

– Catupiry? Nunca tinha comido! Acho que ninguém nunca fez lasanha com catupiry no meio!

– Bom, eu faço! Por isso o nome Lasanha ao estilo Lester Dawson! – rimos juntos dessa vez –

– Ah, entendi! O senhor cozinha muito bem pai! Está ótimo!

– Obrigado! Ally, você cozinha?

– Algumas coisas, pouca coisas!

– O que você sabe cozinhar? – ele me perguntou ainda com um sorriso –

– Sei fazer miojo! – ele riu – Sei fazer frango, carne, arroz, feijão e panquecas!

– Eu não sei fazer panquecas! – eu o olhei e nós dois rimos –

– Se quiser te ensino! – falei tentando ser o mais adorável possível –

– Claro! E, qual sua comida favorita?

– Não tenho comida favorita, mas amo picles!

– Sério? Picles? – ele me olhou como se achasse que eu estava brincando –

– Sim, seríssimo! E a sua, pai?

– Como de tudo! Mas não vou mentir, amo pizza!

– É bom! – falei, e voltamos a comer a lasanha –

Não demorou muito e já tínhamos os dois terminado, meu pai se levantou e foi até a geladeira, abriu e pegou um potão de sorvete! Não era um pote de sorvete normal, era MUITO grande! Mas não me importei, eu amava sorvete!

– Meu Deus! – falei arregalando os olhos em direção ao pote – Isso é sorvete? – perguntei para meu pai, indignada –

– Não, é feijão! – desfiz minha cara de surpresa e o olhei confusa enquanto ele soltou uma risadinha ao ver minha expressão – Brincadeira Ally, é sorvete de creme, gosta?

Não era meu preferido, lógico, mas eu gostava de creme sim então assenti. Ele pegou dois potinhos de sobremesa junto com o potão de sorvete e o colocou sobre a mesa, pegou duas colheres e pois sorvete no meu potinho e no potinho dele. Eu não sabia de que marca era o sorvete mas para ser bem sincera, é um dos melhores sorvetes de pote que eu já comi!

– Bom, não é? – ele me perguntou –

– Sim, muito! – comi o sorvete e o coloquei na pia, em seguida fui para a sala e liguei a TV. –

Meu pai se sentou ao meu lado.

– Esta ansiosa para segunda-feira?

– Segunda-feira? O que tem segunda-feira?

– A escola nova... lembra?

– Claro que lembro, e sim, estou muito ansiosa, talvez nervosa...

– Normal, sei que vai se dar muito bem aqui e na nova escola!

– Eu também sei! – sorri de canto –

– Sabia que nossos vizinhos tem um filho? – ele me perguntou olhando para a TV e logo depois me encarando –

– Ah é? Legal pai...

– Ele estuda na mesma escola que você vai estudar! Ele tem sua idade!

– Hm, qual o nome dele?

– Dez! Sabe, acho que seria legal você chamar ele para conversar ou algo assim, você pode fazer um amigo novo e ele ainda pode te mostrar a escola!

– Claro pai, vou ver! – claro que não vou ver nada né, mal cheguei aqui e meu pai já quer que eu saia falando com um garoto que eu nem sabia que existia à um minuto atrás? Claro que sem chance disso acontecer né? –

– Legal, pode colocar o lixo da cozinha lá fora pra mim por favor, Ally?

– Posso sim! – me levantei e fui até a cozinha, peguei o lixo, amarrei uma ponta da sacola na outra ponta, caminhei até a sala, abri a porta e coloquei o lixo. –

– Oi! – disse um garoto ruivo do outro lado do cercado que separava uma casa da outra, ele era alto, usava calça colorida, uma blusa laranja com um desenho na frente, usava um tênis laranja também, seu sorriso era branco e brilhante, seu cabelo tinha uma franja realmente adorável, ele tinha sardinhas que o deixava com uma aparência fofa, ele parecia encantador –

– Oi... – falei meio sem jeito –

– Você não é daqui né? – ele me perguntou sorrindo –

– Não, sou de Seattle mas vou morar aqui agora..

– Ah, sabia que nunca tinha te visto por aqui! – ele foi chegando mais perto – Seja bem – vinda a Miami!

– Obrigada! – sorri de canto –

– Qual seu nome?

– Ally, Ally Dawson! E você deve ser o Dez, acertei?

– Acertou! – ele riu – Como sabia?

– Meu pai me falou de você agora pouco, meu pai é o Lester, seu vizinho... você deve conhecer...

– Sim sim, ele mora aqui a muito tempo mas não sabia que ele tinha uma filha assim e nem que ele falaria de mim pra ela...

– Assim como? – perguntei confusa –

– Assim... linda... – ele corou ao falar isso e percebi que aconteceu o mesmo comigo, sentia meu rosto ficar vermelho como os dele, e não vou mentir, ele ficava realmente fofo quando estava corado –

– Obrigada! – corei mais ainda – Você também é bonito! E fica fofo vermelho... – POR QUE EU TINHA FALADO ISSO? Simplesmente escapou da minha boca, não, eu não queria ter falado nada, apenas o meu “Obrigada” já bastava... –

– Bonito? Acha mesmo? Obrigado... E... Eu estou vermelho? – ele perguntou um pouco envergonhado –

– Quase nada...

– Certo... Então Ally, o que esta achando da cidade?

– Pra falar a verdade, cheguei hoje, então não vi quase nada da cidade ainda... mas aparentemente é um lugar maravilhoso!

– É sim... e já sabe aonde vai estudar?

– Não sei o nome da escola, mas sei que começo na segunda-feira... meu pai comentou que era na mesma escola que a sua...

– Ah, então é na Marino High School, não é tão longe daqui e acho que vai gostar bastante!

– Espero que sim...

– Vai sim! Se quiser, eu posso te mostrar um pouco da cidade e na segunda posso te mostrar a escola...

– Claro! Seria ótimo conhecer tudo aqui! – dei um sorriso de canto –

– Pode ser hoje à tarde?

– O que pode ser hoje à tarde?

– Um passeio para você conhecer melhor a cidade, o que acha? Não se preocupe, eu tenho carro, uma coisa rápida sabe? Só te mostrar uns lugares legais daqui... na segunda te mostro a escola toda e pode ser até bem legal sabe... a gente pode se conhecer melhor, já que agora você vai morar aqui...

– É... – me senti corar de novo – Pode ser legal mesmo... sim sim e nos conhecer melhor também... é...

– Então... pode ser assim?

– Pode! Está ótimo! Hoje à tarde...?!

– Pode ser umas 15:00 da tarde?

– Claro... pode sim...

– Legal... venho aqui te chamar então...

– Tá...

– Tá... então... até mais tarde... – ele sorriu –

– É... até mais tarde...

Virei as costas com um grande sorriso no rosto, olhei para trás vendo que ele ainda estava lá, parado, me esperando entrar, abri a porta e a fechei com o sorriso permanente no meu rosto, de orelha a orelha, não conseguia esconder minha felicidade, quando entrei vi que meu pai não estava mais na sala, possivelmente estava no quarto dele, subi as escadas e fui direto para o meu quarto, abri a porta, entrei no quarto e a fechei, peguei minhas malas e coloquei uma de cada vez sobre minha cama, abri todas elas e comecei a arrumar as roupas no meu guarda roupa e a organizar meu quarto preenchendo-o com as coisas que eu trazia.

Acabei tudo pouco tempo depois, olhei minhas roupas e aproveitei para escolher a que eu usaria essa tarde no meu passeio com o Dez, claro que escolhi uma roupa perfeita para a ocasião e fui me arrumar, afinal eu estava realmente animada... sem contar que eu queria que saísse tudo da melhor forma possível naquela tarde e eu deveria estar agradável para dar boa impressão ao meu novo “amigo”. A todo momento eu tentava passar imagens na minha mente tentando imaginar como seria o nosso passeio.

Esperava ansiosa a cada segundo que se passava.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Chato? Bobo? Ruim? Entendiante? Bom? Legal? Ótimo?
Reviews reviews reviews reviews!
Espero que estejam gostando da história! :)
Bessos amoras!



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