"Dear Diary,

Agora, neste exato momento, estou em um avião rumo a Miami, meu nome é Ally Dawson, nasci e morei em Seattle com minha mãe a minha vida toda, mas, como ela sempre quis, depois de tentar muito, quase que toda sua vida, agora esta indo para a África fazer uma pesquisa sobre animais, ela sempre os achou fascinantes, ela me garantiu que, mesmo assim, não demoraria para voltar, mas também não sabia quando ela estaria de volta, por isso estou me mudando hoje, vou precisar morar com meu pai em Miami, não posso dizer que estou totalmente confortável com isso, não tenho falado com meu pai à muito tempo, claro que estou nervosa e um pouco ansiosa, mas nem é por isso, a partir de hoje minha vida irá mudar por completo! Nunca fui a Miami, mas parece ser bem diferente de Seattle, não consigo ficar calma perante a essa situação, escola nova, pessoas novas, lugares novos, vida nova, tudo novo! E ainda sendo a garota tímida que eu sou? Não terei amigos por um bom tempo...

Vou ser sincera Diary, você é meu primeiro diário! Nem quando criança tive um, sempre achei a maior besteira, mas você foi um presente da minha mãe, antes de ela partir me entregou um presente e me disse que era para eu abrir apenas quando eu estivesse dentro do avião, quando abri o embrulho você estava lá dentro com uma carta da minha mãe no meio, nela dizia que minha mãe me amava e sentiria muita saudade de mim, disse que sempre que eu pudesse era para ligar para ela, mandar mensagem, cartas, e-mails, ou qualquer coisa que pudéssemos usar para manter contato, e na carta ela também falou de você, Diary, disse que era para eu escrever em você quando eu precisasse de alguém para conversar, desabafar ou quando eu me sentisse sozinha.

Não acho que seja necessário, mas como foi a pedido da minha mãe vou escrever em você todos os dias, vou te contar tudo! Tudinho! Ah, me desculpe, falei da minha mãe mas não disse o nome dela, minha mãe se chama Penny Dawson e ela é uma mulher incrivelmente maravilhosa!

Não tenho muito o que falar, minha vida em Seattle era extremamente chata e entediosa! Eu quase que não tinha amigos nenhum, não fazia quase nada, quando não queria ficar em casa ia até a biblioteca procurar um bom livro ou caminhar pelas ruas da cidade, dava uma olhada nas vitrines das lojas que tinham pela rua, ia até a Starbucks pedir um Frapuccino de doce de leite, a base de leite com chantilly e caramelo por cima, sim, era meu favorito, ás vezes pedia um brownie ou um cookie para acompanhar, mas era muito raro. Quando não tinha completamente NADA para fazer eu adiantava as lições de classe, fazia as lições de casa e voltava a ler meus livros, não gostava muito de assistir televisão e nem de usar meu celular o dia inteiro.

Vida diferente de muitas, não é?

– Com love, Ally"

Quando saí de Seattle estava um pouco frio, por isso peguei uma jaqueta da GAP e coloquei por cima da minha blusa que também era da GAP (essa marca é uma das minhas favoritas, como devem ter notado) antes de entrar no avião. Eu já tinha andado de avião algumas vezes, já viajei com minha mãe para algumas cidades dos Estados Unidos e alguns lugares da Europa então eu sabia bem que o ar-condicionado do avião era realmente gelado, minha mãe já foi a Miami com meu pai antes de eles se divorciarem e pelo o que ela me falou lá é bem quente. Ótimo, eu não teria que andar de jaqueta pela cidade o tempo todo, eu preferia de todos os jeitos calor à frio.

De Seattle para Miami não demorava muito, eram 5 horas e 48 minutos de viagem, acredite, já fiz viagens maiores e bem mais demoradas. Uma coisa que eu adorava em andar de avião era poder ouvir música. Sou completamente apaixonada por música! Toco vários instrumentos, mas amo o piano, também componho muitas músicas que deixo guardadas em um caderno, mas agora passarei a compor e deixar as letras escritas em meu diário.

Já se passou 3 horas de viagem, agora só faltam 2 horas! Acordei muito cedo naquela manhã para pegar o voo, apesar de eu estar acostumada a acordar ás 6 horas da manhã todos os dias para ir à escola tinha acordado mais cedo que isso! Meu voo saiu ás 5 horas da manhã, então tive que acordar às 3:00 e chegar ao aeroporto às 4:15 para poder dar tempo de fazer o check-in, colocar as malas na esteira e esperar o chamado do meu voo na sala de embarque, chegando adiantada eu teria certeza de que não perderia o voo, é a primeira vez que viajo sozinha e não vou mentir, sou um pouco lerda e desastrada.

Quando ouvi a chamada de embarque para Miami me levantei e me dirigi a fila que logo foi crescendo, entreguei à passagem para um dos funcionários e fui liberada, assim que entrei no avião procurei a minha poltrona que era ao lado da janela, ao meu lado sentou uma garotinha que estava indo á Miami para passear, na poltrona da frente havia uma telinha da qual me permitia ouvir músicas, assistir filmes, seriados, novelas ou jogar, peguei o fone de ouvido que trazia em minha bolsa e comecei a escutar a playlist do avião, achei vários álbuns de artistas que eu adorava, mas passei as 5 horas que permaneci no avião ouvindo o novo álbum do Justin Timberlake, um dos meus cantores favoritos, ouvi algumas músicas da Lana Del Rey também que eu gostava. Depois fui clicando em musicas aleatórias de outros artistas. Até que me lembrei do presente de minha mãe e quando vi que era um diário e que nele havia uma carta, a peguei para ler e logo em seguida comecei a escrever no meu novo "amigo" que coloquei o nome adoravelmente criativo de Diary, o que foi bem irônico por que Diary não é um nome nada criativo, era até muito comum para quem tinha um.

Tenho agora mais 2 horas de voo e estou num completo tédio, ainda sim não consigo esconder a ansiedade e o nervosismo dentro de mim, comecei até a tremer mas não sabia direito se era por isso ou se era pelo frio que eu estava sentindo naquele momento. Olhei pela janela e não via nada mais nada menos do que apenas nuvens e isso me fazia pensar que ainda estávamos muito longe de Miami e que demoraria mais de 2 horas para chegar. Decidi novamente pegar meu fone e voltar a escutar músicas e mais músicas, até cochilei um pouco. O voo estava normal, sem turbulência alguma, era muito difícil eu pegar voos com turbulência, mas não vou dizer que nunca peguei.

Duas horas depois senti o avião pousando e finalmente uma voz saiu e tomou conta do silêncio.

– Senhores passageiros, o avião está pousando em Miami. Por favor, permaneçam sentados e com seus cintos de segurança. Obrigada!

Peguei meu fone, o enrolei e guardei em minha bolsa, olhei para o chão para ver se algo meu havia caído mas aparentemente estava tudo no mesmo lugar, peguei meu diário e o coloquei em minha bolsa junto ao meu fone, essas eram duas coisas que eu não podia perder e nem esquecer em lugar algum de jeito nenhum!

Novamente a voz tomou conta do avião.

– Senhores passageiros, acabamos de pousar no aeroporto internacional de Miami. Por favor, verifiquem se todos os seus pertences estão à seus cuidados e à sua responsabilidade, pois, a nossa equipe aérea não será responsável por perdas de objetos dentro ou fora do avião. Soltem os cintos e ao saírem esperem suas bagagens no ponto de desembarque da nossa companhia, suas malas virão aleatoriamente na esteira. Obrigado por nos escolher para sua viagem. Espero que tenha sido tranquilo e agradável. Volte sempre.

FINALMENTE chegamos em Miami, após o avião pousar, peguei minha bolsa, me levantei da poltrona e me coloquei no corredor em direção à saída, olhei no meu celular que marcavam 10:15 da manhã. Saí do avião e logo me deparei com uma vista de uma das praias de Miami atrás de um enorme vidro que impedia minha passagem para o lado de fora do aeroporto, segui em frente e esperei na esteira as minhas malas, peguei minha bagagem 10 minutos depois, não fiquei á espera por tanto tempo, saí da sala de desembarque e depois, tudo o que eu conseguia ver eram muitas pessoas circulando por todos os lados do aeroporto. No meio da multidão tentei enxergar meu pai, olhei por cada canto e lá estava ele, não o reconheci logo de cara, mas percebi que ele estava segurando uma placa com meu nome.

Fui até ele me desviando das pessoas que estavam á minha frente mas parecia que ele ainda não havia notado que eu estava caminhando em sua direção pois continuava olhando aleatoriamente os outros passageiros que saim da sala de desembarque, tentando me encontrar.