Eu eles e Nós escrita por Lanny Missmuse


Capítulo 44
Capítulo 32 - Christopher


Notas iniciais do capítulo

Chris e sua maneira de ver as coisas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/506893/chapter/44

– Sinceramente? Não estou com a mínima vontade de ir! Não que eu me importe e depois de ontem. – é a noite parecia mesmo ter sido fantástica por que Dominic parecia nas nuvens e sorria feito um idiota – Só que eu já ando sem muita paciência e mais uma gracinha dessas...

– Como flores? – instiguei

– Flores, bah! – ele fez um gesto de desdém e ficou arrastando o tênis como um garoto injuriado. Ele não perdia essa mania! – E aquele pedido de desculpas imbecil!

– Eu acho que você deveria ir Dominic. – Matt falou do sofá onde estava jogado. A voz quase um murmúrio para não atrapalhar a própria ressaca. Matt saíra com a equipe e bebera até às sete da manhã – Mostre a ele que você não se abalaria por uma coisa dessas.

– Você, como sempre, tem um bom conselho para dar.

– Eu sempre tenho Chris.

Era verdade. Apesar de Matt ser um pouco excêntrico e ter ideias polêmicas (não tenho nada contra as teorias dele, nem com o uso delas nas nossas músicas, contanto que não ofenda ninguém!), ele sempre sabia o que dizer distribuía conselhos como quem distribui pão, embora a via amorosa dele fosse um completo desastre!

– Bem, fiquem aí mocinhas, vou ver o que vestir para o jantar! Pedro é fotografo de celebridades, então o jantar pode ser promissor. – me levantei.

– Olha aí o novo garanhão do Muscle! – Dom achou graça

– Shiu! Desapareçam os dois, eu preciso dormir!

Fomos embora para deixar Matt dormir ou ele ia ficar com o humor pior do que o normal para a noite. No meu quarto, liguei para Ema para saber das crianças.

– Elas estão bem, Mandi melhorou da gripe, Ernie entrou para o time de futebol da escola e Adam vai para o jardim de infância... Eles querem saber quando você vem! – disse ela.

Ema e eu voltamos a nos tratar civilizadamente. Atualmente havia até uma cordialidade presente entre nós e isso me deixava feliz, era o mínimo que eu conseguiria. Não tinha ilusões quanto a uma possível reconciliação, já tinha abandonado a ideia há muito tempo. Ema precisava ser feliz agora, encontrar alguém que desse o valor que ela merecia. Com o Muscle e a nossas turnês mais exigentes e nossos delírios cada vez maiores, eu talvez não conseguisse cumprir todas as promessas de fidelidade que ela precisava agora, então era melhor que terminasse. Nós ainda tínhamos as crianças que nos unia e devíamos pelo menos ser amigos.

– Só em Maio talvez, ainda não decidimos quando... Eu ligo! Vou para Devon, pego as crianças e a gente passa algum tempo em Londres.

– Você não pode levá-las, elas estão em período escolar!

– Alguns dias Ema! Mandi precisa ver como ficou o quarto e Ernie também... Você deveria vir também para ver o quarto de Adam...

– Eu já vi – ela respondeu acida – sua cachorrinha me mostrou outro dia!

Ainda havia uma pontada de ressentimento, mesmo que elas tenham conversado e tudo mais. Porém, Ema nunca me perdoara nem a Lana pelo vacilo e a única coisa que eu podia fazer é esperar o tempo passar. Dizem que o tempo cura todas as feridas não é assim?

Falei com pouco com as crianças depois desliguei. Depois fui ver meu guarda roupa e decidi sair para comprar alguma coisa nova.

Á noite nos encontramos para o jantar na casa de Pedro. Quem foi a primeira a descer foi Lana e ela estava deslumbrante!

– Assim você vai roubar toda a atenção e deixar Dominic furioso. – disse quando a vi.

– Ah, por favor, Chris não exagere! – ela revirou os olhos – Veja só como você está!

Ela correu e me abraçou, murmurando no meu ouvido.

– Você está uma delicia Sr. Westminster.

– Você também futura senhora Howard. – murmurei de volta e ela gargalhou.

E estava mesmo. Usava um vestido verde musgo que marcava suas belas curvas, a costa nua exibia sua linda tatuagem e seus cachos estavam num penteado alto. Aquele desejo insano que eu sentia por Lana há muito não existia mais, fora extinto naquela noite ao mesmo tempo catastrófica e maravilhosa. No entanto, em nunca deixaria de notar como ela era linda e não me continha nas piadinhas! Só que agora era ela quem as fazia primeiro.

– Olha só aqueles dois. – ela entortou a boca ao ver Matt e Dominic saindo do elevador com Helen. Eu achava que era o máximo de discrição que ela conseguiria, e que devia ficar grata. Se bem que não sei até que ponto alguém pode ser discreto usando uma blusa com estampa de leopardo e calça de couro preta, com um cachecol roxo de listras pretas (Dom) ou uma jaqueta azul celeste metálico em cima de uma camisa vermelha (Matt). – Você acha mesmo que vou conseguir chamar atenção Chris?

– Agora fiquei em duvida.

Chegamos à casa de Pedro e ele nos recebeu esfuziante. Também! Ao colocar os olhos em Lana ele abriu um largo sorriso de satisfação por vê-la.

– Que bom que veio – ele veio até nós, mas falou apenas com ela, pegando a mão dela entre as dele – Sinceramente, estou muito feliz que veio! – só então ele se dignou a falar com o resto – Helen você está linda como sempre. Dominic, Christopher, Matthew – um breve aceno com a cabeça – Lana, como prova do meu arrependimento, preparei uma surpresa para você, mas depois, agora procurem desfrutar do jantar e das companhias.

Ele afagou as mãos dela mais uma vez e se foi.

– O que será que ele anda tramando? – Lana mordeu o lábio

– Nada do que não vá gostar. – Matt deu de ombros e nós olhamos para ele desconfiados – Helen não é o Oscar ali?

– É sim! Anda Lana vamos falar com ele. – e ela saiu arrastando Lana com ela.

– Você sabe de alguma coisa não é Matt? – Dominic o segurou pelo ombro

– Sei, mas não serei eu que estragarei a surpresa.

E Matt também saiu andando.

Logo nos espalhamos pela festa, ficando assim por um tempo em rodas de conversa, conhecendo pessoas e tudo mais... O jantar foi servido e o clima ficou ameno até por que todo mundo ficou mais interessado na comida deliciosa! Depois de satisfeito, fui para a varanda com meu suco de laranja, observar o movimento. Helen e Matt conversavam com Pedro e dois caras que eu conhecia de passagem, Lana estava com Dominic numa roda com várias pessoas, mas acho que Dominic se aborreceu do papo e veio se juntar a mim na sacada.

– Não vou atrapalhar seu flerte – chegou dizendo – Só quero um pouco de ar. – e ele tirou o cachecol do pescoço com um gesto ríspido.

Dei de ombros, rindo. Sim eu estava mesmo flertando com uma garota da roda onde Lana estava.

– Parece tenso.

– Estou uma pilha! Pedro fez grandes elogios a Lana e vai apresentá-la a Karl Schneider e Peter Holmes oficialmente daqui a pouco... Sabe quem são eles!

– Editores-chefes da Poison e da SET. – ele respirou fundo e eu entendi o porquê do seu nervosismo. Nós sabíamos dos planos de Lana para junho. Apesar de Dom ter aceitado na boa, estava na cara que ele não tinha engolido a pílula ainda – Agora não fica difícil adivinhar a surpresa que Pedro irá fazer a nossa amiga, não é mesmo?

– Essa movimentação está acontecendo desde Sidney! – ele se encostou à amurada – Matt vem há tempos preparando o terreno por que ele acha que Lana tem talento para explodir! Eu conheço Pedro o suficiente para saber que esse não é um simples encontro desinteressado – Dom baixou os olhos – Eles acreditam mesmo que ela pode ser um sucesso e estão apostando tudo!

– E você não? Queria que Lana fosse para todo o sempre assistente de Helen e vivesse a margem do Muscle? Acha errado ela querer mais do que isso?

– Eu sou um egoísta não sou? – ele me fitou – Não querer ficar longe dela... Nós conversamos e eu disse que tudo bem, que queria vê-la feliz e sei que Lana precisa se realizar profissionalmente... Mas é assustador! E se ela me deixar?

– Posso tentar imaginar o que está passando – coloquei a mão no seu ombro – E admiro o que está fazendo. É a melhor prova de amor que pode dar a ela. Apoiá-la a seguir uma carreira, mesmo que você esteja assustado com a possibilidade de vocês se afastarem.

– Eu não posso negar isso a ela! Atrapalhar a vida dela e tudo...

– Ei vocês dois! Vão perder tudo – Helen apareceu e arrastou a gente para o escritório de Pedro.

Quando chegamos, Lana e Matt já estavam lá com os outros editores e Pedro. Eles olhavam o material de Lana, cada um em um lap top, Pedro distribuía alguns textos e o book de Lana entre eles. Quando nos viu entrar, Lana veio para junto de Dominic e ele a enlaçou pela cintura.

– Helen eu vou te matar, – ela falou entre dentes, estava a ponto de chorar – veja, ele está mostrando tudo a eles! Tem tanta besteira lá que eu vou ser aniquilada!

Eles murmuravam entre si alguns comentários sobre as fotos e tudo. Ficamos mais distantes, próximo à porta, olhando.

– E Matt! Cheio de si e falando pelos cotovelos. O que ele quer? – ela continuava a resmungar – Imaginem o que vão pensar.

– Calma garota, são apenas fotos e eles são apenas dois caras!

Não era bem assim. Pelo o que eu sabia e Dom também, estávamos diante dos três nomes dentre os mais importantes da imprensa mundial. Eram a mais nova cúpula do reino unido e trabalhar com eles era a chance do ouro para nossa amiga. Olhando Lana ali, olhando apreensiva tudo que se passava, via também seu medo de tudo dar certo, de eles se encantarem por qualquer coisa que houvesse naquelas fotos e ela se tornar tão grande quanto eles. Seu medo maior é ela se tornar uma segunda Natalie ou a mais recente Amanda Bones.

E então, para a minha inveja e orgulho, Dom colocou a mãos nos ombros dela e disse:

– Pedro fez tantos elogios que até eu quero saber agora o que eles acham. Tenho certeza que vão ficar loucos e imagina o sucesso que você vai fazer! – ele afagou seus ombros enquanto ríamos. Ele a estava encorajando mesmo que ele estivesse apavorado e isso era muito mais do que eu teria capacidade de fazer.

– Senhores. Acho que já apreciaram o suficiente para nos darem o seu parecer – Pedro se levantou e os outros deixaram os notebooks de lado, o resto se espalhou pela sala – Ah, Dominic e Christopher! Que bom que vieram se juntar a nós. Peter faça as honras sim?

– O que posso dizer? – Peter se virou para nós, era o mais velho dentre todos e se eu ficasse assim na idade dele estava muito bom – Você me enviou alguma coisa há umas semanas e depois disse que eu poderia ver tudo quando estivesse aqui em Turim! Eu já estava curioso para ver o dono daqueles textos tão diversos e interessantes... Juro que tinha uma ideia muito diferente de você mocinha.

– Também aconteceu comigo. Pedro pediu que eu visse as fotos que você fez para o review brasileiro no fã-site, mas eu ainda não fiquei convencido e foi quando Amanda nos apresentou lembra-se? – Karl perguntou e Lana assentiu – Aí descobri que a mesma Amanda estava com uma isca fantástica para trazer Clinch para a Maxim...

– Como descobriu isso? – Lana arregalou os olhos – Até onde eu sei isso era segredo.

– Mas nada é segredo para mim, minha cara. – ele sorriu um sorriso de lobo – E então Pedro me enviou o resto do seu material e esse velhaco mandou só aquilo que sabia que eu ia enlouquecer! Adoro Viena, adoro um cavalheiro inglês misterioso!

Dom e eu não podíamos deixar de rir. Ao que parecia, Matt tinha feito sua conquista da noite...

– Claro que não deixei de ver os efeitos, a técnica e o quanto ela sabe da coisa. – continuou Karl – Talento ela tem, muito! Porém, precisa ser lapidado ainda, trabalhar com os melhores e ter as melhores oportunidades... Imagina o estrago que ela pode fazer na Poison!

– Mas lá ela só vai fotografar Karl!

– E quem disse isso Peter? – ele me ofendia estando melhor que eu com quarenta anos – Estou pensando em um novo seguimento.

E os três riram um para o outro. Aquilo era apenas um teatrinho, era óbvio que eles já tinham se acertado quanto aonde Lana trabalharia, toda aquela ceninha era apenas para maravilhá-la! Matt atravessou a sala e veio se juntar a nós e foi quando Karl veio também.

– Lana... – ele sorriu – O que pretende fazer?

– Eh... Eu... Bom, eu trabalho na produção do Muscle e...

– Mas ela só ficará até junho Karl – Helen apressou-se em intervir – Voltará para Londres!

– Ah mais até junho é muito tempo. – ele interveio – Você poderia estar em Londres semana que vem? – nós nos olhamos. Karl começou a andar pela sala – Não sei se sabem, mas há alguns meses me tornei editor-chefe da Poison e sócio majoritário da Memphis editora. Estamos reformulando a Poison e também trabalhando num novo projeto para a Memphis.

– Num grande projeto. – Pedro disse rindo.

– Inovador sem dúvida. Tenho muitas ideias que pretendo colocar em prática e sendo assim, preciso dos melhores comigo. – ele se virou radiante para Lana – Já posso imaginar você como editora de um dos seguimentos da Poison, colaborando comigo no meu novo projeto... É algo novo, voltado para o publico jovem e conectado com a multimídia! Você faz tantos reviews sobre o Muscle e outras bandas... Vai adorar! Terá sua própria equipe e terá que responder a mim somente, sem pressão. Sou um chefe muito bonzinho você vai ver. Todos riram, mas Lana não, ela parecia concentrada nas implicações da proposta que ele estava fazendo.

– Não acha que é uma empreitada grande demais para ela sozinha? – Peter perguntou fitando as unhas – Ela precisaria de um bom colaborador e revisor, alguém do ramo já.

– Ah, mas eu já pensei em Jamie Clinch para isso. – e ele se virou radiante para Lana.

– JAMIE NÃO! – o pânico era notável, Lana olhou para Matt que ficara mais pálido que o normal – Oh, por favor, Clinch não!

– Você conhece Clinch? – Pedro a olhou surpreso

– Amanda Bones é minha amiga e ela está tentando levar Clinch para a Maxim como você mesmo disse... Ela ficará furiosa se Clinch for meu colaborador...

– Então você aceita?!

– Não! Eu... – seus olhos oscilavam entre Karl e Dominic, que permaneceu calado o tempo inteiro só observando. Sabe deus o que podia estar passando pela cabeça dele agora – Eu preciso...

– Sabe que é uma boa oportunidade garota – Matt interveio – Karl e a Memphis podem lhe proporcionar uma carreira brilhante, ninguém começa desse jeito Lana! Pense que é algo único, você não poderia desejar outra coisa e vai fazer o que realmente gosta!

– Matt tem toda razão. – ele permaneceu tanto tempo calado que ouvi-lo agora assustou a todos, principalmente Lana. Mas ele falou sem fitá-la, já era demais para ele que decidisse isso assim. Se ela aceitasse, ele só teria dois dias para se acostumar com a ideia, não três meses – Não é algo que você possa simplesmente jogar fora.

– Vamos parar em Maio. – intervi – Dom pode ir se encontrar com você em Londres ou você poderá viajar até nós! Ninguém precisa ficar longe de ninguém por muito tempo e aí...

– Helen, não há problemas em você... – Karl falou um tom mais alto para abafar nossos sussurros

– Problema algum Karl – ela sorriu incentivadora para Lana – Já tínhamos um novo assistente.

– Bem. Volto para Londres em dois dias – Karl se virou para Matt – Bennington sabe onde me encontrar, porém aqui está o meu cartão. Marcamos um almoço para quinta-feira? E já que você não quer Clinch, podemos pensar em Marc Rodin para seu colaborador – ele foi até Lana e afagou sua mão – Me ligue querida, será divertido você vai ver! – e Peter e Pedro se levantaram a um discreto aceno de cabeça de Karl. Era ele quem dava as cartas ali ao que parecia.

– Só uma ultima coisa. Eu sinto muito, mas no que diz respeito a magoar sua amiguinha Bones – Peter ajeitava o notebook – Receio não poder evitar. Clinch está confirmado na minha equipe de editorial. Faz parte do nosso acordo com Karl já que ele quer você na Poison.

– Peter Holmes seu demônio! O namorado de Amanda Bones está aqui. – Karl indicou Matt com a mão – Você vai deixá-lo com essa tarefa ingrata de contar a ela?

– Se eu fosse ele, ficaria com a boca fechada. – Pedro e Peter riram – Ela não vai ficar feliz quando descobrir, então é melhor que ele esteja longe dela quando isso acontecer. Amigo, vai por mim, eu já recebi um ataque de fúria de Amanda e sei do que estou falando.

– Ai cristo! – murmurou Lana olhando Matt de viés, agora quem estava calado era ele. Até eu fiquei meio constrangido por eles estarem falando a dama de ferro assim, mas ele podia estar pior por que afinal era namorado dela!

– Acho que agora podemos voltar para a nossa reuniãozinha não podemos?

Pedro nos convidou para provar um vinho (eu não precisava alardear por aí que não podia beber, então fiquei calado e resolvi que voltaria para a varanda com outro copo de suco) e saiu para buscar. Começamos a sair, Lana disse que ia ao toalete.

Rodei um pouco e depois fui para a sacada, pensando no que acontecera e observando todo mundo. O jantar acabara sendo uma coisa difícil de digerir para Lana e Dom. Matt e Helen conversavam animadamente com Pedro e Karl, Dominic estava no meio deles, no entanto parecia disperso, preocupado. O que estaria pensando? Eu poderia ser pelo menos solidário a ele.

– Ele é tão imprevisível! O que deve estar pensando? Deve estar me achando uma gananciosa isso sim!

Lana estava na sacada, escondida nas sombras. Como eu, ela observava Dominic.

– Não precisa ficar assim – nos fitamos – O que esperava? Uma hora alguém ia descobrir você, esta no meio do show business. Ah vai, não vai ser tão ruim e tá na cara que é o que você quer!

– Ele vai ficar tão infeliz... Sinto-me tão egoísta! Eu deveria continuar até junho, para que ele se acostume com a ideia... Dom vai sofrer, ficar longe será difícil para nós dois! Eu o amo tanto...

– Tem que fazer valer a pena garota – afaguei seus ombros, ela se encostou a mim – Tem que ser por que você quer realmente. Vocês vão casar e se amam nada poderá separá-los! Vai ser complicado no começo, mas com um tempo...

– Eu vou ter que dar um jeito!

– É isso aí – ela respirou fundo – Eu sei que você consegue.

***

Lana aceitou a proposta de Karl e no dia seguinte embarcou de volta para Londres. Dom nos confessou que foi com o coração despedaçado que a deixou partir, mas não se arrependera. Nosso trabalho ajudaria a aliviar a falta que ele sentiria dela.

E tínhamos realmente muito trabalho. Viajamos quase todos os dias, os shows ensurdecedores, grandiosos e delirantes como a gente amava fazer. O novo álbum vendia feito água, recebia ótimas criticas e tínhamos uma série de coisas pela frente para fazer. Incluído nossos adorados festivais!

Paralelo a isso, acompanhávamos com interesse o desenrolar da carreira de Lana. Ela sempre fazia questão de nos contar tudo, falava com Dominic todo dia, mas logo estávamos muito ocupados e ela também. Aos poucos, um comentário aqui e ali de alguns conhecidos, a revista propriamente dita começou a se tornar notável e ganhar cada vez mais espaço.

– Você é noivo da nova editora da Poison não é Howard? – essa pergunta surgiu numa entrevista que fizemos em Los Angeles – A revista é fantástica e bem... Ela também! – as gargalhadas encheram o estúdio, porém as de Dominic não se juntaram a elas. Na semana anterior, Lana e Karl tinham ido a LA para um evento cinematográfico qualquer e causaram maior furor por que como sempre ela estava deslumbrante e apareceu ao lado de Karl. Aí os flashes se multiplicaram na entrevista quando Karl disse que ela era noiva de Dominic Hawks.

Logo podemos acompanhar seu sucesso pela internet, citações em outros canais de mídia. Todos falando sobre a nova “prodígio” da Memphis. Dominic explodia de orgulho.

– Quando você vai entrevistar o Muscle para a Poison Lana? – Helen perguntou a ela numa das vezes em que ela ligou.

– Em Maio claro! Quando estiverem descansando. – Lana falou excitada – Estou pensando numa grande matéria!

– Helen, por favor, largue o telefone. Eu estou aqui – eu me aproximei e beijei o pescoço dela e falei próximo ao fone – Por que você não liga para o seu noivo?

Lana gritou do outro lado da linha. Sim, eu e Helen resolvemos nosso impasse depois que eu me separei definitivamente e numa noite dessas de uma boa farra, ela se resolveu e agora ela me usava como escravo sexual quando bem queria.

– Já vou ligar para ele... Helen oh deus! E você está aproveitando o garanhão Westminster!

– Garanhão? Não querida, o garanhão do Muscle agora é o senhor Bennington e Amanda anda furiosa com isso, embora seja tudo culpa dela por não assumir esse namoro de uma vez! – eu bufei e fui deitar na cama. Agora elas iam fofocar sobre Matt e Amanda e tudo mais e eu ia ficar na mão! Eu tinha que fazer alguma coisa.

– Helen!

– Já vai – Helen falou sem se virar

– Deixa esse chato resmungar ai. Dom está se comportando? – Lana disse, Helen colocara no viva voz o celular por que estava digitando no computador.

– Claro, ele agora é um anjo chorando pelos cantos sentindo sua falta. E você por aí?

–Ando meio decepcionada. Acho Karl um imenso desperdício e como se não bastasse, o Root é também do mesmo time! Você precisa ver como ele é lindo e...

–Ele também?! Ah Cristo que injusto eu... – peguei o travesseiro e joguei em Helen. Ela se virou para começar a reclamar quando viu que eu estava na cama só com um sorriso nos lábios – Eh... Lana, eu preciso desligar agora. Ligo depois!

E ela desligou o telefone.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu eles e Nós" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.