Best of Me escrita por B_M_P_C


Capítulo 1
O nascer do sol


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :3



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"What's the story morning glory?

Well

Need a little time to wake up

Wake up"

Morning Glory - Oasis

O sol está começando a nascer. Hora perfeita para acordar ou para ir dormir, no meu caso – obviamente - é a hora perfeita para jogar pedras na janela do James para que ele a abra e eu possa entrar sorrateiramente e me esgueirar para o meu quarto, tomar uma ducha e então capotar na cama para acordar ao meio dia com os berros da minha mãe e uma puta ressaca.

E é o que estou fazendo, exatamente igual aos últimos sete dias, exceto é claro que dessa vez James está esperando com a janela aberta. Ele dá um meio sorriso a me ver e me ajuda a terminar de escalar.

James está sem camisa e só com uma calça de moletom. Os cabelos estão completamente bagunçados, porém as olheiras embaixo dos olhos provam que ficou a noite jogando videogame.

-Perdeu uma festa do caralho – falo bocejando e soltando o cabelo, ele dá de ombros, Six odeia festas.

-É, perdi, mas tenho uma péssima notícia para você, Rose – James boceja coçando os olhos – Os adultos resolveram acordar mais cedo hoje, por algum motivo inerente a mim, eles estão lá em baixo e daqui a pouco vão subir e pelos meus cálculos não vai dar tempo de você chegar ao seu quarto, não sem que ninguém te veja – eu arregalo os olhos. Meu quarto na Toca fica no andar de baixo, provavelmente vou ser a primeira a ser acordada, o Albus que vai ter sorte, já que o quarto dele que também é lá embaixo e tem uma janela sem grades – ah e eu não uso a janela dele porque seu quarto fica do outro lado do que o meu e tem que passar pelo quarto do Tio Harry e da Tia Gina e as taboas da casa costumam ranger assustadoramente alto.

-Ai meu Deus – eu coloco a mão na boca sentindo um leve desespero. James dá um sorriso de canto, não sei se está se divertindo com a situação ou tem alguma ideia brilhante.

-Mas, se você me der o Vinil que eu quero quem sabe eu deixo você usar o meu banheiro, aonde tem um pijama seu e podemos mentir que você passou a noite aqui jogando alguma coisa – naquele momento eu jurei que poderia beijar James. E é óbvio que ele tinha uma ideia brilhante, James Sirius Potter nunca estava sem elas.

Aparentemente para salvar minha pele de Weasley vou ter que me desfazer do meu amado Vinil do Led Zeppelin, mas tudo bem. Eu sorrio e abraço o James, entrando correndo no banheiro e tomando uma ducha mais rápida do que a velocidade da luz (não literalmente, é claro).

Enfio os pijamas e assim que saio do banheiro meus pais e meus tios entram com sorrisos marotos, mas ainda sim com caras de preocupados (provavelmente estavam me procurando, o quarto do Jay é o último dos jovens, e pelo amor de Morgana meu primo é um gênio).

-Ah, aqui está você então – minha mãe sorri – Já achei que tinha fugido para ir a alguma daquelas festas trouxas.

-A Rose? Em festas, tia? Você enlouqueceu? – James sorri e bagunça os cabelos – Ficamos jogando e nem vimos o tempo passar, quando vimos vocês estavam lá embaixo então ela resolveu ir tomar uma ducha e tirar um cochilo, mas acho que não vai dar – ele não parece estar mentindo o que é impressionante. Eu apenas dou um sorriso, o que mais eu poderia fazer nessa situação? Nada, óbvio, apenas sorrir e acenar.

-Bem... Será que não podemos deixar o James e a Rose dormindo? O que iremos fazer é apenas para ensinar responsabilidade e ambos têm boas notas e são exemplos para todos da escola – bem, uma vadia louca com boas notas e que conseguia disfarçar é um exemplo a ser seguido né Tio Harry? Ao menos pelas outras garotas que precisam passar a imagem de santa para os pais e para família, assim como eu. Guardo o comentário na minha mente e desejo que eles se mandem logo, preciso me encostar em algum lugar e hibernar.

-Bem... Acho que tudo bem – minha mãe concorda e Tia Gina e meu pai vão na onda, eles mandam desligarmos tudo e irmos dormir, o engraçado é que minha mãe fecha a porta como se fosse para eu ficar ali, ou melhor: como se não tivesse nenhum problema eu dormir no quarto do meu primo.

-Acho que eles vão ocupar o andar de baixo inteiro – James começou a desligar as coisas – Às vezes acho que o tédio ainda vai enlouquece-los – ele boceja e eu continuo parada como uma retardada olhando para a porta e para o James ao mesmo tempo em que fico abrindo e fechando a boca, tentando achar o que falar, mas meu cérebro parece que acaba de tirar férias ou entrar em colapso – A e pode ficar nessa cama, eu vou lá pra cima – e então ele abre um alçapão que não deveria estar ali e uma escada bonita e enfeitada de corda se desenrola de uma maneira suave e quase sem fazer barulho.

-Pelas calcinhas vermelhas de Morgana, o que é isso James? – peço o vendo desaparecer pelas escadas e obviamente o sigo. Simplesmente abro e fecho a boca novamente desistindo de tentar articular uma frase muito complexa e ficando perplexa com o que vejo – Como você conseguiu?

-Que eu lembre não te convidei pra subir – ele fala dando um sorriso maroto. A sua volta tem outro quarto, mas do tipo que o Jay sempre disse que iria construir, antes mesmo de irmos para Hogwarts.

Ele ocupou toda uma sala que obviamente havia sido ampliada magicamente, mas que ainda parecia um sótão. Havia uma parede cheia de livros e figurinhas de nerdices de trouxa e nerdices de bruxos. Em um dos cantos havia Vinis, CD’s e o necessário para tocá-los, tudo em um tom de marrom claro, dourado e vermelho.

Voando pelo quarto havia origamis de tsurus, alguns pomos de ouro e uma espécie de vagalumes, porém não eram vagalumes já que eu já os tinha visto antes em desenhos do James. Ele os chamava de “lights” e eram uma espécie de robozinhos com uma luz mágica que voavam no mesmo esquema dos piscas-piscas trouxas, mas obviamente de uma maneira muito mais legal.

No meio da parede dos livros tinha uma cama enorme de casal e na parede onde havia uma enorme janela redonda havia uma escrivaninha, com um monte de suportes perfeitos para desenhar com desenhos que James ainda não havia terminado, mas mesmo assim estavam quase perfeitos.

-Foda-se eu subi do mesmo jeito – é o que respondo para James – Está exatamente como planejamos Six...

-Faz tempo que não me chama assim – é o comentário brilhante dele, eu coro imediatamente, lembrando que a última vez que acontecera isso eu estava bêbada e eu e James meio que tiramos a virgindade um do outro.

-É... – eu tiro meu cabelo do olho – Faz mesmo – sorrio sem graça e James boceja novamente – Mas eu vou deixar você dormir... Só... Está fantástico Jay.

-Obrigado – ele sorri – Você não precisa descer se não quiser, não estou te expulsando.

-Eu preciso dormir e... Bem, nós conversamos depois – eu saio o mais rápido que posso dali e praticamente desmaio na cama de James, que ainda tem um pouco do seu cheiro.

-Rose... – James sussurra, eu estou chorando sentada num canto do quarto dele com uma garrafa de Uísque de fogo que eu roubei depois da cena da minha mãe e do meu pai no andar de baixo. Ela estava pela metade e mesmo assim eu ainda estava muito consciente – Eles foram péssimos.

Meus pais resolveram jogar todas as suas frustrações em cima de mim, quer dizer não era minha culpa se o Hugo estava com depressão porque eles simplesmente eram malucos e obcecados por notas e homofóbicos, já que visivelmente meu irmão gostava de meninos e isso não era problema nenhum. Só para eles, é claro.

-Eles são péssimos Jay, só sua mãe é pior – sussurro sentindo os braços dele em volta de mim, ele tira a garrafa da minha mão e vira o resto que sobra.

-É pois é – ele respirou fundo e beijou minha bochecha – Mas não chora, um dia a gente foge pra bem longe ou manda eles pra longe – ele sorriu de canto, com aqueles olhos castanhos melados sonhadores e que tinham a habilidade de me acalmar.

-É por isso que eu te amo James – eu sussurrei, o único problema do álcool é que tirava os meus escudos – Você sempre tem esperança.

-E por que eu não teria? Você devia ter também, bebê – seu sorriso aumentou um pouco – Eu prometo que um dia tudo vai ficar bem, Rose – eu fiz que não com a cabeça e deixei mais lágrimas rolarem – Rose... – meus olhos encontraram os deles novamente – Eu estou prometendo, não teime comigo – e então como se não pudéssemos impedir, nós dois nos beijamos.

E foi um beijo intenso, cheio de desejo, frustração, mas sobretudo amor. Trancamos a porta e eu não pedi para ele parar, mesmo que ele tenha pedido quinhentas vezes se eu queria, se eu tinha certeza... Todas elas eu tinha e pedi para que nunca parasse.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :3
Bem, eu sei o casal é meio improvável, mas a ideia foi mais improvável ainda, espero que gostem!
Beijão