Um mundo além do mundo escrita por Lobo Alado


Capítulo 34
O homem sem respostas


Notas iniciais do capítulo

Olá? Tudo bem?
Trouxe mais um...
Não vou negar para você que penso que este capítulo possa ser um provável erro. Mas depois de tanto pensar, não me resta alternativas se não postá-lo.
Tudo o que peço a você que tem gostado dos capítulos até aqui, é que confiem em mim, tenho planos de tornar essa história melhor.
Boa leitura.



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Eragon olhava para o espelho escurecido sentindo-se mal. Enquanto isso, Niarël separava todos os pergaminhos do Salão dos Mestres, preparando-os para a leitura dele. Agora que Kormodra era a única preocupação do líder dos cavaleiros, o fluxo dos afazeres era bem mais rápido.

Na noite anterior havia partido de Jewän com Arya. A rainha dos elfos impressionara-se com a grandeza da cidade que ficava às margens do lago Ethaí. Os elfos fizeram dela o encanto que era para seus olhos. Eragon encontrara-a fitando o lago com olhos marejados no final da tarde anterior, antes de partirem, onde dragões mergulhavam e banhavam o céu com fogo. Sentira um leve frio na barriga ao vê-la tão tocada. Naquele momento tudo o que fez foi envolvê-la em seus braços e observar os dragões no lago cristalino. Arya retesara-se um pouco ao sentir os braços de Eragon, mas aos poucos relaxara e deixara a postura resguardada de lado, permitindo-se apreciar a proximidade do Cavaleiro.

Os dois voltaram sozinhos para Venora. Uma oportunidade que Eragon esperara muito. Cobertos pelo manto púrpuro que era o céu, os dois dragões fizeram uma viagem mais que agradável. Eragon fizera o máximo para aproveitar cada segundo que lhe restava com Arya. Eles haviam parado no meio da viajem, de madrugada, e só continuaram pela manhã. Eragon testemunhara um belo amanhecer junto dela, e aquilo não tinha preço. As suas memórias aviam sido banhadas em ouro nos últimos dias.

Eragon desenrolara um pergaminho das bordas prateadas vindo da biblioteca de Noëma. Agora que Kormodra desligara-se da Alagaësia, mudanças eram propostas e posicionamentos de Cavaleiros vinham em pluralidade. Era um documento de Blödhgarm esperando por autorização, o Mestre pedia pela transferência de vários Cavaleiros de Noëma para Jewän, já que diversos que partiriam para a Alagaësia tiveram de ficar, deixando a cidade lotada. Eragon assinou rapidamente tateando a procura de outro pergaminho. E assim seguiu-se a manhã.

Saphira, por sua vez, descansava imóvel como uma grande estátua na grande Praça de Venora, rodeada de dragões menores. A parceira encontrava-se diferente, também, nos últimos dias: Serena, porém, mais que isso, com uma espécie de alívio bem peculiar. Fírnen, que passara muito tempo com ela, agora tirava um tempo para si, para explorar a ilha.

Eragon ainda olhava o espelho vazio e escuro, sem refletir nada, quando alguém emergiu pela barreira do Salão dos Mestres. Ariän entrara acompanhado de Baöh que tanto crescera quanto engrossara e tornara-se uma fera intimidadora. Niarël lançou um relance assustado ao cavaleiro e voltou aos papéis ignorando a presença do estranho homem.

Eragon ergueu os olhos percebendo uma diferença na postura do Cavaleiro Branco.

– Algum problema? – Perguntou lentamente.

– Apenas precisamos conversar. – Disse ele parando em frente à mesa. Uma mão abraçada à outra sob a barriga.

– Você pode se sentar, Ariän.

O homem extremamente branco sentou-se à mesa. Ariän ganhara o direito de entrar no salão dos mestres quando começou a auxiliar Eragon no treinamento dos novos cavaleiros. Ele sempre pudera entrar, de qualquer forma, o alcance de seu poder era desconhecido a Eragon, e ele sentia-se aliviado por não ser um inimigo.

– Temo que o momento de minha partida tenha chegado, Matador de Espectros. – Disse ele com um meio sorriso no rosto, e, quando a expressão no rosto de Eragon agravou-se, ele abriu-se mais.

Eragon recompôs-se do choque da noticia e intrigado perguntou:

– Por que agora e não antes? Algo está errado? – Franziu ligeiramente o cenho. – Espero que esteja disposto a falar sobre isto antes de partir...

Os olhos de Ariän nunca pareceram tão brancos, penetrantes e intimidadores quanto naquele momento.

– Eu... – Ele deixou a palavra morrer, e por dois minutos inteiros não disse nada. – Para você saber o porquê, precisaria saber por que eu vim até a sua ilha, e para você saber isso, precisaria saber como eu surgi e o que sou... Isso não seria tão fácil de explicar. – Ele abaixou a cabeça. – São tantas coisas... Você facilitaria tudo apenas me deixando ir.

– Mas eu achava que você não precisasse de minha permissão. – Eragon estudou a postura de Ariän.

– Não, não preciso. Mas quero saber se você realmente precisa saber de tudo. – Ele aproximou-se mais. – Se for o caso... Eu falarei.

Eragon respirou fundo, considerando a questão. Ele começava a perceber as coisas. Ariän queria mais que tudo explicar a Eragon alguma coisa, o que quer que fosse. Eragon não sabia o porquê, mas isso era evidente.

– Me acompanhe, Ariän, preciso respirar um pouco de ar. – Ele levantou-se de uma vez. – Niarël,você já pode ir se quiser.

– Não demorarei. – Ela sorriu nervosamente fingindo não ter ouvido a conversa dos dois enquanto endireitava os livros nas prateleiras.

Eragon caminhava ao lado de Ariän, surpreso em ver o quão próximo havia se tornado ele em tão pouco tempo, e como o abalava a perspectiva de deixá-lo partir.

– É evidente que você definitivamente irá partir. – Começou Eragon. – Ariän, não irei me resguardar mais... eu preciso saber o que está acontecendo. Não mentirei para você, ainda me martelam na cabeça inúmeras perguntas. O que raios você é? O que veio fazer na ilha dos cavaleiros? De onde veio?

Ariän sorriu com gosto da curiosidade de Eragon.

– Definitivamente precisamos de um lugar mais calmo.

Agora os dois voltavam para o rochedo cinzento. Saphira pousou na entrada arrancando pedaços da pedra, irritada. Não agradavam ao dragão azul os mistérios de Ariän.

Baöh pousou o mais distante de Saphira que a entrada da caverna de Eragon permitia. O dragão branco alcançava absurdamente o tamanho do dragão mais velho.

– Creio que já pode falar... – Disse Eragon depois de desmontado.

Ariän fitou-o por um momento e sorriu brevemente.

– Você acha que eu vejo tudo como um jogo, Matador de Espectros? Não é verdade.

– Então me mostre a verdade.

Ariän demorou muito para começar a falar. O tilintar das folhas das arvores brancas muito abaixo parou repentinamente, como se o mundo cedesse espaço para Ariän revelar um grande segredo.

– Eu não vim do nada, Eragon. – Começou. – A terra de onde venho é muito distante. Tão distante que não se pode valer uma vida de esforço para alcançá-la. – Ele sorriu. – E de lá eu venho, ainda assim... talvez por quê não se possa dizer que eu tenha exatamente uma vida.

Era muito difícil discordar dele quando se fitava seus olhos brancos e tenebrosos.

– Prossiga.

– De lá eu venho, um belo lugar, ainda que castigado. Mas antes de lá... eu venho do mais profundo desconhecido. – Ele aproximou-se um pouco. – Eragon... você é capaz de dizer o que acontece depois de morrermos, por assim dizer?

Eragon sorriu de perplexidade e envolveu o queixo com a mão.

– Bem, muitos dos elfos, se não todos, acreditam que a morte é um grande salto para o vazio. Sempre me aproximei disto em meus raciocínios, mas você me disse uma vez: “Há uma luz no céu, e nada sabemos sobre ela. Assim é a vida.” Eu percebo que isto é a mais sólida verdade. Chegaremos sempre a conclusões, pelo resto de nossas vidas, mas ainda restarão conclusões abandonadas depois de morrermos... Então creio que isto é um grande mistério, Ariän.

– Essa é uma excelente resposta, Jovem Eragon. E creio que esteja certo: É um grande mistério. Mas existe uma resposta para outra pergunta, que pode nos ajudar: Quando um ser por completo, de corpo e consciência, converte todo o seu ser em energia, ele se funde com o todo, o grande todo, tornando-se assim tudo o que existe... E ele espalha-se tanto, tão simetricamente que é incapaz de retornar a ser o velho corpo de antes. – Ariän era uma perfeita estátua enquanto falava.

– É um pensamento interessante. – Encorajou-o Eragon.

– Não é um pensamento. – Garantiu-lhe Ariän. – É a verdade. Mas... – Ariän fez uma pausa demorada. – E se eu lhe dissesse que alguém já conseguiu fundir-se completamente em energia, misturar-se com tudo o que existe e voltar?

Eragon franziu o cenho.

– Seria um feito interessante...

– Não. – Discordou Ariän. – Não apenas isso, mas também, passar pela experiência de ser parte de tudo o que compõe o mundo, e depois... – Ele arregalou os olhos dramaticamente. – E depois perder tudo. Voltar a aprisionar-se num corpo, depois de flutuar livre por todas as direções em um mesmo segundo.

Eragon arrepiou-se.

– Aonde quer chegar, Ariän? – Perguntou. – Está me dizendo que você já se converteu completamente em energia e fizera parte de tudo o que existe um dia? Isto seria... como ser uma espécie de... Divindade. – Pelo menos Eragon chegava a algum ideia sobre o grande poder de Ariän.

– Engana-se. – Disse Ariän. – Você não pode denominar o que isto seria. Você não pode denominar a verdade...

– E que verdade seria esta? – Perguntou Eragon, desesperado.

– É neste ponto que quero chegar! – Bradou Ariän. – Não se pode alcançar a verdade! Nunca descobrirá o sentido de tudo, o sentido da vida! Nem mesmo quando morrer... eu lhe digo por experiência. Tudo se trata de um grande ciclo de incoerência e infinidade.

Seu estomago embrulhou-se.

– Então... Como exatamente você fez para converter-se em energia? E... você ainda pode fazer isto?

Ariän suspirou.

– Para conseguir as respostas dessas perguntas, você teria que vir comigo quando eu for embora.

– Mas é aí que chegamos à outra pergunta, Ariän. – Disse. – Por que você precisa voltar para onde veio?


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Notas finais do capítulo

Olá, de novo!
Se está lendo isto é por que, obviamente, leu o capítulo, certo?
Para vocês que acharam o capítulo muito rude, peço desculpas, e digo que tudo melhorará. (Sim, é uma promessa, e não é vazia)
E aos que acharam que não valorizei muito Eragon e esta conversa com Ariän, digo-lhes que os próximos capítulos com Eragon serão bem mais trabalhados.
Obrigado pela confiança, e espere o próximo que com toda certeza virá!
19/12/15



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