SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 25
Mudanças nos planos




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11 de setembro de 2001. World Trade Center.

4 a 22 de Setembro de 2002. Isabella Swan.

Era como uma série de bombardeios que Isabella via sua vida desde o dia do jantar com o treinador Edward. Tudo bem que os últimos “bombardeios” foram bem prazerosos, uma explosão de fogos de artifício, na verdade. Ela sorriu com esses pensamentos e colocou pasta na escova de dentes.

O rosto de Isabella estava levemente corado. Edward havia contado toda a conversa com Tanya e a proposta do jantar com a filha. Ela ouviu tudo sem fazer uma única pergunta e depois de um beijo suplicante, eles caíram na cama e fizeram amor mais uma vez. Um pouco diferente. Havia uma certa urgência, um sentimento à flor da pele que poderia exemplificar bem a expressão “é agora ou nunca”.

Isabella fechou os olhos com a escova já na boca e as imagens das Torres Gêmeas apareceram, ela sentiu um arrepio e ouviu um estrondo. Abriu os olhos e focou o espelho. “Nossa, eu poderia jurar que o estrondo me pareceu bem real...” – Ela pensou consigo mesma e depois começou a ouvir passos agitados. Edward estava na parte de baixo, depois do almoço, eles finalmente iriam no centro da cidade, mas alguma coisa estava acontecendo.

– Bella!

Isabella cuspiu a espuma, jogou água apressadamente na boca e saiu do banheiro com a toalha de rosto nas mãos.

– Meu Deus, Mike! Que correria é essa?

– Parece que uma represa estourou! Vem!

E sendo puxada pelo sobrinho, Isabella passou pelos corredores e desceu as escadas correndo. A sala estava uma confusão geral, todos falando ao mesmo tempo. Carlisle saiu com Esme atrás, Emmett e Alice foram também, Isabella estava parada tentando localizar Edward quando ele apareceu, não se sabe de onde, na sua frente.

– Oi, mocinha. – ele segurou os ombros dela e sorriu – Fique aqui com a Rosalie e as crianças. Vamos lá na represa ver qual foi o estrago desta vez.

– Não posso ajudar?

– Dessa vez não, meu anjo. Fique aqui e aproveite para pensar melhor sobre ir ao jantar comigo.

– Já te disse todos os motivos pelos quais não devo ir. A noite é sua e dela. Da sua filha. Eu só iria estragar tudo.

– Você nunca estraga nada. – ele deu um beijo casto nos lábios dela. – Tenho que ir.

E ele se foi. As crianças foram todas lá para fora e Tyler e Jéssica contavam com animação sobre a lagoa que se formou da última vez.

– Não se preocupe. Eles dão conta. – Rosalie entrou na sala e se sentou no sofá. – É uma bendita de uma cachoeira que cisma que tem que passar por aquele caminho. A última vez que ela arrebentou faz cinco anos. Edward ainda estava por aqui. – Rosalie se esticou e pegou uma revista na mesinha ao lado do sofá. – Angela! – ela gritou de repente fazendo Isabella dar um leve pulo. – Vá ajudar a tirar a mesa do almoço!

A menina não demorou muito e apareceu pela porta fazendo cara feia e revirando os olhos antes de ir na direção da varanda, onde foi servido o almoço.

Isabella suspirou e, ainda sem saber como agir, pensou que esta seria uma boa hora para ir embora. Deixar a carta para Edward e partir. Ela sentia que essa decisão seria difícil para ele. Decidir entre ela e a filha. Ela precisava decidir por ele. Ou pelo menos ajudá-lo nessa decisão, não estando ali para atrapalhar os pensamentos dele. Mas como ela iria embora? Pelo visto, levaram todos os carros disponíveis.

– Rosalie... – Isabella tentou falar o português mais claro que conseguia. – Você teria telefone de taxi?

– Você quer um taxi para quê? – Rosalie era esperta. – Olha aqui, Isabella, não me arranje problemas, ok? Edward ficaria furioso comigo se eu deixasse qualquer coisa acontecer com você ou...

– Você está precisando de algo, Bella?

As duas olharam para a porta de entrada e deram de cara com Laurent.

– Eu acabei de chegar e estava ali fora com os meninos. – ele continuou. – Vim ver se precisavam de algo já que a represa arrebentou outra vez e é sempre o lado dos Cullens o mais prejudicado. – ele tirou o chapéu e passou a mão nos cabelos aloirados - Mas, acho que ficar aqui seria a melhor opção.

Isabella teve o pensamento mais rápido de toda sua vida. Mais rápido do que que qualquer processador Pentium poderia ser.

– Você me daria uma carona até a cidade?

– Claro. – Laurent não iria perguntar duas vezes. – Mas antes... – ele fez um sinal com o dedo para que esperassem. Foi até o carro e buscou um embrulho.

– Isso é para o Edward entregar a Liz. Não seria de bom tom ir de mão abanando encontrar uma criança. – Rosalie pegou o embrulho da mão dele e pela expressão de seu rosto, demonstrou que Edward não iria gostar muito disso também. – Não precisa dizer que fui quem deu. – Laurent deu de ombros. – Então, vamos? – ele disse a Isabella, que imediatamente subiu as escadas.

Isabella deu um último tchau para Rosalie que parecia estar altamente em desespero com essa saída dela. Esperou que Mike se acomodasse no banco de trás e observou enquanto Laurent guardava a última bagagem na mala do carro. Tyler, Angela, Jéssica e Lauren também pareciam desolados. Mike segurava com cuidado o CD que Jéssica havia lhe dado de lembrança.

– Olha, eu... – Laurent passou a mão nos cabelos e depois apertou o volante – Eu não me importo nem um pouco com o que o Edward vai achar ou deixar de achar, mas... – ele deu uma pausa. – Nem sei por que vou perguntar isso, mas, você tem certeza? Não acha que seria melhor esperar ele voltar?

– Não. Tem que ser assim. Eu deixei uma carta pra ele. Ele vai entender. E espero que o senhor e a senhora Cullen me perdoem por não me despedir.

– Eles entenderão. Então, vamos logo. – Laurent ligou o motor e olhou para o alto pelo vidro – Parece que o tempo resolveu fechar novamente. Vamos antes que a chuva resolva cair também.

Isabella não falou muito durante a ida até a rodoviária. Laurent parecia muito compreensivo e ligou o rádio deixando a já conhecida música sertaneja inundar o carro.

– Pronto. Aqui estão as passagens. O ônibus já vai partir. – Laurent apontou para uma pequena fila que subia no ônibus ao lado.

– Muito obrigada. Nem sei como agradecer.

– Não tem de quê. – Laurent encarou Isabella por alguns segundos. – Você tem algum lugar para ficar no Rio?

– Vou procurar um hotel próximo ao aeroporto. É só para passar a noite. O voo sai amanhã de manhã.

– Cuidado quando chegar ao Rio. Você vai saltar numa rodoviária no centro do Rio de Janeiro chamada Novo Rio. Só confie em pedir informações para os funcionários uniformizados e para os guardas, está bem?

Isabella sorriu, um pouco constrangida e, grata pelo cuidado e carinho de uma pessoa que mal a conhecia. Laurent não podia ser tão mal assim como Edward pintara. Provavelmente era uma rixa idiota de “alfas”.

– Pode deixar, não se preocupe. Mike fala muito bem o português. – Isabella olhou para o sobrinho que fazia cara de poucos amigos para Laurent.

– Vou subindo no ônibus. – Mike falou em inglês. – Tchau, cara.

– Tchau.

– Desculpe...

– Adolescentes. Todos iguais, não importa a nacionalidade. – eles sorriram – Aqui. – Laurent puxou uma caneta do bolso da camisa e rabiscou na parte de trás da passagem de Isabella. – Meu telefone. Ligue assim que chegar ao Rio. Promete?

– Prometo. – Isabella pegou as passagens e tentou dar seu melhor sorriso. Não queria mostrar desespero, desamparo, ou carência naquele momento. Por mais que o olhar de Laurent parecesse querer acolhê-la. Seria esse o “poder” dele?

Laurent puxou Isabella para um abraço que esta não recusou. Pareciam velhos amigos se despedindo.

– Boa viagem. Vejo você qualquer dia desses. E... por favor, ligue pra mim. Vou ficar preocupado.

– Ligarei.

– Tem certeza, Bella? – Mike perguntou assim que Isabella se sentou ao seu lado.

– Um dia você vai entender. Quando amamos alguém, renúncias são mais necessárias do que escolhas.

– Ele vai entender. – Isabella olhou surpresa. – Ninguém que o amasse de verdade seria egoísta o bastante para pedir que ele escolhesse.

Isabella olhou com mais atenção para o sobrinho. Quando foi que ele virou um homem?

– Tenho certeza que tudo acaba bem, você não?

– Não acho que ele tenha que ficar com a tal da Tanya por causa da filha. Pode ficar com você e ser pai da menina, não?

Isabella suspirou e se ajeitou no banco. O ônibus já começara a viagem. Ela olhou para Mike e imaginou que ele devia ter conversado bastante com os sobrinhos de Edward.

– Não. Não precisaria. Não por mim, querido. Mas se for o que ele precisar fazer, não quero ser eu a grande muralha que ele tenha que transpor como desafio para isso. Ele não é meu, mas se tiver que ser, um dia será.

Mike assentiu e começou a mexer no seu Discman. Isabella só não completou a frase dizendo que ela não esperaria por isso.

– O que está ouvindo? – Isabella perguntou depois de alguns minutos vendo Mike que olhava para fora com um sorriso bobo.

– É MPB.

– M-P-B?

– Música Popular Brasileira, Bella. – Mike sacudiu a cabeça sorrindo. – Escute um pouco. – ele tirou um dos fones e passou para ela.

A música “Devolva-Me” da Adriana Calcanhotto começou a tocar, e mesmo não entendendo 100% da letra, Isabella não se segurou e começou a chorar.

***

Edward e os irmãos entravam rindo na casa, ainda com as roupas molhadas, sujos de lama e logo se depararam com Rosalie, Tyler, Angela, Jéssica e Lauren com cara de enterro na varanda.

– Ei! Que caras são essas? – Edward perguntou rindo – Não se formou nenhum lago como da última vez, mas também os estragos foram menores. Nem ficamos sem energia!

– É, mesmo! – Alice concordou sorrindo e espremendo o cabelo para retirar o excesso de água. – Vou pelos fundos para mamãe não dar um ataque! – ela disse e foi logo saindo em direção a lateral da casa.

Emmett, que muito conhecia a mulher, olhou com desconfiança para Rosalie. Em imediato soube que algo errado tinha acontecido.

– O que houve, Rosalie? – Emmett foi logo perguntando.

– Olha, eu juro que não tive culpa... – ela começou.

Edward olhou dela para o irmão, depois voltou o olhar novamente para a cunhada. E só então se deu conta.

– Onde está Isabella? – ele olhou para os sobrinhos – E Mike?

– Edward, ela já estava decidida, eu não tive como impedir...

– Impedir, o quê, Rosalie? – o tom de voz de Edward já começava a se alterar.

– Calma, irmão.

– Eles foram embora. – Jéssica falou com uma voz quase chorosa.

Edward olhou para a menina e franziu o cenho.

– Como...?

– Ela já estava com as malas prontas, pediu um taxi, mas... – Rosalie tentou falar sem ser interrompida mas gaguejava um pouco.

– Você chamou um taxi pra ela? – Edward deu dois passos à frente chegando bem perto de Rosalie.

– Ei, Edward. – Emmett segurou o braço dele. – Acalme-se!

– Não! Não chamei! Disse a ela que era pra ela esperar você voltar e tudo mais, mas aí o Laurent apareceu e...

– O que pelos infernos o Laurent veio fazer aqui? – Edward estava quase gritando.

– Ele veio ver se precisávamos de ajuda, ele...

– Mas que inferno! – Edward vociferou e ia seguindo para as escadas se não fosse Emmett segurá-lo com toda força.

– Já disse pra se acalmar! – Emmett falou retendo a atenção de Edward. – Onde você pensa que vai agora?

– Vou atrás deles, ora!

– Não seja ridículo, eles já devem estar mais da metade do caminho, já quase no Rio, a essa hora.

– Então preciso ligar pra ela! – Edward apalpou os bolsou automaticamente.

– Edward, ouça, meu irmão, você tem um compromisso, um jantar, esqueceu?

– Tanya pode esperar. – Edward tentou se esquivar do irmão.

– Mas Liz não. – Emmett olhou atentamente dentro dos olhos do irmão. – Essa criança é muito esperta, eu já te disse. É geniosa e quase calculista. Mas é uma criança. Você não pode fazer isso. Pense um pouco. Vá lá em cima, ligue para a Isabella, e aí depois do jantar você pode descer pro Rio. Se for o caso, pedimos ao papai até para liberar o helicóptero para que você chegue mais rápido.

Edward suspirou profundamente e passou a mão na cabeça, fechando os olhos por um instante. Emmett sempre fora o mais sensato dos três, uma diferença que ele admirava. Conseguir raciocinar em meio ao caos. Coisa que Edward jamais conseguira e na maioria das vezes sempre acabava fazendo besteira.

– Ok. Eu vou... – ele olhou para os lados, pares de olhos aflitos olhavam para ele. – Vou fazer isso. Você tem razão. Vou ligar para ela e depois do jantar vou ao encontro deles.

– Isso. – Emmett deu um tapinha no ombro do irmão. – Enquanto isso, vou ligar para o Laurent e saber direito como foi essa história e para onde eles foram, está bem?

Edward apenas assentiu e subiu as escadas correndo. Emmett não era apenas seu irmão, era seu melhor amigo.

Ao entrar no quarto, Edward respirou fundo e ainda pôde sentir o perfume dela. Sentou na cama tentando se acalmar e ao olhar para o lado, viu, em cima do travesseiro, um papel dobrado. Sentiu um leve calafrio, esse papel o fez lembrar de Leah. Pegou o papel e o desdobrou lentamente. Era dela, de Isabella.

Depois de terminar de ler a carta, Edward sentiu algo estranho dentro de si. As palavras de Isabella, a mensagem... Era tudo tão maduro, sensato e verdadeiro, que ele nem podia discordar. Releu mais duas vezes antes de tomar coragem de ir tomar banho e se arrumar para o jantar com sua filha e... Tanya.

Ao descer as escadas, Edward se deparou com Rosalie balançando um embrulho.

– O que é isso?

– Olha, é para a Liz. Acho que é um urso de pelúcia.

– Você comprou para eu dar a ela?

– Não. Foi o Laurent quem trouxe. Provavelmente a mando da Tanya.

Edward fechou a cara e torceu o nariz para aquilo.

– Edward, leve. Liz vai estar esperando que você leve algum presente para ela. – Alice disse já demonstrando estar por dentro do acontecido.

– Mas que tipo de criança é essa que estão criando?

– Você pode mudar isso. – Emmett falou colocando as mãos nos bolsos e se chegando próximo a esposa.

– Você falou com o Laurent?

– Falei. Ele os levou para a Rodoviária e Isabella já telefonou dizendo que acabou de se hospedar num hotel no Centro. Estão bem. Fique tranquilo.

– Eu vou matar o Laurent.

– Edward, ela iria de qualquer jeito.

– Não iria não. – Edward debateu.

– Do jeito que ela estava, era capaz de ir andando se não conseguisse um taxi. Estava muito decidida.

– Oi, meu filho. – Esme apareceu na sala. – Você está lindo. – ela deu um beijo no rosto dele. – Dê um beijo em Liz por mim. E por seu pai. Ele está no escritório ainda calculando os prejuízos de hoje com a represa.

– Claro, mamãe.

– Você e Bella irão se entender. Ela fez o certo. – Esme falou serena.

Edward lembrou das palavras na carta dela e suspirou.

– As chaves do meu carro. – Emmett entregou as chaves a Edward – Boa sorte.

– Vou precisar. – Edward falou apertando as chaves na mão.

Edward foi direto para o restaurante como combinado com Tanya. Ela achava que passar o tempo antes do jantar dentro do carro não seria bom. Ele conferiu as horas e encostou-se na lateral do carro. O céu não estava estrelado e havia um vento úmido que indicava uma chuva que teimava em não cair. Um taxi parou a frente do carro dele e ele viu quando Tanya desceu elegantemente de dentro do carro. Estava de calça caqui e sandálias muito altas. Uma blusa Vinho frente única com um decote profundo que transpassava na cintura, deixando apenas uma linha de sua pele, negra e perfeita, à mostra.

E então ela deu a mão a uma criança e veio em sua direção. A menina era alta para cinco anos. Sua experiência com crianças na escolinha podia deixa-lo detectar isso. Elizabeth tinha cachos soltos e menos volumosos que a mãe. Usava uma jardineira vermelha, por cima de uma blusa de mangas compridas na cor bege. Botinhas pretas e o olhar ainda mais negro, como duas pedrinhas em ônix, encarando-o de volta.

– Olá, Edward. – Tanya disse toda sorridente e sensual.

– Olá. – ele olhou rapidamente para ela e depois voltou-se para a menina. – Olá, mocinha. – ele sorriu.

– Não sou mocinha. Sou criança.

Edward ergueu as sobrancelhas e o corpo. Olhou para Tanya que tentava disfarçar.

– Liz, seja gentil. – Tanya disse próximo ao ouvido da menina e ela deu um sorriso selado.

– Bom. Tenho uma coisa para você! – Edward falou num supetão se lembrando do embrulho que Rosalie lhe entregara.

Ao entregar para Liz, ela abriu um sorriso largo e logo foi rasgando o embrulho. Edward fez uma anotação mental de adiar a morte de Laurent somente por esse ato.

– Óh! Que lindo, minha filha! Como se diz?

– Como você sabia que eu gosto de pandas? – a menina perguntou de primeira.

– Elizabeth! – Tanya a repreendeu.

– Não, tudo bem. – Edward sorriu e ficou se perguntando se aquela menina era mesmo uma criança de cinco anos apenas. – Digamos que um corvo preto me contou. – ele piscou.

Tanya não gostou da insinuação para Laurent, mas Liz sorriu, aparentemente gostando da resposta.

O restaurante era amplo e aconchegante, uma música de fundo, bem suave, tocava um instrumental que Edward não reconhecia, mas estava adorando. A música o acalmava.

– Já escolheu? – Edward perguntou para Tanya quando ela abaixou seu cardápio.

Liz ainda estava com o rosto enfiado no dela.

– Sim. O creme de batata baroa daqui é excelente. Você deveria provar.

– Hum. Pode ser. – Edward conferiu seu cardápio novamente e olhou de soslaio para Liz. Tanya dissera que ela havia aprendido a ler no início daquele ano, mas ele não acreditara muito.

– Pronto. – Liz falou imperativa colocando o cardápio fechado sobre a mesa. – O de sempre. – ela olhou para a mãe.

– Ok. Baroa pra mim e mignon ao queijo pra ela. – Tanya falou para o garçom que estava ali ao lado da mesa e sorriu.

– E o senhor? – o garçom perguntou parta Edward.

– Parece ótimo. O mesmo que o da menina. Mignon com queijo. – ele sorriu, mas Liz o olhou com os olhos cerrados como quem dizia “Vai mesmo me imitar?” ou qualquer coisa que o chamasse de ‘sem criatividade’ e que demonstrasse que ela estava percebendo a intenção dele de “puxar o saco”. Isso não iria colar.

– E para beber?

– Tem aquela cerveja de trigo? – Tanya perguntou parecendo íntima do local.

– Sim, senhora.

– E coca-cola para nós. – Edward se apressou em pedir para não parecer “imitão” dessa vez.

– Eu não bebo refrigerante. – Liz disse, repreendendo-o e se virou para o garçom. – Para mim, suco de laranja sem gelo e com pouco açúcar, por favor.

– Pois não. – o garçom sorriu, terminou de anotar e saiu, tudo no mesmo minuto.

Edward encostou na cadeira e observou a menina. Liz não se parecia em nada com ele. Nem quando criança. Sua mãe sempre dissera que ele adorava comer todas as coisas que não prestavam: bife gorduroso, batata-frita, refrigerante, chocolate... Olhou para as mãozinhas dela cruzadas sobre a mesa, Tanya parecia inquieta, provavelmente com vontade de fumar, Liz tinha um tom de pele bem mais claro que o da mãe, o cabelo também era castanho mais claro, mas o sorriso, era todo da Tanya.

O jantar transcorreu normalmente, falaram sobre variados assuntos, Liz parecia um pouco mais aberta em “ser legal” com Edward, mas sempre que podia mostrava quem é que mandava. Perguntou mais de uma vez por Laurent o que incomodou Edward um pouco. Mesmo sabendo que a amizade entre Tanya e a família dele crescera nesses últimos anos.

Tudo mudou quando Tanya saiu para fumar e depois de algumas tossidas, Liz começou a ficar sem ar.

– O que foi? O que aconteceu? – Tanya perguntou com um desespero na voz ao voltar e ver a filha aparentando estar sufocada.

– Eu não sei! – Ela começou a tossir e agora parece estar ficando sem ar! – Edward estava muito nervoso.

– Droga! – Tanya virou a bolsa de cabeça para baixo jogando tudo em cima da mesa. Os olhares das pessoas já começavam a se voltar para a mesa deles.

– O que foi? O que está procurando?

– A bombinha! Não acho!

Foi então que Edward se lembrou. A menina tinha asma. E pelo jeito, a tal bombinha não estava naquele emaranhado de objetos caídos da bolsa de Tanya.

– O que está fazendo? Me ajude a procurar, pelo amor de Deus! – Tanya disse em desespero ao ver Edward discando no celular.

– Precisamos de uma ambulância, urgente! – Edward gritou ao telefone, assim que a telefonista atendeu.


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Notas finais do capítulo

Amores!! O conteúdo da carta deixada por Bella será revelado aos poucos nos próximos capítulos, não morram de curiosidade, hein!! rsrsrs Amo vcs!! ♥